Aos olhos de alguém escrita por Loressa G M
Um dos empregados serve café e chá aos convidados como acompanhamento aos biscoitos enquanto esperam a chegada dos outros representantes dos estados, Ramon segue para a ampla cozinha onde Vic denota ordens aos empregados.
– Está louca irmã? – Ramon vê um dos empregados, um lobisomem branco indo servir a mesa – esqueceu quem é ele?
– Por que eu guardaria nome de empregado criatura? – ela pega a bandeja que o rapaz segura e passa para outro, mandando-o levar imediatamente
Ramon suspira
– O nome dele é Tom – continua, ela dá de ombros e segue o que fazia – Vic! Ele é um dos refugiados Wolf, viu aqueles guardas reais prendidos por coleiras?
– Vi sim, achei bem sexy – a vampira sorri enquanto seu irmão revira os olhos – Mas falando sério, já entendi – sua expressão muda, nunca a tinha visto séria – nessa reunião temos que esconder todos os empregados que fugiram dos outros estados para tentar ter uma vida mais justa e ganhar o que ganham aqui – ela se aproxima dele – Irmão, eu sei que brinco as vezes – ele sorri – tá, quase sempre. Mas quero que saiba o quanto reconheço o trabalho que faz nesse estado, sem escravos, sem desigualdade, tudo bem que daí só nós temos luxo – ela sorri – mas esse é o único lugar onde todos aqueles injustiçados e escravos podem se sentir pessoas. Sei o quanto é ruim se sentir um objeto.
Ramon envolve a irmã em seus braços, em seguida beija sua testa e se volta para os empregados, examinando um por um com os olhos e a memória, e dizendo qual poderia ou não sair da cozinha. Ele então prestes a sair esbarra com Hayley a porta.
– Você...
– Sim, eu ouvi tudo Ramon – a loba empina o nariz – só queria entender qual é a diferença, Tom era um escravo meu, lucido de tudo que acontecia e agora é de Victory e que saiba vocês hipnotizam seus escravos
– Nem tudo que ouve em seu reino é verdade, eu e minha irmã hipnotizamos apenas após o tempo que passaram aqui, para esquecerem o que presenciaram e achar que estavam em outro emprego, todos no estado Vicely recebem o mesmo salário, mandamo-los as famílias enquanto esses trabalham aqui. A diferença vossa majestade é que estão aqui de livre e espontânea vontade, não são escravos
A garota bateu o pé no chão de raiva por ser contrariada
– Por que eu gosto de você Ramon, é a única pessoa no mundo que me contradiz
– Talvez seja por isso – ela sorri enquanto ele a segura pelo queixo direcionando seus olhos aos dele – você é muito mimada Hayley e jovem também – a garota abre a boca, mas nada fala e a fecha novamente – tenho mais de um século de vida, talvez se fosse um pouco mais adulta e se, somente se, nunca tivesse tido Maya..
– Não faz sentido um vampiro com tanto tempo de vida ficar apenas com uma mulher, mesmo depois que essa morre – ela se aproxima de seu rosto, mas não tenta beija-lo, apenas espera.
– Nunca disse que só tive a Maya. Eu nunca mais tive alguém, depois dela.
– Espero ser a primeira – a lobisomem sussurra já indo embora – juro que não contarei sobre o escravo – diz ela em um tom quase inaudível, apenas Ramon e Vic escutam
Ramon vira-se para trás conferindo um último olhar para irmã e cozinha, voltando assim para a sala principal
A campainha toca, ironicamente, são o Maikles. A família oposta aos lobisomens desse em uma Ferrari enzo a frente com os pais e um motorista, seguidos por uma maserati preta também dirigida por um dos empregados da realeza, trazendo a herdeira Raiane e seu irmão. Aurora estava totalmente de branco, com jóias de Kyanite realçando seus olhos azuis, os sapatos assim como a blusa e os jeans eram brancos, finos ao mesmo tempo que rústicos, seguindo eles haviam quatro escravos humanos negros fortemente armados, eram três mulheres e um homem com um quadrado de chumbo amarrado as correntes de aço uma em cada pé, ao andar eles as arrastavam como se fossem penas, sem o menor esforço, demonstrando já estarem acostumados a isso.
Aurora se sentou à mesa em frente a Ramon, o mais longe possível dos Wolfs
– Bem que essas drogas suas poderiam ser usadas para atirar em vocês – resmunga Leonardo sobre os escravos dos Maikles terem armas
– Nem se quisessem querido Leo – ela olha fixamente para ele, se apoiando nas mãos entrelaçadas – nossas roupas possuem ships futuristas localizados nos fios delas, sincronizados com as armas, assim mesmo se estivessem assestados a um de nós não atirariam – Ele finge ignora-la – Mas isso é uma tecnologia muito complicada para sua cabecinha canina entender.
– Escuta aqui primata – ele se levanta bruscamente empurrando a cadeira ao chão
– Do que você me chamou? – ela debocha, sem perder a elegância ou se ao menos se mecher
– De uma simples homo sapiens, que se acha mais inteligente por ter esses brinquedinhos e essas drogas de metal, mas quer saber – ele faz um sinal quase imperceptível com a cabeça e seus escravos arrumam a cadeira em seu lugar, a qual se senta – Eu, minha espécie, os “monstros” SÃO a evolução Aurora!
Nesse momento os Mystic aparecem já dentro da mansão, na mente de Carolyne a explicação, eles simplesmente estavam atrasados para sair com seus carros, que apesar de velozes e luxuosos não eram mais rápidos que a magia.
– Opa que isso, briga? Se for o começo de uma guerra nuclear eu quero participar – disse Jacques sorrindo sem a mínima noção do que estava fazendo, ele parecia... perturbado, mais que o normal
Ramon e Victory Deathless entram na sala
— Então... já que estão todos presentes, podemos começar a reunião, por obséquio, sentem-se. – Ramon olha envolta, como quem ensaiara suas falas e tenta parecer confiante – Os convocastes para essa reunião, pois acho que o assunto sobre a caçadora abrange todos os quatro estados. Alguém tem alguma intervenção?
– Apesar de ter dito que eu e minha família não ajudaríamos nesse caso, - Aurora dirige seu olhar penetrante a todos ao mesmo tempo – gastei alguns dos meus preciosos segundos de vida mortal pensando e informando-me - bem dizendo mandando meus escravos o fazerem - sobre essa caçadora e foi assim que cheguei à conclusão que vocês todos juntos não possuem cérebro o suficiente para entender algumas coisas sobre a humana. – Aurora se levanta de seu lugar a mesa, direcionando-se as escadas e retira de uma fresta do carpete uma escuta – É sério? Em nenhum momento passou pelas suas cabeças o como ela soube que a achariam? – A rainha Maikle volta a mesa e joga uma pasta, que desliza até seu centro.
– O que é isso criatura? – Victory pega a pasta e arqueia a sobrancelha, abrindo-a e folheando – Por que tem nomes, com numerinhos na frente?
– Meus homens conseguiram descobrir todas as encomendas para a garota, separaram em espécies e preços, cada número representa os milhões de dinheiros Maya, a moeda mais valorizada da ilha.
Consigo ver pelos olhos de Vic, alguns nomes se destacam para mim:
Vampiros Lobisomens Bruxos Outros
Ramon Deathless 9 Leonardo Wolf 8 Sânia Mystic 6 Tyler Mystic 9
Victory Deathless 7 Hayley Wolf 5 Jackson Mystic 7 Jacques 12 (Vivo)
Silon Deverron 10 Leandro Wolf 6 Carolyne Mystic 11 Sofi Deverron 15
Gabriel kulc 4
– Como assim? – grita Tyler inconformado – como eu não sou considerado um bruxo?
– Você não tem magia própria querido – pela primeira vez na vida ouço Vic chamar alguém de algo além de “criatura” – isso lhe torna outra coisa para a caçadora, mas o importante mesmo, Jacques não era humano? E por que, apesar das muitas utilidades que tenho respirando, só ele querem vivo?
Um silêncio cortante percorre o local tomando-o por completo.
Esse silencio abrupto me ajuda a processar as informações em minha pequena cabeça por alguns instantes e caio em si, meus irmãos! Ambos com a cabeça a premio. Me desespero, mesmo sem nada enxergar saio de meu quarto correndo e desço as escadarias, chegando a sala principal onde todos se encontram
Paraliso
Os reis, rainhas, empregados e escravos, todos me encaram, alguns sorrindo como Hayley e outros espantados com minha aparência de fantasma, como Leo. Não devia ter feito isso.
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