Disclaimer: Sailor Moon é da titia Naoko.

Fic escrita para o Outubro VK! Dia 17. Tema: Máscara

A Face Atrás da Máscara

“If you wear a mask, you can never be happy.
If you don’t wear a mask, you can never survive.”

Mask SBS (2015)

Uma vez ela escutou que se você não usar uma máscara, nunca poderá ser feliz, mas se você não usar uma máscara jamais conseguirá sobreviver.

Na vida passada ela usava a máscara da Deusa. Era uma máscara pesada aquela, a feita de diamantes e lábios de rubi. Os lábios de pedra eram frios aos beijos e a matriz dura fora forjada para ser inquebrável, mas é verdade que o pecado da pedra é ser inflexível, coisas assim quebram e não foi diferente com sua máscara. Ainda lhe parecia absurdo como o quão facilmente ele havia passado por suas defesas, por seu disfarce, e agarrado seu coração com seus indelicados punhos de soldado e o levado embora. Era de se esperar que só devolvesse cacos no final, são coisas frágeis corações de pedra, eles esfarelam se não tomado o cuidado o suficiente. E quando ele havia jogado o coração contra sua máscara não havia nenhum cuidado envolvido.

Era de se esperar que ela temesse a máscara que recebeu em sua segunda vida. Mas ela a colocou no rosto como se não tivesse um grande esforço por trás do gesto. Embora não fosse de diamantes e nem de longe tão resistente, essa nova máscara ainda era pesada, talvez mais pesada porque dessa vez ela era algo que nunca foi em sua vida passada: inocente. Mas isso, aos poucos, foi corrigido também, pois na falta de uma máscara mais poderosa, seus esforços foram concentrados em impedir que o passado se repetisse, em fortificar seu coração. Mesmo que para isso tivesse que se reinventar totalmente para acomodar a máscara. Mesmo que ela tivesse que renunciar todas as possibilidades e sufocar seus sonhos para viver uma vida apenas.

Ela jamais ousaria procurar e certamente tinha medo do que encontraria se visse seu rosto nu no espelho. Veria a Deusa? A heroína? A menina? Ou veria algo completamente transfigurado? Havia ela se tornado um monstro?

Conforme o tempo passava a pergunta ficava cada vez mais esquecida no fundo de sua mente. E quando chegou o momento de tirar o disfarce, de jogar sua máscara ao vento, na parte escura e não visitada de sua mente ela soube com certo desespero que, embora o objeto houvesse sido descartado na noite e flutuado para longe, a máscara jamais havia deixado seu rosto. Ela estava segura em cada sorriso, em cada farfalhar de sua saia laranja.

Ela não se importava mais com algo como felicidade, havia renunciado isso vidas atrás, mas sobreviver disso ela não podia abrir mão.