Casada com Edward Cullen II escrita por Catiele Oliveira


Capítulo 21
Capítulo 20


Notas iniciais do capítulo

Eu disse que voltaria :)



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Capítulo 20

 

POV Edward.

Não sabia para onde ir. Fechava meus olhos, forçando-me a lembrar de algo, mas nada, absolutamente nada vinha à mente. E aquilo era mil vezes pior que toda a situação.

Como eu pude fazer isso?

Essa pergunta reveza em minha mente, vezes e vezes, enquanto eu dirigia, não muito atento ao trânsito.

Eu havia levado a minha amiga, irmã do meu melhor amigo, para cama. Eu havia traído a minha esposa! Como eu pude fazer isso com ela? Comigo? Com meu filho? Com meu casamento? Eu deixei que a emoção me dominasse, e aqui estou eu, não tendo resposta para meus próprios questionamentos.

Ao ligar meu celular, me deparei com as muitas ligações perdidas de Isabella. De Susan, minha secretária e até mesmo Alice e Jasper. Comecei simplesmente a pensar no que poderia ter acontecido com Isabella. E eu simplesmente me senti estupido por não ter desabafado com a minha esposa, pelo seu momento de fragilidade, das coisas que me atordoavam a mente. Com cartas anônimas e telefonemas ameaçadores. E minhas dúvidas aumentavam gradativamente. Ir ou não ir até a faculdade... Independente do que visse lá, eu me sentiria um lixo de qualquer forma.

Eu estava esmagado. E eu não podia dizer o quanto de dor eu traria a minha mulher se isso viesse à tona. Toda vez que eu visse seus olhos doce, sua voz carinhosa. A sinceridade evidente, eu me sentiria o mesmo lixo de agora. E seria impossível esconder algo tão grande assim dela.

Parei meu carro em frente a uma cafeteria. Eu precisava começar a pensar no que é que eu faria, simplesmente pensar... E então, ao olhar para o volante... Porra, eu estava sem a minha aliança. Por que diabos eu havia a tirado?

Apertei meus olhos com força, ignorando por hora. Preferindo ouvir os recados da caixa postal.

1 “Edward, onde você está? Se não demorar, traga doce de abobora”.

2 “Edward, por que você não atende ao telefone? Passe na farmácia e traga Dramin, eu estou muito enjoada hoje”.

3 “Estou começando a ficar preocupada. Você não chega e não atende o celular. Me ligue, Edward”.

4 “Eddie, são duas da manhã. Eu te amo, por favor volte para casa”.

5 “Eu não estou me sentindo bem. vou à a farmácia comprar o remédio e... São cinco da manhã, Edward!”

Respirei fundo, sentindo meus olhos queimando. Cliquei em um recado de Susan.

1 “Senhor Cullen, sua esposa ligou pela manhã e está preocupada. Entre em contato comigo, urgentemente”.

Cliquei em um de Alice.

1 “Quando você vai tomar jeito? Saiu e deixou sua esposa gravida sozinha. Não foi uma boa ideia, sabia? E muito menos eu, com um bebê pequeno, saindo para levar remédios para ela. Vê se volte para casa, seu desgraçado!”

Sim, Alice me deu medo.

Ouvi os dois últimos de Jasper.

1 “Cara, sua e minha mulher estão uma fera. Não acredite nessa voz doce de Isabella nas mensagens, ela está realmente puta, mano. Me ligue, seja o que for, vou ajudar você”

2 “Edward, me ligue assim que pegar esse recado. É urgente”.

Respirei fundo, desci do carro e comprei um café grande para viagem. Foi só quando eu vi o relógio... Iam dar duas da tarde. Merda, merda, merda.

Liguei para Jasper, pedindo para que ele me encontrasse na faculdade de Bella, e o encontrei lá cinco minutos depois.

— O que houve com você? Independente do que tenha acontecido, me fale, eu vou te ajudar, cara.

— Eu traí Isabella ontem — Disse diretamente.

Jasper parou por alguns segundos. Seu “independente” não chegava ser tão além. Eu vi algo como decepção em seus olhos, mas também parecia como: “eu já esperava por isso” e só faltava ele dizer: Edward sendo Edward.

Mas seu silêncio era bem pior.

— Preciso ver uma coisa — Disse a ele.

Jasper continuou me olhando, mas moveu-se quando eu comecei a andar bem rápido para dentro da instituição. Eu peguei um elevador, e em segundos estava no segundo andar. Andando por um longo corredor até a lanchonete ao final dele.

Eles...

Não estavam lá.

E mais uma vez o amargo da decepção própria havia percorrido pela minha boca. Podia sentir o gosto palpável do meu próprio fracasso como ser humano. Levantei minha mão e baguncei meus cabelos. Eu estava aliviado por ela não estar aqui, mas havia uma pequena parte de mim que queria que ela estivesse para que eu não me sentisse tão mal por ser eu.

Idiota. É o que eu sou. Vejo Jasper me encarar, e se ele simplesmente soubesse, diria o quanto sou idiota.

— Onde você esteve? — A voz que me aborda, porém, não tem a mesma calma que meu amigo — Você está um trapo. E esse cheiro de álcool... Eu posso sentir do outro lado.

— Onde está Isabella? — Pergunto a ela, porque é a única coisa que me importa.

Seus questionamentos de nada me servem.

— Deixe-me dar uma olhadinha aqui no meu bolso... Oh, adivinhe? Ela não cabe — Rosalie murmurou sarcasticamente — Seu monstro irresponsável! Saiu para vadiar e deixou sua esposa grávida em casa, sozinha e preocupada? Porco imundo!

— Você... — Eu tentei rebater, Rosalie avançou, mas Emmett que estava ao seu lado o tempo todo a segurou.

— Cale a merda da sua boca, Edward — Esbravejou a mulher — Meu irmão jamais a deixaria sozinha. Nunca! Você não a merece.

Eu a vi bater os pés, e estreitei meus olhos para a sombra que passou por mim, como um furacão para a saída. Vi seu namorado ir atrás, enquanto eu tentava entender o que estava acontecendo.

— Cadê ela? — Murmurei para Jasper, um pouco confuso, cansado.

— Ela está bem, Edward. Veio para faculdade, mas já deve estar em casa. Rosalie só quis fazer essas coisas de amigas. Acredite, o sermão da Alice será bem pior. Ela está furiosa.

— Eu tenho que ir para casa, Jazz — Disse, seguindo o mesmo caminho de Rosalie.

Jasper andou apressadamente comigo.

— Antes me conte isso Edward. Com quem você dormiu? Garotas de programa? — Questionou um pouco preocupado.

Apertei o botão do elevador, quase o socando.

— Quem, Edward? Não me diga que é a Tânia de novo... Não acredito, tudo bem, nós podemos calar a boca da vagabunda. Me diz onde estava e eu vou resolver as coisas.

— Não foi a Tânia, Jasper.

Murmurei, optando pelas escadas.

Desci os degraus correndo, tendo Jasper no meu encalço, ainda questionando.

— Não, não me diz que foi alguém da empresa... Pelo amor de Deus, você não foderia com uma funcionária, certo?

— Lógico que não, Jasper! — Rosnei quase que ofendido.

Eu o vi respirar aliviado.

Saí da faculdade e caminhei apressadamente para o carro.

— Porra, estou sem opções cara! Foi com uma estranha na rua? Merda Edward, me ajude a te ajudar!

— Sua irmã! — Gritei para ele. Mas só depois pensei no que disse.

— O quê?

Vi meu amigo dar dois passos para trás. A feição antes preocupada de Jasper, agora era um imenso borrão. Eu o vi arquear as sobrancelhas para mim, finalmente entendendo o que eu lhe disse.

— Você não fez isso, cara... — Balbuciou nervoso — Minha irmã não é uma vadia, Edward, não é um dos seus brinquedos!

Aos berros Jasper anunciou. As poucas pessoas por perto prestaram atenção.

— Fale baixo — Sussurrei na sua direção, tentando me aproximar dele.

Jasper soltou uma risada debochada, e só então eu percebi o que ele faria. Bem tarde... Jasper socou o meu nariz, fazendo-me cambalear um pouco. Eu senti o sangue escorrer, bem a tempo de tocá-lo.

— Eu quero que você se foda! Que sua mulher simplesmente descubra a porra toda!

— Jasper... Por favor — Continuei falando em tom baixo, enquanto ele andava de um lado para o outro.

Eis a imagem: enquanto seguro meu nariz com força, chegando a sangrar, meu melhor amigo me encara tendo ciência que eu cometi a maior das traições. Eu traí minha esposa e nossa amizade.

— Eu não vou contar a ninguém — Ele me diz friamente — Não por você, mas por ela... Mas é o que dizem, a verdade sempre aparece, amigão.

O sarcasmo estava impregnado em sua frase ressentida e foi assim que Jasper virou-me as costas, deixando-me lidar sozinho com a merda que eu tinha feito.

Eu xinguei alto atraindo mais atenção para mim. Sem saber o que fazer, entrei no carro, socando o volante com força. Tentei pensar em alguém que pudesse me ajudar, me enviar alguma luz. Dar alguma solução aos erros que eu havia cometido, mas nada e nem ninguém vinha à mente. O único disposto a me ajudar havia me deixado com cólera no rosto, tão decepcionado de um jeito que eu nunca vi. E isso me fazia pensar no que é que aconteceria quando a minha própria esposa descobrisse.

Soquei o volante de novo, furioso.

A dor crescente, o arrependimento e o medo me cercaram de todos os lados. Pensar que Bella me deixaria, iria embora levando com ela o nosso filho me deixou um pouco sem ar. Eu só percebia que chorava quando um soluço escapou por minha garganta. Senti meu rosto molhado, lavado de sangue que também saia do meu nariz. Deitei a cabeça no assento do carro e tentei pensar.

Pensar...

Uma risada morta ecoou no carro. Eu estava sozinho, e não havia nada para pensar. Estava tudo acabado e por mais que eu tentasse achar uma solução, não haveria. Não há.


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