Tal Mãe, Tal Filha escrita por Candidamente


Capítulo 5
Feliz Natal


Notas iniciais do capítulo

Chegueeei ♥
Boa leitura ♥



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/649265/chapter/5

A neve enchia os parapeitos das janelas da biblioteca enquanto o Sol baixava no horizonte. Rose, embora exausta de tanto escrever em pergaminhos, relia um livro sobre azarações pela terceira vez, por precaução.

Ela poderia estar muito animada, afinal, o tão aguardado Natal finalmente chegara. Porém, nem sequer voltou a Londres para passar o feriado com a família. Optou por ficar em Hogwarts, aproveitando as duas semanas sem aulas para estudar ainda mais para os N.O.M.s, que viriam no final do ano letivo. Sua mãe tentou a todo custo fazer com que voltasse para casa, porém não teve sucesso.

Havia uma semana, Rose recebera uma carta de casa. Nela, Hermione dizia que admirava a escolha da filha, pois significava que a menina estava determinada e empenhada. Logo abaixo, a mãe lhe repreendia dizendo que com apenas quinze anos, ela estava nova de mais para se preocupar tanto com responsabilidades, deveria voltar e se distrair com os primos n'A Toca.

Hermione implorou, mas Rose não voltou para casa.

Albus também decidira ficar em Hogwarts, não para estudar, mas sim porque não queria deixar Rose sozinha. Além disso, aquela poderia ser a sua única oportunidade de saber como era o Natal na escola e de conquistar uma garota da qual ele não tirava os olhos desde setembro.

Rose sentira-se muito agradecida, embora Scorpius também tivesse permanecido na escola e estivesse sempre junto com Albus.

O céu já estava escuro como breu e as velas da biblioteca já haviam sido acesas, quando os dois garotos chegaram. Rose nem sequer desviou os olhos do livro.

— Ei, Rosie — falou Albus. — Vamos para o Salão Principal? E, caso você não queira ir, eu trouxe Scorpius para me ajudar a te arrastar para lá.

Ela baixou o livro. Rindo, encarou o dito cujo ao lado do primo. As vestes da Sonserina até que lhe caíam muito bem, ainda mais se fosse considerado o quanto ele adorava exibir o brasão que trazia no peito, fazia-se acreditar que era realmente parte daquela Casa. Havia muito ele deixara de engomar os cabelos como fazia no primeiro ano; agora fios soltos caíam-lhe sobre a testa e outros, lisos embora um tanto rebeldes, moldavam-lhe o cabelo. O Scorpius de quinze anos era alto, ainda que alguns centímetros mais baixo que Albus.

Rose gostava dos olhos dele, simplesmente. No entanto, não se atrevia a olhar diretamente para eles. Quando isso acontecia, sentia-se quase tão nervosa e tímida quanto no dia em que fora mandada para a Grifinória pelo Chapéu Seletor.

— E o que eu vou fazer lá, Al? — perguntou ela. — Ainda nem está na hora do jantar.

— Eu acho que você deveria largar um pouco os livros e vir com a gente, mesmo que não tenha muito que fazer — comentou Albus, então acrescentou, animado: — Além do mais, Scorpius está com os bolsos cheios de doces.

— O que não significa que eu vá convidar com você, Weasley. — brincou Scorpius e, na mesma hora o amigo lhe deu uma cotovelada no braço. — Quer dizer... talvez eu lhe ofereça um ou dois Sapos de Chocolate...

Albus revirou os olhos.

— Vamos, Rosie...? — insistiu, cauteloso.

Rose iria de qualquer forma, não aguentava mais, realmente precisava de um pouco de descanso. Ela acenou a varinha, de modo que encantou suas coisas para que se organizassem metodicamente dentro da mochila, levantou-se e deixou que o primo lhe passasse o braço pelos ombros enquanto saiam da biblioteca.

No meio do Salão Principal havia apenas uma mesa, devido ao fato de que poucos alunos haviam permanecido em Hogwarts. Alguns já estavam sentados e conversavam. Rose não conseguia deixar de observar as quatro árvores de Natal, uma em cada canto do salão.

Ela, Albus e Scorpius acomodaram-se na ponta da mesa e o último esvaziou os bolsos. Eles não comeram muito, ou não teriam fome para a farta ceia de Natal que seria servida mais tarde, tal que estavam doidos para provar. Rose comeu um Caldeirão de Chocolate e dois Diabinhos de Pimenta, arrancando gostosas risadas dos dois garotos quando sua boca fumegou.

— Olhe só, Al — Scorpius mostrou uma figurinha de Sapo de Chocolate para o amigo e logo depois para a garota ruiva ao seu lado. — Você quer, Weasley?

O sujeito na figurinha era a mãe de Rose, mas ela estava nem aí, já tinha vários cromos como aquele. Aceitou apenas para presentear Hugo quando ele voltasse d'A Toca. Ela sorriu guardando a figurinha no bolso da capa, o garoto deu-lhe palmadinhas nas costas.

— Feliz Natal. — desejou-a.

— Feliz Natal. — repetiu Rose, não só para Scorpius, mas também para Albus, que sorriu, desejando-lhes a mesma coisa.

De repente, alguma coisa iluminou o olhar de Albus e os outros dois sabiam do que se tratava: Mary Corner, dos conhecidos cabelos ondulados e escuros na altura dos ombros; ela era a irmã mais nova do goleiro e capitão da equipe de quadribol da Corvinal. A garota acabara de passar, dirigindo-se a Leslie Wynne, que estava sentada ao lado do irmão gêmeo, Jesse. Até onde Rose pôde presumir, aquela era a única das colegas de dormitório de Mary — com as quais andava sempre junto — que não havia voltado para casa.

— Vá falar com ela, Albus — instigou a prima. — Está esperando o quê?

— Al, vá de uma vez — aconselhou Scorpius, falando baixo. — Antes que o Wynne faça isso primeiro!

Albus olhou do amigo para a prima, que sacudiu a cabeça, encorajando-o; o outro fazia sinal com as mãos para que ele se levantasse. Então, finalmente, o garoto tomou coragem e caminhou até Mary. Rose e Scorpius observavam-no atentamente: ele pediu licença para sentar-se ao seu lado, o que ela cedeu; a partir daí começou a falar, portanto Rose parou de prestar atenção.

— Jesse é um cara legal. — disse ela. — Mas eu não suportaria ver Albus arrasado de novo...

— Ele vai se sair bem desta vez. — assegurou Scorpius.

Rose assentiu, colocando os cachos vermelhos para trás da orelha. Decidiu que queria conversar, mudar de assunto... Conhecia Scorpius havia tanto tempo, sabia como ele era em termos de personalidade, após anos de convívio — obviamente, Albus o conhecia muito melhor. Porém seus assuntos eram sempre sobre Albus, ela percebeu que nunca houvera uma conversa de verdade entre eles.

— Por que você também não quis voltar para casa? — perguntou ela, de repente, observando o fantasma da Lufa-Lufa, The Fat Frier, que andava flutuando pelo Salão Principal.

Scorpius fitou-a, intrigado e depois pensativo.

— Me pareceu bem mais convidativo ouvir Albus falar durante duas horas seguidas sobre História da Magia do que ficar preso no meu quarto para fugir das reclamações de Lucius. — respondeu.

— Você não gosta muito do seu avô, não é? — indagou Rose.

Scorpius suspirou.

— Acho que não gostar é uma expressão muito forte... — ponderou ele. — Eu gosto dele, sim. Mas só quando está longe. — A outra riu, fazendo-o sorrir. Vestígios de pena cresciam no interior de Rose. — E você está aqui para estudar mais. Disso eu já sei.

Rose sorriu fraco.

— Por mais que eu sinta saudade de todos, ainda não me sinto confiante o suficiente para ficar longe dos livros. — disse ela. — Os N.O.M.s são em maio, já estamos em dezembro. O tempo voa, Malfoy.

Pareceu que Scorpius ia dizer alguma coisa, porém foi interrompido.

— E assim pode ser que a primeira semana de janeiro chegue logo! — falou Albus, animado, ao sentar-se novamente com os amigos.

Rose bateu palmas silenciosas e alegres ao ver o sorriso no rosto do amigo. Estava imaginado como seria se ele não se machucasse novamente, como ocorrera no ano anterior, quando ele tinha aquela paixão platônica por Adeline West, da Lufa-Lufa. Ainda bem que acabou por superar o fora que a garota lhe dera no meio do ano. Não que fosse uma coisa tão humilhante assim.

Albus aproximara-se dela perto do Lago Negro certa vez, às vésperas de uma das visitas a Hogsmeade. Addie — como Adeline era conhecida — conversou com ele, esperou que o convite viesse, e ele veio. Ela, portanto, recusou, pediu desculpas e disse que já havia combinado de sair com outra pessoa. Albus dissera a Rose, meses depois, que bem vira em seus olhos, e lembrar-se disso o deixou ainda pior depois do que veio a seguir.

No sábado, ele saiu com os gêmeos Scamander, que eram seus amigos e colegas de dormitório. Mesmo assim, não teria saído com eles não fosse por Scorpius estar com Olivia Basford e Rose com David Finnigan. Os dois melhores amigos estavam saindo com alguém e ele estava lá, sozinho com os gêmeos prodígios pirados.

Infelizmente, Albus deu o azar de encontrar Addie West e seu par no Três Vassouras. O que o deixou ainda mais decepcionado, melancólico e triste, foi descobrir que quem havia saído com Addie era James, o próprio irmão de Albus. Isso o irritava tanto, principalmente por conhecer muito bem o costume do Potter mais velho, que sempre acabava deixando algumas garotas completamente sem chão após desiludi-las.

Como Rose já havia dito, não queria ver Albus sofrer novamente. Sabia que Mary era, de fato, uma garota legal e se ela havia aceitado sair com ele, já era um motivo de felicidade.

— E aí? — indagou Scorpius, curioso.

— Bem, ela disse que adoraria. — contou Albus, baixinho. — Se isso não foi um “sim”, vou ter que pedir uma explicação detalhada.

Os outros dois sorriram. Rose disse que estava feliz por ele, e o garoto, depois, olhou dela para Scorpius e vice-versa, esperando alguma coisa.

— E você, Rosie — começou ele, depois de um tempinho. —, com quem vai?

— Não sei. — falou Rose, olhando para as mãos. — Talvez com Alice, Isabella ou Joanne...

— A Carter vai sair com o Noah Spencer, da Lufa-Lufa. — comentou Albus.

— Ah, Nott me disse que ia chamar a Longbottom. — comentou Scorpius, recebendo olhares incrédulos. — Acho que ela vai com ele.

— Certo, certo. — Rose resmungou. — Eu tenho mesmo que estudar.

Scorpius piscou três vezes seguidas, rápido. Pigarreou. Então disse:

Por acaso, eu também teria de ir sozinho. — Rose o fitou. — E, já que o Hardee provavelmente ainda não falou com você... — Pronunciou o sobrenome com explícito desgosto, então se ajeitou no banco. — Quem sabe nós não vamos juntos...?

A garota ainda o encarava, intrigada.

— Primeiro: Leonard Hardee não vai com a minha cara e não há possibilidade de haver um diálogo entre nós. — falou. — E segundo: Ir com você a Hogsmeade?

Albus fazia força para não rir. E Scorpius replicou.

— Se você quer saber, Hardee vai muito com a sua cara. Agora, eu, apenas quis dizer que, se fôssemos juntos, não faria mal nenhum. Não temos mesmo com quem ir. E, de verdade, Weasley, eu não acredito que você prefira ficar enfurnada na biblioteca a ir pegar um pouco de ar.

— Os professores vão nos encher de trabalhos... — hesitou Rose. Ela estava mesmo era tentando arranjar uma desculpa para não ter de sair com ninguém.

Albus balançou a cabeça, reprovando-a.

— Rose, você não acha que tem estado tempo demais na biblioteca ultimamente?

Rose revirou os olhos e suspirou, convencendo-se de que uma hora ou outra teria de parar de fugir da vida.

— Tudo bem, Scorpius... hã... Eu posso fazer os deveres no domingo.

— Estamos combinados, então? — perguntou Scorpius, quase sorrindo.

— Com certeza. — Rose apertou sua mão, percebendo o quanto podia ser bom fazer acordos no Natal.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Gostaram?
E, finalmente, eles cresceram! A história em si começa daqui a alguns capítulos, daí vamos parar de pular grandes espaços de tempo e dar seguimento às coisas mais devagar. *u*

Bem, espero que vocês tenham gostado ♥
Beijos e até semana que vem ♥



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Tal Mãe, Tal Filha" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.