A Seleção de Arendelle escrita por Ana Carolina Lattaruli


Capítulo 29
I'll Take The Blame


Notas iniciais do capítulo

COMO PROMETIDO, mas um pouquinho atrasada. Um atraso de um dia... Me perdoem.

ESPERO QUE GOSTEM!

Vem mais do Baile por aí, ainda terão mais uns dois (ou três) capítulos com o Baile... Esperem de tudo.

BEIJOCAS.



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No capítulo anterior da Seleção de Arendelle:

 

Rapunzel dançou com Jack Frost. O tema primaveril combinou completamente com a nossa querida Punzie. 

Flynn fala algo sobre as castas que deixa o Jack com uma pequena pulga atrás da orelha. 

Lia pegou a carta, agora ninguém a impedirá de entregar tal papel à Princesa Anna. 

E isso é o que você viu no capítulo anterior de A Seleção De Arendelle!

 

*

 

Gnash - Feelings Fade: I'm tired of secrets, lies, excuses, holding back. The truth is: I act like i don't care but i wish you did. 

 

*

 

 

Pov. Elsa

 

Tentei não bocejar, pois isso não faz parte das atitudes que podem ser tomadas caso o seu acompanhante esteja falando sobre coisas sem nexo algum e que não valem o seu tempo. Sou uma princesa, simplesmente não posso.

Mas, aleluia, papai o chama. O Rei é muito corajoso, com certeza, para conseguir ficar falando com esse sujeito. Vou ser mais específica: Esse sujeito é nada mais, nada menos, que o nosso maior fornecedor de cargas. Precisamos manter laços.

Tento esquecer os olhos de Jack sobre os meus e, para isso, saio a procura de Rapunzel, tendo que receber inúmeras reverências pelo caminho. Ora, apenas se divirtam e esqueçam que eu estou aqui, pelo amor dos céus.

Avisto Anna rindo de algo que Kristoff falou e reviro os olhos, seguindo em frente.

Rapunzel não estava dançando com mais ninguém, e, assim que me vê, dá um sorriso e vem andando rápido em minha direção.

—Oi de novo, prima. – Ela diz, um sorriso que não consegue conter forma-se em seu rosto. – Me viu dançando com os seus selecionados, não foi?

—Vi. – Direciono um olhar suave em sua direção, beirando o tédio. – Mas isso não me interessa no momento. Quero saber por que a sua família não pode vir.

Ela revira os olhos, brincalhona.

 

—Você sabe muito bem da viagem à Escócia. As Terras Altas entraram finalmente em um acordo com Corona. Eles deverão vir prestar respeito perante seu pai em alguns dias, nisso eu terei que ir embora com eles.

—Já ouvi falar das Terras Altas, o reino deles procurou o meu pai há algum tempo atrás. Sinceramente, não sei no que deu. É uma pena que seus pais não tenham vindo para o Baile, sempre os adorei. 

—Eu sei, são adoráveis. - Ela sorri, inclinando a cabeça um pouco para o lado e dando de ombros, numa suave vergonha. - E antes que eu me esqueça, o Pascal veio comigo. 

Eu dou um sorriso, numa felicidade súbita que mal cabe em mim.

—Onde ele está? 

—No meu quarto, não ia trazer ele para cá. Somos princesas, Alteza. 

—Está bem, amanhã eu o verei. - Digo. Meus olhos observam toda a extensão do salão, desde os adornos até as escadarias. 

—Sabe o que vai te interessar? - Rapunzel sorri, com seu jeito travesso, e sei que vem alguma informação boa.

—O quê? - Pergunto, curiosa.

—Só faltam oito minutos para a banda entrar, o Rei ir para os aposentos reais e as câmeras darem aquele tchauzinho que todos nós esperamos tanto.

—Você ainda cronometra o tempo? – Fico surpresa.

—Desde os quatorze. – Ela responde, rindo. – O Rei Frederic é um pai maravilhoso, mas não sabe a hora de me dar uma certa privacidade. Uma coisa é se esconder de câmeras de segurança quando se quer beijar um príncipe, a outra é de pessoas de verdade com câmeras nas mãos tirando fotos desse beijo.

Rapunzel era o tipo de princesa que, na frente dos outros, sabia ser extremamente educada e até fingir um certo linguajar, mas, por trás, era o tipo de garota que fica descalça o tempo inteiro, fala com bichos de estimação como se fossem seres humanos e pinta tantas telas que fico pasma com tamanho talento. Mesmo assim ela não se acha, por isso gosto tanto dela.

Não há arrogância no seu vocabulário.

—Eu agradeço mil vezes pelos bailes de Arendelle serem diferentes dos da maioria. – Observo.

—É, eu também não consigo ser eu mesma com o seu pai nos olhando dos pés à raiz do cabelo. 

—Falando em cabelo...

—Aqui não, Elsa. – Me corta, sua expressão sorridente sendo trocada por uma de preocupação imediatamente. – Vá dançar. Você deveria estar dançando com algum selecionado. Dançou com apenas cinco até agora, e eu vi a sua cara de desinteressada em pelo menos dois deles.

—Na verdade foram seis. – Corrijo, lembrando de ter dançado com Watt, Flynn, Pitch, Adam, Jamie e Hans. Deixo minha curiosidade aflorar dentro de mim, só dessa vez. – O que achou deles?

—O Jamie é um pedacinho do céu. – Ela sussurra. – Aquele tal de North também. O Watt é engraçado e o nome dele é tipo what? Além disso, não é nem um pouco feio.

—Você nem acreditaria nas coisas que ele fala e faz. É hilário. Eu até tento não rir, mas...

—Dei três risadas com ele em apenas uma dança, e não foram risadas forçadas.

—Entendo, eu também.

—E tem o Jack Frost. – Só o nome dele me dá calafrios, eu sei que deveria ter dançado com ele, mas ele sequer ficou perto o suficiente de mim para uma possível dança, ficou apenas me encarando de longe. Isso doeu mais do que deveria. – Ele é muito bonito, muito elegante. Parece-me ser um bom partido...

—Entendi. – Digo, fechando a cara levemente. – Mais alguém?

—Atingi algum ponto fraco? – Ela percebe. Eu apenas balanço a cabeça.

—Não. – Respondo. – Só quero saber quem mais vale a pena e quem não.

—O Hook vale a pena, na verdade vale a galinha inteira, já viu aquele maxilar? E a voz? Ah, eu também deixaria o Flynn continuar. Gostei dele, apesar de ter um nariz meio esquisito. Nós dançamos e ele foi educado, não parece ser da casta sete.

Ouço-a atentamente, eu sei que o que Rapunzel acha possivelmente é a verdade, ela tem uma ótima intuição.

—O que me diz do Hans? – Indago, aproveitando a oportunidade. – E do Pitch?

—Por que? – Ela me encara, confusa.

—Por nada.

—Bom, são bonitos, mas os caráteres são duvidosos. – Ela parece pensar e então seu rosto se vira rapidamente para mim, com os olhos arregalados. – Espere, você está se guiando por mim para eliminar alguns selecionados depois de hoje?

Eu sorrio, derrotada.

—Perdoe-me, prima, mas eu confio no seu gosto.

Ela ri e toma fôlego.

—Então, bem, se eu fosse você, eliminava o Peter. Ele foi um pouco sinistro comigo, antes de saber que eu era sua prima. Quando soube, virou uma pessoa completamente diferente, interesseiro.

—Anotado.

—E o John, também. Ele foi seco, até demais. O que esperar de um Rei carrancudo? Cortem as cabeças! Mas eu posso estar errada...

—Eu não sei. – Esfrego minha mão direita, coberta pela luva, na minha testa. – Essa Seleção vem me dando dores de cabeça, já pensei em tantas formas de simplesmente parar com tudo.

Rapunzel esmorece, segurando minhas mãos, tentando me consolar por ter um destino assim. Uma flor cai do seu cabelo loiro e escorrega por sobre seu ombro antes de cair no chão, silenciosa.

—Ah, Elsa...

A orquestra termina sua última música, o silêncio se apresenta e todos encaram o Rei, que agradece a todos pela vinda e manda que nos divirtamos em sua ausência. Todos fazem reverência enquanto ele sai, em sinal de respeito.

As câmeras se retiram junto com ele, tudo que sobra são as câmeras de segurança e Os Olhos, que é como gostamos de chamar aqueles que sabem de tudo e contam tudo para o rei, eu não consigo gostar deles e só conheço dois. Os dois estão aqui hoje.

A banda começa com uma batida lenta, despedindo-se de quem ia embora.

Alguns convidados se vão, mais da casta um. Pessoas mais importantes que vieram apenas pelo Rei e não pela festa. Rapunzel fica, pois veio por mim e pela festa. Além disso, ela ficará no quarto de hóspedes por alguns dias, para me fazer companhia.

Os meus primos pequenos se despedem das pessoas e caminham com seus importantes pais para fora do castelo, logo depois de todos se despedirem de mim e da Anna, devidamente. As ajudantes aparecem pelos cantos do salão, com vestidos beges que lhes caem bem, assim que a banda começa com uma música agitada.

Os guardas duplicam, mas mal conseguimos vê-los. Estão felizes com suas famílias, apesar de não poderem ficar falando com elas por questão de segurança.

As pessoas ficam mais alegres. As músicas pregam na cabeça.

É sempre melhor depois das onze horas, Rapunzel está certa. É um novo ar que nos atinge. Conseguimos até respirar melhor.

O salão escurece mais e a batida da banda fica ainda mais alta.

—Vamos dançar, Elsa! – Rapunzel me puxa para o centro do salão, rindo consigo mesma. Ela sempre foi assim, animada.

Eu consigo sentir as batidas da canção no meu peito, ressoando dentro de mim. Eu posso ver, apesar da luminosidade baixa, Anna dançando a dança engraçada e combinada que geralmente dança com Lia e, logo ao lado delas, um terceiro integrante: Watt. Este tenta, com um certo êxito, dançar igual a elas, e os três acabam caindo na gargalhada. Os selecionados, percebo, começam a se soltar. Saem da mesa de comida e começam a dançar como se estivessem sozinhos.

Ninguém conversa com ninguém, só querem dançar.

E isso me encanta a tal ponto que deixo-me vencer e danço também.

Mal percebo o tempo passar. Rapunzel estava girando agorinha, com as flores de seu cabelo balançando no ar, e, de repente, sumiu. Só consigo encontrá-la vinte segundos depois, dançando no centro do salão com um selecionado que não consigo enxergar bem nessa pouca luz.

Meu cérebro, sem querer, pensa: Por favor, não seja o Jack.

Mas afasto esse pensamento tão rápido quanto ele vem.

Arrumo minhas luvas, para lembrar-me de quem ainda sou. De quem jamais conseguirei escapar.

Então, meus olhos focalizam claramente, é Jack. E os dois estão dançando juntos. A batida da música, infelizmente, não ajuda. Um duelo de banjos misturado com um tom leve de Salsa e não sei mais o quê.

Meu coração aperta toda vez que eles se aproximam e dançam dois segundos juntos antes de se soltarem por cinco segundos e fazerem a mesma coisa novamente. Eu chego a contar.

Ele é tão ruim dançando lentamente, por que diabos é tão bom nessa dança?

E o que Rapunzel está fazendo com o Jack? Ela não sabe que ele é um selecionado e que, tecnicamente, eu deveria estar dançando com ele?

Mas não estou. Sequer falei com ele hoje. A ficha cai tão rápido que chego a ficar envergonhada.

 

*

 

Ando apressadamente para fora da pista de dança que o salão virou. Passo pelos guardas, que abrem o caminho, hipnotizados pelas pessoas dançando alegremente.

O corredor está um pouco mais iluminado que o salão, o que me permite ver a porta na qual entro perfeitamente.

Fecho a porta na velocidade da luz e expiro o ar para fora, gritando fininho no final.

Não choro, não estou triste. Estou com raiva, acho. Mas do que, finalmente?

Sequer sei por que estou aqui dentro.

Não, eu sei o motivo sim, porque minha vida está uma bagunça e a Seleção só fez piorá-la.

Alguém bate à porta, ou é o que acho, porque sequer consigo ouvir alguma coisa com o abafado da música lá fora.

Quando a batida oca na porta fica mais alta, abro-a, bruscamente, preparada para mandar Anna voltar para o salão, porque só ela sabe bater nas portas desse jeito. Quando eu não quero abrir.

Mas, para minha infeliz surpresa, é Jack Frost.


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Notas finais do capítulo

Para todos que querem momento Jelsa esse final do capítulo foi uma tortura, eu sei.

FIQUEM TRANQUILOS QUE O PRÓXIMO VIRÁ EM BREVE!

Estou tentando responder todos os comentários, mas, mesmo que eu não responda o seu em determinado momento, pode ficar sabendo que eu com certeza surtei ao recebê-lo. O seu comentário sempre me fará pular da cadeira e correr para ler, não importa se for apenas um "oi" eu fico extremamente feliz de saber que tem gente que se importa com essa fic tanto quanto eu me importo.

E A RECOMENDAÇÃO ENTÃO NEM TE CONTO O BATUQUE LOUCO QUE MEU CORAÇÃO FAZ, COITADO!

Amo vocês.