Casada com Edward Cullen II escrita por Catiele Oliveira


Capítulo 22
Capítulo 21




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Capítulo 21

Pov Bella.

Um passo para o fim. Nós estávamos em um passo para o fim de tudo. E meus questionamentos estavam intensos, a essa altura eu já não entendia qual era o carma destinado a mim.

Minha vida tornou-se um completo jogo de tabuleiro movido por um só jogador: Edward. E ele jogava para ganhar. Após me ver conversando com Jared, tudo que fizera fora impor regras e banhar-me com seu desprezo. Eu sabia que algo estava acontecendo, uma coisa grande, mas parecia como se eu estivesse presa no meu pior pesadelo. Como se eu tivesse voltado ao primeiro ano de convívio com aquele homem e principalmente: como se eu fosse obrigada a aceitar em silêncio tudo que ele havia para impor. Mesmo que eu disse a mim mesma que não deveria ser assim, eu me via dizendo sim a qualquer pedido dele. Afastamento de Jared? Sim. Mudar de turma para não vê-lo? Sim. Deixar de frequentar a casa de Rosalie? Ora, mil vezes sim. Eu dizia sim para tentar salvar meu casamento, uma coisa que agora eu começava a pensar se era o que Edward também queria, até então.

Eu o vi aumentar minha segurança enquanto o tempo passava. Ele dizia que era por puro zelo, mas eu via a mentira estampada em seu rosto. Eu me sentia constantemente presa e vigiada, porém... Sim, eu dizia sim para isso também.

Os únicos momentos em que eu o via me tratar com a naturalidade de antes eram assuntos envolvendo nosso filho e a verdadeira preocupação em seus olhos pela minha gestação de alto risco. Eu sou uma pessoa saudável. No peso ideal para minha altura. Com uma alimentação saudável, mas não é isso que minha pressão arterial diz quando aumenta de uma maneira preocupante, fazendo-me passar dias de repouso, porque minha placenta também promete dar trabalho. Mas, apesar disso, vejo no rosto de Edward e sei que ele está prestes a explodir... E o pior de tudo são dias como esse, dias em que ele desaparece sem notícias. E hoje foi exatamente dessa forma, recebeu suas correspondências, trancou-se no escritório e depois disse que deveria sair para resolver um assunto urgente. Preocupada quando ele começou a demorar além do normal, eu liguei. Eu pedi para ele voltar, eu pedi um remédio. Eu disse que o amava, avisei que estava passando mal e... Nada. Nenhuma resposta. Enquanto eu era ignorada pelo meu marido as duvidas só ficavam crescentes dentro de mim.

Quando eu percebi que Edward não voltaria mais, eu resolvi dormir. E quando amanheceu, eu sabia que deveria ir para a faculdade ou ficaria louca de tanta ansiedade. Isso faria mal para o bebê. E eu queria estar bem quando cobrasse uma boa explicação do meu marido.

No horário de almoço, Rosalie me olhava revirar meu prato. Ela tinha uma feição tão preocupada quanto de Alice. Ela não ignorava meu desespero, mas eu sabia que havia temor em suas ações.

— Está tudo bem? — Me perguntou quando não suportou mais o silêncio que emanava de mim.

Eu não pude nem respondeu, meu celular tocou no mesmo instante enchendo meu coração de esperança, para depois me frustrar. Era somente Alice.

— Oi. — Minha voz desanimada era óbvia.

— Oi, ele não entrou em contato conosco. Você se sente bem? — Alice estava mais nervosa que ontem, quando eu lhe liguei na madrugada.

— Esgotada. — Confesso. — Edward está acabando comigo.

— Eu sei... — Alice suspirou. — Mas o que você acha que pode estar acontecendo? Ontem você lhe disse que sentia que ele escondia coisas de você.

— Eu ainda acho. — Disse a ela, fazendo-a se calar.

— Deveríamos conferir isso então. — Alice determinou — Encontro você na sua casa, certo?

Eu não precisei assentir, ela sabia que eu iria.

Alice desligou e Rosalie me olhou em expectativa.

— Alice acha que o que Edward está me escondendo está em casa. Quer vir junto?

Rose assentiu rapidamente, pegando sua bolsa. Nós andamos para a saída em silêncio enquanto eu lhe dizia que estava sem carro, por sorte, ela estava com o de Emmett. Voltei de carona com Rosalie. No caminho eu perguntei sobre sua vida, sobre ela e Emmett e o casamento, enrolando só para perguntar se seu irmão estava bem. Ouvi sua voz cordial dizer ‘você pode falar com ele quando quiser’ e assenti.

Encontrei com Alice sentada no sofá da minha sala, levantando-se animadamente falando sobre devermos ir a uma caçada em busca dos segredos do meu marido.

— E qual é o plano? — Rosalie perguntou para a minha amiga anã, que sorriu animada.

— Não sei, só procurar o que deixa Edward tão irritado. E vamos ficar juntas, caso ele apareça do nada. Melhor.

— Você tem razão. — Concordei com Alice. — Devemos começar com o escritório. Se ele está escondendo algo, só pode estar lá.

E foi o que fizemos. Reviramos as gavetas e pastas de Edward. Seu notebook estava ligado, mas aparentemente longe de qualquer suspeita. Procurei por cofres atrás de quadros. Papeis escondidos em livros nas estantes de Edward e nada. Não encontramos absolutamente nada.

Me joguei sobre uma poltrona de couro preto, pronta para desistir.

— Edward não tem cofres? — Alice perguntou, bufando. — Jasper tem um cofre em um fundo falso, na gaveta do closet.

Eu a encarei por alguns segundos pensando naquilo. Me levantei, agora alerta novamente. Eu caminhei para fora do escritório, tendo minhas duas amigas correndo atrás de mim. Nós subimos as escadas de dois em dois degraus e empurrei a porta do meu quarto com força. Caminhei em passos rápidos para o closet, abrindo as gavetas de Edward uma a uma, praticamente socando o fundo delas.

Primeira gaveta. Nada.

Segunda gaveta. Nada.

Terceira gaveta. Nada.

Quarta gaveta. Nada.

— Bella? — A voz de Rosalie soou em um grito. — Eu achei, aqui!

Larguei as gavetas de lado, voltando ao quarto. Vejo Rosalie segurando um quadro na parede central do quarto. Eu me lembro de ter dito a Edward que era um quadro feminino demais, mas lembro de ele ter dito que fora pintado para mim. E que eu não deveria removê-lo em hipótese alguma.

— Que previsível. — Alice disse.

Pois é, e lá estava ele... Atrás do quadro um cofre brilhante.

— Edward usa a mesma senha em tudo... — Eu tentei, discando os números que eu sabia perfeitamente.

E em segundos... A porta se abriu para mim.

Enquanto eu tirava papeis de lá, como maços de dinheiro e até uma... Arma, que me deixara completamente pasma e pálida, o telefone tocou. Alice saiu de perto na intenção de atende-lo, enquanto eu entregava os papeis para Rosalie, que os levava para cama. Cinco papeis, dobrados perfeitamente... Rosalie abriu um após eu permitir, mas a sua feição ao ler... Era a pior possível. Eu hesitei antes de desdobrar o papel e forçar a leitura.

Era isso então?

O embrulho no estomago viera juntamente com o sentimento de nojo e decepção. Meus olhos estavam cocados, enquanto eu lia cada linha... Todas aquelas palavras proferidas contra mim... Palavras horríveis... Duras e falsas. Palavras que meu cérebro filtrada, dando uma explicação lógica para a estranheza de Edward. Era isso então? Era uma boa explicação.

Edward sempre foi um homem ciumento. Inseguro, possessivo e isso nunca foi uma novidade para mim. Mas... Não acreditar em mim quando somos verdadeiramente casados... Isso é...

Eu não tinha palavras.

Rosalie me entregou o papel que ela estava lendo. E aquilo... Parecia mil vezes pior. Era a carta mais recente e nela... Continha um blefe. Se Edward quisesse comprovar as alegações que ali estavam, deveria ir me encontrar na cafeteria da faculdade esta tarde.

— Você deveria... Ir lá... Conferir isso... — Murmurei para Rosalie, quando ela me segurou, colocando-me sentada na cama.

Eu estava tonta, sentindo que o ar em algum momento sairia dos meus pulmões e eu voltaria a respirar normalmente. Por agora... Eu estava com taquicardia e hiperventilava.

— Bella... — A voz de Alice surgiu, fazendo-me levantar para ela, que segurava com força e telefone sem fio contra o peito. — Isso não é o fim.

Não. Sua feição era tão... Desesperadora...

— O que houve? Quem era ao telefone? — Perguntei, temendo o pior.

Edward... Edward estava bem? Era só isso que me preocupava. Apesar de qualquer coisa.

— Era uma mulher... — Ela sussurrou, agora era Rosalie que amparava a ela. — Ela disse que se cansou de ameaçar. E que agora agiria, você e o bebê seria o alvo. Que Edward sentiria na pele o que é perder alguém que se ama.

Meu ar se foi de vez. Eu levei a mão ao peito, enquanto via as lágrimas de Alice escorrer por seu rosto.

— Rosalie... — Disse — Você deve ir. Me ligue... Se ele for.

Rosalie me olhou, pensando no que fazer, mas ao me ver sustentar seu olhar ela saiu do quarto. Eu levantei para segurar os ombros de Alice, que parecia mortalmente assustada. Nós nos abraçamos apertados, enquanto eu me permitia chorar. Por agora, se eu fosse chorar teria que ser agora. O medo corria pelo meu sangue, mas Edward me devia muitas explicações. E se eu quisesse mesmo confrontá-lo, teria que ser de frente.

Ele nunca mudaria. Essa constatação me deixou mais triste que qualquer desconfiasse ou medo que eu sentisse. Saber que meu marido, o homem a quem eu deveria inteiramente confiar e amar, nunca mudaria. Ele sempre estaria tropeçando em seus erros e mentiras. Ele sempre seria covarde e nunca sustentaria nosso amor como um homem de verdade. E quando as coisas começassem a se acertar, ele faria algo errado, como está fazendo agora, para por fim em minha felicidade. Como eu disse... Carma. Esse era o meu. Um fardo pesado demais para eu carrega-lo sozinha.

Soltei-me de Alice, secando suas lágrimas e as minhas.

— Você também deve ir, Alice. Eu vou esperar Edward sozinha.

Ela me encarou por alguns segundos, mas não pensava em replicar. Eu a vi afagar meu ombro docemente, após se retirar em silêncio.

Estava decidido. Pelo meu próprio bem esse casamento deveria acabar. Pelo bem do bebê ao menos. O clima com Edward não poderia continuar tão pesado e eu não poderia continuar me sentindo tão abandonada no momento em que eu mais preciso dele.

Eu estava com raiva com tanta raiva. Enquanto eu pensava seriamente em quebrar tudo pela frente ou só me trancar e deitar. Não seria a melhor coisa agir pela emoção seria errado. E eu teria que pensar; no tempo em que Edward demorasse em chegar... Eu deveria somente pensar.


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