Ponto de Impacto escrita por Além do Meu Olhar


Capítulo 31
Um pedido de desculpa...


Notas iniciais do capítulo

Juju encontrou em Marcelo um amigo e essa relação está a cada minuto mais forte.

Boa leitura!



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Marcelo dirigiu até o hospital enquanto Juju ficou em silencio no carro, ao estacionar ele virou para trás.

—Tudo bem?

—Tudo, será que o vovô está ai dentro?

—Sim, você já esteve aqui no hospital?

—Só uma vez que eu cai e bati a cabeça no chão e dai minha vó me trouxe aqui.

—Hum, é aqui que eles cuidam de cabeças machucadas e vovôs doentes... Mas não deixam crianças entrar, então a gente só vai perguntar e depois vai direto para sua casa.

—Ta. – a menina disse com segurança.

Ele a ajudou a se soltar do cinto e mais uma vez se surpreendeu quando a menina segurou sua mão com força.

Andaram até a recepção onde uma enfermeira estava atenta ao um monitor a sua frente.

—Boa noite... – Marcelo disse e olhou para Juju que não tirava os olhos dele, então pegou ela no colo para que ela pudesse escutar oque iam falar. – O vô dessa mocinha veio para cá um pouco mais cedo, será que temos como saber notícias dele?

—E da vó Lica que passou mal também.

—Oi, você não é a Juliana?

—Sim, como você sabe?

—Eu sou amiga da sua prima, a Lúcia.

—É? E ela sabe do vovô e da vovó?

—Acho que sim, ela que está cuidando deles, vocês aguardam um minuto que vou chamar ela.

—Sim, estaremos aqui. Vamos sentar Juju?

—Sim.

Marcelo segurando ela foi até a sala de espera ao lado da recepção e sentou com ela em seu colo.

—Quer sentar aqui do lado?

—Não, quero ficar com você, esse lugar é meio estranho né?

Ele sorriu ao ver que ela estava com medo, o cheiro de hospital além das paredes envelhecidas e amareladas pelo tempo não deviam ser atrativos para crianças.

—É, mas é um lugar bom, porque as pessoas vem aqui doentes e saem boas...

—Mas as vezes ela morrem né? -Marcelo se assustou com a perguntar e não soube o que falar. – Assim como meu pai e o vó da mamãe que era meu biso, os dois morreram.

—É também tem isso no hospital...

—Você acha Marcelo que meu vô Dudu vai ficar bom?

—Acho que sim querida, ele é forte não é?

—É sim ele consegue ficar comigo no colo bastante tempo e eu sou pesada.

Marcelo riu com carinho do jeito inocente da menina nem parecia a mesma do jantar uma semana atrás de olhos sentidos e rosto fechado.

—Então ele é muito forte vai ficar bem.

Uma moça se aproximou deles.

—Oi Juju lembra de mim?

Marcelo largou Juju e se levantou.

—Oi tia! – ela deu um abraço na moça.

—Nossa como você cresceu hein? Não é atoa que vai fazer 6 anos já! Está uma moça! E você?

—Marcelo eu sou amigo da Juju.

A menina sorriu ao escutar o que ele disse e segurou na mão dele.

—E o vovô? Já sarou?

—Ah querida, o vovô Dudu, está na CTI, que é um lugar onde ficam as pessoas que estão bem doentinhas. – a moça explicou com voz carinhosa. – Mas eu ouvi dizer que ele já está melhorando, só vai demorar um pouquinho para poder voltar para casa.

—Que pena que ele ficou nesse lugar né?

—Mas é bom ele ficar lá, dai vai sair pronto para se divertir na as festa, ouvi dizer que vai ser um festão!

—E a vovó?

—A sua vovó deu um susto também, mas ela já vai para casa amanhã cedo, só está em observação. Você quer ver ela?

—Eu posso?

—Pode, mas não vamos contar para ninguém, vai ser nosso segredo. Ela está num quarto sozinha, então a Juju pode ver ela rapidinho. – explicou para Marcelo.

—O Marcelo pode ir junto? – ela falou apertando mais forte a mão dele.

—Pode sim, venham.

Os dois seguiram ela até um quarto com a inscrição “Observação 3” na porta. Os três entraram e a senhora estava sentada na cama em seu braço estava um soro.

—Vó? Olha só quem veio te visitar, mas não pode ficar nervosa viu dona Lica!

—Juliana! Meu Deus, a meu amor como você está?

Juju não largou da mão de Marcelo e o puxou até perto da cama para poder olhar a vó de perto.

—Bem...

—Querida não precisa ter medo, a vovó já está bem, você pode por ela aqui perto de mim? – perguntou para Marcelo que recebeu confirmação de Lúcia então pegou a menina e colocou ela sentada na beirada da cama. – Desculpa meu amor, por ter te deixado lá naquela tia que você não conhecia, doeu tanto meu coração...

—Não chora vó! – a menina falou com voz de choro também. – Eu gostei daquela tia, ela até me deu bolo, mas eu não comi.

—Que coisa, isso, Dudu achar de ficar doente bem no nosso fim de semana com essa mocinha, você é o namorado da Bianca?

—Sim, Marcelo, prazer.

—Obrigada por vim cuidar da nossa Juju, eu estava tão nervosa, mas a Lucia contou que Bianca tinha ligado e que você estava vindo.

—Imagina eu não fiz nada de mais, eu adoro essas duas.

—Que bom. A Bianca merece ser feliz né Ju?

—Sim...

—E não se preocupe no seu aniversário vamos todos estar bem.

—Juju agora dá um beijo na vovó e vocês precisam ir antes que alguém brigue comigo.

—Tá bom. Vovó fica com os anjinhos e volta logo para casa, e dá um beijo no vovô.

—Pode deixar meu amor, se comporte tá bom!

—Ta. – Marcelo também se despediu e pegou Juju no colo novamente para saírem do hospital acompanhados de Lucia que foi até no estacionamento com eles.

—Obrigado.

—Imagina, essa pequena ai vai ajudar a tia a ficar boa, eles adoram tanto ela que nem sei. Um pedacinho do Júlio que ficou.

—Imagino. Bom nós vamos então.

Se despediram e Juju foi para o banco de trás e Marcelo dirigiu para a casa de Bianca.

—Marcelo? – logo que o carro entrou em movimento a menina questionou. – Será que a minha mãe vai voltar para casa?

—Claro que vai, só que não sei se agora a noite, quer dizer já são umas 4 da manhã, provavelmente amanhã de manhã, vamos ligar para ela quando chegarmos está bem?

Marcelo se concentrou na direção ao mesmo tempo que a sua mente refazia os últimos acontecimentos como se não fosse ele que tivesse vivido aquilo, o carinho e a confiança que Juju demostrou foi muito forte, talvez os últimos acontecimentos tenham causado aquilo, mesmo assim ele estava muito feliz parecia que finalmente ele e ela tinham uma relação.

Quando chegou viu que a menina dormia serena, não tendo coragem de acorda-la, pegou meio desajeitado e a levou para cama.

Tirou as sapatilhas dela e a cobriu ela se enrolou num ursinho sobre a cama e continuou adormecida.

Marcelo ligou para Bianca assim que chegou na sala.

 

—_______

 

B: Marcelo? Cadê a Juju?

M: Está bem, dormiu no caminho e já coloquei ela na cama.

B: Tadinha deve estar muito cansada.

M: Está sim, mas agora está mais calma, passamos no hospital saber do vô e com a ajuda da Lucia conseguiu ver e avó.

B: Que bom meu amor, isso deve ter tranquilizado a minha pequena, interessante ela querer ir no hospital, ela tem medo.

M: Eu percebi, mas foi muito corajosa.

B: Querida... E eu aqui presa nesse lugar!

M: Calma Bia, não chora amor, ela está bem, os avós estão bem.

B: Meu amor, nossa eu nem sei oque eu te dizer, como te agradecer...

M: Parando de chorar já é o começo... Sua filha está bem, claro que preferia você aqui...

B: Mas e como ela está com você?

M: Nem vai acreditar, mas está uma princesinha.

B: Sério?

M: Sério, me deu até um abraço.

B: Viu só eu disse que ela é uma boa menina.

M: Eu nunca pensei ao contrário, e ai como está?

B: Chovendo sem parar, até luz faltou agora pouco.

M: Só sai dai se o tempo melhorar entendeu?

B: Pode deixar.

M: Vai descansar agora amor e me liga amanhã a hora que puder vim!

B: Sim... Eu te amo muito.

M: Eu também Bianca! Boa noite!

B: Boa noite...

 

—_____

 

Marcelo deitou no sofá e logo adormeceu já estava quase amanhecendo e o cansaço tomou conta dele.

Perto das seis da manhã um grito de pânico o fez despertar e logo reconheceu Juju chamando por ele, saiu correndo até o quarto.

—Ei pequena o que foi?

—Marcelo... – ela estava chorando sem parar, então ele sentou na cama e a pegou no colo, a menina se enrolou nele ainda aos prantos.

—O que foi Juju? Fica calma meu bem...

—Eu tive um sonho muito ruim... O meu vovô na sala passando mal...

—Ah querida, não foi nada, já passou, já passou... – falou embalando ela.

 

—Cadê minha mãe?

—Ainda está presa lá...

—Marcelo você fica aqui comigo?

—Mas eu estou aqui...

—Não fica aqui no quarto...

—Fico sim... Vou puxar aquela poltrona aqui do lado da cama, ai você pode dormir mais um pouquinho... – falou indicando uma poltrona próxima da porta.

—Está bem... – disse a menina se acomodando na cama e observando ele puxar à poltrona mais perto.

—Pronto, agora não vou deixar nenhum sonho ruim perturbar teu sono! – ele sorriu arrumando a coberta em volta dela.

—Marcelo? – ela disse com voz suave. –Posso te falar uma coisa?

—Claro, pode falar o que quiser.

Com os olhinhos inchados e doces ela o olhou.

—Me desculpa por tudo que eu fiz no jantar.

—Que isso Juju, isso já passou... Até já esqueci.

—Mas eu quero pedir desculpa e dizer que não vou fazer de novo.

—Então tá, está desculpada não precisa mais pensar nisso.

A pequena sorriu e se virou logo adormecendo novamente sobre o olhar emocionado de Marcelo que ficou velando seu sono.

 


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Notas finais do capítulo

*-* Ta tendo MaJu :)

Beijos