Disclaimer: Sailor Moon é da titia Naoko.

Fic escrita para o Outubro VK! Dia 18. Tema: Fortuna do Amor

Heartworm

Ela suspirou feliz por finalmente estar longe do vento cortante da rua, mas mesmo no ambiente abafado daquele bar, sua respiração condensou um pouco a sua frente.

Minako sorriu e tirou as luvas, se lembrando de guardá-las na bolsa do casaco. Aquele outono já estava parecendo muito mais um inverno e Artemis dizia que ela já podia abrir uma coleção de luvas sem pares já que por distração estava sempre as perdendo e voltando para casa com uma mão roxa e gelada.

Mais para o fundo, onde estava o balcão, o ambiente era bem mais morno e ela acabou por abrir o cachecol. Um atendente que deveria sem apenas alguns anos mais novo do que ela corou ao vê-la. Ela sorriu ainda mais largamente enquanto fazia o pedido e quando ele se afastou, se perguntou se não deveria arrumar alguém para esquentar suas mãos geladas. Ela nem precisaria fazer grande esforço para seduzir o rapaz de olhos escuros, mas quando ele voltou com sua fumegante caneca de chocolate quente com rum, ela somente agradeceu e foi se sentar em algum lugar perto da janela por onde dava para ver o mar e a lua cheia.

O lugar seria terrivelmente romântico se não tivesse um cachorro latindo sem parar no cais, mas o casal que ela via no banco não parecia se importar. Minako tinha certeza que, apesar o vento em seus cabelos, eles não estavam com frio.

Já fazia um tempo desde que ela e Rei haviam decidido que seu relacionamento funcionava melhor como amizade e ela estava começando a se sentir sozinha de novo.

Não melhorava quando o tempo estava tão gelado e ela não tinha ninguém pra abraçar. E mesmo com sua tendência para a negação, estava difícil não notar que já tinha começado a ser indulgente demais consigo mesma e doces extravagantes que custavam mais do que ela podia pagar com seu salário de meio período, mas por enquanto, era só esse tipo de trabalho que ela estava conseguindo arrumar.

Talvez devesse procurar por alguém que pagasse os doces extravagantes pra ela, pensou divertida, numa tentativa pouco potente de tentar se animar encostando a cabeça da vidraça, o contato com a superfície fria machucando sua pele de um jeito estranhamente prazeroso.

Não é que estivesse triste, na verdade até gostava dessa estranha melancolia entre relacionamentos, simplesmente não queria entrar em nada sério agora.

“Até porque não seria realmente sério, não é mesmo?” ela se lembrou num tom um tanto amargo e tomou um gole de sua bebida. Rei havia sido sua última real tentativa. Talvez a única quando ela pensava em quão superficial havia sido todos os seus outros romances.

No momento em que a beijou pela primeira fez esperava que algo acontecesse, como um conto de fadas. Ela era uma bruxa muito mais poderosa que tolos soldados venusianos e deveria ser capaz de quebrar maldições com beijos.

Mas fazia tempo que ela havia chegado a conclusão que o beijo não funcionou porque ela simplesmente não estava amaldiçoada. Ela estava bem e feliz, pessoas amaldiçoadas não tem tanta sorte.

Fazia tempo que ela a havia decidido que sua Fortuna de Amor havia sido mesmo uma benção, a maldição havia sido posta em outra pessoa e em noites como aquela, em que ela não conseguia se sentir muito bem sobre si mesma, ela tentava se lembrar que a única parte triste é que, mesmo sabendo que ela jamais fosse fazer uma decisão diferente, era grande o alívio em nunca ter que escolher outra vez.

– Posso te fazer companhia?

Ele tinha olhos claros e era um pouco mais velho que ela, Minako notou que mesmo com o tempo frio o primeiro botão de sua camisa estava aberto. Minako sorriu e disse sim.

N/A: O título é uma palavra em inglês intraduzível que significa “amor do qual você não consegue se livrar”, também o nome de uma doença e eu não jogaria no google images se eu fosse você haha.

Quanto ao final, aquele era o Kunzite? Fica aberto a especulação, mas eu gosto de pensar que não era.

E se passaram somente 18 dias até que eu enfiasse Reinako no meio hahaha.

A fic é inspirada na música In Uma Notte Cosi da Deborah Blando.