Aos olhos de alguém escrita por Loressa G M


Capítulo 11
Natacha




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Corri até meu quarto, me joguei na cama e pensei em dormir.

Nesse momento me deparo com um lugar vasto em que duas prateleiras com livros escondidos por objetos como celulares e bolas de futebol eram as únicas coisas existentes além do enorme e completo nada. Se posso ver todo esse branco quer dizer que estou em outra mente e a moça está em algum lugar daqui fazendo com que eu enxergue por mim, não sei quando vou me acostumar, é tão estranho se mover vendo para onde estou indo, óbvio que não estou reclamando, eu vou me acostumar, mas por enquanto tenho que acha-la.

Corro, porém só o que vejo é um monótono e longo percurso de tons de branco, ou talvez seja um único e absoluto branco que de tanto vê-lo minha mente tenta mudar um pouco a cor, as vezes essa monotonia é quebrada por um ou dois livros de histórias jogados. Finalmente encontro alguém, é.... a Vic, a Victory com roupas meio impróprias, ela está dançando em uma barra de ferro que vai do chão ao teto e... tem um garoto sentado em uma cadeira a observando, me aproximo, é Tayler Mystic, agora eles estão...

Decido correr novamente, longe de tudo, em um novo completo vazio grito.

– Natacha!!!

– Oi pequena garotinha... pera, você descobriu meu nome! É mais esperta do que eu pensava – ela bate palmas como uma criança feliz – então me diga fofinha como e passamos para a faze dois

– Faze? O que? – fico confusa – Antes me diga uma coisa, qual a necessidade de eu ver aquilo?

– Nenhuma, ou talvez a mesma finalidade das outras, te mostrar o que cada um que conhece tem em sua mente

– Então a de Tayler é beem vazia!

– Mas foi nela que encontrou o preciso para saber quem eu sou, não foi? Agora me conte pequena, quais foram os pontos que achou para ligar?

– Apenas algumas imagens e contos que ele viu em alguns livros antigos da biblioteca de sua casa, Tayler encontrou um em que na capa estava estampada a mesma marca que ocupa seu pescoço, porém não havia o sangue. – a encarei nos olhos – esse livro contava a história de dois amigos que se apaixonaram por uma mesma vampira, quem a ganhara fora o que possuía lindos olhos azuis acinzentados, apaixonados Rafagh e Isabel temiam que algo os separassem, então fizeram um pacto, um pacto forjado com sangue e magia negra, tendo como consequência várias profecias e um dragão dourado cortado ao meio, igual ao seu, só que em seus braços direitos. Ernesto não suportava a felicidade do casal e cego pelo ódio cedeu as tentações de Natacha, a irmã de Rafagh que o amava mais do que a própria vida, ela o convenceu que se fizessem o mesmo pacto ele nunca mais se lembraria de Isabel, porém ao fazê-lo Ernesto pensara na amada, dessa maneira apenas Natacha ficara com a marca em seu pescoço abaixo de seus cabelos. E por não ter uma cópia como se dizia no pacto, o dragão chora sangue pelas escamas derramando parte da alma da kirian em sua própria pele esperando encontrar seu verdadeiro amor. Tu és Natacha, irmã de Rafagh, a mulher misteriosa, cuja não se obtém registros da história de vida além do pacto.

Um silêncio toma o ambiente por alguns instantes, juro ver uma lágrima cair pelos seus longos cílios e escorregar até seus lábios secos.

– Ele tinha os olhos verdes mais brilhantes e convidativos que já vira – desabafa – achei que nos amávamos, mas me apaixonei sozinha. Ernesto foi um erro, um amor proibido de qualquer maneira, uma kirian e um bruxo nunca poderiam se amar, quem dirá se apenas um o sentisse, Ernesto nunca me dera atenção e eu, idiota, dizia a mim mesma que ele estava sendo difícil... – o olhar dela se perde e o sangue do ouroboros escorre até os ombros – Muito bem Davina, agora lhe darei uma recompensa – ela parecia muito triste e abalada, até se recompor – lembra de teus irmãos?

– Sim! – meus olhos brilham, sinto muita falta deles

– Quando acordar pense em Silon e o achará a tempo, a caçadora que “está dando o que falar” entre os líderes dos estados se chama Yasmim, ela e o pai possuem uma lista de sobrenaturais a matar e seu irmão é um deles. Sei que não sabe como ele está agora, mas tenho que te dizer, das mais de 9 bilhões de pessoas que vi neste planeta durante meus séculos, ele com certeza é a terceira mais bonita.

– Deixa eu adivinhar quem é a primeira, Ernesto?

Ela ri

– Não pequena, apesar de ter o amado muito, ele está longe disso, era lindo, mas nem tanto.

Ela se virou e começou a andar em direção ao vazio

– Vai me deixar de novo sozinha procurando um caminho para voltar?

– Quem procura acha – se limitou a dizer sem se virar

***

“Quem procura acha”, é obvio que eu vou achar, mas custa me poupar desse cansaço, minhas perninhas de sete anos não me ajudam a caminhar, nem mesmo nesse tipo de limbo ou sei lá que raios seja isso.

Depois de um tempo finalmente encontro com meu corpo deitado como se estivesse dormindo. Ramon e Vic estão envolta da cama tentando me acordar, eles se desesperam achando que estou morta, rapidamente volto e acordo.

– Nunca mais faça isso! Achei que estava morta criatura!

– Pensei que não se importassem mais comigo

– Não, ontem nós só estávamos bravos com você, mas pensar em te perder... nós te amamos muito filha – Ramon e Vic me abraçaram e ficamos assim por alguns minutos, até o telefone tocar e eles terem que sair para uma reunião sobre o estado.

Decidi então pensar em Silon, realmente não faço a mínima ideia de como ele está hoje, porém não enxergo mesmo. Encontro-o até que rapidamente, o sangue que corre nas veias dele também corre nas minhas, por essa ligação foi fácil o encontrar mentalmente.

***

Silon está em um bar sugando o sangue de uma jovem pelo lado direito do pescoço, do outro há uma vampira, ela empurra o corpo já sem sangue para o chão

– Que tal irmos para a sobremesa – diz ela

– Mas não tem mais ninguém aqui meu amor

– Meu amor? Gostei – a vampira tenta beija-lo, ele recua

–Sou comprometido – diz Silon­­­­­

– Sua mulher não vai saber – a vampira senta no colo de meu irmão e sussurra no ouvido dele – duvido que ela faça o que sei fazer

Silon delicadamente a afasta dele, se levanta da cadeira, se aproxima dela e levanta seu queixo sutilmente com um dedo, direcionando seus olhos aos dele:

– Foi bom a comida, a bebida e o dinheiro está na mesa, mas tenho que ir gracinha como disse sou compromissado e o meu namorado está me esperando

Silon sai do bar deixando a vampira de boca aberta, ela nem espera ele se afastar mais para dizer ao nada “que desperdício”. O vampiro com olhos cor de mel entra em um ginásio fechado e abandonado, um vulto o encurrala contra a parede com seu braço prendendo o pescoço do Deverron


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