Assim que me sentei Ana começou a me contar em detalhes (até demais) como foi o transplante de sua mãe. Apesar de ficar um pouco enjoada com o que ela falava, fiquei o tempo inteiro sorrindo e mostrando meu apoio à minha melhor amiga. É para isso que servem os amigos, afinal de contas. O que importava mesmo era que finalmente a mãe de Ana estava bem e ela iria voltar a frequentar todas as aulas (já falou com a diretora). Logo a professora chegou e tivemos que ficar em silêncio. Agora que tudo estava acabado, finalmente poderia relaxar, sabendo que minha amiga ficaria bem.

Depois do fim das aulas, fui rapidamente em direção ao auditório, pronta para ensaiar. Hoje, pela primeira vez, iríamos encenar as canções. Apesar de estar extremamente nervosa fui muito bem, pelo que me disseram. O ensaio ocorreu sem maiores emoções e eu logo me encontrava a caminho de casa. Caminhava pelo pátio quando vi a patricinha-mor junto com a sua mãe (a diretora). Elas pareciam estar escondendo algo. Incapaz de conter minha curiosidade, me escondi nas árvores perto delas, tentando ouvir sua conversa. Como diria Gabriel eu estava a perscrutar. Mesmo falando baixo, as escutei.