Invisíveis como Borboletas Azuis escrita por BeaTSam, tehkookiehosh


Capítulo 13
Verso 12: Boy In Luv




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Sam’s P.O.V

Toda a atenção se voltou ao maknae. Seus olhos estão inquietos procurando o motivo das manchas de sangue na lateral da sua barriga e nas suas costas. Parece que ele achou sua resposta em mim. Por que ele está tão curioso, ele não deveria estar com dor? Pela sua expressão e o repentino frio no meu braço direito, entendo a situação: o sangue que estampa sua blusa é meu.

Meu braço está empapado de sangue, mas só começou a doer agora. Ninguém percebeu por causa da minha camisa de manga comprida preta, embora ela esteja ligeiramente rasgada. Ai! Um lampejo de dor surge ao movimento. Sam, esse não é momento para sentir dor! O Jungkook está arrasado e está na cara que ele precisa falar com a Stella...

– Jungkook, você está bem? – pergunto a surpresa cresce no seu olhar. - Você não quer sair e descansar um pouco?

Acho que agora ele compreende o duplo sentido das minhas frases, já que a sua expressão entrega sua relutância em me deixar aqui machucada.

– Não seria melhor se nós dois descansássemos?

– Não se preocupe, você é o único que se machucou. Eu posso continuar jogando.

Seu cavalheirismo o impede de deixar que eu faça isso por ele, mas minha última frase o convence:

– Vai lá logo! Se você continuar jogando, é capaz de você se machucar mais ainda.

Acho que ele entendeu o recado, porque ele faz uma singela reverência de agradecimento enquanto finalmente aceita a ajuda dos staffs que urubuzavam em volta. Alguns até perguntam se eu estou bem, mas acredito que a minha atuação dê conta disso. Os olhos do maknae só se desgrudaram de mim quando encontram a Stella falando no celular do lado de fora do portão.

Stella’s P.O.V

Saio da quadra para atender o meu celular. O número é desconhecido e me faz revirar os olhos e bufar em agonia e nervosismo.

– Alô? – Atendo a ligação.

– Stella? É você? – Uma voz familiar pergunta do outro lado da linha. Eu posso sentir um nó se formando em minha garganta e meus olhos ficando marejados.

– O que você quer? – Digo áspera, porém minha voz soa meio embargada.

– Quero que você me escute...

– Está perdendo seu tempo. Eu não irei te escutar. Não depois de tudo. – Ela suspira em frustração com a minha resposta. – Voltarei para o Brasil em breve para ver o pai da Isadora. Mas, depois retornarei para a Coreia – “voltarei para onde minha família de verdade está, e onde as poucas pessoas que se importam comigo vivem, incluindo meu avô” completo em pensamento. – É só isso.

– Ele ainda é seu pai, Stella. Assim como eu ainda sou sua mãe e Isadora ainda é sua irmã. – Ela suspira.

– Podemos ser ligados por laços de sangue, mas vocês NUNCA fizeram parte da minha família! Eu descobri isso da maneira mais difícil, e no fundo... todos vocês sabem que estão errados – minha voz transborda de remorso e decepção enquanto ela solta mais um suspiro. – Tchau. – Desligo o celular e respiro fundo fechando meus olhos.

Encosto um de meus ombros na parede ao meu lado para me apoiar. Logo, sinto uma mão quente apertar o ombro que não estava encostado na parede. Ainda de olhos fechados, viro-me para trás, sua mão permanece em meu ombro em um sinal de apoio. Abro meus olhos e encontro um par de olhos um pouco puxados e castanhos, quase pretos. É reconfortante poder olhar para estes olhos: ainda que sérios, continuam a carregar a doçura. Ele tinha um brilho no olhar, algo que o deixa ligeiramente infantil, mas que, ao mesmo tempo, abrigava preocupação, curiosidade e um pouco da decepção que carregou em seu peito mais cedo.

– Stella! - ele grita mesmo estando perto. - Meu Deus, você está bem? Foi sua família de novo? Caramba, quando eu ouvi o seu celular tocando, eu entrei em desespero! Eles falaram alguma coisa de ruim para você? Sabe, não precisa se fazer de forte na minha frente. - Jungkook dispara cada vez mais perguntas até ficar sem fôlego.

– Desculpe – digo ao meu oppa quem me encara um pouco surpreso. – Eu fui horrível com você. Eu não deveria ter agido daquela forma, não quando você é uma das pessoas mais importantes pra mim. – Completo olhando para meus pés, envergonhada. Acabo colando minhas costas na parede, que está agora atrás de mim.

– Desculpa também, eu não deveria ter cobrado aquilo de você, não daquela maneira. – Jungkook levanta suavemente meu queixo.

Puxo-o para um abraço de consolo, quando quebramos o contato, percebo seu olhar sério e com um estranho brilho. Começa a aproximar seu rosto do meu, põe um braço de cada lado de meu corpo, assim me prendendo contra a parede. Eu começo a corar violentamente e ele sorri sacana pra mim. O que aconteceu com a garoto tímido e inocente que eu conheci? Jungkook cola nossos lábios e fecha seus belos olhos. Contudo, eu continuo com os meus abertos, em sinal de surpresa. Pode estar óbvio que ele vai me beijar, mas eu não consigo evitar a surpresa, é muita informação para minha mente assimilar de uma vez só! Kook pede passagem, mas eu o empurro levemente, assim quebrando o selinho. Sinto meus lábios formigarem!

Mordo meu lábio inferior para não soltar um sorriso estúpido. O menino de cabelos castanho claros me olha confuso, surpreso e um pouco chateado. No entanto, dá um sorriso ao perceber o efeito que tem em mim. Sinto vontade de levantar meu dedo médio, mas me seguro. Respiro fundo:

– Kookie... – suspiro, prendendo sua atenção. – Olha... eu gosto muito de você, muito mesmo – ele solta um sorriso triste – por isso mesmo, eu gostaria de te pedir uma coisa...

– Diga, Teh – ele exibe um sorriso triste estampado no rosto.

– Eu queria que você me esperasse. – Falo corando.

– Como assim? – pergunta confuso.

– Você e os meninos irão viajar em breve... Eu ainda tenho que me ajeitar com a minha família... – Falo nervosa enquanto ele solta um sorriso lindo percebendo onde eu quero chegar. – Quando eu peço a você para me esperar, é por causa disso. Quando eu tiver tudo resolvido, contarei tudo para você e poderemos nos resolver... – Termino corando ainda mais.

Prefiro ainda não contar para ele sobre a minha decisão de viajar para casa. Não vou estragar o momento com isso.

– Tudo bem, Teh. – Kook esboça um sorriso esperançoso no rosto. – Sempre estarei esperando por você – ele cora e olha para os pés, arrancando-me risos e ele acaba rindo também.

– Só... seja menos meloso. – rio da sua expressão de indignação.

– Desculpa senhorita eu-não-gosto-de-caras-românticos.

– Não é que eu não goste, apenas não me acostumei.

– Então, eu farei você se acostumar. – Ele está claramente nas nuvens. – Mas posso ser direto se você quiser também – completa sussurrando em meu ouvido, fazendo-me ficar completamente arrepiada.

O sangue sobe às minhas bochechas e parece não querer sair daí enquanto ele volta a gargalhar.

– Seja os dois... – Sussurro envergonhada, fazendo com que surja uma leve risada amorosa do sorriso que ele insiste em sustentar.

– Não se preocupe, eu não sou atirado, só estava tirando uma com a sua cara. – Ele não perde uma chance de exprimir sua felicidade.

– Então vai ser assim?!

– Assim como? – Pergunta confuso.

– Você pretende começar uma guerra?

– Talvez...

– Kook, Kook, Kook... você está se metendo com a garota errada...

– Como se eu tivesse medo de você... – Ele se interrompe quando o encaro séria. – Tá, okay, eu assumo: tenho um pouco de medo de você. Mas isso não muda nada!

– Você é um dos seres mais inocentes e tímidos da face da Terra! Duvido que consiga alguma coisa.

– Teh, isso é apenas a embalagem, você ainda não a abriu completamente – sorri de um jeito brincalhão. – E, você está me desafiando?

– Talvez...

– Teh, Teh, Teh... você vai perder, saiba disso.

– Não fui eu quem beijou primeiro! E nem venha dizer que eu retribuí pois eu te empurrei antes!

– Isso não me diz muita coisa, apenas que eu tive a coragem de fazer algo que você queria mas tinha medo de fazer.

– Não é medo, é receio.

– Receio de quê?

– De me envolver e sair machucada.

– Hum, eu não vou ferir seu coração. Na verdade, pretendo guardá-lo em uma caixa e protegê-lo com a minha vida.

– E é assim que você perde o desafio.

– Hum... então, temos uma aposta... Depois de amanhã, eu vou viajar para a Tailândia para alguns shows e entrevistas. Quem cair nos braços do outro antes do prazo, no caso a viagem, vai ter que fazer alguma coisa que o outro queira. Se você perder... você vai ter que... você vai cantar e tocar War Of Hormone para mim, na frente do BTS e da Sam – Ele diz e eu coro com a cena que a minha mente simula, enquanto isso ele gargalha. Maldito garoto com nome de comida!

– Então, Biscoito... – falo irônica, ele encolhe um pouco os ombros. - O que eu devo fazer com você? Hum... já sei! Você vai se vestir de menina e vai ficar um dia inteiro assim.

– Okay... – ele suspira e depois sorri.

– Aposta fechada? – Estendendo a mão para ele, que encara a minha mão por um tempo antes de responder.

– Aposta fechada. – E então apertamos as mãos. Eu acho que isso não vai dar muito certo...


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Notas finais do capítulo

THIS - IS - WAR!

Stella VS JungKook

Vocês estão torcendo pra quem?

~Daughter_OfRock



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