Disclaimer: Sailor Moon é da titia Naoko.

Fic escrita para o Outubro VK! Dia 21. Tema: Dever

Promessas Quebradas

– Você falhou.

Ela caiu de joelhos diante da Rainha da Lua.

Seus olhos queimavam e ela se sentia ridícula, infantil, não merecedora nem ao menos do nome que carregava. A posição era desconfortável, todo seu peso estava em cima na perna machucada e se curvar daquela forma comprimia as costelas que ela havia quebrado. Havia sido uma briga horrível – porque ela não conseguia chamar aquela emboscada covarde de batalha – ela nem ao menos pôde se transformar para se defender antes de conseguir escapar. Os aldeões haviam ouvido estória de que ela era uma falsa deusa e traria desgraça para todos eles e a atacaram inesperadamente. Mesmo que ela pudesse se livrar deles com um simples gesto de sua mão, não é como se ela fosse fazê-lo. Por mais violentos e ignorantes que fossem aqueles humanos, eles não mereciam morrer. Mas não foram eles a maior decepção, nada daquilo foi tão chocante quanto a figura impassível de Kunzite ao longe, observando-a ser xingada e agredida por uma multidão sem fazer nada.

Ela havia confiado naquele homem.

A Rainha estava certa.

– Você sabe o que a levou até aquele lugar, não sabe? Minha filha é curiosa, mas não é muito corajosa. Se ela não tivesse te visto ir e vir daquele lugar jamais teria cedido à tentação. Não vai dizer nada?

– Não tenho direito algum de me defender, Alteza.

– É claro que não tem – ela fez um momento de silêncio, Venus ainda não tinha a coragem de levantar os olhos e observou o chão imaculadamente branco se manchar com uma gota dourada de substância que ela sabia bem ser seu sangue – mas você não está sozinha. A culpa, em realidade, é mais minha do que sua – o corpo de Venus se enrijeceu com as palavras e ela teve que morder o lábio inferior para conseguir se manter de cabeça baixa. – Eu estava enganada. Eu realmente achei que os grandes perigos haviam passado, eu realmente achei que minha filha estaria segura – a rainha se afastou de sua súdita, virando-se de costas como se observasse os afrescos pintados nas paredes do palácio. – Quando a última Sailor Moon morreu e Serenity tinha acabado de nascer eu realmente achei que ela jamais seria cercada de guerra e de batalhas e para quebrar a tradição, para manter longe qualquer resquício desse tempo da vida de minha herdeira eu dei a Venus e não a Mars o dever sagrado de liderar as Senshi, de ser a pessoa mais próxima da Princesa. Eu não pensei em quão indisciplinados vocês são, o quão volúveis. Agora todos, e principalmente Serenity, devemos pagar pelo meu terrível erro. Erga-se.

– Alteza... – ela, com dificuldade, fez o que lhe foi ordenado, mas a Rainha ainda mantinha as costas viradas para ela.

– Um humano... Você tem certeza que é mesmo ele a quem minha filha está destinada?

– Eu sinto muito.

– Seus sentimentos já causaram problemas o suficiente.

– Eu estou dispensada de deus deveres, Alteza?

– De forma alguma. Você fez um juramento, eu espero que de agora em diante você não o quebre tão facilmente.

– Eu vou concertar isso, é uma promessa.

A Rainha apenas suspirou e a dispensou. Embora ela soubesse que Sailor Venus faria de tudo para cumprir essa nova promessa, não via como seria possível.