Um Amor Invertido escrita por kelzinha, marinaflima


Capítulo 16
Provocações


Notas iniciais do capítulo

Será que nos resta algum leitor ainda, depois de tanta demora?



vamos ver.......



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POV QUIL

Depois que o Jacob foi embora eu estava exausto, não conseguia tirar a nossa conversa da cabeça. Será mesmo que eu estava me interessando pela Claire mais do que eu deveria? Ela é uma mulher incrível não posso negar, mas eu ainda me sentia psicologicamente muito abalado com toda essa história entre a Leah e eu para pensar em um novo relacionamento. Só de lembrar como a Claire me defendeu na frente da minha ex-noiva vagaba, no jeito que ela conduziu toda a situação deixando a Leah com a cara no chão... Cara, eu tenho que admitir o quanto fiquei fascinado com sua atitude, ela não tinha obrigação nenhuma de interferir e ainda assim, agiu feito uma leoa protegendo sua refeição. Claire, Claire, Claire...

Talvez eu só estivesse com esses pensamentos doidos em relação a ela por... por...  Gratidão. Claro Quil, seu otário! Por que não pensou isso antes? A Claire apesar de ser uma maluca desmiolada, é uma mulher muito ingênua. Eu apenas estava agradecido e me sentia na obrigação de retribuí-la de alguma forma... Não tem nada demais nisso, certo? Afastá-la daquele conquistador barato que só quer usá-la a fim sexual, sem dúvidas, é uma ótima maneira de expressar meus sinceros e profundos agradecimentos, sem nenhum pingo de interesse, é claro.

A besta do Jacob não sabe o que diz. Como ele pode me acusar de estar apaixonado, se ele mesmo nunca se apaixonou por ninguém para saber? Eu sim sei o que é se apaixonar de verdade e o que eu sinto pela Claire, não é nem um pouco parecido com o que eu sentia pela Leah. E eu amei a Leah... eu acho... Aaaargh!

 Cansado e com a cabeça a mil, me desmanchei no sofá e liguei a TV. Já fazia um tempo que a minha eventual esposa tinha ido ao apartamento da Renesmee e ainda não havia voltado. Onde aquela doida se meteu? Soltei um longo suspiro e divaguei pelos canais sem enxergar nada do que se passava. Será que ela havia decidido dormir na casa da amiga só para não precisar passar a noite aqui comigo? Poxa, mas ela poderia ao menos ter ligado pra avisar, que falta de consideração! Talvez ela tenha se sentido desconfortável com a minha presença aqui, ou arrependida por ter me convidado a dividir o apartamento com ela... Mas se esse fosse o caso era só ter me falado que eu arranjaria outro lugar para ficar. Ou será que havia acontecido alguma coisa no caminho? E se alguém lhe tivesse feito algum mal? Preocupado, desliguei a TV e decidi ir atrás dela. Antes mesmo que eu pudesse me levantar, um barulho vindo da porta me chamou a atenção. A sala estava escura, mas eu conseguia enxergar perfeitamente através da iluminação que vinha da janela.

Claire girou a maçaneta, abriu e fechou a porta cuidadosamente, em seguida, se virou na ponta dos pés com seus sapatos nas mãos e começou a caminhar lentamente na direção do corredor que dava para o quarto. Fiquei em silêncio, encarando aquela cena bizarra até ela completar o quarto passo.

- Está fugindo de alguém Claire? – Questionei apertando o interruptor de luz ao meu lado.

-AAAAAAAAAAAAAHH! – Berrou assustada, arremessando os sapatos em suas mãos na minha direção. Por reflexo, curvei meu corpo me desviando da agressão. – QUIL, SEU IDIOTA! VOCÊ QUER ME MATAR DO CORAÇÃO??? – Claire colocou uma mão no peito para checar seus batimentos. – Pois, saiba que se a sua intenção é me fazer ter um “piripaco” só pra poder ficar com a minha herança, pode tirar seu cavalinho da chuva porque eu estou FA-LI-DA, ouviu? –debochou, se jogando no sofá ao meu lado.

- Como você é absurda Claire... - Balancei a cabeça negativamente, sorrindo com seu comentário. – Mudando de assunto, eu posso saber por que você entrou em casa parecendo uma foragida do FBI?

- Ah, eu... eu... er... Eu achei que você já estivesse dormindo e não quis te acordar...  – abaixou a cabeça, tentando esconder o nervosismo.

- Eu não consegui dormir, fiquei esperando o IML me ligar para fazer o reconhecimento do seu corpo... – falei rispidamente, lembrando-me do perigo que ela correu ao andar sozinha na rua até essa hora.

- Credo, que horror Quil!

- Isso são horas de chegar Claire? Não sabe o quanto é perigoso para uma mulher como você ficar andando sozinha na rua uma hora dessas? – Ela me encarou confusa e por impulso, deixei toda a minha preocupação se manifestar. – Já imaginou se algum maníaco psicopata resolve te assaltar??? Sequestrar??? Ou até mesmo fazer coisa pior??? – disparei tudo de uma só vez.

- Nossa! Eu acho que você está exagerando Quil...

- Ah, agora eu que sou o exagerado? – esbravejei indignado. – Caramba Claire, custava ter ligado pra avisar? – nesse momento sua fisionomia foi mudando de confusa para raivosa.

- Eeeeiii... Desculpe-me, tá legal? – ela se levantou, erguendo as mãos em sinal de rendimento. – É que eu ainda não estou acostumada a ter que dar satisfações da MINHA VIDA A UM ESTRANHO POSSESSIVO! – vociferou aumentando o tom de voz.

- Ah, é? Então estamos quites, porque eu também não estou acostumado a ter que me PREOCUPAR COM A VIDA DE UMA MALUCA SUICIDA! – Devolvi no mesmo tom, ficando de frente pra ela.

Após nossa pequena guerra verbal, permanecemos em silêncio digerindo tudo que havia acabado de acontecer pelo que me pareceu uma eternidade. Nossos olhos não se desviaram nem por um segundo e por mais que eu tentasse, não fui capaz de decifrar os pensamentos por trás de sua expressão. Claire tinha razão, eu não passava de um estranho em sua vida. E essa verdade me atingiu de uma maneira inexplicável, porque mesmo sabendo que eu não tinha direito algum sobre ela, de repente, eu me vi querendo ter esse direito. Eu queria fazer parte da vida dela não só como um mero espectador, mas como protagonista principal de sua história. Merda! Eu só podia estar enlouquecendo... Atordoado, resolvi quebrar o silêncio entre nós.

- Er... Claire me desculpe... eu... eu... não sei o que me deu... – admiti envergonhado. – Você tem razão, desculpe-me por se intrometer na sua vida, mais uma vez... – Sentei-me no sofá e cobri meu rosto com as mãos. Tudo estava tão estranho dentro de mim. – Sinceramente, eu não sei o que está acontecendo comigo... – falei honestamente. – Se você preferir eu posso ir embora, eu vejo se arrumo outro lugar para ficar até resolvermos a situação do nosso casamento, eu não quero mais te incomodar e...

- Quil... – Claire se virou, ficando de costas pra mim e quando abriu à boca novamente sua voz não passou de um sussurro. – Você está certo, eu deveria mesmo ter ligado para avisar que ia demorar, mas você conhece a Nessie quando ela começa a falar não para mais e a gente acaba perdendo a noção do tempo... – ela pigarreou e completou. – Eu... hãhã... er... bem, obrigada por se preocupar comigo... – ela estava andando de um lado para outro, quando parou subitamente, ficando de frente pra mim. – A verdade é que... ainda é estranho pra mim o fato de ter alguém me esperando quando chego em casa...

- Não entendi. – disse confuso.

- É que eu nunca tive isso, Quil... – continuei com o mesmo ponto de interrogação na face, mas antes de eu abrir a boca, Claire suspirou pesadamente e continuou. – O que eu quero dizer é que eu nunca tive alguém que se preocupasse de fato comigo, entendeu?

- Er... Não! Digo... mas, e os seus pais?? Acredito que eles se preocupavam com você, certo?

- Digamos que meus pais nunca foram muito presentes na minha vida... – ela forçou um sorriso e continuou.  – Desde criança, eu me lembro de sempre ter que implorar pela atenção deles, seja para me ver dançar na escola ou para me levar no parque para brincar com meus amiguinhos, até mesmo antes de dormir eles davam para um de seus empregados a função de me contar uma historia e me dar um beijo de boa noite...  - disse com magoa nos olhos.

– Nossa Claire, mas por que eles agiam assim?

-Emily Young.

- A modelo Emily Young?

- A própria.

- Não entendo, o que a top model Emily Young tem a ver com a indiferença dos seus pais com você?

- Ela é minha... – ela bufou. – Irmã. – concluiu num sussurro.

- AH, PUTA MERDA! Está me dizendo que a modelo mais rica e famosa do mundo é sua irmã????????? – eu estava em choque. Claire arqueou uma sobrancelha repreensiva. – U-au!  

- Entende agora porque eu sou a rejeitada da família?

- Sinceramente? Não! – Claire me olhou confusa quando resolvi me explicar. – Claire, tudo bem que sua irmã é uma mulher muito bonita, tem um corpo espetacular, é rica, famosa, tem esti...

- Quil! – interrompeu-me. – Passei boa parte da minha vida ouvindo todas as qualidades da minha irmã, eu não preciso que me lembre delas agora, ok? – disse visivelmente chateada.  –Desde que me conheço por gente, todos os holofotes sempre estiveram em cima da Emily e os meus pais ficaram ocupados demais promovendo o encarreiramento dela para se preocuparem comigo.  – Ela se sentou no sofá e começou a brincar com os botões do controle da TV. – Emily nasceu com uma beleza acima da média e seus traços fortes e exóticos chamaram a atenção das maiores agências publicitárias do país. Ela era escalada para participar de fotografias, propagandas, concursos e eventos. Meus pais encontraram nela uma mina de ouro e resolveram investir tudo o que tinham na carreira dela. Quando Emily completou três anos, minha mãe descobriu que estava grávida de novo. Ela imaginou que eu seria mais uma “Emily Young”, porém, nunca levei jeito pra coisa. Nasci um bebê comum, sem nenhum atrativo e com o passar dos anos enquanto Emily ficava cada vez mais bonita, eu era apenas a Claire, a irmã mais nova, sem sal e sem açúcar que não chegava aos pés da estrela Emily Young... – Claire sorriu fraco e abaixou a cabeça tentando esconder as lágrimas que queriam escapar dos seus olhos brilhantes.

 Definitivamente, a Claire não se enxergava verdadeiramente.  Essa barreira comparativa que ela criou com a irmã, lhe impedia de ver a mulher linda e incrível que havia se tornado. Por mais que Emily tivesse uma aparência espetacular, tudo nela parecia ser artificial. Já a Claire era naturalmente fantástica. Está explicado o motivo pelo qual a doida só se interessava por esses babacas aproveitadores de mulheres ingênuas, ela não se achava boa o suficiente para conseguir coisa melhor. Ela era tão forte e tão frágil ao mesmo tempo, só de imaginar outro otário ferindo os sentimentos dela já me dava nos nervos!

Ah, eu não sabia como, mas eu a faria perceber o quanto ela era uma mulher especial. Eu precisava dar um jeito de fazer a Claire enxergar que ela era muito mais sedutora e linda do que qualquer top model mundial. Talvez eu pudesse enumerar todos os motivos que a faziam ser a melhor, como por exemplo, as covinhas que marcavam suas bochechas toda vez que sorria, o modo como ela jogava o cabelo de lado quando estava conversando, como ela ficava linda envergonhada ou irritada, como seus lábios se moviam convidativamente sempre que falava alguma coisa, o seu jeito guerreiro, meigo, protetor, maluco e desastrado de ser... Só um imbecil mesmo como aquele ex-chefe dela, para desperdiçar o amor dessa garota. Só um retardado feito esse tal de Fred para querer comprá-la com presentinhos fúteis. E só um idiota como eu para não perceber que estava APAIXONADO por ela! Espera... O quê????

- MERDA! – eu estava fudido.

POV CLAIRE

Falar da minha infância nunca foi algo fácil. Aliás, desde que decidi morar em Bronxville eu não havia comentado esse assunto com ninguém. Não sei por que fui me abrir justo com o cara que conheço há apenas dois dias. Era estranho, mas, existia algo no Quil que me fazia querer confiar nele por mais maluco que parecesse.

Após eu ter lhe contado toda a minha história, Quil ficou parado, quieto e olhando para o nada parecendo uma múmia. Fiquei observando-o por um longo tempo até que me irritei.

- Ei, morreu? – ironizei passando as mãos em frente aos seus olhos ao tentar, em vão, tirá-lo do transe. – Sei que acabei falando demais, mas não precisava ter dormido acordado, né? – Falei chateada. Poxa, eu aqui abrindo meu coração e o cara simplesmente não diz nada? Sacanagem!

- MERDA! – esbravejou de repente, perdido em pensamentos.

- O quê?  - questionei confusa.

- Que o quê? – retrucou mecanicamente.

- É que você disse: “MERDA” e eu quero saber por quê?

- Eu disse? – Quil ainda estava fora de órbita e eu não estava entendendo porcaria nenhuma. – Hã... Ah, desculpa, só estava pensando... – disse com os olhos parados. Que cara esquisito, eu hein?

- Xiiii... Bem que senti um cheirinho desagradável...  – brinquei, tampando o nariz. – E posso saber no que estava pensando?

- Em você. – respondeu automaticamente sem olhar para o lado.

- Como é que é???? – arregalei os olhos assustada. – Você está me chamando de MERDA????? Foi isso mesmo que eu entendi????? – berrei, fazendo Quil me olhar pela primeira vez depois do seu estado vegetativo.

- Por que está gritando tanto Claire? Não percebe que poderá acordar os vizinhos? Já é tarde... – disse naturalmente como se nada tivesse acontecido.

- Quil, qual é o seu problema? – questionei ofendida. – Primeiro, eu fico aqui que nem uma retardada contando a minha vida e você fica aí, parado e com um olhar de peixe morto. Depois, do nada me solta um “merda” dizendo que estava pensando em mim e agora age como se nada tivesse acontecido? Você ingeriu uma alta quantidade de cogumelos ou sofre “Delay” mesmo?

- É impressão minha ou você está nervosa? – se fez de idiota, reprimindo um sorriso.

- GRRRRRRR... Você é mesmo um imbecil! – peguei uma almofada do sofá e joguei com tudo em cima dele. Saí da sala batendo o pé, fui até meu quarto, apanhei um cobertor no closet e voltei rapidamente nas mesmas passadas violentas. Quil sorria que nem um bocó ajeitando a almofada no sofá. – Durma bem! – sorri sarcasticamente arremessando o cobertor em sua cabeça. – Agora com licença que eu preciso dormir, porque a minha pele precisa ficar linda e perfeita para o MEGA ENCONTRO que terei com o GENTIL do FRED amanhã. – antes de sair, olhei pra ele e falei. - Aliás, acho que pedirei para o Fred te dar umas aulinhas de boas maneiras, o que acha? – Quil fechou a cara na hora e eu lhe lancei uma piscadinha vitoriosa. – Boa noite, MARIDINHO. – acenei irônica, empinei o nariz e voltei para o meu quarto.

Depois de fazer minha higiene noturna e vestir meu pijama, me joguei na cama e fechei os olhos. Por que tudo na minha vida parecia estar de pernas para o ar ultimamente? Como eu podia sentir uma coisa num segundo e no outro simplesmente sentir outra? O pior é que eu não conseguia definir mais nada do que estava se passando dentro de mim. Eu queria muito fantasiar o meu encontro de amanhã com o Fred, ou refletir sobre o que faria em relação ao Seth, mas a minha mente estava ocupada demais pensando no meu novo hóspede para me preocupar com outra coisa. Por que ele não disse nada depois que lhe contei a minha historia? Será que ele ficou tão deslumbrado com a parte que a top model mais famosa do mundo Emily Young era minha irmã que nem prestou atenção no resto? Se bem que eu não deveria me espantar, afinal, todos sempre agiam dessa forma, por que justo o Quil seria diferente? Mas a preocupação que eu vi em seus olhos quando estava brigando comigo por não ter avisado a minha demora pareceu ser tão verdadeira...

 Senti uma vontade enorme de chorar, até quando o fantasma da Emily iria atormentar a minha vida? Até quando eu seria enganada por quase todos ao meu redor? Tirando a Renesmee que sempre foi minha amiga incondicional e odiava a minha irmã, todas as outras pessoas que eu havia conhecido até hoje, só se aproximaram de mim por puro interesse.  Por isso, quando me mudei pra Bronxville resolvi não contar nada a ninguém e recomeçar do zero. E bem, considerando que eu continuo só tendo a Nessie como amiga, posso dizer que não evolui muita coisa...

Virei-me de lado na cama e puxei o cobertor até o pescoço, deixando apenas minha cabeça para o lado de fora.

- Claire? – Quil deu duas batidinhas na porta ao chamar pelo meu nome. Como estava de costas para ele, não pude visualizar a sua expressão.  – Já dormiu? – Permaneci imóvel, pensando se deveria responder ou não. Já havia optado pela segunda opção, quando ouvi alguns passos se aproximando de minha cama. Cogitei a ideia de fechar os olhos e me fingir de morta, mas, antes que eu pudesse agir, Quil já havia se materializado na minha frente e estava olhando pra minha cara. Droga!

- O que quer Quil? – revirei os olhos fazendo pouco caso. – Se veio até aqui atrapalhar meu sono para pedir um autógrafo da minha irmã, infelizmente, eu não poderei ajudá-lo porque ela está desfilando para uma grife japonesa. Agora dá licença que eu quero dormir... – rolei para o outro lado da cama, ficando novamente de costas pra ele.

- Claire em primeiro lugar, eu quero que sua irmã se foda e em segundo, eu vim até aqui porque preciso falar com você e tem que ser AGORA. – confesso que tremi com o tom grave de sua voz. Quando voltei a encará-lo, Quil estava sério e com os braços cruzados no peito, posição que valorizava bastante os músculos dos seus bíceps. E não é que olhando por esse ângulo, meu acidental marido até que era bem gostosinho? Que isso Claire, ficou doida? Abstraí garota, abstraí!

POV QUIL

Eu sabia que era loucura o que estava prestes a fazer. Mas o que na minha vida não tem sido uma loucura ultimamente? Uma a mais ou uma a menos não iria fazer tanta diferença.  Assim que me dei conta dos meus sentimentos pela Claire, fiquei em estado catatônico.  Também não é pra menos, afinal, até dois dias atrás eu estava jurando amor eterno a uma mulher e agora me descubro apaixonado por outra? Mais uma vez agi feito um idiota na frente dela e após passar um bom tempo pensando no que fazer, eu decidi que valia a pena lutar. Eu nunca havia encontrado uma mulher como a Claire na minha vida e entregá-la de bandeja para qualquer “zé ruela”, estava fora de cogitação.

- Está bem! E o que é tão urgente assim que não pode esperar até amanhã? – ela se sentou na cama e cruzou os braços, emburrada.

- Isso! – Agindo por impulso, me aproximei de seu rosto e a segurando pela nuca, a puxei para os meus braços. Claire num primeiro momento ficou parada e sem reação. Forcei minha língua em seus lábios, pedindo permissão para aprofundar o nosso beijo. Ela, sem muita força, tentou se afastar. Eu nunca havia sido tão ousado em toda a minha vida e o medo de ser rejeitado só fez com que a adrenalina em meu corpo me deixasse ainda mais corajoso apertando-a com mais firmeza em meus braços. Eu não iria desistir agora. Eu precisava saber se tinha algum tipo chance com ela e a única forma de descobrir isso seria através de sua resposta ao meu beijo. Estava começando a ficar seriamente preocupado, quando senti seus lábios se entreabrirem delicadamente dando passagem para minha língua.

O beijo começou lento e suave, como se nossas línguas estivessem se conhecendo, explorando uma a outra numa espécie de apresentação. Meu coração estava disparado e eu me sentia como um pré-adolescente dando seu primeiro beijo. Em poucos segundos, uma descarga elétrica percorreu por nossos corpos mandando toda suavidade e gentileza para o espaço. Claire se agarrou em meu pescoço e eu a retribui puxando, com urgência, uma mecha de cabelo atrás da sua nuca. Parecíamos dois leões famintos brigando por comida, enlaçamos nossos corpos e deixamos nossas línguas comandarem a batalha. Quando começou a ficar difícil respirar, fomos nos afastando vagarosamente sem tirar os olhos um do outro. Claire estava ofegante e eu realizado. Meu plano tinha saído muito melhor do que havia imaginado. Antes de deixa-la abrir a boca para dizer alguma coisa que estragaria o momento, levantei-me da cama, abri um sorriso sacana e falei:

- Pronto, agora sim sua pele estará muuuito melhor para o seu “MEGA ENCONTRO” de amanhã com o “GENTIL” do...do... como é mesmo? Frederico, certo? Aliás, acho que talvez você possa por em prática o que aprendeu comigo hoje e dar umas aulinhas de “bons beijos” para o seu amiguinho, o que acha? – Claire permaneceu atônita, enquanto seu cérebro assimilava minha presunção. – Ah, antes que eu me esqueça, durma bem e tenha uma boa noite, ESPOSINHA! – usei o mesmo tom que ela havia usado comigo na sala. Sai triunfante dando-lhe uma piscada sedutora e fechando a porta atrás de mim.

Se eu estiver certo, ela dará um chilique em...

5... 4... 3... 2...

- AAAAAAAAAAAHHHHHHH SEU IDIOTA FILHO DA P... AAAAAAAAARRRRGGGG!!!

- EI CALA A BOCA PORRAA! TEM GENTE TENTANDO DORMIR! – esbravejou algum morador do prédio.

- AAAHHH PRO INFERNO VOCÊ E SEU SONO, IMBECIL! – Claire berrou ainda mais alto provavelmente enfiando a cabeça pra fora da janela, pois, sua voz ecoou por toda a rua despertando, latidos de cachorros, assovios e xingamentos de vizinhos.

Eu ri, ela era demais! Ainda sorrindo, me deitei no sofá e soltei um suspiro satisfeito.

Quil Ateara estava “nas paradas” novamente! Estou pronto para fazer o possível e o impossível para conquistar o coração daquela maluca lá no quarto, nem que para isso eu tivesse que – com a ajuda do Jacob – melar com todos os encontros que ela insistisse em ter daqui pra frente. Começando amanhã, com o tal de Frederico!

Clairezinha aguarde e você verá todo o poder de sedução do seu maridinho aqui! – pensei antes de ser tomado pela inconsciência.

CONTINUA....


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Notas finais do capítulo

ENQUANTO HOUVER REVIEWS, HAVERÃO POSTS! MESMO COM DEMORA E TD MAIS, ENQUANTO HOUVER REVIEWS, HAVERÃO POSTS!


SEI Q EH UM SACO ESPERAR, SOU LEITORA TB E FICO PUTA QDO DEMORAM P POSTAR NAS HISTORIAS Q ACOMPANHO...

INFELIZMENTE TEMPO E CRIATIVIDADE NÃO EH ALGO Q SE COMPRA, PORTANTO, MESMO QUE MUITAS TENHAM DESISTIDO DE LER, ENQUANTO A GENTE TIVER NEM SE FOR UMA LEITORA APENAS, CONTINUAREMOS POSTANDO ATÉ O FINAL.


CONFUSÕES DE UMA CULLEN, SERÁ A PROXIMA FIC A SER ATUALIZADA.

BEIJOSSS E AGRADECEMOS PELA FORÇAA!!!!!!!