Graças ao fato de ter dormido muito cedo na segunda-feira, consegui acordar em tempo de me arrumar com calma para ir à escola. Quando cheguei na escola quase ninguém havia chegado, então me dirigi à sombra de uma árvore e me recostei, relendo o texto da peça (os ensaios seriam de dois em dois dias). Perdi a noção do tempo e só percebi que estava na hora da aula quando Ana se aproximou, me chamando. Fomos à aula e, após dois períodos, a garota recebeu uma ligação e teve que ir até o hospital. Como queria revisar mais as falas da peça, fiquei depois do horário na escola. Percebi uma locomoção em direção à quadra e resolvi ver do que se tratava. Não lembrava que era dia de treino do time de futebol.

Fiquei assistindo ao treino, pensando no que falaria ao Gabriel quando o visse. Quando o treino acabou, me dirigi silenciosamente até onde o garoto estava. Não sei como, mas Gabriel soube quem eu era antes de eu abrir a boca. “Deixe eu me antepor ao que você vai falar: eu fui muito impulsivo, não devia me aproximar do jeito que fiz...” silenciei-o com um beijo, sorrindo.