Aos olhos de alguém escrita por Loressa G M
– Você quase me assustou dessa vez ruivinho – ele tentou se mover mas o ruivo não o soltara – que foi amor? Tá de tpm? Já te falei que não gosto de cara grudento, apesar que esses braços são tão...
– Eu vi o que você e aquela loira estavam fazendo
– Eu e ela? Sabe que eu nunca te trairia, ainda mais com uma maluca daquelas.
– Silon, não dava para você ser heterossexual e eu não ter ficado com você? Ou para ser só gay? Precisa mesmo que eu tenha ciúmes do meu gato quando vejo ele com homens e mulheres? Assim você irá de me deixar louco!
– Um vampiro internado em um hospício... aproveita quando estiver lá e escreve um livro, sobre como se apaixonou por uma garota lá e sobreviveram a todos os desafios juntos e conseguiram fugir
– Que? Mas eu nunca ficaria com uma garota e aliás, do que está falando?
– Não precisa ficar, só escrever se quer que a mídia goste do seu livro
– Que livro Silon? Do que estamos falando? Para de me enrolar!
Silon beija o ruivo mordendo seu lábio inferior e o solta
– Tu não prestas loiro – diz ele
– E é por isso que me amas – Silon apoia os braços nos ombros do ruivo, eles se olham, o Deverron passa um tempo mordendo o próprio lábio inferior, distraído, depois segura pela cintura o vampiro e cheira seu pescoço
– Me conte algo que não sei Silon – diz-lhe sorrindo
– Eu te amo Gabriel – meu irmão olha para o ruivo, o qual fica sério, abre a boca para dizer algo, porém Silon continua a falar – e antes que diga o quanto isso é impossível, que se fosse verdade apodreceria como todas as mulheres que já amei por causa da maldita maldição, eu tenho algo a te contar, descobri que a maldição foi criada por Ernesto, um bruxo já com a validade vencida, que a séculos foi corno psicológico de uma mulher que ele nem comeu e blá blá blá ai ele amaldiçoou A TODOS OS DEVERRONS – Silon de olhos arregalados sorria com seus próprios ênfazes sarcásticos, Gabriel olhava-o concentrado sem demonstrar qualquer atitude – só que o cara seguindo os padrões da época acreditava apenas no amor entre um homem e uma mulher, então se o Deverron puder amar e for bixa não tem problema de o parceiro ficar feio, doente e morrer lentamente, Bob e Chris morreram de causas naturais, só por azar meu mesmo – Silon tirou o tom irônico de sua voz e disse seriamente ao vampiro com uma voz quase grossa que chegava a ser muito sensual – então pode acreditar Gabriel quando digo que te amo é para valer
O ruivo o beijou
– Ruivinho! Você nunca tinha me dado um beijo assim – a voz de Silon voltou ao seu estado normal
– Você nunca pediu – disse o vampiro tentando imitar o tom irônico que o parceiro usa
Eles riram, se beijaram e...
Entrei dentro da mente de meu irmão para descobrir o que aconteceu, por que ele não mora mais com Sofi e como chegou até aqui.
Ano passado, após alguns dias que a maldição acabou com sua última namorada, Silon fugiu da casa de Sofi e correu por kilometros até depois de muito tempo cair ao chão e encostar-se na parede de um beco, no estado Wolf, ele estava muito cansado e a lua já reinava aos céus quando um vampiro se aproximou
– Deve ser muito corajoso, ou burro, para estar aqui em noite com esse tipo de luar da maneira em que se encontra. – o vampiro mostrou suas enormes presas esperando que Silon se apavorasse, porém, ao contrário do esperado a bela face de meu irmão estampava um enorme desdém.
– Perigoso... diz o vampiro que está em noite de lua cheia num estado infestado de lobisomens. É sério isso? Tem que se exibir antes de matar alguém?
– Eu sou um vampiro!
– O ruivo, foda-se! Eu sou um DEVERRON! – o vampiro demonstrava claramente que não fazia a mínima ideia do que era aquilo – Ah! Você não sabe o que é ser isso – a ironia em sua voz quase fez aparecer-lhe sorrir – É um sobrenome amaldiçoado! – ele gritava – Sabe o que essa coisa faz? Não? Eu infelizmente nasci podendo amar e com isso todas as namoradas que já tive ao mínimo afeto, carinho e amor que as demonstrava elas iam ficando pálidas, suas peles secavam e depois rachavam feito gárgulas se partindo, os cabelos caíam até sobrar fiapos e seus olhos escorriam sangue negro como nas unhas, desse modo nunca consegui ter a nenhuma, pois quando começava a Gostar de uma, ela me abandonava pois se via no espelho e fugia para o mais longe que conseguisse do meu ser, só que o problema maior foi quando uma linda dama, a última, resolveu ficar ao meu lado, eu achei que depois de um tempo isso tudo passava e realmente, depois dessas etapas ela não piorava externamente, mas a Alma dela, acredita? A Alma! Começou a ficar cada vez mais fraca até ser facilmente possuída por um demônio! Eu nem sabia que essa poha existia! E ele a possuiu, tentou me matar, tentou matar minha irmã Sofi, então tive que destrui-la, ela morreu em meus braços... por minhas mãos.
– Por que está me contando isso? Se for para que eu sinta pena de ti e não lhe mate, me desculpa amigo... - Silon o interrompeu bruscamente
– Não! Não entendeu eu sou uma aberração! Eu QUERO que me mate, o que acha que eu estava fazendo aqui? Esperando o ônibus da meia noite? Eu estava é esperando que algum idiota passasse e me confundisse com um mendigo, atirasse fogo em mim e então poderia morrer tão dolorosa e sofridamente quanto eu vivo.
– Então... - Silon o interrompeu novamente dessa vez com um monólogo
– Se pelo menos o japa não tivesse me traído, não sei se a maldição afeta homens como mulheres, por que, enquanto a Clarisse se desintegrava, o Bob foi atropelado, ambos morreram, mas será que o Bob foi culpa de minha maldição? A Nathalia eu tenho certeza, mas o Chris...
– Pera, o lindinho, você é bi?
– Você ainda está aí? Só me faltava essa! Um vampiro preconceituoso – pela primeira vez alguém interrompera Silon, o vampiro ruivo o beijou na boca o calando, Silon o empurrou – você tem problemas ruivo? Eu disse para ME MATAR e não me beijar – o vampiro o encarava parado, Silon se levantou – vai logo suga meu sangue! Acaba com esse inferno de vida! Me mata vampirinho gay! Me mata! Me morde e suga todo meu sangue! Acabe logo com isso! Me mata sobrenatural no estado errado! Me morde!
O ruivo realmente o mordeu, por todo o corpo, só que sem as presas
***
No dia seguinte Silon acordou em um sofá Velho no meio de um armazém abandonado, o vampiro entrou no local e sentou ao lado dele com duas xícaras de café
– Bom dia – disse o ruivo
– Quem é você?
– Não se lembra de ontem?
– Eu lembro que... – Silon falava devagar tentando relembrar os fatos – fui parar em um estado cheio de lobos, não encontrei nenhum para me devorar, só que um vampiro... você! Você não me matou! – Ele começou a sentir forte dores de cabeça e a gritar batendo nela para que passasse – Eu estou com tanta, fome, fome... sede! Me transformou ontem depois de nós termos fu...
– De nada! quer café? – interrompendo-o o ruivo com os olhos arregalados e ofereceu uma xicara quente de café, mas Silon bateu nela a jogando para longe e a estilhaçando
– De nada? Você sabe o que me fez? – Silon se levantou e começou a quebrar tudo que via pela frente enquanto o vampiro o olhava sentado com toda classe do mundo e calmo – Se já era difícil de me matar como humano imagina como a porcaria de um vampiro!
– O que vós possui de beleza falta de elegância
– Elegância? Engraçado não foi isso que vi ontem na cama, quer dizer, no... que raios é isso? Lembranças de um sofá?
O ruivo sorriu, inevitavelmente algo parecido surgiu no rosto de meu irmão
– A propósito meu nome é Gabriel, mas pode me chamar de senhor Raink – disse o ruivo
– Senhor? – O novato riu amargamente o olhando de cima para baixo – Tem quanto 20 anos?
– 21 anos e 7 meses como humano e 134 após a origem de minhas presas e pelas suas atitudes devo sugerir que tem... 8 anos?
– Se tivesse tu seria um pedófilo – eles sorriram – Não deixa de ser muito, tenho 16
– Menos mal. A partir de hoje você é maior de idade, pois irá permanecer com esse esplendido corpo até seu último suspiro. Graças a mim irá de ser para sempre o homem mais lindo do mundo.
– É, até que a imortalidade não me cairá tão mal, talvez isso anule a maldição. Quero testar!
Silon olhou novamente para Gabriel
– Eu te amo – disse meu irmão
– Já?
– Claro que não. Mas ainda vou. Como diria o poeta Luís de Camões, o amor "É ter com quem nos mata, lealdade".
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