A Seleção de Arendelle escrita por Ana Carolina Lattaruli


Capítulo 28
Spring Royalty


Notas iniciais do capítulo

Primeiramente, vocês querem me matar. Nem tentem dizer o contrário, porque já percebi que esse é o objetivo de vocês.
Como que vocês me presenteiam com DUAS RECOMENDAÇÕES de uma vez? Cara, 18 recomendações e a história ainda está no começo...
Será que vou bater o meu próprio recorde de 34 recomendações que recebi na minha fic anterior à essa? QUE COMECEM OS JOGOS!

Por vocês terem me dado duas recomendações, estarei postando dois capítulos hoje.
Eu amo vocês e dessa vez se superaram!

QUEM VAI SER O PRÓXIMO A ME MATAR DO CORAÇÃO COM UMA RECOMENDAÇÃO?

Beijos gelados e um bom baile a todos!



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Nos capítulos anteriores de A Seleção de Arendelle:

 

Que esteja aberto o Baile Oficial Da Seleção de Arendelle!

Não é uma celebração normal, há algo que o rei está querendo abafar, e ele não é o único guardando segredos. 

Anna e Lia têm um vínculo forte, mas será forte o suficiente para o que está por vir?

Elsa não fala com Jack, e nem Jack quer se aproximar dela no momento. Ela insiste em dizer que o culpado pela neve no outro dia foi ele, mas ele não consegue refazer o feito. 

Watt é engraçado e muito querido por todos, mas... O que será que ele está escondendo? 

 

E isso é o que você já viu nos episódios anteriores de A Seleção de Arendelle!

 

*

 

Pov. Jack

 

O salão está completamente diferente do de sempre. O tema é a primavera, apesar de estarmos com um pé no inverno. Os adornos trazem flores de diversos tipos, com cores que combinam entre si. Rosas vermelhas preenchem o meu campo de visão, os girassóis parecem todos procurar o sol nos olhos da Princesa Anna, que rodopia com um dos selecionados, apenas para girar novamente com algum príncipe distante. Fico pensando, sem querer, nos dentes-de-leão. São as flores preferidas de Elsa, pois são selvagens e não podemos comprá-los. Jamais esquecerei dessa sentença.

Observo as pessoas, todas muito bem arrumadas e com um ar de superioridade. Até mesmo os selecionados não pareciam ser de castas inferiores.

O ar era suave, como um aroma de rosas. A iluminação era caracterizada principalmente pelos grandes lustres de cristal que seguiam em linha reta até o final do salão.

—Esse tal de vinho é uma bebida esquisita, não acha? – Flynn aparece ao meu lado, sem mais nem menos, tirando-me do transe. Nunca havia falado realmente com ele, que eu me lembre.

—Acho que sim. – Respondo, um pouco atordoado com o fato de, de repente, todos estarem falando comigo.

—Quer um pouco? – Ele oferece.

—Não, obrigado. – Agradeço. – Com licença, preciso ir ali no Jamie.

Não, eu não preciso ir no Jamie. Nem mesmo sei por que razão eu estou mentindo.

—Entendo. - Ele fica cabisbaixo, o que me faz arrepender-me de ter mentido quase que imediatamente. - Por que falar com alguém da casta sete, não é mesmo?

Observo-o atentamente, tentando entender o que ele quis dizer com aquilo.

Algumas garotas que nunca vi na vida passam por nós dando sorrisinhos.

—Eu sou da casta Seis, por que acha que eu te julgaria? - Indago.

—Por que todos os outros estão julgando, meu caro conhecido. - Ele responde, com um pequeno sorriso no canto do rosto. Um sorriso que mostrava que ele se importava com aquilo, apesar de esconder.

Balanço a cabeça.

—Não faz sentido. 

—Eu sei que não faz. - Ele se aproxima e posso sentir o seu hálito de vinho, não muito forte, mas o suficiente para eu dar um pequeno passo para trás, que foi notado. - Eu sou um ladrão, não posso mudar isso.

—Eles estão te chamando disso?

—Está tudo bem, eles estão certos. Eu precisava alimentar a minha família. - Fala entre os dentes. - Tem ideia da dificuldade que estávamos passando?

De repente, todos os flashbacks do meu passado procurando comida, caçando quando não se tinha nada mais restante para caçar. Não parando por nada no mundo...

—O pior é que tenho.

—Mas não estou falando essas coisas para que tenha pena de mim nem nada do tipo. - Ele ri, sincero. - Estou falando essas coisas para você justamente porque você não tem pena. Está tão cansado das castas quanto eu. – Suas palavras saem limpas e posso senti-las chegarem até mim como um tiro. – Agora eu vou ali pegar mais uma daquelas tortas de limão, com licença.

Fico paralisado no meio do salão, pensando no que acabou de acontecer, até que uma voz que não conheço fala em minhas costas.

—Lindo Baile, não? – Demoro um segundo para sair do transe e viro-me. Uma garota de cabelos loiros trançados com flores da primavera em um penteado longo e olhos verdes de darem inveja aparece, segurando uma taça ainda cheia em uma das mãos.

—Muito bonito. – Concordo, fazendo a reverência que Astrid me ensinou, uma espécie de afirmação com a cabeça que começo a dominar, finalmente.

—Não vai dançar? – Ela faz um gesto para a multidão bem-vestida que dança em uma harmonia agitada. Sem querer, meus olhos encontram os de Elsa, do outro lado do salão, além das pessoas dançando, sorrindo para alguém que não reconheço. Assim que ela me avista, seu sorriso desaparece.

—Eu não ousaria quebrar uma sincronia tão bem-feita. – Respondo, calmo, apesar de por dentro estar com o coração acelerado. Ela ri, colocando a taça em uma das bandejas que passam por ela oportunamente.

Ela deve ser alguém importante.

—Venha, vamos dançar apenas essa. – A música agitada dá lugar aos poucos a uma relativamente mais calma. – Não pode negar uma dança, vai contra as suas boas etiquetas.

—Tudo bem, mas preciso deixar claro que não sei dançar muito bem.

O centro do salão é exposto demais, mas com a quantidade de casais dançando eu não me sinto um estranho. Tento me lembrar das aulas de dança dadas pela instrutora alguns dias antes e coloco uma mão em sua cintura e a outra segurando sua palma.

—O que são umas pisadas a mais no pé, não é mesmo? – Ela sorri e eu tento sorrir também, mas por dentro meu cérebro está maquinando uma forma de não estragar tudo pisando no pé dela de verdade. – Qual é o seu nome, selecionado?

—Jack. – Consigo alcançar um ritmo bom, mantendo-o para o meu alívio. – Jack Frost.

—Eu sabia que você me lembrava alguém que eu já tinha visto. Aquela sua foto na porta do quarto foi realmente espalhada por Arendelle... e pelos reinos vizinhos...

—Não é o que parece. – Explico-me de prontidão.

—Eu sei, as câmeras costumam nos pegar nas piores ocasiões. Inclusive, tem uma tirando uma foto de nós dois nesse exato momento.

A luz de um flash ilumina o canto direito de nossas faces.

—Pelo menos elas não ficam a festa inteira. – Digo, lembrando-me do que me disseram sobre os bailes de Arendelle.

—Verdade, saem daqui a quarenta minutos, sei disso pois estou contando no relógio.

—Acho que vou começar a cronometrar também. – Respondo, realmente pensando no assunto.

—Deveria mesmo. A festa só vira festa de verdade a partir das onze, quando as câmeras vão embora, o Rei se retira para os aposentos e a banda finalmente toca músicas mais animadas que essa. Eu, particularmente, amo o duelo de banjos.

—O Rei se retira? – Diminuo um pouco o ritmo da dança e ela segue a mudança. – Eu não sabia que isso acontecia.

—Não se anime, ele tem olhos por todos os cantos. E há câmeras de segurança por todo o castelo, os únicos lugares que não há é no jardim, na piscina e nos quartos. Privacidade, entende? Infelizmente, não posso te falar quem são Os Olhos e, mesmo que eu te falasse, não saberia dizer todos.

Subitamente, lembro-me do caso da piscina. Quem entregou o fato ao Rei?

A dança continua em silêncio, e ela sorri assim que a música para.

—Foi um prazer conhecê-lo, Jack Frost. – Diz, inclinando a cabeça minimamente para o lado.

—Também foi um prazer conhecer a senhorita...

—Princesa Rapunzel. Prima da Princesa Elsa.

Congelo. Eu acabei de dançar com a prima da Princesa, isso não está nada bem, me arrependo de não ter sido mais atento às aulas de dança dadas no salão do segundo andar, ou pelo menos ter treinado um pouco mais na frente do espelho do quarto antes de descer.

—Sua Alteza. – Afirmo, quando finalmente consigo falar. – Foi um prazer.

Ela meneia com a cabeça, despedindo-se e andando até outro selecionado. Jamie.

Nesse momento, começo a observar o salão, todos pareciam bastante ocupados fazendo o que lhes parecia louvável.

Alguns comiam tudo que chegavam em suas mãos, outros estavam tentando estreitar laços com a família real dançando extremamente perto de onde estavam quase todos reunidos e parando às vezes para falarem algo, logo sendo ignorados, outro ficou parado no canto do salão, sentado e preocupado com a sua própria existência. Seis estavam dançando com pares que não conheciam. Um dançava com Rapunzel.

Anna dançava com Kristoff.

Ninguém dançava com Elsa.

Tentei não encarar, enquanto ela procurava maneiras de parar de falar com um cara extremamente baixo e esguio que, pelo porte de importante, conclui ser alguém realmente chato.

Você não vai até lá, Jack. Não vai.

Ela te odeia, você a odeia.

Você vai achar algo para fazer agora, e esse algo não envolve falar com a Elsa.

Lembre-se: pelo menos uma vez na vida se comporte.

Pensando assim, fui até a mesa de comida me juntar aos esfomeados.

 

Pov. Lia

 

Não sigo o combinado. Não fico observando o baile, esperando para entrar quando o relógio bater onze horas. Simplesmente não fico.

Ando apressadamente pelos corredores, sentindo a chave extra do quarto de Jack amassando minha palma direita, deixando os nós dos meus dedos brancos.

Eu não posso mentir para Anna, há algo dentro de mim que não deixa isso acontecer. Algo que me impede de decepcioná-la.

Meus passos parecem ficar cada vez mais pesados à medida que me aproximo da porta. Quando chego, meus dedos estão trêmulos.

Conheço Anna desde os 10 anos, conheço Jack há muito, muito menos tempo que isso. É questão de lógica.

Abro a porta e encaro o quarto, arrumado. Vou direto para onde achei a carta da última vez.

Assim que sinto o papel amarelado em meus dedos, tenho vontade de queimá-lo, mas apenas enfio-o no decote do meu vestido e saio do quarto, fechando a porta logo em seguida.

Anna sempre vai conseguir o que quiser, se depender de mim.

E, hoje, ela vai conseguir a carta.

*


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Notas finais do capítulo

Nos próximos capítulos, coisas irão acontecer. Vocês estão esperando ansiosamente para saber o que há nessa carta e posso falar para vocês que essa fic está longe de terminar... A carta é só o começo.

Gostam de tretas? Vocês querem tretas? Vocês necessitam de problemas para serem resolvidos e reviravoltas que vocês não faziam ideia que dava para ter em uma história?
Então meus amores, se preparem! KKKKKKKKK

Sobre tretas: Meu primeiro livro "Rio de tinta" já está disponível para compra e a leitura do primeiro capítulo dele também está disponível. Falem comigo sobre isso que passo o Link dos dois!

Um beijão!