“Não sei definir se esse é o fim ou se é o inicio de algo.

Eu ainda não sei exatamente pra quantas coisas estou dando tchau, ou pra quantas coisas direi olá. Não sei definir se estou triste ou se estou feliz.

Esse é o fim de uma boa história? Alguém leria este livro até o fim?

A vida é simplesmente um grande mistério, você escolhe como vive, como interpreta, como chora e como sorri, escolhe quantas vezes faz isso.

A escola é apenas o começo, uma fase.

Uma fase muito importante, uma fase que dura cerca de nove anos.É uma das fases que nos torna quem somos, nos constrói socialmente e nos prepara pra vida.

A vida vai pedir muito de nós, mas esse muito é na verdade pouco, porque todos nós formandos de 2015 estamos preparados pra vida.

Hoje nós fechamos o cadeado da escola, procuramos a chave do ensino médio enquanto pensamos na da faculdade.

Hoje eu digo a vocês, vivam a vida sem medo. Corram, gritem, mostrem. Façam o que quiser, se libertem, pra que no fim de suas vidas vocês possam dizer que viveram plenamente, que foram completos e felizes. Que durante seus últimos suspiros vocês sorriam é pensem: Eu vivi!

Façam o melhor de si pra aqueles que vocês amam, façam o melhor de si pra si mesmos.

Nós não somos o futuro, somos o presente.”

(…)

— Você foi muito bem Elena! — Disse Toby me abraçando.

O lado bom de ser uma verdadeira nerd é ter o carinho dos professores, diretores, coordenadores e de todo o corpo de uma escola.

Ninguém se voluntariou para ser o orador da formatura, mas definitivamente essa era uma das minhas metas de vida.

— Parabéns Elena... — Me abraçou. — Foi ótimo! — disse Carina após me soltar. Vou sentir falta dessa professora.

(…)

— E o que você pretende ser? — Perguntou meu pai a Damon.

Mas a melhor parte da noite foi descobrir que meu pai conhece o pai de Damon.

— Alaric? — Alguém toca o braço de meu pai. — Quanto tempo! — Diz o homem muito bonito.

— Giuseppe? Nossa, eu não esperava te ver! — Meu pai sorri ao cumprimentar o homem.

— Jenna é um prazer te ver novamente! — Sorriu — e, uau, essa é a Elena? — Questionou a meu pai, que apenas assentiu — como você cresceu, você pode não se lembrar, mas fui a sua festinha de dois anos.

— Onde é que está Lily e o seu filho estão? — Perguntou minha mãe, tirando o foco de mim.

— Nós estamos sentados na mesa sete...

— Vamos lá? — perguntou à minha mãe, já se levantando.

— Claro! Estou louca pra ver a Lily... Vem Elena. — Diz, já me puxando pela mão.

(…)

Foi definitivamente uma surpresa chegar na mesa sete e ver Damon sentado nela.

Conversa vai, conversa vem, e meu pai começou estranhamente, interrogar o pobre menino.

Assim que Damon conseguiu sair da mesa, Rose se levantou da mesa quatro e saiu correndo atrás dele.

“Quer saber? Chega! Vida nova! Damon que vá pro inferno... — sorriu Katherine. “

“Ele não tem culpa! Ela que foi atrás dele! — Defendeu Delphine.”

“Não tem culpa? Homens sempre tem culpa. Pare você de culpar somente a garota! Você é uma hipócrita Delphine! Quando um não quer … — Katherine.”

“Chega de bobagem! Elena? Acorda! A senhora Salvatore está falando com você! — Diz Delphine, enquanto coloca uma luva de boxe.”

“É, caí fora Elena, as próximas cenas serão muito pesadas... Vai rolar muito sangue! — Katherine diz já preparada pra luta.”

“Saí Elena! — Gritaram as duas.”

Recuperando a sanidade...

— Ah, oi? Pode repetir? — Disse ainda meio perdida.

— Claro, você poderia ir atrás de Damon pra mim? — Pediu sorridente.

— Claro! — Sorri amarga.

Porque a vida é tão cruel pra mim? Universo? Você quer me ver chorar sangue? É isso?

(…)

Qualquer pessoa que me ver agora vai achar que sou louca.

Mas Rose está beijando alguém e, apesar da dor excruciante, é bom que eu veja, assim eu me conformo, definitivamente.

Aí, é muito desconfortável ficar abaixada atrás dessa pilastra, e ela ainda por cima está meio suja...

Foco Elena!

— O que você está fazendo? — Cochichou Damon. Abaixado ao meu lado.

— Mas...Como? — Olhei pra ele e depois pra cena que se desenrolava na nossa frente.

— Como, o que? — Suspirou — Ah, deixa pra lá Elena, preciso falar com você urgentemente.

— Urgentemente? — repeti a pergunta.

— É Elena... urgentemente, não enrola! — Falou agitado.

— Não estou te enrolando! Falo logo!

— Não, aqui não, minhas pernas já estão doendo... — riu. — Vamos lá pro banquinho que você estava sentada no dia do baile. — Segurou a minha mão e me conduziu até o local.

(…)

— Noite bonita! — Damon disse olhando pras estrelas.

— Você está me enrolando! — O encarei. — Vai dizer que a culpa é das estrelas? — Sorri.

— Não, a culpa é do meu coração. — Suspirou. — Sabe Elena? È muito difícil lidar com as coisas que sentimos... Eu, ao menos, não consigo lidar muito bem.

— Eu também! Não sei lidar com os sentimentos, fico confusa, as vezes acho que seria mais fácil simplesmente não sentir nada. Seria bom existir um botão de... sei lá, deligue seus sentimentos...Desligue sua humanidade.

— Eu não acho que não sentir seja a solução, é apenas um caminho fácil... É covarde. Difícil mesmo é ser corajoso ao suficiente pra revelar o que sente. — Damon disse pegando minha mão e brincando com ela.

Atitude que me fez sorrir.

— O que você queria me dizer Damon? Você está me enrolando sim! — Encarei o chão.

— A culpa não é das estrelas, mas mudei de ideia... A culpa também não é do meu coração! — Me encarou.

— Então de quem é a culpa? — O encarei de volta.

— A culpa é totalmente sua Elena! — Sorriu.

Simplesmente disse, fácil, como dormir.

Acho que vou desmaiar. Okay, eu não estou bem.

— Como assim Damon? Acho que... Não te entendo muito bem!

— Parece que vou ter que desenhar — resmungou — Ah, Elena eu gosto de você! Fiquei muito tempo com medo, senti muito ciúmes, tive alguns sonhos eróticos — sorriu malicioso. — Brincadeira... Talvez não — cochichou. — O importante é que eu tomei coragem, esse definitivamente pode ser o fim ou o inicio de algo.

— Isso é impossível! — Ri histérica — Damon, você já olhou pra mim? Como assim gosta de mim? Eu sou horrível! Ah meu deus! Não tem nada de especial ou... ou bonito em mim. Eu sou definitivamente a miss sem graça! Isso só pode ser uma brincadeira! É uma brincadeira? Damon, sério... Não tem graça! — Levantei.

— Elena... Me diz você, você já se olhou no espelho? — Também levantou-se — pra mim você é linda! Você não percebe o quanto é especial, você é incrível Elena... Eu não sei explicar, só... Você é apenas você mesma, isso te torna única e totalmente original.

— Não sei lidar com isso Damon! Simplesmente não sei lidar! — Fechei os olhos e respirei fundo.

Tão nervosa e confusa... Tão eu.

— Você não tem que lidar com isso Elena, eu tenho que lidar com isso. Você só tem que lidar com suas escolhas.

— Damon...

— Elena, eu sei que só temos quatorze anos, mas eu realmente gosto de você! Eu não sei quando foi que aconteceu! Foi muito fácil me apaixonar por você! — Falou rapidamente.

— Damon, respira...

— Não, Elena eu preciso te provar que realmente...

— Damon, eu também gosto de você! E é por isso que eu tenho que lidar com isso...

— Você está por algum acaso brincando? — Sorriu tenso.

— Não! Você estava? — Perguntei insegura.

— Eu já disse que não! — Sorriu aliviado.

Foi tudo muito fácil, foi fácil gostar de Damon, foi fácil beijar Damon, difícil foi parar o beijo.

Ah, finalmente o beijo.