Custe o que custar escrita por Deh


Capítulo 3
O encontro


Notas iniciais do capítulo

Divirtam-se *-*



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/649339/chapter/3

“A vida é a arte do encontro, embora haja tanto desencontro pela vida.” Vinicius de Moraes

Aquele dia seria de surpresa e reencontro, acho que quando dizem que não se pode fugir do destino, estão apenas dando-lhe um aviso sobre a verdade mais óbvia desse mundo. Se o destino daqueles dois era se encontrarem, não haveria força no mundo que os impedissem nesse momento.

Ela acordou cedo, estava muito animada, seria o primeiro dia de trabalho. Se arrumou e estava tomando café esperando a garota descer também. “Bom dia mãe” ela disse com um sorriso no rosto, embora Emily pudesse jurar que era falso. “Bom dia querida”. Já no carro em direção a escola, que Emily teve o cuidado de pesquisar bem para ver ser outra menina daquela mesma idade e bem semelhante a que estava ao seu lado não estuda lá, ela disse “Alicia eu sei que você não queria vir” a garota a olhou desconfortável “Não é que eu não queria me mudar, é só que é tão difícil se adaptar em um lugar no qual você não conhece ninguém” a agente respira fundo lembrando de sua própria infância e das inúmeras escolas em que estudou “Mas você vai conseguir, sempre consegue” ela sorriu de lado, dessa vez foi de verdade “Afinal como diria a vovó eu sou uma Prentiss, viajar está no sangue” ela diz meio que fazendo uma piada do que a avó sempre diz, mas Emily não pode conter o pensamento “Mas é uma Hotchner, permanecer está no seu sangue.”

Enquanto ela estava animada, ele estava o oposto disso. Ele tinha um contato no escritório do vice diretor do FBI, e a poucas horas esse contato tinha lhe informado que supostamente chegaria um novo agente para sua equipe. Ele realmente duvidou daquilo, Strauss não colocaria alguém ali sem sua permissão, se bem que se tratando daquela mulher poderia se esperar qualquer coisa. Mesmo com essa preocupação, ele não se deixou abalar e levou a filha para escola, eles se despediram como sempre faziam e quando ela saiu ele apenas a lembrou “Juízo” ela sorriu “Pode deixar, esse é meu segundo nome”. Ele não pode deixar de fazer um comentário mental “Seu sobrenome é Elizabeth querida” sim, seu segundo nome era o primeiro nome da avó materna, embora claramente ela não soubesse da avó.

Alicia estava indo em direção a sala do diretor, mas quando a secretaria a viu se assustou “Emma!?”, Alicia claro negou, “Não senhorita, eu sou Alicia Prentiss vim pegar meus horários” a secretaria parecia duvidar, mas não a questionou “Alicia hein?” a jovem assentiu “Sim, cheguei de Londres recentemente, minha mãe conseguiu um emprego aqui, então tive que vir também.” A mulher a observou, seu estilo realmente tinha um toque europeu, sem falar que ela possuía um sotaque levemente britânico. “Sendo assim aqui está seu horário minha jovem, boa sorte” a jovem Prentiss pegou o papel e agradeceu. Durante as aulas dois professores mais antigos chegaram a lhe chamar de Emma novamente, aparentemente ela tinha uma forte semelhança com essa tal de Emma.

Enquanto uma buscava se adaptar à nova vida, a outra estava participando de suas atividades extra curriculares. Como ficava em tempo integral na escola, era parte da turma dos esportistas. Era campeã em natação, e vice em tênis. Mas isso não a impedia de ser terrível na escola. Não era da barra pesada, mas sempre aprontava algo. “Emma” a secretaria do diretor a chamou “Em que posso ajudar senhorita Smith?” a mulher já acostumada com a garota disse simplesmente “O diretor quer vê-la”. Isso não era novidade, novidade seria o que viria a seguir. Emma estava de castigo, e dessa vez não seria apenas detenção ela ainda teria que fazer trabalho comunitário na biblioteca municipal. Sem dúvida desse vez seu pai a mataria.

Emily estava na sala do chefe segurando suas caixas, elas a impediam de reparar o local, mas quando o homem chegou, seu sangue esfriou e o estomago congelou. “Emily!?” Ele pronunciou seu nome de forma sinistra, a julgar pelo quanto estava pálido era logico que ele não esperava vê-la ali. “Olá Aaron, creio ser sua nova agente” ela tentou dizer calmamente. Tenho que dizer que a conversa foi um pouco estranha no mínimo. Ficarem sem se ver por doze anos e do nada ela aparece no escritório dele dizendo ser sua nova subordina, era logico que isso não é comum. Ele confessou que não havia nem ao menos visto seus papeis de transferência, mas ela logo o cortou “Eu não sabia que estaria trabalhando com você, mas vamos tentar manter isso profissionalmente”.

Ele aceitou. Era claro que tinha que aceitar, ela fora transferida por pessoas do escalão superior, e tudo que eles poderiam fazer era apenas obedecer as ordens. Ele aceitou a proposta dela e ainda complementou “nada do passado” ela concordou. No princípio a equipe não a aceitava muito bem, ainda mais quando descobriram que sua mãe era embaixadora, eles acreditavam que ela seria apenas mais uma informante de Strauss. Porém naquele ponto ele discordava, poderia fazer anos que não via ela, mas se tinha uma coisa que Emily jamais faria seria politicagem.

A garota contou a mãe que em seus primeiros dias de aula, algumas pessoas a chamavam de Emma, a mãe logicamente ficou com medo, mas não houve tempo de demonstrar, ela estava em um caso. Alguns dias mais tarde, Alicia pediu a mãe para poder ir a uma biblioteca, a mãe como estava fora autorizou a babá a leva-la. A babá a deixou na ala principal e disse “Vou ali, volto daqui a pouco, não saia daqui ok?” a menina assentiu, e ficou com um pensamento em mente, “como uma babá pode ser tão irresponsável?”. Ela estava reconhecendo a área, se tinha uma coisa que Alicia gostava era de bibliotecas. Não importa o país, uma biblioteca é sempre uma biblioteca, ela aprendera com sua avó, está que havia de alguma forma ensinado a ela como aproveitar as viagens. Porém em meio ao seu passeio, ela trombou em uma garota da mesma idade, ela foi educada a ponta de se desculpar, mas quando focou o olhar no rosto da garota se surpreendeu.

“Olha por onde anda!” Emma soltou de forma mal educada, para a garota que havia trombado nela, com certeza era mais uma rata de biblioteca. Porém quando olhou para o rosto da garota viu o seu próprio reflexo de cabelos longos. “Isso é estranho” Emma disse, “Muito estranho” Alicia disse a encarando “Deixe-me chutar, você é Emma?” Emma assentiu “Como você sabe meu nome? Por favor não me diga que é um clone alien do mal que vai me substituir”. A outra garota se assustou “Não claro que não, não estamos em um episódio de arquivo X” ela finalizou com a testa franzida. “Prazer sou Alicia, mas pode me chamar de Ally” ela disse com a mão estendida para um aperto, “Emma, e me chame de Emma” ela deu um toque na mão de Ally. “Claramente você não tem modos” Ally fez uma observação, “E você Barbie, porque está aqui e não na Inglaterra?” Ally revirou os olhos “Por que minha mãe foi transferida pra cá, e tive que vir junto né” Emma a olhou com um sorriso travesso “E seu pai?” Alicia deu de ombros “Não o conheci” o sorriso de Emma estava cada vez maior “Oh não, nem vem” Ally disse “A vamos lá você não conhece seu pai eu não conheço minha mãe, a gente se parece e se...” Ally a encarou “Fossemos gêmeas!? Por favor né, isso parece roteiro de filme independente”. “Emma!” alguém chamou, “Faz o seguinte, amanhã uma hora mais cedo. Agora tenho que ir”. Emma saiu deixando a outra garota ali sozinha.

“O encontro de duas personalidades assemelha-se ao contato de duas substâncias químicas: se alguma reação ocorre, ambos sofrem uma transformação.” Carl Jung


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Custe o que custar" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.