Aos olhos de alguém escrita por Loressa G M
É noite e Vic ainda não voltou, decido procura-la mentalmente. Ela ainda está no estado Maya e com fome, um garoto aparece na mesma rua que ela, uma rua larga onde ele se encontra do outro lado, Vic sem pensar nas consequências o ataca, como nesse estado não existe frestas entre os luxuosos edifícios ela o joga contra o chão, porém quando vai morde-lo percebe que é Tayler.
– Aff, é você criatura, por que raios eu fui concordar com o tratado de não machucar nenhum Mystic mesmo se estiver morrendo de fome
– Se estiver mesmo morrendo pode beber um pouco.
– Por que me deixaria fazer isso?
– Porque você fica muito sexy de presas, ainda mais em cima de mim
Ela morde o seu pescoço, em seguida ele a empurra
– Nas minhas fantasias isso não doía – ele passa a mão por seu ferimento
– Fantasias? – ela sorri
Ele se aproxima dela a puxa pelo pescoço e a beija, Vic retribui, mas aos poucos ela vai caindo e secando como se estivesse morrendo, até cair totalmente ao chão parecendo morta, ele se agacha ao lado dela e sussurra.
– Me desculpa Vic, mas eu não poderia deixar um vampiro a solta em meu estado – o machucado dele se cicatriza – além de que adoro isso.
Ele a coloca em um carro, a leva até a fronteira e a põe do outro lado. Eu aviso meu pai e ele a traz para casa.
– Quem fez isso? – pergunta Ramon
– Tayler, ele sugou a magia de Vic, acho que até amanhã ela acorda.
***
Vou para meu quarto, novamente não consigo dormir, chove fortemente, o céu parece chorar por nuvens talvez cinzentas e suas lágrimas caem fortemente na janela ao lado da cama me irritando, até que algo bate nela, me aproximo, o barulho são de mãos humanas, tenho medo, porém minha curiosidade o sobrepõe, tateio a parede e abro-as. Um desespero me toma conta, não consigo penetrar na mente do que seja, penso em um monstro... que cheira a pena molhada e...
– Oi Davina! – é Benjamim, suspiro aliviada
– O que está fazendo aqui?
– Finalmente meu irmão e minha mãe dormiram, então vim te ver
Eu realmente não sei o que responder, é difícil falar com alguém sem saber no que está pensando, vou ter que me acostumar com isso agora com Benjamim e a moça. Pego uma toalha e jogo para ele, mas erro
– Por que você não me vê? – diz ele enquanto enxuga as asas
– Porque sou cega
– Por que?
Essa criança está começando a me irritar
– Eu nasci assim
– Ah... por que?
– Você ta com sono? – ele acena a cabeça dizendo que sim, pego um cobertor e coloco ao chão – então dorme! – um pássaro molhado pousa na janela, vejo pelos olhos dele Benjamim dormindo, parecendo realmente com um verdadeiro anjinho, ele é muito fofo assim, quieto. O pássaro olha para mim, me assusto, uma criatura branca de olhos vermelhos, para piorar pequena e cega.
***
Durmo e “acordo” na mente de alguém, vejo um quarto cinza, abafado e escuro, nas paredes fotos felizes de Sânia e Leticia, em todas ambas riem, nas mais antigas Carolyne também aparece, a pouca luz do ambiente começa a piscar, as fotos desaparecem e Jackson surge brigando com Jacques, o garoto leva muitos socos, seu rosto se desfigura parecendo uma aberração e ele foge, as luzes piscam novamente, agora Jacques está chorando abraçado as pernas, o choro ecoa por todo canto, como em um filme de terror, atrás dele aparece Sânia gritando com o espelho e chorando, as lágrimas deles inundam o quarto de tijolos cinzas escuros, eles se afogam, tudo pisca e desaparece, o choro de Jacques se torna risadas, risadas de um tenebroso sarcasmo, Jackson aparece com as mãos e pés acorrentados a parede, Jacques se levanta confiante e sorrindo de lado, seu rosto não está mais desfigurado e ele usa um soco inglês na mão direita.
– Feliz? Eu estou. Como se sente agora Jackson? Indefeso!? – Jackson gritava por ajuda – Ninguém vai te ouvir, “essas paredes são a prova de som”, aprendi com você. Sabe o que mais eu aprendi?
– Me tira daqui filho, minha magia não está funcionando – implorou o bruxo
– Filho!? – Jaques quase caiu de tanto rir – eu NUNCA fui teu filho, você me disse isso e já que não vai responder minha pergunta eu mesmo falo...
– Para! Isso é injusto bastardo filho da puta, eu estou amarrado
– Isso mesmo Jack! A ser um injusto filho da puta, por que o mundo é injusto, não é querido padrasto? – disse Jac com sarcasmo batendo no bruxo com o soco inglês – O mundo é injusto! – ele bateu novamente – O mundo dói! – Jacques começou a chorar, mas não parou de bater até Jackson quase morrer, suas lágrimas escorriam pelo rosto, ele as enxugava e batia no bruxo
– Você vai me matar?
– Vou sim, mas não com socos, sou diferente de você. – ele jogou o soco inglês na parede – Ainda vou te ver queimar Jackson!
Jacques ateou fogo a Jack e tudo desapareceu
– Viu o que se passa pela cabeça de Jacques? Davina– era a moça kirian louca
– Sim, por que me mostrou?
– Lembra que na mente de Ramon tinha uma lembrança boa? Então minha pequena todos temos nossos demônios, alguns os dominam como Ramon, outros são dominados como Jacques
– E Tony?
– O irmão do pequeno bloqueadinho? Esse simplesmente é perturbado por eles, ninguém domina na mente dele... eu aposto que os demônios vão vencer e você?
– Acha mesmo divertido apostar sobre a vida de alguém?
– Acho, não tenho mais nada a fazer a não ser falar com você e influenciar a vida do povo dessa ilha
– Como assim influenciar?
– Lembra daquele lobo que matou a mulher Lavine? Quem você acha que acelerou a transformação dele? Quem você acha que fez essas regras dos estados não se misturarem?
– Por que?
– Tédio, não posso amar, odiar, sentir nada sentimental ou fisicamente, não posso sair desse caixão, ninguém consegue me notar a não ser você e o pior não posso me matar
– Só eu?
– Sim, você é mais poderosa que o kirian o qual fez essas coisas comigo, por isso ele não pode te impedir de me ouvir – estranhamente ela falou com desdém, como se para ela nada importasse, totalmente diferente da última vez que a vi – sim meu jeito muda radicalmente, não se esqueça que posso ler sua mente
– Pera... Caixão?
– Sim, teoricamente eu “morri” a muito tempo e não, não lhe direi meu nome
Ela sumiu, me deixando sozinha na mente de Jacques, ela me deixa muito confusa, da primeira vez que a vi era irradiante e loucamente alegre, agora ela estava deprimida em uma solidão profunda e amarga. Prefiro ela pirada, é mais divertida e não me deixa jogada em um corpo longe do meu.
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