This is A War escrita por kebecaRogers


Capítulo 13
Capitulo 13 - o fim da Guerra


Notas iniciais do capítulo

AGORA SIM! VOLTEI!
e com recadinho lá embaixo.



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Capitulo 13 – o Fim da guerra

 

 

— HERÓIS voadores, agarrem um amigo — gritou o Capitão.  — Agora!

Um andar atrás do outro do Edifício Baxter passava em uma rapidez assustadora. As luzes da Times Square se aproximavam, colorindo os heróis em queda com uma surreal paleta de tonalidades brilhantes.

O caos da Times Square se estendia em uma fina fatia, carros contornando um triângulo central com barracas de comidas, áreas de recrutamento militar e de descanso para os pedestres. Times Square estava cheia de pessoas: trabalhadores e turistas, artistas de rua e cambistas vendendo ingressos de teatro, todos iluminados pelas luzes da rua e pelos painéis brilhantes. Pareciam formigas correndo para longe do bombardeio de vidro e dos corpos que despencavam do Edifício Baxter.

Agentes da S.H.I.E.L.D. treinados para conter tumultos correram para Times Square, acenando com bastões e arrebanhando a multidão para o sul, contornando mesas de metal que cercavam barraquinhas de cachorro -quente e de almôndegas.

Tiras locais se espalharam pelas ruas, limpando as principais rotas de carros. Veículos oficiais gritavam para bloquear as interseções.

 

Se eles nos deixarem ir embora, pensou Capitão, isso vai acabar logo. Mas se Tony mandar as tropas dele atrás de nós no solo…

Uma figura cruel com traje azul -escuro e branco saía pela portaria principal do Edifício Baxter, seus traços iluminados pelos anúncios de teatro da Broadway. O Mercenário. Treinador, com seu rosto de demônio, vinha logo atrás dele, em seguida Lady Letal. E Venom, com seu traje escuro inspirado no Homem -Aranha, sua língua inumana lambendo os lábios, sedento.

Os Thunderbolts. O exército mercenário de Tony Stark, sua própria tropa de supervilões supostamente controlados. Soltos entre os cidadãos em pânico da cidade de Nova York. Atrás dos Thunderbolts, heróis saíam em hordas do Edifício Baxter. Mulher-Hulk, Viúva Negra, Doutor Samsom. Com uma sensação penetrante, Capitão soube: esta batalha ainda não terminou. uma luz chamou a atenção do Capitão. Instintivamente, ele levantou o escudo a tempo de bloquear um raio do Treinador. Deu um chute para trás, atingindo Lady Letal no estômago um instante antes de as garras cibernéticas dela agarrarem seu pescoço. Capitão estava completamente atento aos acontecimentos naquele instante. À sua volta, pequenas lutas acontecendo: Resistência versus Iniciativa, heróis versus heróis. Alguns agentes da S.H.I.E.L.D. corriam pela área de pedestres, brandindo suas armas. Civis apontavam em pânico, correndo para se protegerem. Carros desviavam e batiam em postes, cantando pneus.

Lady Letal estendeu suas longas garras, arranhando todo o peito do Capitão. Sangue jorrou.

— Que belo líder rebelde! – zombou ela.

Espera só se o Stark ouvir isso, Steve pensou.

Antes que pudesse se recuperar, Venom deu um soco no seu estômago.

— Isssssso – Capitão podia sentir seu hálito quente, nojento e alienígena.

— Essa é a lenda viva da Segunda Guerra Mundial? – Mercenário deu um chute alto, atingindo o rosto do Capitão com sua bota. – Com quem ele estava lutando, Bing Crosby?

A cabeça do Capitão caiu para trás. O mundo flutuava diante dos seus olhos. Tudo à sua volta girava, trajes multicoloridos lutavam em um balé desesperado. Acima, as luzes de Times Square oscilavam e piscavam…

… e ele sorriu.

Lady Letal segurou sua cabeça com firmeza, agarrando a por trás com seus dedos estranhamente compridos.

— Qual é a graça, Capitão?

Capitão sorriu, mostrando os dentes cobertos de sangue.

— Só estava pensando que meu amigo lá em cima…

Uma figura majestosa desceu do céu noturno. Atrás dele, um dirigível high-tech se abriu… e dezenas de guerreiros tatuados de pele azul começaram a sair.

— … vai chutar o traseiro de vocês.

O Príncipe Namor descia como flecha, com os punhos fechados. Acenou para trás, para que seus guerreiros o seguissem.

IMPERIUS REX!

Novamente, Capitão sorriu.

Agora a Resistência tinha uma chance

**

Alison e Bucky assistiam a tudo pela televisão, com a cobertura nacional da batalha em hora de rush na Times Square.

— ai meu deus... — Aly sussurrou ao ver Namor — papai contava histórias sobre como esse cara o ajudou na guerra.

— eu lembro, eu não passava de seu novíssimo parceiro quando o conheci. Se ele levou todo o exército dele eu posso dizer com razão que os dias do Acordo estão contados. — falou, Alison o encarou por não mais que dois segundos antes de voltar os olhos para a televisão, que estava no mudo já que o apresentador não calava a boca.

**

Sue Richards levantou o olhar e viu o arco gracioso da descida de Namor. Sua figura imponente atingiu Mercenário, primeiro com os punhos, derrubando o assassino no chão. Os guerreiros de Atlântida vinham atrás, quatro ou cinco cercando Venom, Treinador e Lady Letal.

Espontaneamente, um pensamento lhe ocorreu: Pelo menos há um homem na minha vida com quem posso contar.

Ela estava parada, invisível, encostada em uma pequena alcova perto da entrada principal do Edifício Baxter. Ben estivera ali muitas vezes, depois das reuniões do Quarteto Fantástico, fumando aqueles charutos fedidos. Antes de ele parar de fumar, claro.

Homem de Ferro para todas as unidades – Sue olhou para cima e viu a armadura cintilante de Tony sobrevoando a luta. – Continuem a evacuação da área e restrinjam a batalha ao centro da cidade. Não quero morte de civis. Repito: NADA DE MORTES CIVIS!

 

A Times Square era um verdadeiro palco de pancadaria.

Tempestade atirava raios de luz em Miss Marvel, que se esquivava, abrindo talhos no asfalto a cada golpe. Mulher-Hulk jogou Hulkling em cima de um banco público, estilhaçando -o. Hércules parecia uma equipe de demolição de um homem só.

Tony Stark sobrevoava, observando o caos. Estava tudo saindo do controle.

Capitão, pensou ele. Por que você está fazendo isso?

— Stark.

A voz soava como uma pontada de dor de cabeça em seu ouvido.

— Fala, Maria.

— Tenho oito batalhões prontos para entrar em ação.

Ele olhou para cima. Mais helicópteros se aproximavam, zunindo furiosamente no ar.

Abaixo, O Centro de Comando Móvel da S.H.I.E.L.D. mergulhava. Era Maria.

— Negativo. Eu posso conter isso.

— Acho que já passamos bastante desse estágio, Stark. Agora existem terroristas estrangeiros ajudando fugitivos em solo americano. O que dá à S.H.I.E.L.D. autoridade total.

— Que estrangeiro… – ele parou, virou para olhar para baixo. Os guerreiros atlantes tinham se espalhado por toda a Times Square, armados com lanças e armas de energia. Alguns deles se intrometeram em uma batalha envolvendo Manto, Adaga, Gavião Arqueiro e Mulher-Hulk; outro grupo lutava com agentes da S.H.I.E.L.D. no lado leste da avenida. Mais oito ou nove guerreiros estavam parados triunfantes sobre os corpos dos Thunderbolts.

— Fique em alerta, Maria.

— Stark…

— Que droga! Será que você não pode me dar um minuto?

Como sempre, a vista de Manhattan à noite o deixou sem fôlego. Faróis descendo as avenidas, milhares de pessoas – milhões – andando pelas ruas. Todas essas vidas, todas essas almas. Tão gloriosas, mas tão indefesas…

Tony balançou a cabeça. Quando foi a última vez que eu dormi?

De repente, um brilho intenso chamou a sua atenção, junto com um som de colisão. Os raios de força da Miss Marvel; não dava para saber quem havia recebido o impacto Hércules, talvez, ou Mulher-Hulk. Mesmo na altura em que estava, sem ativar suas lentes de aumento, podia ver os danos que estavam sendo feitos. Não apenas na Times Square, mas ao redor. Explosões, raios, corpos voando nos prédios. Capacetes pretos da S.H.I.E.L.D. formavam um perímetro em volta da área de três quarteirões, mas muitos civis estavam presos dentro da zona de combate.

O pânico tomou conta de Tony, intensa e repentinamente. Não, pensou ele. Não pode ser Como no congresso. Nunca mais.

Usou o Zoom na armadura e percebeu:

Gavião Arqueiro na frente de uma barraca de comida, lutando com…

… Capitão América.

— Alvo – disse ele baixinho. E mergulhou.

Acabe com o cabeça da equipe, pensou ele, e toda a Resistência irá se entregar.

Times Square cresceu à sua vista, inacreditavelmente rápido. Mais imagens de pequenas lutas: Fóton versus Tigresa. Adaga encurralada contra um muro por Estatura e Jaqueta Amarela. Hermes movendo -se furiosamente em volta do Tocha Humana. Capitão América arremessou Gavião Arqueiro por cima de seu ombro. Flechas caíram;

Gavião bateu contra uma mesa de metal, fazendo um estalo. Capitão fitou o corpo inconsciente do Gavião, começou a falar…

… e, então, Tony atacou.

Mas Capitão levantou o escudo, tão rápido que a armadura de Tony sequer foi capaz de detectar. O punho de Tony bateu no escudo, que absorveu a maior parte do impacto. Capitão empurrou seu escudo para frente com força e Tony foi arremessado para trás, voando no ar.

Caiu bem à frente do muro do centro de recrutamento das Forças Armadas dos Estados Unidos: uma bandeira americana de mais de três metros de altura, bem iluminada, brilhando na área de descanso dos pedestres.

Tony caiu agachado, encarando o inimigo de frente. A bandeira gigante nas suas costas.

— Eu e você de novo, Capitão.

Capitão encarou-o furiosamente.

Ele levantou a viseira.

— Steve, seja racional. — demorou um pouco para voltar a falar, apenas para ter certeza que apenas Steve estaria ouvindo aquela conversa. — bom Deus... o que você pensa que está fazendo? Acha que eu quero lutar? Ste, eu não quero lutar, não contra você... — Steve permaneceu calado — que merda, Rogers. Eu não sei onde a Aly tá. Eu te perdi. Eu perdi minh... eu perdi nossa filha.  Por favor, para com isso... isso — gesticulou ao redor — não vai levar em nada.

— que tal você calar a boca? — Steve perguntou. Tony sentiu uma dor no peito, as lutas ao redor cessavam para prestarem atenção em seus líderes.

— capitão... você está protegendo uma assassino. — Steve então percebeu de quem ele falava — um dia você jurou me ajudar a procurar o responsável pela morte dos meus pais. E agora nós dois sabemos quem foi... meu pai era seu amigo... e você está protegendo o assassino dele — Steve percebeu que Tony mudou de assunto pois eles se tornaram o centro das atenções.

— sinto muito, Tony. Mas ele é meu amigo. — Steve disse, e estava certo. Ele não entregaria Bucky nem em um milhão de anos.

Tony sentiu seu coração despedaçar, sentia lagrimas nos olhos mas apenas Steve percebeu. Ele abaixou a viseira no momento em que a lagrima escorreu por sua bochecha.

— eu também era.

 Além de amigos, éramos amantes.

 

Os dois pensaram.

— vamos torcer para que eu não te cause tanta dor quanto da última vez. — Tony disse. Retomando a luta.

— bem, as coisas estão um pouco diferentes dessa vez, Tony... — o visão se agigantou atrás do Homem de Ferro — visão...

Tony nem teve de virar-se, visão fez o braço lhe atravessar a armadura, danificando minimamente o Reator Ark para a armadura ficar sem força. E não para mata-lo.

— visão... – Tony sussurrou.

— estou do lado da vida.

Então ele retirou o braço.

— a armadura do Homem de Ferro está danificada, capitão.

— como eu disse... agora eu estou lutando sujo! – Steve segurou o escudo na ponta e jogou contra o capacete de Tony.

Tony caiu no chão desajeitadamente, batendo com a placa do peitoral.

Ele arfou, tentando respirar.

Indistintamente, ele percebeu que civis estavam se juntando em volta deles, gravando vídeos com seus celulares. Pelo menos oito ou nove, suas silhuetas contornadas pela bandeira gigante.

Homem de Ferro! — o clone de Thor se virou na direção do Stark, mas Hercules se meteu na frente dando um gancho de esquerda que fez Thor cair para o lado.

— tu deverias temer por si mesmo, monstro! — disse Hercules, quando arrancou o martelo falso da mão do falso Thor. — como tu ousas vestir-se como o filho de Odin? Eu conheci Thor... ele era um amigo meu... — ele segurou o martelo com as duas mãos, levou para cima pronto para dar o golpe – e sabes de uma coisa, impostor? – perguntou.

E então, o martelo desceu em direção ao rosto do falso deus.

TU NÃO ÉS THOR! — gritou e o martelo arrebentou a cabeça do clone. O pescoço de Thor estava aberto, revelando uma mistura bizarra de tecido humano, fios elétricos e circuitos faiscando. Os braços do clone se debatiam, sacudindo para todos os lados. O clone piscou uma, duas vezes, e então ficou imóvel.

A armadura de Tony deu um estalo quando o microcontrolador do ombro esquerdo finalmente travou. Ele levantou, olhou em volta. Isso é ruim, pensou. Danos de milhões de dólares. E a Resistência vai lutar até que seu último membro caia.

E, então, pela primeira vez, ele sentiu um tipo diferente de desespero. A mais profunda e íntima tristeza. Foi longe demais, ele se deu conta. Tudo isso. Não tem como voltarmos atrás, como desfazermos as feridas, apertarmos as mãos em mútua admiração. Não nos uniremos mais contra Galactus ou Doutor Doom. Não agora. E nem nunca mais.

Acabou.

Tony olhou para cima e viu Capitão América avançando sobre ele. Sangue no rosto, fogo nos olhos. Aproximando-se para a última batalha, uma luta final de escudo e aço. Dois gladiadores que envelheceram antes do tempo, preparando-se para o último assalto no ringue. Dois homens que já foram amigos. Já foram amantes.

Tony tentou agachar posicionando-se para a batalha, mas seu braço direito ainda estava solto. Então, levantou a mão esquerda, ativou os repulsores e preparou-se para enfrentar seu destino.

**

Alison se mantinha forte, sem expressão. Mesmo que por dentro estivesse chorando, gritando e esperneando. Se manteve calada, já passava das dez da noite e ela não sentia um pingo de sono. Se sentia enjoada, sabia que algo iria acontecer. Então ela caiu para trás. Os olhos ficando brancos.

Thor estava em um dragão, ele era cego, e Thor vestia um vestido roxo para preto, com um elmo parecido com galhos secos. Ele descia do dragão e balançava o punho, o exército de esqueletos fazia um som aterrorizante, havia uma mesa cheia de comida e um caixão de ouro reluzente. Thor retirou o vestido, revelando sua armadura. Então ele caminhou até um trono feito de ossos.

— cumpri seu trato, Hella, me mande de volta. — disse.

— você fez o que eu lhe pedi, agora, você me dará a razão pela qual está voltado. Por família... honra... ou amor? — ela perguntou.

— bruxa! Eu lhe disse que era por honra.

— então é por sua protegida? E não por seu pai, seu reino, seu posto como futuro rei ou sua humana Jane Foster? —ela perguntou.

— é por todos. — revelou.

— pois bem, então. Pode ir. Aparecerá em Asgard, você estará um pouco debilitado, mas logo se recuperará. — ela disse.

Alison balançou a cabeça.

— seus olhos ficaram brancos — Bucky disse — você teve um surto.

— eu vi Thor... o verdadeiro Thor... ele está vivo!

**

Uma chuva de raios e trovões rebentou a noite, os civis e heróis se assustaram pela fúria repentina dos céus.

Capitão jogou o escudo com força, esmagando o capacete de Tony. A cabeça do playboy estalou, virando para o lado. Ele soltou um grito de dor abafado.

Mais um golpe, e o capacete de Tony rachou. A viseira se abriu, revelando cortes na pele e feridas ensanguentadas. Em outra ocasião, Capitão teria sentido pena dele. Mas não hoje.

— Seu playboy arrogante – murmurou Capitão. – Você sempre teve tudo. Nasceu em berço de ouro.

— Uggggh!

— Eu não. Sou apenas um lutador, um soldado. Um homem treinado para aproveitar qualquer chance, para encontrar qualquer rachadura na armadura no inimigo.

Tony não disse nada.

Capitão fez uma pausa, apontou para mostrar a confusão à sua volta.

— Está vendo aqueles guerreiros de Atlântida? Eles são a minha cavalaria, Tony. Eles vão transformar suas forças em comida para peixe.

— A S.H.I.E.L.D. tem… tranquilizantes. Feitos especialmente… para tritões.

Ao norte, os helicópteros da S.H.I.E.L.D. estavam pousando. Agentes saíam pelas portas, pulando os últimos metros de altura, sem sequer esperar que as aeronaves tocassem o chão.

— Aí, lutaremos com ainda mais afinco.

Tony levantou as mãos trêmulas e arrancou a viseira. Seu rosto sangrava por uma dúzia de cortes; o lábio estava aberto. Um dos olhos estava quase fechado de tão inchado. Mas enquanto Capitão o observava, um tipo de paz pareceu tomar conta de seu rosto.

— O que você está esperando? – grunhiu Tony. – Acabe logo comigo.

Capitão parou por um segundo. Então, fechou o punho preparando o soco…

… e uma mão o conteve, agarrando-o pelo ombro, por trás.

— Solte ele, cara!

Capitão girou, batendo com o escudo no atacante.

Uhhh!

O atacante caiu para trás em cima de uma mesa, batendo a cabeça em uma das pernas de metal. Capitão ficou de pé em um pulo, depois parou ao ver o que o confrontou.

Um homem usando um agasalho esportivo e óculos. Cabelo curto grisalho, o rosto com algumas cicatrizes. Mas não era um herói, não era um vilão; nem um Vingador, nem um membro da resistência. Era apenas um homem comum.

O homem esfregou a cabeça.

— O que você fazendo?

Atrás dele, um grupo de outros transeuntes estava parado na frente do painel luminoso que exibia a bandeira americana. Um executivo com a gravata frouxa. Uma garota alta com cabelo despenteado. Um homem negro de óculos escuros. Uma mulher japonesa com rosto anguloso, um bombeiro louro uniformizado. Uma executiva elegante com um terninho feito sob medida e saltos altos.

Capitão franziu a testa.

— Eu…

O bombeiro apontou.

Peguem ele!

Em seguida, estavam todos em cima do Capitão, agarrando -o, derrubando -o no chão. Ele arregalou os olhos, chocado; não conseguiu sequer revidar. Eles subiram em cima dele, agarrando-o, arrastando-o até a calçada.

Tony Stark tentava se levantar. Capitão podia sentir o olho bom de Tony em cima dele, assistindo à cena.

— O que você acha que está fazendo? – questionou a mulher asiática.

— Me soltem! – Capitão tentava se soltar, ainda atordoado. – Por favor, não quero machucar vocês…

Machucar a gente? – o rosto da executiva parecia chocado. – Você está tentando fazer graça?

O bombeiro puxou Capitão pelos pés, com força, e gesticulou mostrando o que acontecia ao redor.

Capitão observou a cena. Heróis lutando contra heróis; agentes da S.H.I.E.L.D. e guerreiros atlantes trocando tiros; civis correndo em pânico em busca de abrigo. Fogo queimava em uma dúzia de lugares, de canos de gás, latas de lixos, janelas de escritórios. Ao norte, metade de um prédio havia caído, bloqueando a rua inteira e metade da calçada.

— As pessoas estão preocupadas com seus empregos, seus futuros, suas famílias – o homem negro tirou os óculos, fitou Capitão com raiva. – Acha que precisam se preocupar com isso?

Capitão abriu a boca para responder. E parou, sem palavras.

Lembrou -se das palavras de Tony, da coletiva de imprensa: momento de clareza.

— Oh, meu Deus – sussurrou Capitão.

Falcão passou voando baixo.

— Capitão! – chamou ele. – Aguenta firme, eu vou…

— Não!

— O quê?

Falcão abriu as asas, pousou na frente do painel que exibia a bandeira americana. Os civis deram um passo atrás, soltando o Capitão.

Tony Stark conseguiu ficar de pé, cambaleando. Cuspiu um dente, mas não fez nada.

— Eles estão certos, Falcão – Capitão abaixou seu escudo, e baixou a cabeça. – Nós deveríamos… deveríamos lutar pelas pessoas. Mas não estamos mais fazendo isso. – Ele mostrou à sua volta. – Estamos apenas lutando.

O Tocha Humana surgiu de repente no meio deles.

— O que você está fazendo, Capitão? Quer que eles prendam todo mundo?

— Estamos acabando com eles! – Falcão apontou para uma tropa de agentes da S.H.I.E.L.D., de joelhos diante dos guerreiros atlantes. – Podemos ganhar essa!

Capitão virou-se, passou os olhos pelos civis que o atacaram. Seus rostos mostravam medo, mas também determinação. Eles sabiam que a causa deles era justa.

— Podemos ganhar – repetiu o Capitão. – Tudo, menos a discussão.

Ele levantou o escudo devagar, jogou-o para Falcão. Ele o pegou, surpreso, e o observou por um longo momento. O fincou no chão e levantou voo. Natasha se aproximou, o cabelo curto como o do soldado, ela pegou o escudo e olhou para Steve. O loiro deu três piscadelas.

Maria Hill avançou, acompanhada por um guarda da S.H.I.E.L.D. Ao sinal dela, os agentes miraram no Capitão América. Mas Tony Stark levantou a mão.

Ao seu redor, os heróis estavam reunidos. Pausaram suas batalhas, olhavam para seus líderes em busca de orientação. Outra tropa da S.H.I.E.L.D. se aproximou, seguida de perto por dois carros da polícia local.

Namor sobrevoou a cena, parou no ar e olhou momentaneamente para os olhos do Capitão. Em seguida, balançou a cabeça, levantou a mão e soltou um assobio baixo. Em toda a Times Square, guerreiros atlantes começaram a se retirar das batalhas.

Lentamente, Capitão levantou a mão e arrancou a máscara. Revelando feridas, cortes e cicatrizes de décadas.

— Steven Rogers – disse ele. – Forças Armadas dos Estados Unidos, dispensado com honra. Número de Série RA25 -262 -771.

Maria Hill se aproximou, seu corpo coberto por couro escuro em contraste com as estrelas e a parede listrada do centro de recrutamento.

Capitão estendeu as mãos.

— Eu me entrego.

Hill tirou os óculos escuros… era a primeira vez que Capitão a via sem ação.

— Eu… ãh, ele deve ser processado pelas autoridades locais primeiro.

Tony assentiu. Seu rosto estava inchado, indecifrável.

Dois guardas da cidade de Nova York se aproximaram, com os olhos arregalados. O mais alto pegou as algemas e as colocou nos pulsos do Capitão.

Homem -Aranha se aproximou pendurado em suas teias. Estava gritando alguma coisa, chamando o Capitão. Mas ele não podia escutá-lo.

Os outros membros da Resistência olharam em volta, fitando os Vingadores e os agentes da S.H.I.E.L.D., nervosamente. Cage parecia exausto; Johnny Storm estava perplexo. Miss Marvel pairava logo acima, ao lado do Sentinela. Uma a uma, as batalhas cessaram, os poderes se apagaram.

Chamas brilhavam ao redor; o som das sirenes dos carros de resgate tomava conta do ar.

 Todos pareciam atordoados, paralisados. Ninguém queria dar o próximo passo, dar o próximo golpe.

O tira apontou para o seu carro. Capitão seguiu em direção à porta aberta, abaixando a cabeça.

— Não avancem, soldados – Capitão parou, apenas o tempo suficiente para registrar os olhares chocados e traídos de seus seguidores. – Isso é uma ordem.

A porta se fechou atrás dele, e a Guerra acabou.

 

 


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Notas finais do capítulo

galera, eu acho que eu vou apagar a fic, e reformular. vai ser stony, ainda, mas eu vou deixar a guerra mais leve.
ouuuuuuuuuuu. ou. ou eu vou continuar. (tem uns três capitulos especiais do passado, Ste e Tony antes da Aly)
mas depende de vocês.