“A arte de interrogar não é tão fácil como se pensa. É mais uma arte de mestres do que de discípulos; é preciso ter aprendido muitas coisas para saber perguntar o que não se sabe.” Jean-Jacques Rousseau

Emily estava em uma prisão federal acompanhada de Aaron, não se preocupem eles não estavam presos. Apenas estavam fazendo uma entrevista com um cara, que a palpite de Emily sabia demais. “Ora, Ora Hotch, trouxe a esposa para me conhecer?” Emily congelou, tudo bem que ela já entrevistou caras piores que ele, mas esse definitivamente sabia muito. “Ela não é minha esposa” ele disse, apesar do que ele disse fosse verdade, Emily não pode deixar de se sentir um pouco triste, mas claro, ela era profissional o suficiente para não demonstrar.

Quando eles saíram daquela prisão, ele pode finalmente soltar o folego que nem sabiam que estavam segurando. Ele olhou para ela, e percebeu que ela olhava para ele. O que eles fizeram foi difícil, ou melhor o que ela fez, ela se fez de fã daquele maldito, ele sabia que isso a tinha perturbado, mas não a ponto dela querer ter uma conversa sobre isso. Contudo ele também sabia que devia algumas explicações a ela.

Ally, revirou todas as coisas da sua mãe, e sabe o que ela achou? Nada. Isso estava começando a irrita-la, não estava chegando a lugar nenhum, precisavam de uma abordagem mais extrema e ela sabia exatamente qual seria. Pegando o telefone ela ligou para o número que Emma tinha lhe dado, ela esperou a voz do outro lado se identificar como Emma Hotchner e lhe perguntou “Tem como nós encontrarmos agora?” a garota do outro lado da linha disse que sim, então Ally passou um endereço “Vá sozinha, e não, não é a casa de alienígena ou seja lá que criatura mítica você acha que seja.”

Emma chegou ao local, felizmente ela conseguiu ir sozinha, Jess sua babá achava que ela estava na biblioteca, mas ela conseguiu sair mais cedo para encontrar Ally. Quando ela chegou ao local ela ficou sem palavras, a única coisa que ela poderia pensar é que o pessoal desse bairro tinha dinheiro. Ela sabia sobre o bairro, seu pai uma vez disse a ela que era um bairro de políticos. “Parabéns, você não está atrasada” Ally disse ao se aproximar dela “Então qual o plano?” Emma perguntou e Ally deu de ombros “Nossa busca não está dando em nada, então você precisa conhecer alguém, ou se estivermos certas apenas rever alguém” Ally sorriu. Emma não entendeu muito bem, mas a seguiu. Ally tocou a campainha e um senhor aparentemente bem velho atendeu, o velho se assustou ao ver as duas ali lado a lado, mas Ally não se assustou, ela foi entrando e puxando Emma para dentro “Phil poderia dizer a vovó que eu estou aqui?” O velho assentiu com a cabeça e saiu.

“Você acha que isso vai dar certo?” Emma perguntou descrente, Ally sorriu “Se alguém pode nós dizer é ela” Emma estava tão deslumbrada com a casa, que mal percebeu que Ally disse querer falar com a vó. Foi então que de repente ela ouviu os passos de alguém, provavelmente uma mulher já que era o som de saltos, foi quando a dona da voz disse “O que te traz aqui Ally?” Foi então que Emma se virou para a dona da voz, Ally disse algo como “isso”, e apontou para as duas e a senhora ficou lá parada no lugar. “Antes que a senhora venha dizer qualquer coisa, eu gostaria que soubesse que queremos saber a verdade” Ally disse, a senhora apenas fez que sim com a cabeça e pediu a elas que se sentassem, ela se sentou na frente delas “Não pensei que veria vocês duas juntas de novo” A senhora sorriu e limpou uma lagrima. “É com licença dona, parece tudo legal, mas eu estou boiando aqui” Emma finalmente declarou, a senhora riu murmurou algo como “Maus modos hereditários” e em seguida falou normalmente “Meu nome é Elizabeth, Emma” a garota disse quase que automaticamente “Meu segundo nome é Elizabeth. E como a senhora sabe meu nome?” A embaixadora limitou-se a sorrir “Eu conheço seu sobrenome, porque ele foi ideia minha querida. E por favor me chame de vovó” Foi então que as coisas começaram a fazer sentido, ela sorriu “Isso quer dizer...” Elizabeth completou “Eu sou a mãe da sua mãe” “Uau”. Não que estivesse com ciúmes da avó, tudo bem que Elizabeth sempre fora dedicada a ela, mas Ally sentiu a necessidade de intervir “Então que tal uma história?” Elizabeth encarou a neta, como sempre direta, ela não sabia ao certo se ela havia herdado essa característica do pai ou da mãe, ou pior que Emma também tivesse herdado isso. “O que posso fazer, é confirmar suas suspeitas. Ambas são gêmeas” foi então que Emma murmurou algo como “Eu gostava da teoria dos aliens, mas essa é melhor” Elizabeth a olhou curiosa enquanto Alicia disse algo como “Ela é nerd” e Emma respondeu rapidamente “Eu não sou nerd, apenas gosto de ficção” fazendo Ally rolar os olhos. Elizabeth sorriu, era bom ver as netas juntas de novo. Ela as convidou para tomar chá, Alicia aceitou mais que depressa, enquanto Emma perguntou se não teria café. Talvez as duas não fossem tão idênticas assim.

Voltando aos pais, Hotch dirigia e observava Emily em silêncio, não conseguindo mais manter-se calado ele pergunta “Você está bem?” ela diz que sim, ele se repreende por ter perguntado, afinal ela é Emily Prentiss, ela sempre está bem. “Como ele sabe?” ela perguntou, ele não se deu ao trabalho de perguntar o que “Eu não sei, basta pesquisar nossas vidas mais a fundo” ele percebeu a preocupação em seu rosto “O que foi?” ela ficou um pouco brava consigo mesma, afinal depois de mais de uma década ele ainda podia ler ela “Você não acha perigoso algo acontecer a elas?” era uma pergunta que ela considerava boba, mas as vezes seu instinto maternal tinha a mania de atrapalhar sua razão. “Sempre pode acontecer, mas não vai. Eu te prometo” Ela sorriu com a promessa, enquanto ele se repreendia, afinal porque diabos ele estava prometendo algo a ela? Mas então ele se lembrou de suas meninas, aconteça o que acontecer ele jamais deixaria nada de ruim acontecer a suas garotas. E mesmo que ele não tenha percebido, isso vale para as três.