Trinta e Uma Pétalas escrita por Pandora Imperatrix


Capítulo 20
Dia 20 - Presente




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Disclaimer: Sailor Moon é da titia Naoko.

Fic escrita para o Outubro VK! Dia 20. Tema: Jóia

Presente

Ela queria estar com raiva. Ele havia lhe entregado aquela caixinha com a expressão limpa de emoções. Minako havia notado, como todos os outros – muito porque Usagi havia chorado uma tarde toda por não saber o que fazer nem o que havia errado com seu Mamo-chan – que ele parecia mais magro, cansado e o olhar apático.

Ela havia perguntado o que era aquilo. Ele havia lhe dado um sorriso triste, mesmo louco e respondido que agora, agora não era nada. Minako ainda havia tentando fazer com que ele dissesse o que havia de errado, mas Mamou apenas balançou a cabeça e lhe deu as costas. O comportamento dele havia a deixado tão perturbada, que Minako só se lembrou da caixinha no final do dia, quando deitada em sua cama não e conseguia dormir pensado no estranho comportamento de Mamoru e nas lágrimas de Usagi.

Se levantou da cama – ignorando o resmungo de Artemis – e vasculhou a bolsa em busca da caixinha. Um estranho sentimento de pavor de apossou dela antes que ela abrisse a caixa e ela hesitou por alguns segundos com a mão repousada sobre o pequeno objeto coberto de veludo, surpresa consigo mesma e então, a coragem veio e ela levantou a tampa.

Sua mão tremeu, a caixa caiu e no chão de seu quarto uma pedra cor de rosa emanava uma luz suave.

Mesmo que Mamoru não tivesse lhe dito uma palavra ela, de alguma forma, sabia exatamente o que aquilo era.

Recuando ela voltou a pegar sua bolsa, alcançando o aparelho celular que por milagre não estava descarregado. Ela ignorou as letras coloridas que lhe informavam que já passava das duas da manhã, vasculhou em seus contatos o número certo e apetou o botão verde. Ele atendeu no segundo toque.

– Porque você me deu isso? – ela sussurrou com raiva.

– Porque eu achei que você pudesse concertar – a voz dele lhe respondeu ainda apática, mas com uma nota quase infantil de esperança.

– O que?! – a voz dela soou histérica até para si mesma e Minako tratou de tentar diminuir o tom antes que acordasse Artemis de vez, não sabia se conseguiria lidar com o gato naquele momento, não sabia se conseguiria lidar nem consigo mesma.

Mamoru então explicou o que o objeto era, Minako só sentia a bolha de histeria em seu estômago inchar mais e mais.

– Mas agora ele não responde, nenhum deles responde. As pedras ficaram frias... Eu esperei, tentei canalizar poder para elas, fiz de tudo que podia pensar, mas não obtive resposta. Então eu achei que talvez... Talvez ele falasse com você.

Ela não respondeu, apenas terminou a ligação e ficou ali, sentada no chão. O telefone frouxo em sua mão e o olhar na joia caída em seu tapete.

Depois de um tempo ela engatinhou até o objeto e o tocou com a ponta do dedo. Sabia que deveria sentir alívio ao não despertar nenhuma reação, mas o sentimento que a invadiu havia sido o de pura decepção. O objeto era pequeno o bastante para caber em sua mão e Mamoru tinha razão, a pedra estava fria.

Ela se perguntou se a alma de alguém pode mesmo caber em algo tão pequeno quanto uma joia. Todas as experiências, todas as lembranças. Todas as coisas que ele havia feito, sentido, desejado, as promessas quebradas, as coisas que ele havia dito. Tudo que o que fazia um indivíduo único. O cérebro humano já lhe parecia tão pequeno comparado a enormidade de uma existência, imagina para alguém que teve várias?

Ela trouxe a joia para mais perto de si, notando pela primeira vez a força com a qual seu coração batia e levou o objeto aos lábios.

– Kunzite – ela sussurrou o nome de seu amante.

O nome ecoou pelo quarto, como havia ecoado muitas e muitas vezes e como em todas essas vezes, não obteve resposta. Bolha de histeria em seu estômago estourou e ela teve vontade de gritar. Exatamente como quando sua espada o havia atravessado na vida passada, exatamente como sua luz o havia engolido nesta vida, Kunzite havia partido para sempre e não havia nada que ela pudesse dizer o fazer para o impedir.

N/A: Essa fic é inspirada por Goodnight, Travel Well do The Killers a música das músicas sobre luto pra mim.

O brilho na kunzita que Mamoru deu para Minako não tem nada a ver com o Kunzite, kunzitas absorvem luz do sol e brilham no escuro.


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