A Seleção de Arendelle escrita por Ana Carolina Lattaruli


Capítulo 6
Time's Over


Notas iniciais do capítulo

EU. RECEBI. UMA. RECOMENDAÇÃO.

BOY EU QUASE CHOREI. Será que vou conseguir tanta recomendação quanto a minha outra fic???? Mano que sonhoooo!!!
Estou aqui para desejar um ótimo Ano Novo para você que está lendo ♥
Postarei hoje esse capítulo porque fiquei muito feliz com a recomendação que recebi, sério.
Vocês merecem, na moral. Estou respondendo os comentários aos poucos, mas estou respondendo!

Beijos gelados e quero que saibam que vocês fazem o meu dia melhor ♥

Boa leitura.



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As paredes brancas estão geladas. Sei disso porque mal consigo encostar meu dedo nelas sem congelá-los. Astrid está ao meu lado com um papel em mãos, falando que eu não devo fazer perguntas pessoais. Eu mal escuto.

Estou usando um moletom preto e uma calça de um tecido estranho que é meio que obrigatório aqui. Tudo bem, até que é confortável.

Imagina se eu fosse menina e só pudesse usar vestido e corpete, aí sim eu ia ficar bem bravo. Sinceramente, não sei como elas conseguem.

Arrumo meu cabelo para trás antes de entrar no salão de espera. Havia mais ou menos mil pessoas ali dentro. Exagerei, eu sei, mas o barulho de gente falando parecia mesmo mais alto que o usual. Alguns já haviam ido conversar com a princesa e estavam reclamando de qualquer atitude dela.

Pude ouvir alguns: “Ela mal falou” e outros “Tenho medo dela” e até "Ela é linda".

Não sei de qual eu tenho mais raiva.

Me dei o direito de chegar um pouco mais atrasado, já que sou do Seis eu seria o penúltimo. O único Seis sou eu. O único Sete é aquele tal de Flynn.

Faltavam ainda uns cinco garotos antes de mim, três do quatro e dois do cinco.

Sentei ao lado deles para esperar a minha vez e um deles reconheci como Jamie.

–E aí? – Ele olhou para mim. – Nervoso?

–Um pouco. – Confessei.

–Eu também. – Ele respondeu, mesmo sem eu perguntar nada. – Eu acho a princesa bonita, é difícil de conversar com ela assim.

–É. Talvez. – Disse, sem muita convicção, apesar de achar o mesmo.

–Eu não sei o que pensar dela, mal a conheço. – O mesmo cara ao qual eu perguntei o que estava acontecendo no café-da-manhã se intrometeu. – A propósito, meu nome é Hiccup. Sou do Cinco. – Ele estende a mão e Jamie o cumprimenta depois de mim.

No mesmo momento, uma Ajudante chega, com um papel em mãos.

–Desculpe-me interromper. – Ela pede. – Eu só preciso relembrar para você algumas perguntas que não devem ser feitas, por isso trouxe as regras.

As regras era um papel que Astrid também me deu antes de eu sequer sair do quarto. Não é tão importante, é só não perguntar algo pessoal, é fácil.

Ele afirma com a cabeça, sorrindo.

–Obrigado, Lia. – Lia? Eu conheço esse nome. Lia. Lia. Lia. É uma das duas garotas que estavam sussurrando no corredor.

–Eu sou Tuffnut. Sou do Cinco. – Um outro garoto senta-se ao lado de Hiccup no mesmo momento em que ela vai embora. Amigo de Hiccup, presumi. O cabelo dele era longo, loiro e estava amarrado para trás em um rabo de cavalo baixo. Achei legal.

–Meu nome é Jack. – Respondo.

–Que casta?

–Seis.

–Ih, cara, tá ruim para você, hein? A gente te entende. No Cinco estamos vendendo o almoço para comprar a janta. Acho horrível como aqui no castelo eles têm tudo e a gente lá sem nada. – Tuffnut tagarela. Porém ele disse a verdade. Está difícil para todo mundo, enquanto no castelo é tudo muito fácil. Não é justo. Nunca é justo, em lugar nenhum.

–Jamie. Casta Quatro. – O mesmo cara do papel gigante do dia anterior chama.

–Desejem-me sorte. – Jamie diz antes de passar pelo portão.

As conversas voltam ainda mais altas, como se antes todo mundo estivesse segurando a respiração.

***

Quando a minha vez chega, há apenas seis pessoas dentro do salão de espera. A maioria saiu para fazer o que desse na telha depois de certo tempo.

Abro o portão e me dou de cara com mais um salão, praticamente vazio, há apenas vários quadros com pinturas penduradas do Rei e da Rainha. Antes de ela morrer, claro. Há pinturas retratando a Princesa Elsa e a Princesa Anna de um jeito tão realístico que me assusto. Os olhos da Princesa parecem me seguir. Também tem um imenso tapete vermelho que cruza todo o salão. No fim, mais uma porta gigante.

Os guardas me acompanham e abrem o portão para mim, como se eu não tivesse mãos ou como se meu cérebro não soubesse mandar a mensagem “abra a porta” para os meus membros superiores.

Assim que entrei, o leve aroma de rosas me pegou em cheio. Havia rosas brancas e vermelhas espelhadas pela sala, que não era assim tão grande quanto as outras duas.

Havia lírios e Jasmins também, em dois vasos, um em cada janela.

Não avisto a princesa logo de primeira, estou ocupado demais admirando a pequena sala que parecia ter sido banhada à ouro em alguns lugares, uma sala extremamente bem decorada.

Ela está sentada em uma poltrona roxa, com uma postura perfeita, vidrada em um pequeno vaso em cima da mesinha. Não acho que tenha me visto entrar, apesar da porta fazer barulho.

Ela sabe que alguém entrou, mas não se importa, não se importa nem um pouquinho com ninguém que esteja aqui para casar com ela.

–Bom dia, majestade. – Eu digo, para fazê-la olhar-me. Dá certo. Ela me encara sem dizer nada e meneia com a cabeça para que eu me sente.

Assim que me sento na cadeira, uma cadeira extremamente confortável, eu percebo qual a flor que está no vaso. Um girassol.

–Eu não sabia que girassóis eram capazes de pegar em vasos. – Digo, também o observando.

–Eles não podem. Mas mesmo assim as pessoas continuam colocando-os em vasos. – Sua voz é triste, não está mais forte, está desmoronando.

–Por que fariam isso?

–Porque o mundo odeia ver algo livre. – As pontas dos seus dedos tocavam de leve na flor. A luva protegendo sua mão ao tocar no girassol, ou o girassol sendo protegido de ser tocado pela princesa?

–É a sua flor preferida? – Indago.

–Não. – Responde.

–E qual é a sua flor preferida? – Sorrio, tentando fazê-la perder aquele semblante triste.

–Dente-de-leão. – Ela sorri, sem mostrar os dentes e me olhando nos olhos.

Meu rosto assume um tom curioso.

–Por que?

Seus lábios cor de vinho se juntam em um meio sorriso. Um sorriso capaz de construir barreiras e demoli-las na mesma velocidade.

–Porque são selvagens. – Seus olhos brilham e me congelam. – E você não pode comprá-los.

Seu rosto é indecifrável e eu tenho vontade de beijá-la, aqui e agora. Uma vontade que veio subitamente e eu juro que não foi de propósito.

–Aposto que você diz isso para todos. – Brinco, cortando o clima, porque se eu não cortar, farei alguma besteira.

Ela ri. Ri alto.

O riso dela me atinge em cheio. É música. Um riso genuíno, capaz de fazer florescer, capaz de derreter as calotas polares. Capaz de salvar e matar, tudo ao mesmo tempo.

–Mas me fale sobre você. – Para de rir aos poucos.

–Meu nome você já sabe, e a minha casta também.

–Certo. Então me fale uma qualidade sua.

–Em ordem alfabética ou cronológica?

Ela ri novamente.

–Bom, já sei, você é completamente modesto.

–Como adivinhou? Não, mas sério, eu não sei dizer “qualidades” minhas.

–Então me conte a sua história.

–Eu tenho uma irmã. – É a primeira coisa que me vem à cabeça. Porque é sempre a minha irmã, em tudo que faço, tudo é para ela. – Ela ficou no Seis, e foi ela quem me fez participar da Seleção, mesmo ficando triste por eu não estar perto dela.

–Gosto da sua sinceridade. – Ela fala e eu sorrio. – Continue.

–Eu tenho um gato chamado Zen e ele é estranho. Deixei amigos no Seis...

–Alguém em especial? – Seu tom insinua uma pergunta pessoal, que eu interpreto de imediato.

–Não. – Verdade. Eu não tinha namorada alguma, apesar de já ter namorado vezes demais, namoros que nunca duravam mais do que um mês. Ela parece um pouco desapontada com a minha resposta, como se fosse muito mais fácil eu ter uma namorada, assim ela me mandaria para casa com menos peso na consciência. – Então, eu tinha um melhor amigo chamado Finch, que morreu há um ano atrás. Meu pai caça e minha mãe trabalha com música, ensinando as crianças e jovens do Seis a tocarem e cantarem.

–Ah... – percebo que ela está assimilando a situação, pensando se ignora alguns fatos que falei ou não. – Você canta? – Ela ignora, e eu agradeço por dentro.

–Não. – Rio. – Mas eu toco.

–Toca o quê? – Posso ver seus olhos brilharem.

–Violão. E piano.

–Eu toco piano. – Continuam a brilhar, me puxando para mais perto, mas me mantenho a uma distância respeitável.

–Sério? – Demonstro interesse.

–Sim. Uma princesa tem que saber tocar pelo menos um instrumento, segundo minha mãe... – Sua voz vai morrendo.

Eu não consegui segurar minha língua, por isso essa pergunta idiota saiu da minha boca:

–Como ela morreu?

Merda.

O clima no salão se fecha de imediato e antes que eu possa pedir desculpas e trocar de assunto, ela responde, seca:

–O castelo às vezes sofre com ataques. – O silêncio teria sido melhor que a resposta dela. – Acho melhor você ir agora, Jack Frost.

Seu corpo está tão tenso que me sinto mal por ter perguntado.

–Olhe...

–Acabou seu tempo. – Ela diz, apontando para o portão, sem me olhar. O guarda que estava perto do portão começa a vir em minha direção, para me “guiar” até a porta.

Acabou o meu tempo? Como acabou, se ninguém estava cronometrando nada?

***


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Notas finais do capítulo

IIIIIIIIIIIIIIHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHH Tem tanta coisa acontecendo nessa fic e ainda estou no capítulo 6, o que será que virá no capítulo 7???? AAAAAHHH, e Tuffnut é o Cabeça-dura. Faz sentido, procurei loucamente o nome dele em inglês UAHSUAHSIAHS E lembrem-se que não são de animação, mas sim como se fossem pessoas normais. IAHSJHAJKHSJAHS Beijos gelados



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