“Tentar esquecer alguém que você ama é como tentar esquecer alguém que você nunca conheceu. Inútil e impossível.”

Autor desconhecido

Emily estava com medo. Medo que Alicia descobrisse a verdade, medo que velhos sentimentos antigos viessem à tona. Mas, em meio ao medo ela tinha esperança. Quando viu Aaron no escritório pela primeira vez, ela não pensou nele ou nela, e sim em uma garotinha que havia deixado há anos atrás. Sim, ela pensara em Emma. Logo que teve a oportunidade de sair com a equipe (ela provou a eles que não estava lá por política), ela começou a conhece-los. Na hora de ir embora ela pegaria um taxi, mas ele lhe ofereceu carona e ela aceitou. O que ela poderia fazer? Se tinha alguém em que confiava era ele.

Por um tempo ele exitou em não oferecer a ela carona, mas o que poderia acontecer? O pior já ocorreu há anos atrás. “Está gostando da equipe?” Ele quebrou o gelo, “Sim, eles são legais” ela disse. “Então como ela está?” Aaron lhe fez a pergunta que estava em sua mente há dias, não que ele já não tivesse visto ela (mesmo que Emily não soubesse), ele tinha meios para observa-las. “Ela está bem”, eles permaneceram em silêncio até Aaron anunciar “Chegamos”. “Boa noite” eles se despediram.

Ela não sabia se o que estava fazendo era certo. Estava na biblioteca, no horário marcado pela outra garota, mas não pode deixar de pensar que isso era errado. Ela não contou a mãe sobre a garota, por algum motivo algo dentro dela dizia que não era a hora, da mesma forma que dizia que ela precisava ir. A teoria de gêmeas era maluca, contudo tinha argumentos validos. Ela morava com a mãe e não conhecia o pai, da mesma forma que a outra morava com o pai e não conhecia a mãe, era muita coincidência. Alicia sempre quis saber mais do pai, porém seria impossível arrancar a verdade da mãe, que sempre se esquivava do assunto. Por vezes ela tentou perguntar a avó, mas era ainda mais difícil, como política sua vó sabia muito bem guardar segredos. Porém enquanto esperava Emma, ela deixou sua mente vagar por uma memória de alguns anos atrás.

Eram férias e como a tradição ela estava passando esse tempo com a avó, claro que ela tentou inúmeras vezes perguntar sobre o pai, mas sempre que começava a vó fugia do assunto. Pelo que havia escutado de uma conversa telefônica da avó na noite anterior sua mãe iria chegar hoje (não que ela fosse enxerida, ela só era curiosa). Já passava das quatro horas da tarde, quando andando pela embaixada ela escuta vozes em uma sala, que normalmente estava vazia, ela pensou em passar direto, mas a curiosidade foi mais forte. “Você é louca Emily” ela escutou a voz da avó “Não eu não sou. Sou uma mãe, agora fala baixo que Alicia pode escutar” sem dúvida alguma a menção do seu nome a deixou mais curiosa “Está bem, mas se ele descobrir o que você fez, o trato será desfeito...” ela escutou o alerta de sua vó “Eu sei mãe, mas eu precisava ver com meus próprios olhos...” Ela não pode escutar o resto da conversa, pois pelo seu deslize (ela tinha esbarrado na porta e fez com que ela abrisse) elas pararam a conversa imediatamente. Percebendo que elas já tinham a visto, ela inventou uma desculpa “Eu estava procurando a Holly” esse era o nome da garota filha de um amigo da avó, ela tinha quase a mesma idade de Alicia. Emily ficara tensa e perdera completamente a cor quando percebeu que a garota estava ouvindo a conversa, era claro que ela tinha ouvido, ela só não sabia o quanto.

“Achei que não viria” Emma a retirou das lembranças “E você está atrasada” Alicia a advertiu. Emma deu de ombros “Desculpe senhorita, só que eu estava limpando alguns livros velhos”. Alicia franziu a testa “Serio!? Você trabalha aqui?” Emma negou rapidamente “Não, está doida? Eu só estou de detenção”. Elas conversaram por cerca de uma hora, falaram sobre os pais e sobre elas mesmas, em alguns minutos já estabeleceram um vínculo, e fizeram um acordo de procurar nas coisas dos pais, alguma pista sobre elas. Marcaram para se encontrarem em alguns dias, trocaram os número de telefone e combinaram de só falar uma com a outra. Não dizer nada a ninguém.

Enquanto o passado estava de alguma forma prestes a ser desenterrado, os membros daquela família estavam se conhecendo novamente. Logico que Emily viu Emma algumas vezes, mesmo que nem a jovem e muito menos o pai tivessem visto ela, como uma agente da Interpol ela sabia se disfarçar muito bem. Enquanto a Aaron conseguiu ver a garota apenas de relance quando Emily a deixava na escola.