Quando finalmente chegou o intervalo, depois de considerar deixar Gabriel esperando, me dirigi à sala de música. Ao adentrar o ambiente fui envolvida por uma linda melodia e vi o garoto tocando violão a um canto da sala. Assim que fechei a porta Gabriel parou de tocar e me encarou. Nos entreolhamos em silêncio até que o elogiei pela música e ele, envergonhado, disse que nunca havia tocado na frente de ninguém.

Gabriel levantou e veio em minha direção, tentando me beijar. Desviei o rosto, ainda triste por ele não ter me cumprimentado antes. O garoto suspirou e explicou o porquê de sua ação: a final do campeonato entre escolas era daqui a poucos dias e ele não podia deixar a diretora tirá-lo do time. Resignada, tentei argumentar que o ajudaria, ao que ele rebateu que não daria tempo. Mesmo assim combinamos de estudar juntos todos os dias após as aulas e nossas atividades extracurriculares (e de nos encontrarmos no intervalo todos os dias).

Depois de resolvidos os nossos problemas, aproveitamos o resto do intervalo juntos. No fim do intervalo, quando nos separamos, Gabriel me disse que eu era uma pessoa resiliente, que me recuperava rápido das adversidades. Sorri, beijando-o.