Casada com Edward Cullen II escrita por Catiele Oliveira


Capítulo 23
Capítulo 22




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/648752/chapter/23

Capítulo 22.

Pov Bella.

Meu corpo arqueou com o som do telefone e o temor batendo forte em meu peito. Eu o atendi, levando-o ao ouvido, enquanto ouvia as palavras que eu não queria nunca mais ouvir na vida.

— Ele veio. — Rosalie murmurou.

Eu desliguei sem me preocupar em responder, sabendo que ela entenderia.

Juntei todas as cartas, rumando para o andar de baixo.

Não sei dizer ao certo quanto tempo levou desde a saída de Alice até a ligação de Rosalie, tudo que eu sei é que eu enxergava vermelho enquanto a raiva subia e descia de acordo com minha respiração irregular.

Eu caminhei até a cozinha, vendo George trazer um copo com água quase que instantaneamente. Eu bebi o liquido contra a vontade, achando sinceramente que isso me faria ficar mais calma. O que não aconteceu.

Edward desconfiou de mim. Essas palavras passavam em um LED vermelho vibrante em minha cabeça. Edward desconfiou de mim a ponto de acreditar em cartas anônimas. Que tipo de pessoa acredita em cartas anônimas, como em novela mexicana? Edward havia feito sua escolha, uma péssima escolha por sinal. O que ele havia feito era simplesmente acabar com o que já estava muito quebrado. A coluna do nosso casamento ruiu. Ele havia destruído não só a nossa relação. Ele havia minado minha confiança, tanto nele, como em qualquer outro homem que pudesse entrar na minha vida. Eu poderia suportar tudo, ou melhor, eu achava que suportaria tudo. O que foi completamente um erro.

E eu lamento.

Eu realmente lamento por ter confiado tanto nele ao ponto dele quebrar meu coração novamente.

Seja quem fosse o autor das cartas anônimas, ele havia vencido. Conhecia Edward bem o suficiente, conhecia suas fraquezas e sabia exatamente o jogo que estava jogando. Agora sim, eu o deixaria com requinte de crueldade. Para ele nunca se esquecer do que fez a mim.

Eu voltei para sala quando eu ouvi o barulho forte da porta batendo. Meus pés pisavam duros ao chão, quando eu alcançava o cômodo. A cena que eu vi quando adentrei à sala era decadente. Edward estava com o nariz sujo de sangue e inchado. Seu cabelo era uma confusão de fios fora do lugar. A blusa torcida, como se ele estivesse deitado em uma poça de cola. E os olhos eram uma tempestade de confusão.

— Então era isso que você estava me escondendo? — Eu falei antes que ele pudesse dizer qualquer coisa.

Os papeis voaram para ele, e de alguma forma, ele sabia exatamente o que estava acontecendo. Ele nem se quer se curvou para pegar uma das cartas. Ele ficou ali, parado, observando-as cair ao chão.

— Bella, eu... — Ele tentou dizer, mas sua voz morreu quando ele me encarou.

Eu não sabia como eu estava por fora, mas por dentro... Em milhões de pedaços. Mas de alguma forma minha aparência física pareceu amedronta-lo.

— Onde você esteve? Dormiu por onde? Eu liguei umas... Sei lá quantas vezes. O que aconteceu? E por que diabos você desconfio de mim, Edward? De mim!

Eu já gritava, algo que ele provavelmente parecia não esperar. Eu andei para perto dele, apontando minha mão para o seu rosto. Edward tinha seus olhos de predador experiente como o de um menino assustado. Ele os arregalou, preocupado com o que eu iria fazer.

— Rosalie me contou! — Gritei novamente, quando o silêncio foi minha única resposta. — Você não só mentiu esse tempo todo... Como também há telefonemas anônimos ameaçando minha vida! Você desconfiou do meu amor e não me contou dessa outra parte da história!

Ele continuava em silêncio. Parecia profundamente em conflito, ele tentou se aproximar, para me tocar, mas me desvencilhei, me afastando do seu alcance.

— Não! — Gritei — Eu me enganei com você.

A segunda frase havia tanto desgosto...

Eu o encarei de cima a baixo. Ele não iria me dizer nada? Ele não teria a decência de me dizer absolutamente nada?

— Não Bella, por favor... Deixe-me...

— Calado! — Gritei — Agora eu não quero ouvir. Eu quero o divorcio!

— Não! — Essa foi sua vez de gritar. Edward andou perigosamente até a mim, lágrimas ameaçavam cair de seus olhos. — Não Bella, eu amo você. Eu amo você.

— Foda-se, eu quero o divorcio! — Gritei novamente, quando Edward tentou me puxar pelo antebraço.

— Não, você não pode! — Ele estava desesperado. Nitidamente desesperado.

— Ah, é mesmo? — O som de desafio na minha voz o fez recuar.

Edward deu dois passos para trás, encarando-me em profundo silêncio.

— Você não teria coragem... — Ele, porém, não acreditava.

Uma risada fria transpassou meus lábios, enquanto Edward avançava sob mim. Ele segurou meus braços fortemente, enquanto seus olhos lutavam com o meu. O seu descontrole era irracional, mas eu estava bem. Eu seria forte o suficiente para detê-lo.

— Você me ama! — Ele gritou asperamente.

Seus olhos se estreitaram sob o decote da minha blusa de um jeito desrespeitoso até para um marido. Edward parecia alucinado agora e um frio percorreu minha espinha. Percebendo que eu percebia, ele fechou seus olhos com força, voltando a me encarar. Minha respiração ficou pesada então.

Fazia tempo que ele não me olhava daquela forma. O desejo em seus olhos. Fazia tempo que ele não me segurava. E apesar de dormimos na mesma cama, estávamos longe de compartilhar a intimidade de um casal recém-casado.

— Não é só de amor que sobrevive um relacionamento... — Eu soprei baixo em direção a ele, que abriu seus olhos agoro.

Fogo, havia tanto fogo nos olhos de Edward. Pareciam queimar. De desejo, desespero. Medo. Conflitos que só ele poderia traduzir em palavras.

— Então é porque e te amo. Eu amo suficientemente para dizer que amaria além de tudo nessa vida. Você está gerando meu filho, o principal motivo para estarmos juntos.

— Não seja sujo. — Eu puxei meu braço. — Não coloque uma criança inocente na sua persuasão Edward!

Eu me afastei por alguns segundos, recuperando o folego.

— Nós somos bons juntos... — Ele gemeu para mim. E eu soube que ele estava falando de sexo. — Malditamente bons, amor...

— Você só pode estar brincando.

— Eu não estou. E eu nunca darei o divorcio a você. O que é, você vai desistir na primeira pedra?

Minha risada mórbida o pegou de surpresa. Eu encarei fortemente Edward, querendo entender o que ele que ele pensava que estava acontecendo.

— É brincadeira?

— Nós não vamos nos separar Bella... — Ele disse, convicto.

— Você está tão errado comigo! Tão errado! — Eu gritei — Dessa da merda desse altar! Pare de ser altivo ou você só vai conseguir me deixar tão... Mais tão puta com você em ponto de não querer nunca mais olhar para a sua cara.

Aquela frase pareceu surtir o efeito necessário, abalando suficientemente Edward ao ponto dele se sentar ao sofá, colocando as mãos entre o rosto.

— Me perdoe... — Ele disse em um tom abafado, chorando.

— Você realmente achou que eu pudesse estar te traindo? — Eu disparei para ele, enquanto o via assentir.

Minha respiração oscilou um pouco, enquanto meu coração acelerava.

— Então por que você não me questionou sobre isso?

— Pelo bebê. — Ele disse, parecendo sincero agora. Edward encarava suas mãos, e eu via suas lágrimas descerem — Você não deveria estar sabendo disso agora, esse estresse.

— Cale a boca, você não tem direito de se preocupar comigo. — Rebato, interrompendo o que ele dizia. Edward se cala. — E as ameaças? Desde quando?

— Um mês, mais ou menos... Logo depois as cartas começaram...

Eu assenti, tentando sinceramente compreender.

— O que você estava fazendo essa noite? Onde estava? — Eu vi seus olhos desviarem-se para a porta de saída e eu temi muito mais. — Com quem você estava? — A pergunta continuou, Edward em profundo silêncio. — Onde... Onde está sua aliança?

Dessa vez meu tom baixou gradativamente. Toda... Toda a minha segurança foi por água a baixo. Eu estava armada até os dentes contra Edward, mas aquele gesto, aquele único gesto me deu vontade de sentar e entrar em desespero. Meu casamento... Meu marido... Era como se o fato de ele não usar sua aliança fosse muito pior. Como se a ficha estivesse caindo, finalmente caindo de que minha vida parecia tão arruinada a ponto de não haver mais nenhum tipo de esperança de felicidade.

Pobre bebezinho... Lamentei, abraçando minha barriga.

— Eu fui em um bar quando saí daqui... — Ele sussurrou algum tempo depois — Eu bebi até as três... Eu fui dar uma volta depois disso... Acho que praia. Eu dormi na areia... Apaguei, na verdade. Eu acordei com a luz do sol. Sem aliança... Roubado.

Algo não batia. Edward me encarou, piscando seus olhos, derrubando mais lágrimas.

— O que aconteceu depois?

— Eu acordei, comi algo e dirigi até a faculdade... E você não estava lá. — Ele disse, se levantando agora. — Bella, eu sei que as coisas nunca foram fáceis para nós. E eu sei que o maior culpado nisso tudo só eu. Você tem toda razão em querer se ver livre disso... De mim...

A dor em sua voz me atingiu, eu continuei abraçando minha barriga, tentando não chorar. Não chorar, nem ceder.

— Porém... Nós passamos por tudo, e eu sei que boa parte isso se deve ao fato de você ser uma mulher, mesmo que tão nova, madura e persistente. Você empenha no nosso casamento tanto esforço... Que eu... Não vejo isso, não via, até hoje... — Ele continuou, me encarando profundamente. — Eu reconheço que eu não mereço seu perdão porque eu não fui decente com você. Mas, apesar disso...

— Apesar disso? — Arqueei minhas sobrancelhas, o encarando profundamente.

Ele andou até a mim, derrubando lágrimas silenciosas.

— Eu arrependi do que fiz no momento em que eu vi que não havia voltas.

— Se arrependeu? — O cinismo no meu tom... Era horrível.

Eu não conseguiria agir normalmente, e isso estava começando a me deixar ainda mais perturbada.

— Lógico. Você é tudo que eu tenho. Você e meu filho. São tudo que eu tenho. Minha base, meu refugio. Minha família. Tudo. — Seu tom de desespero foi cruel, eu o vi se ajoelhar na minha frente, segurando-me por seus braços. — Eu não viveria sem você, Bella. Sem vocês dois.

— Isso é ridículo. Se levante...

— Não — Ele me interrompeu. — Eu sei que não mereço, nunca merecerei você. Seu amor... Mas eu juro... Eu juro.

— E se fosse verdade? — Eu o interrompi, Edward parou de dizer o que dizia e me encarou. — E se eu tivesse traído você?

— Então eu perdoaria você. — Ele respondeu tão rápido... — Porque hoje eu sei que pessoas cometem erros... E que isso não significaria que você não me ama. Seria só um erro.

— Levante-se, Edward...

Disse, me inclinando para ajuda-lo a se levantar.

— Me perdoe... Por favor. Por favor. Não vá embora da minha vida. Eu prometo a você que isso nunca mais irá acontecer.

— Não me faça promessas. — O cortei.

Eu tirei minha aliança, vendo-o se desesperar.

— Enquanto você não estiver usando uma... Também não usarei. — Disse, dando o objeto na mão dele. — Você pode levar e fazer a sua. E então... Nós podemos fingir que isso não aconteceu... Como se fosse possível.

Ele apertou a aliança em sua mão, num profundo silêncio.

Eu me virei, sabendo que não conseguiria encará-lo nem por mais um segundo.

O que eu havia feito? Estava mesmo dando outra chance para ele continuar me fazendo sofrer?


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!