A filha de Gaia escrita por Goth-Lady


Capítulo 26
Lutas


Notas iniciais do capítulo

Capítulo saído do forno, espero que gostem.



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Vendo que não havia jeito, Eliot teve que lutar contra Diana, sendo que ele usava a cimitarra e ela a espada. Tinha sido uma luta dura com muitos cortes, sangue e imprevistos. A luta terminou com ambos cansados e ofegantes, mas novamente voltaram para a plateia para serem curados. Jason decidiu se aproximar e o grupo foi atrás.

— Hei, Eliot. Foi uma boa luta. As duas.

— Valeu, cara. Quando estiver completamente curado, podemos lutar algum dia.

— Isso? Não foi nada.

— Cara, eu estou sonhando ou vim parar no paraíso? Estou cercado de anjos.

Na mesma hora, Sienna e Helena fecharam a cara e lançaram olhares gélidos e mortais. Raven e Parvati trocaram olhares, sendo que a hindu lançou um rápido olhar para Marcos. Jasmine corou e Diana ergue o garoto pela gola, elevando-o do chão.

— Está afim de morrer, é?!

— Diana, calma. – Interferiu o maia. – Foi só uma brincadeira, de mau gosto, mas uma brincadeira.

— Marcos, não se meta nisso.

— Ele tem razão. – Disse Parvati. – Não vale a pena brigar por causa se uma brincadeira.

Diana acabou cedendo e soltando o garoto. Os outros olhavam a cena com os olhos arregalados. A ruiva acabou voltando para perto de Nicolas, que tinha escondido Jasmine atrás de si.

— Só tome cuidado com as nórdicas e a inuit. – Alertou Marcos descontraído. – Elas mordem feio.

— Vou me lembrar.

— E da egípcia também. – Disse Eliot. – Ou você pode se queimar.

— Cara, eu já sou quente.

Ele fez uma pequena chama surgir em suas mãos, mas Marcos fez uma pequena nuvem chover para apagar o fogo, arrancando algumas fracas risadas de ambos os grupos e alguns olhares curiosos também.

— Hei!

— Desculpe, eu não resisti.

— Cara, não é legal apagar o fogo dos outros.

— Na próxima vez, pode encharcá-lo? – Pediu Calipso.

— Combinado.

— Isso é um complô?!

— Só estou fazendo o que a moça bonita pediu.

— Não cante minha garota!

— E quem disse que eu sou sua garota?!

— Nem pensei nisso...

— Qual o seu nome? – Perguntou Parvati antes Marcos finalizasse a frase.

— Grandioso gênio da mecânica Leo Valdez, mas só Leo para você, adorável...

— Parvati, mas meus amigos me chamam de Parvy e meus familiares de Little Parvy.

Calipso ficou enciumada. Parvati foi para o lado de Marcos. Apesar de ser mais novo, era notável que ele era mais alto que Leo.

— Pois bem, Leo, já que estão aqui, por que não se juntam a nós? Vai ser divertido trocar ideias.

— Podemos, não é pessoal?

— Eu não tenho nada contra. – Afirmou Jason.

— Eles salvaram o Jay e o Percy, então por mim tudo bem. – Dessa vez foi Piper.

— Vai ser legal! – Disse o cabeça de alga.

— Já que todo mundo quer...

— Ótimo! Vamos aceitar o seu convite, Parvy.

— Isso é ótimo. Mas antes é melhor apresentar meus amigos. Já devem conhecer o Eliot e o Marcos.

— Eliot Skyfall, filho de Hórus. – Apresentou-se o loiro.

— Marcos Gutiérrez. A ruiva e aquela morena são as conselheiras do nosso chalé, Obrara e Nymeria Sand.

— Quem você está chamando de Obara Sand, chuvisco?! – Diana se levantou novamente.

— Quem são Obara e Nymeria Sand? – Perguntou Jasmine.

— É de As Crônicas de Gelo e Fogo, Jazz. – Explicou Nicolas. – Ou Game of Thrones. São conhecidas como Serpentes da Areia. Obara é a mais forte, dura e adora lutar e arrumar confusão, sempre andando com a lança e o chicote pronta para arrancar a cabeça de um.

— Como a Diana?

— Hei!

— Já a Nymeria é mais diplomática, calma e tem a pose de uma nobre, mas também é mortal. Ela esconde uma dúzia de facas no vestido e se contenta mais com assassinato sorrateiro do que com uma guerra.

— Tipo a Raven?

— Vou considerar isso como um elogio. – Pronunciou-se Raven.

— Angus vai amar saber disso. – Eliot gargalhava, seguido de Tyler.

— Parvy, fique atenta porque somos as próximas.

Os grupos se uniram e se apresentaram. Não demorou muito e Raven e Parvati foram para o centro da arena.

— Qual vai é a modalidade? – Perguntou a hindu.

— Modalidade? – Estranhou o deus do vinho.

— Prefere restrição de três ou armas pequenas?

— Armas pequenas está bom para mim. – A hindu pegou o punhal de ouro incrustado de ametistas que tinha.

— Então ta. – A egípcia retirou um par de sai dourado.

Logo a luta começou. Ambas avançaram e suas lâminas colidiram. Como cada uma usava uma arma pequena, chutes e outros ataques corporais eram permitidos. Não era fácil para Parvati ter que lutar contra um par de sai, ainda mais manejados com maestria, mas ela também tinha maestria em cada arma que usava. Aquilo tinha se tornado uma espécie de Mortal Kombat.

— Ainda bem que Apolo não está aqui. – Disse Dionísio segurando um lenço.

Enquanto isso na plateia, tinha muito menino de boca aberta. Eliot, Marcos e Tyler aproveitavam para molhar os demais. Marcos conjurava chuva e Tyler a água, já Eliot fazia o vento espalhar a água de Tyler e ainda assoprava nos molhados, fazendo-os tremer de frio.

— Poderiam ser mais infantis? – Perguntou Nicolas.

— Não.

— Cara! – Exclamou Leo, recebendo uma pedalada de Calipso. – Hei!

— O que são essas modalidades que elas falaram?

— São espécies de combate, daqueles usados em torneios e festividades. – Esclareceu Diana. – Na restrição de três, você tem que escolher três armas, pode usá-las quantas vezes quiser, mas só poderá usar essas três durante todo o combate. Já nas armas pequenas, você só pode usar armas pequenas e de curto alcance. Nada de arcos ou espadas.

— Essa é uma das modalidades mais sexys que tem. – Disse o egípcio. – Como são armas pequenas, há muito combate físico, permitindo até mesmo socos e chutes, por isso não há necessidade de usar muita roupa ou material pesado, já que você usa a agilidade e não a força.

— Tanto que os praticantes usam roupas mais justas ou curtas de material leve e elástico. – Dessa vez foi Tyler quem abriu a boca. – Como pode ver, Ray e Parvy estão de short, pode ser jeans, mas por serem shorts e curtos, isso confere a elas mais mobilidade. Se fosse uma calça jeans, teriam mais problemas em executar os movimentos.

— Há mais modalidades? – Dessa vez a pergunta partiu de Piper.

— Há sim. Temos o combate sem armas, em só pode combate físico sem o uso de armas, magia ou poderes; a batalha mágica, essa não aceita armas, os lutadores precisam se enfrentar usando magia ou seus poderes; tem o morte súbita por times, em que formam dois grupos e eles se atacam de forma livre; e tem a masmorra em que é parecida com a anterior, mas cada time tem um mago.

— Um mago?

— Sim, um mago. Na masmorra apenas o intitulado mago pode usar magia e ele pode atacar o time adversário, defender o seu time e curar o seu time. Os outros só podem usar armas comuns e sem magia, mas arcos são permitidos.

— Sempre quis jogar masmorra, mas só éramos Angus, Raven e eu.

— Esse masmorra parece legal. – Disse Jason. – Podemos jogar aqui?

— Mas nem pensar. – Protestou Will. – Era para você e Percy estarem na enfermaria, têm sorte de estarem aqui só para assistir.

— Que droga.

— Aí, cadê o Nico? – Perguntou Will se dando conta.

— Ele não estava com a gente? – Perguntou Percy.

— Daqui a pouco aparece.

Raven e Parvati terminaram a luta e retornaram à plateia e se curaram.

— Tyler, é com você.

— Vamos escolher o que, Sienna?

— Pensei que quisesse lutar com Eliot.

— Mudei de ideia. Alguma modalidade em mente?

— Tenho uma sim.

Enquanto os outros se apresentavam e viam a luta, Nico tinha usado as sombras para sair da arena, pois não tinha nenhum interesse em lutar. Como a vida dele nunca era fácil e aparecia carma atrás de carma, ele encontrou com Angus.

— Ih, o carinha que mora logo ali.

— Só pode ser carma.

— Você não devia estar lutando com seja lá quem for?

— Eu deveria te perguntar isso.

— O dia está bonito demais para lutar, então pensei em fazer outra coisa, só não sei o que.

— Como fugir de um estádio lotado?

— Se ressente tanto assim? Não sabia que queria lutar comigo.

— Eu não vou lutar contra você.

— Então vou procurar uma árvore e dormir.

Se isso fosse um anime, Nico teria capotado. O filho de Anúbis não ligava para nada. Angus acendeu um cigarro e começou a fumar.

— Você fuma?!

— A vida é curta e complicada.

— Pode responder à minha pergunta?

— Não gosto de pessoas que fazem outras se sentirem mal para se sentirem superiores ou por serem diferentes.

— Não foi isso que eu perguntei.

— Mas era o que queria ter me perguntado ontem.

Nico arregalou os olhos e os piscou três vezes para ver se aquilo era realmente verdade. aquele cara realmente existia?

— Não se preocupe, não quero te usar. – Nico o olhou desconfiado. – Até porque, não quero te comer.

— COMO É?!

— Você é muito frágil, eu te machucaria se comesse sua bunda.

Vários esqueletos guerreiros surgiram de fendas abertas na terra, mas Angus não se preocupou. Lançou magia negra e os esqueletos viraram múmias, ficando sob seu poder. Ele as fez voltarem para debaixo da terra.

— Cara, é só brincadeira. Você leva isso muito a sério.

— Você é um idiota!

— E acha que eu ligo para o que os outros acham ou falam de mim? – Dessa vez seu semblante era sério, o que surpreendeu o menor. – Vou dar um conselho: a vida é curta demais para viver no passado. Por pior que ele seja, você pode fugir dele ou pode aprender com ele. Pare de remoer o passado e viva o presente com seus amigos e pessoas que se importam com você. Pare de fugir, Di Angelo.

A essa altura, o filho de Anúbis já estava de costas enquanto o filho de Hades lutava contras lágrimas.

— Você não sabe nada sobre mim!

— Pelo contrário. Nunca te contaram sobre os filhos de Anúbis? Ou sobre o deus? Eu sei quem você é e o que sente. Pode se libertar ou continuar fugindo. Mas saiba, enquanto continuar fugindo, não irá se livrar de mim.

Angus sumiu em uma nova sombra, aparentemente deixando Nico sozinho, mas não deixou. Ele ressurgiu atrás do menor e o abraçou como se fosse um irmãozinho. Nico continuou chorando, mas não se soltou para correr.

— Igual ao Eliot.

Nico arregalou os olhos e quando se virou, o filho de Anúbis lhe sorria.

— Não vamos mais fugir, está bem?

Na arena, Tyler e Sienna tinham alagado a arena inteira e lutavam utilizando as espadas e a água. Tyler criou um vortex, que foi congelado por Sienna. Os dois saltaram e colidiram as espadas, para então tornarem o redemoinho congelado um campo de batalha. Água não os machucava com facilidade, mas gelo era outra história e Sienna era boa com gelo.

Sabendo disso, Tyler fez a água adentrar no redemoinho, levando a luta para debaixo d’água. O garoto era rápido em seu atributo, ainda mais que ele podia usar a força da água para se impulsionar, caso estivesse debaixo dela. Foi o que ele fez, mas Sienna transformou suas pernas em uma cauda verde petróleo com nadadeiras azuis e nadou para cima. Sorte a dela usar uma saia azul, pois senão teria perdido um short.

— Não sabia que era uma sereia.

— Minha mãe criou uma igual quando atingiu o fundo.

— E ao que parece todos os filhos dela também podem ter uma.

Sem aviso prévio, Sienna atacou e Tyler não teve alternativa se não se defender. Espadas se cruzaram novamente e de novo, mas dessa vez eles estavam mais rápidos e usavam todo o campo. Continuaram até se cansarem e esvaziarem a arena. Sienna fez sua cauda voltar a ser um par de pernas e tratou de recolher o all star que usava antes de retornarem para seus amigos.

Eles receberam elogios e cura, juntamente com algumas perguntas. Depois disso, o grupo decidiu jogar masmorra, mas para isso teriam que se dividir em dois grupos.

— Antes de tudo precisamos definir os magos.

— Eu posso ficar no cargo de mago?

— Jazz, você ainda não é acostumada a usar magia.

— Eu vou ficar, bem, Nicolas.

— Eu concordo com ele. – Disse Frísio.

— Está tudo bem. Eu posso fazer isso.

— Tem certeza?

— Sim.

— Frísio, você vira o outro mago. – Ordenou Raven. – E pegue leve.

— Está bem.

— Por que você não vira o mago? – Perguntou o nórdico.

— Porque Ray não sabe pegar leve e se empolga.

— E quando é que você não faz o mesmo, Eliot?

— Quem mais vai jogar com a gente? – Perguntou Marcos. – Assim equilibramos os times.

— Vamos só assistir mesmo. – Disse Piper.

— Não irei também. – Declarou Sienna.

— Ótimo.

Os 10 foram para o centro da arena. Os times ficaram em Jasmine, Diana, Marcos, Tyler e Helena contra Frísio, Nicolas, Raven, Eliot e Parvati. Diana pegou seu machado e investiu contra o outro time, mas foi parada pelas espadas gêmeas douradas de Raven. Helena cruzou sua foice com a cimitarra de Eliot, originando uma nova balada entre a foice e a cimitarra. Tyler e Nicolas cruzaram tridentes, sendo um de madrepérola e outro de aço asgardiano. Parvati preferiu usar seu sabre de ouro e platina incrustado de esmeraldas enquanto Marcos optou pelo machado de obsidiana. Jasmine acabou por usar seu fiel cajado e Frísio nem pegou a espada.

Diana era forte, mas Raven era ágil. Machado e espadas gêmeas passavam longe das adversárias. Elas levavam a luta à sério, tanto é que usavam de toda habilidade. Em um dado momento, Diana acabou desferindo um soco na egípcia, por reflexo, enterrou as espadas na nórdica, mas voou mesmo assim e quebrando a parede. A ruiva elevou a mão até o ferimento

— Nada mal, corvo.

— O que os nórdicos andaram te dando para comer? Titânio?

Frísio se utilizou de magia para que pudesse curar a egípcia e Jasmine fez o mesmo para sarar o ferimento da nórdica.

— Vamos de novo.

— Dessa vez não vai ser tão fácil.

E novamente as lâminas se encontraram. O mesmo acontecia entre Tyler e Nicolas. O nórdico era forte, bom espadachim, mas mesmo assim indisciplinado como um viking enquanto o maori era de um povo que se preparado para a guerra, não era a toa que seus ancestrais tinham expulsado os holandeses. Os tridentes de ambos se chocavam produzindo um barulho infernal em uma luta cruel em que o mínimo erro poderia custar a vida de um.

Eliot tinha com Helena a mesma balada que tivera com Angus, mas dessa vez não precisaria encarar a foice dupla. Mesmo todos os anos de luta contra Angus não foram o suficiente para prepará-lo para a luta contra a nórdica. O estilo de luta dos nórdicos era mais selvagem e indisciplinado, não era à toa que deram trabalho aos romanos e os derrotaram junto aos germânicos.

Ao contrário dos outros, Marcos e Parvati não se mostravam muito agressivos, embora suas armas colidissem com violência o tempo inteiro. Eles até conversavam baixo.

— Quando vai contar a ele?

— Não é algo que se diga assim, Parvy.

— Mas precisa contar.

— Eu sei, mas não sei como.

— Nesse caso, eu vou te ajudar.

— Se tudo der errado, a culpa será sua.

— Não se preocupe, eu tenho um plano. Vamos lutar mais sério agora?

— Se quiser, mas nós maias não mandamos flores ao hospital.

— Nós hindus também não.

A velocidade de ambos aumentou e sabre e machado colidiram com maior intensidade. Começaram de novo, mas dessa vez mais fortes.

Jasmine e Frísio só podiam utilizar-se de magia. Eles curavam os outros, defendiam ataques cruciais e até atacavam um ao outro. Na verdade o celta atacava, a grega só se defendia, ela se recusava a atacar qualquer um deles. Tinha até mesmo feito uma barreira de plantas entre Tyler e Nicolas para impedir que ambos sofressem sérios danos. Frísio achava curioso que mesmo divididos em times, ela não queria ver nenhum deles se machucar, mas alguma coisa estava errada.

— Jasmine, se for demais para você, podemos parar agora.

— Eu estou bem.

— Tem certeza?

— Vamos continuar.

— Certo, mas não hesite em pedir para parar se ocorrer algo.

— Está bem.

— E não se esforce demais. Deixe para curar as feridas mais profundas e ajude apenas o seu time.

— Ok.

O Senhor D assistia juntamente com a plateia.

— Esse povo está jogando masmorra?!

— Masmorra?

— Uma modalidade de luta, só prestei atenção a essa porque é parecida com aqueles jogos de RPG, só que a única classe definida é o mago.

— O Senhor D pirou. – Comentou alguém.

Sienna observava em meio aos gregos. Na verdade, ela tentava observar, pois sempre tinha que responder perguntas idiotas, a maioria vindas de Percy e Leo, como: “Por que seu cabelo é azul?”, “Você parece morta, é filha de Hades?”, “O que é inuit?” e “Seus olhos são roxos mesmo ou é lente?”. A filha de Sedna começava a acreditar em carma e pela primeira vez queria ter os poderes de Tornarsuk para enviá-los ao Adlivun.

— Nossa! Viram aquilo?! – Exclamou Jason. – Se continuarem assim, vão destruir a arena!

— Eu posso reconstruir. Realmente, preciso aumentar a capacidade. Se não fosse por aquele garoto da foice, estaríamos espremidos.

— Isso é muito violento! – Assustou-se Calipso.

— Não fique assim, flor do dia. – Leo passou o braço em volta da namorada. – Estou aqui para protegê-la.

— Você é uma sereia mesmo?

— Já disse que sou filha de Sedna e contei o mito de minha mãe.

— Mas não devia ser lobisomem por sua mãe ter se casado com um cachorro?

— O cachorro não tem nada a ver com animais marinhos.

— Mas onde conseguiram um cachorro se onde você vive debaixo d’água.

Quando sua mãe lhe disse sobre Poseidon e os filhos dele, Sienna esperava que não fosse tão verdade assim. Felizmente, Annabeth surgiu no meio da conversa para explicar ao cabeça de alga. Se bem que uma alga seria mais esperta que o moreno.

A inuit pôde finalmente observar as lutas. Realmente, o nível de exigência era grande e a dificuldade era maior que a dos gregos e até mesmo dos romanos. Diana e Raven representavam os dois lados da mesma balança feita de ouro e ornamentada de diamantes rosa e pérolas negras. Eram filhas dos Maiores nórdico e egípcio, portanto esperava que fossem fortes, mesmo que ambas se contivessem para não mandar tudo pelos ares.

Olhou para Marcos e Parvati, que ficaram mais agressivos, mas mesmo assim não tanto quanto os outros. Via algo oculto naquela luta e teve certeza de que estavam se contendo. Helena e Eliot eram um caso a parte. Eliot tinha a obrigação de ser foda enquanto Helena tinha a obrigação de não perder, pois era a filha da morte. A luta que mais chamava sua atenção era a de Tyler e Nicolas. Assim como ela, eram filhos de deuses do mar, mas Nicolas era um vanir e Njord tinha diferenças grotescas para Sedna e Tangaroa. Tyler, por outro lado, era feito para a guerra, filho de Tangaroa, o Kyogre, era habilidoso, tinha que reconhecer.

Seus olhos violetas repousaram sobre a dupla de magos. Frísio não atacava, na verdade ele tinha até parado e só se encarregava de curar os outros. Ele olhava toda hora para Jasmine. Ela não era acostumada a usar magia, mas insistira tanto que não tiveram como negar. Via-o gritar coisas a ela, mas o barulho das lâminas e da plateia a impediam de ouvir. Ignorou as perguntas que lhe eram dirigidas e se levantou.

Caminhou até a mureta sem tirar os olhos da cena, pouco importando se atropelava alguém ou não. Em um momento, viu o celta correr pelo campo, veloz como um alazão, deslizar abaixado para escapar da fúria dos tridentes e retomar a corrida. Tyler e Nicolas mal o viram, mas isso não importava agora, pois quem corria era Sienna. Viu Frísio chegar até Jasmine e a segurar pelos ombros antes de tomá-la nos braços.

A essa altura, a inuit tinha alcançado a mureta. Sem pensar duas vezes, subiu sobre ela e novamente trouxe a água do mar para a arena, despejando-a sobre os combatentes, com exceção dos magos. No mesmo instante em que a água chegou, Sienna pulou.


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Notas finais do capítulo

Obrara e Nymeria Sand são personagens de Game of Thrones ou As Crônicas de Gelo e Fogo. Ambas são filhas bastardas de Oberyn Martell, a Víbora Vermelha, e são conhecidas com As Serpentes da Areia junto com suas irmãs. Obara, a mais velha, é feia, mas é forte, dura, a que chama pro combate e doida para dar uns tapas em alguém, já Nymeria, a segunda mais velha, é a mais bela e sagaz, parece uma nobre, tem um ar mais diplomático, mas esconde várias facas no vestido.
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Sai é aquela arma que a Mileena do Mortal Kombat e a Electra da Marvel usam. É uma arma pequena e usada em pares.
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Modalidades de luta é um termo usado, principalmente peles estrangeiros, para lutas de eventos, mas que podem ajudar em uma luta real. São elas: livre, restrição de três, armas pequenas, combate sem armas, batalha mágica, morte súbita por times e masmorra.
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A modalidade livre são as lutas dos livros, cada um escolhe a arma que quiser e vai pro pau, podendo usar quantas armas e habilidades quiser.
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A restrição de três é uma modalidade em que os combatentes escolhem apenas três armas para usar durante todo o combate, podendo ser alternadas e usadas quantas vezes quiser, mas jamais poderão substituí-las.
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A modalidade armas pequenas é uma modalidade em que só é permitido o uso de armas pequenas, tais como facas, punhais, sais, leques, adagas e outras armas menores. Por não ter muita distância quando as armas se cruzam, chutes, socos e até mesmo movimentos acrobáticos são permitidos. Não é recomendável o uso de mangas largas demais e nem mangas e calças de material duro como o couro ou pesado, pois eles limitam os movimentos, podem acabar atrapalhando ou até rasgando.
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O combate sem armas é o preferido entre as mitologias asiáticas. Nele não há qualquer arma ou magia e nem poderes. Os combatentes usam a "mão nua" para lutar. Aí entra toda a questão do boxe, artes marciais, MMA, enfim.
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A batalha mágica é tipo o Harry Potter sem varinha. Não são permitidas armas, os combatentes simplesmente jogam magia ou poder um no outro, como em uma briga de magos.
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O morte súbita por times é parecido com a modalidade livre, mas cada combatente tem um time que precisa liderar e os dois caem no pau. É como brincar de guerra, time azul e time vermelho, peguem as espadas e vamos à batalha.
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A masmorra na verdade foi retirada dos jogos de RPG. Nela, cada um teria uma classe diferente, mas para simplificar isso, acabou tendo apenas o mago e o resto. Cada time tem um mago e somente o mago pode usar magia ou seus poderes em todo o combate, bem como curar seus aliados. O resto só pega em arma e luta sem magia ou poder e pode escolher o tipo de arma que vai querer usar na luta. Pode também usar arco e flecha.
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Sedna criou uma cauda de peixe quando atingiu o fundo do mar em seu mito, ou seja, virou sereia. Essa habilidade é passada para seus filhos, que podem criar cauda quando quiserem estando ou não embaixo d'água. O problema é quando essa habilidade é usada com shorts e calças, jamais deve ser usada com aquela calça de $300 para adolescentes.
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Ao contrário dos espartanos e romanos, o estilo de luta dos bárbaros (nórdicos, germânicos, bretões, caledônios...) era indisciplinado e agressivo. Muitos bárbaros deram tanto trabalho ao Império Romano que este se viu obrigado a não avançar. Na Escócia, por exemplo, os romanos construíram a muralha de Adriano para separarem seu império dos Caledônios porque eles não conseguiam dominá-los de jeito nenhum. (perdeu para eles e achou que a solução fosse construir uma muralha para mantê-los fora, belo império)
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Na mitologia inuit, Sedna não é a úncia a se casar com um cachorro (uma das várias versões de seu mito), outra garota também se casou com um cão e deu origem aos Adlets. E sim, eu tenho uma teoria de que talvez os Adlets estejam ligados aos lobisomens, mas isso fica para outro dia.
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Espero que tenham gostado, essas informações dão trabalho, mas sempre as trarei para a fic ou para as notas finais. Nos vemos no próximo capítulo.



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