Uma das primeiras coisas que ele notou sobre essa nova versão dela era que ela ainda sorria fácil.

Mas, diferentemente da Venus de que ele se lembrava, os sorrisos de Minako não eram sinceros.

Não que lhes faltasse emoção, longe disso, ela nunca conseguiria ser apática, nem se tentasse, mas na maioria das vezes que ela dava um de seus sorrisos faiscastes, o brilho não lhe chegava aos olhos.

A princípio havia sido somente uma constatação vazia, um dos intermináveis itens e sua lista de comparações injustas da Minako de agora com a sua antiga amante. Algo para que ele se lembrasse de que elas não eram a mesma pessoa, para que ele não se esquecesse, não se enganasse.

Mas, sendo ele, ele e ela, ela não demorou muito para que ele descobrisse que ela poderia – e era – ser uma pessoa completamente diferente do que Helena tinha sido, ela ainda seria tão encantadora e tão irresistivelmente apaixonante para ele quanto fora no passado, talvez mais. Foi então que os sorrisos sem alma dela começaram a lhe incomodar e ele passou a fazer de tudo para que estes se tornassem reais.

Mas não era tarefa fácil, talvez porque fazê-la rir fosse tão fácil, com a personalidade boba que ela tinha. Mas ele sabia que mesmo se fosse alguém que despertasse risos e sorriso de todos como Usagi ou alguém que fizesse piadas o tempo todo como Jun, não o ajudaria na missão de arrancar dela um sorriso verdadeiro.

Num momento de desespero ele chegou até a pedir ajuda a Artemis, mas o gato simplesmente o ignorou logo depois de lhe lançar um aviso par anão fazer nada idiota.

Então, foi num dia como qualquer outro, em que os dois compartilhavam uma tarde preguiçosa de verão deitados no chão da sala do apartamento que compartilhavam – pois era o local mais fresco – que ele abriu os olhos para se deparar com Minako lhe sorrindo um sorriso absolutamente sincero.

— Obrigada por estar aqui.

E então ele soube que seus esforços foram recompensados.