A Seleção da Herdeira escrita por Cupcake de Brigadeiro


Capítulo 32
Lutando | A Elite (Bônus)


Notas iniciais do capítulo

Hey, pessoal! Sei que dei um vacilo de uma semana, mas foi bom, porque das mil palavras, aumentei em 500% esse número!
Um muito obrigada a todos os que comentaram no capítulo anterior, e me deixaram muito feliz e empolgada, porque eu jurava que nem mais metade acompanhava ou se sentiam interessados, mas isso não é verdade, e eu sou muito grata ao Senhor por conta disso! Espeero que gostem deste capítulo, que eu escrevi com muito, muito carinho, e deixei propositalmente muitas coisas sem respostas, mas serão respondidas no próximo bônus, que também será da Katniss, ou da Amélia, não sei bem, mas responderá muitas coisas! Espero que gostemmmm! ♥

obs.: Não sei se perceberam, mas eu não estou colocando o link da música, mas isso é porque eu estou de jejum de música secular, assim que eu terminar, colocarei, mas eu também estarei tentando ir mais para o lado de começar os capítulos com frases, poemas ou trechos de livros! ♥



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Se eu tivesse uma rodovia, eu correria para as montanhas

Se você pudesse encontrar uma estrada deserta, eu ficaria lá para sempre

Mas você está me dando um milhão de razões

Me dê um milhão de razões

Me dando um milhão de razões

Mais ou menos um milhão de razões

 

Eu me curvo para rezar

Tento fazer o pior parecer melhor

Senhor, me mostre o caminho

Para cortar sua armadura desgastada

Tenho cem milhões de razões para me afastar

Mas amor, eu preciso de apenas uma boa razão para ficar

— Million Reasons, Lady Gaga

 

Sentei-me em um banco na terceira fileira, e fiquei olhando para a cruz vazia na parede da capela. O altar tem somente um pequeno lugar para o pregador repousar sua Bíblia. Faz um bom tempo desde a última vez que vim aqui, talvez uns oito meses.

Chorei.

Depois do episódio na casa da árvore, eu tive uma crise enorme, e precisei conter-me sozinha, o que foi extremamente difícil, onde eu cheguei a quase arrebentar uma veia, porque no meio de uma quase convulsão eu perco todos meus sentidos. E também foi uma outra tentativa de suicídio, um pouco mais impulsionada pelas agressões intensas da minha mãe, o declínio da saúde de Prim e todas as responsabilidades absurdas que o meu pai vem dando a mim, que são absurdamente grandes. Meus medicamentos dobraram de dosagem, e no final do dia eu fui conversar com a única pessoa que tem o poder para me trazer paz, Peeta.

E eu destruí com tudo.

Chorei ainda mais amargamente.

— Não sei porquê, Frank, mas senti que ela estaria aqui — Mesmo ouvindo a voz da tia Anastacia, não me virei, muito pelo contrário, cobri o rosto com as mãos, e apoiei meus braços pelo cotovelo nas coxas.

— Esses jovens só gostam de procurar Jesus quando estão sofrendo, coisa feia... tsc, tsc, tsc, tsc... — senti os dois se sentarem cada um de um lado, como um sanduíche. — E então, vai, começa a dizer o que sua mãe quebrou em você ou o que o amor da sua vida fez contra você.

— Não quero falar nada, tio Frank — falei, com a voz embargada, olhando para o altar. Não quero conversar com ninguém. — Eu só quero ficar sozinha.

Quis cruzar os braços, mas por eu quase ter estourado uma veia, Maggs enfaixou, tirando a possibilidade de eu poder cruzar meus braços.

— Ninguém te perguntou nada, Katniss. E você está em uma igreja, logo, você quer ajuda.

Chorei mais, tombando para o colo do meu tio, sem pensar muito para qual lado eu estava indo, mas entrelacei uma mão com a da minha tia.

— Eu quero morrer — falei, soluçando, fazendo um escândalo com minhas lágrimas. — É tanta coisa, tanta! Eu não aguento nem um dia mais, tia, tio, me levem para a casa de vocês, por favor, urgentemente, eu prometo não dar prejuízo e nem ocupar espaço!

— A gente te aceita... mas seu lugar é aqui, Katniss. — A voz da tia Anastacia é quase a mesma, assim como as duas são da mesma altura, e possuem a mesma tonalidade de cabelo e olhos, minha tia é pouco afetiva, mas tem uma paciência que precede entendimento. E é quatro anos mais nova que a minha mãe.

— É verdade — tio Frank concordou, fazendo carinho no meu cabelo. — Nós amamos você e Prim, Katniss, mas não podemos te tirar de casa.

Suspirei profundamente, parando de chorar um pouco, mas continuei no colo dele, com meus olhos fechados. A voz do meu tio é de uma pessoa calma, que ele é, dono de cabelos ruivos ondulados e olhos cinza azulados, como os meus, que são iguais aos do meu pai. Seu carisma me lembra Peeta, quando brinca.

— Deus me odeia, olha só a minha vida! Eu quero morrer! Morrer! Eu não aguento mais isso! — contei amargurada. — E ontem foi só uma prova! Estou brigada com a única pessoa que eu amo mais do que como alguém da família! Droga! Como eu o amo!

Exclamei, batendo minhas mãos nas pernas, furiosa. Como irmãos da minha mãe, sabem de tudo o que eu tenho, assim como o que aconteceu com Prim, e também sabem das agressões dela, mas nunca tomaram nenhuma providência porque eu nunca deixei que vissem nada significativo, para não correr o risco de contarem para o meu pai.

— A única coisa que me deixa melhor é que ficarão até o dia sete de janeiro!

— Sim, eu realmente posso dizer por eu e a sua tia estamos felizes de ficarmos o natal, ano novo e o anúncio do seu casamento por aqui, mas não adianta, você precisa ficar bem. Por que veio aqui? Prim quem vem mais frequentemente com seu pai, sua mãe nem passa por aqui, e seu nível religioso é bem baixo, que a gente sabe.

— Eu.. eu... — olhei para a cruz na parede branca, e chorei mais, fechando meus olhos. — Todo mundo sempre encontra aqui alguma coisa. E eu oro sim! Não sou no nível que deveria, mas antes de dormir eu oro o Pai Nosso. Quero saber se eu posso pedir pra morrer pra Deus.

Não tem nada de engraçado, mas os dois riram, achando muita graça.

— Às vezes Deus não "atende" — tia Anastacia sinalizou com os dedos. — Porque vocês pedem cada coisa besta! Katniss! Você tem somente 18 anos! Sua vida ainda nem começou mesmo!

— Mas eu só faço porcaria! — exclamei, me endireitando, mas depois deixei minhas costas desmancharem no banco. — Ontem eu falei cada coisa horrível para o Peeta!

— É o loiro de olhos azuis? — tio Frank perguntou, e eu assenti, ainda chorando, porque eu estou menstruada, e sempre fico muito sensível. Ele e a minha tia trocaram olhares, então sorriram.

— Que sorrisinho é esse aí, hein? Como é que é! Hein! Eu quero ajuda de Deus, e não de vocês! Se não for para Ele falar através de vocês, podem ir embora! Que perturbação! — Com minha reclamação, caíram em si, olharam para mim. Eles e a minha mãe cresceram muito amigos, e ficam nessa conexão toda.

— Katniss... — Tia disse, tirando os cabelos que estavam em meu rosto, porque eu vim para a capela do jeito que eu estava ontem, somente pus tênis, para não pensarem que eu sou tão desleixada assim. Querendo ou não, ainda tem outros Selecionados andando por aí, é preciso manter as aparências. — Querida, isso é um problema que você tem que resolver sozinha, pisando em seu orgulho. Deus não gosta nem um pouco disso, sabe? Mais um erro de vocês jovens é que recorrem exclusivamente quando querem alguma coisa, e a querem sem querer saber se há alguma virtude por detrás disso.

Tio Frank assentiu. Eles dois sempre foram mais unidos, e tem a fé cristã, minha mãe ninguém sabe de nada. Pra mim, minha mãe é a reencarnação do próprio Satanás na minha vida, um anti-cristo. Pelo menos não esboça nenhuma religião, pra não fazer feio no nome de alguém maior que nós.

— Você precisa pedir por sabedoria, e pedir desculpas — Ele aconselhou, carinhosamente. — Ele também te magoou, não foi?

Assenti, lembrando-me das falas dele, que me golpearam na alma.

— Nós dois fomos grandes... — eu ia falar uma palavra muito feia, mas reconsiderei pelo lugar em que estou, murmurando um "desculpa, Senhor". — Idiotas, babacas. Mas por um lado, só me faz ver do quão ele é a pessoa certa.

— Isso aí é um problema exclusivamente de vocês — ela disse. — Você só precisa pedir por sabedoria, isso Deus dá a vontade! Só peça isso, e nos escute: passe por cima do seu orgulho. Garanto que é o que ele vai fazer também. Vocês dois se gostam muito. Mas também aproveite esse meio tempo, e converse com algum outro Selecionado, de repente, podia só estar se precipitando.

— Ela não está! O Peeta é tudo isso mesmo! — Tio Frank disse, como se fosse uma ofensa a possibilidade de eu recorrer a outro Selecionado, me fazendo rir um pouco, esquecendo-me das lágrimas. — Deixa ela! Deixa ela! Não se meta, Ana!

— Ah, tanto faz! Eu estou mesmo torcendo ele! — ri mais, balançando a cabeça. — Sua mãe o xinga tanto, e isso me fez admirar ainda mais ele, é porque está fazendo algo bom. Sabe que eu não concordo com o que sua mãe diz.

Sorri, fungando, passando a manga do casaco entre o espaço between my nose and lips.

— Mas você o ama? — tio Frank perguntou, inclinando-se um pouco para a frente, apoiando um braço no banco da frente.

Somente assenti, mas sentindo uma vontade de chorar, deixando meus lábios tremerem, e algumas lágrimas deslizarem sem permissão.

— Não quero dizer em voz alta, porque eu tenho medo que talvez ele não sinta o mesmo — admiti. — Ainda mais depois do que eu o disse!

E chorei mais, soluçando forte, sentindo minha tia me abraçar bem apertado, assim como meu tio – sinceramente, muitas vezes eu o chamo de Frank, ele tem apenas 25 anos, e é simplesmente super antenado da minha vida, já com a tia Anastacia não é comum acontecer, porque ela é dez anos mais velha, mas parece minha irmã, de tão próximas que somos.

— Katniss, eu acho que seria uma boa te contar que nós conversamos com o Pee... — tia Anastacia começou, mas logo ouviu-se um estalo alto, porque tio Frank acertou o braço dela em um tapa de repreensão. — Frank!

Ela praticamente me empurrou, junto com ele, olhando para o irmão mais novo que a olhava irritado.

— Sua maluca! A gente está na casa do Senhor, e olhe só o que me fez fazer! Ai, Senhor Jesus, me desculpe, mas foi necessário! O que eu te disse sobre DES-CRI-CÃO?!

— Nada que envolvesse me dar um tapa! — ela rebateu, esfregando a área avermelhada. — Seu rude!

— É a mãe! Olhe só, não é para dizer nada! Nada! Nada!

Ela revirou os olhos azuis escuros, bufando, permitindo-se um momento de juventude com uma atitude tão infantil.

— Me poupe, Frank, me poupe! Katniss, você precisa relaxar um pouco, e só pedir sabedoria, para usar de maneira correta, porque independente da sua doença, você não pode nunca fazer o que fez! E o Peeta é um cavalheiro, sabemos que na hora certa vai acontecer alguma coisa, e vocês dois serão muito felizes, se assim for da vontade de Deus.

— Mas pode aproveitar esse meio tempo e sair comigo, porque eu tenho um pingo de educação, diferentemente dessa aí — sinalizou sem olhar para a irmã, me fazendo rir, bem mais a vontade. — Porque eu estou com muitas saudades de você, Katniss. E esses garotos, você já passa muito tempo com eles. Pode parar com isso pelo menos hoje e amanhã! A Rose está só querendo saber quando é que você vai brincar de boneca com ela, Lucia e Prim!

Rose é a filha de três anos dele (que também tem o Luke, de um ano e cinco meses, e sua esposa está grávida de quatro meses, sem saber o sexo do bebê ainda), e Lucia, a filha de dez anos da tia Anastacia, que tem mais uma filha, mas eu realmente não gosto muito dela não, e a mesma parece não se importar, porque só vem nas verdadeiras grandes festas. Nem no meu aniversário ela fez um esforço de vir, mesmo de recesso, enquanto meus tios não vieram porque não seguem nada como Um, meu tio Frank comprou um "passaporte" de Distritos com a minha mãe, então trabalha como roteirista, ou seja, como um Três. Tia Anastacia casou com um Quatro, dono de rede de restaurantes, então o ajuda a administrar tudo. Todos moram na Carolina do Norte, a muitas horas de distância de mim.

— Eu vou ver se tenho tempo, tio... — falei, com pesar. Não que seja meu hobbie favorito brincar de boneca, mas eu estou com muito trabalho para fazer. — Com a Seleção tão perto do fim, os Distritos inferiores estão a todo o vapor, rebelião atrás de rebelião, nem sei como estou aqui sem ser incomodada para comparecer ao meu escritório, sinceramente.

— Arrume tempo, e nos dê atenção! — Minha tia ralhou. — Por favor, tenha esta consideração por nós.

Sorri.

— Mas é claro que sim. Como eu poderia desvalorizar quem disse exatamente o que eu precisava escutar? — Os dois sorriram para mim, e eu sorri para os dois, muito sincera, envolvendo-os em um abraço, mas como meu rosto ficou no meio, abri meus olhos, e olhei para a cruz no altar, ficando emocionada, abri um sorriso embargado. — Obrigada, Jesus.

Eu poderia não ter a solução, e muitas pessoas que me odeiam, e eu posso vacilar inúmeras vezes, mas sempre haverão pessoas que nos amam exatamente por quem nós somos, e tudo o que devemos fazer é simplesmente aceitar o que dizem de bom sobre nós, e recomeçar tudo de novo.

~^~

Durante o almoço, eu era outra pessoa. Tia Anastacia me acompanhou até meu quarto, escolheu meu vestido mais simples e confortável, ajudando as meninas a me darem banho, prepararem-me para almoçar, me fazendo rir inúmeras vezes, deixando a mim muito mais empolgada.

Eu também usei meu colar favorito, que é fino, e o pingente pequeno, mas cheio de significado, o Tordo. Recordei-me do quanto existem tantas pessoas que gostam verdadeiramente de mim, e depositam toda sua confiança no meu governo.

Vi minhas primas mais novas, mas como sempre, não fiquei com elas por muito tempo, porque como estou sensível, posso acabar fazendo algo que não quero, mas no horário do jantar, confirmei minha presença no quarto hospitalar de Prim, e também para onde eu vou ir e levar doces, enquanto elas levarão jogos para a gente passar o tempo.

Não fui ver Prim nem ontem e nem hoje porque não estou preparada emocionalmente para vê-la toda cheia de marcas de agulhas.

—  Sara! — exclamei, a caminho da sala de jantar, onde acontece todas as refeições. Ela é a esposa do tio Frank. — Como você está linda!

A moça de cabelos escuros e ondulados riu, me dando um abraço apertado, que não foi atrapalhado em nada por sua barriga linda.

— E você está dizendo isso porque não se olhou no espelho... que inveja que você possa estar usando esses sapatos altos! Eu só posso usar algumas sapatilhas e chinelos! — Contou, entrelaçando um braço ao meu, enquanto caminhamos para a sala. Ela é diretora de cinema, sendo como conheceu o meu tio, sete anos atrás, mas de casados eles tem quatro.

— Ah, mas você pode usar calças e short com muito mais frequência, então, quem ganha? — sorriu. — Quando você vai saber se é menino ou menina?

Perguntei, ansiosa. Amo grávidas! E amo dar presentes!

— Ainda não fui ver, mas sinto que será Annelise, e não Edward — assenti, feliz. Eu queria que eles morassem comigo, de vez em quando, mas na maioria das vezes eu gosto do meu sossego e paz, coisa que com certeza é difícil com tantos bebês por aí. Um dia quero ser mãe, mas só de no máximo dois!

Ficamos conversando tranquilas até chegarmos a sala de jantar, e ela foi para o lado do meu tio, enquanto eu me sentei a esquerda do meu pai, minha mãe a direita, como sempre, e a mesa parecia muito feliz, com meus familiares somados ao almoço. Senti paz em meu coração.

— Fiquei sabendo que você vai finalizar a Seleção — meu pai sussurrou, cúmplice, enquanto comia. E toda a minha paz se esvaiu na mesma velocidade que veio, rapidamente.

— Não quero falar sobre isso, papà. Não quero — respondi, séria, fitando minha comida, sentindo ele me fitar confuso.

— Mas você e o loiro não estão apaixonados? Por que não se casam? — perguntou, realmente muito confuso e sem o menor entendimento do que estava se passando.

— A gente brigou, pai, por favor — respondi, sem dar detalhes, e em um desviar de olhos de seu olhar, encontrei os olhos de Peeta, que estavam cheios de arrependimento, e ele tocou no broche, chamando-me para conversar.

Ignorei, ficando mais séria, para não assumir minha postura de moça indefesa e menstruada que aceita qualquer pedidozinho de desculpas.

— Oh, Céus, esses jovens estão cada dia piores! — Ouvi meu pai dizer, reprovando minha posição, e a de Peeta também, possivelmente.

Mas não me importei muito, e terminado o almoço, saí sem reverências. Um dia eu não serei a rainha? Então que eu faça proveito disso agora também.

#*#

— Katniss? Isso não tem nada haver — Meu pai disse, lendo o que eu escrevi sobre algumas coisas acerca do reino, tinha o cenho franzido. — Reescreva, refaça. Não estou entendendo absolutamente nada disso.

E fechou a pasta, me entregando, sem nem olhar para mim direito, pegando outra pasta, sem me dar atenção, mesmo com a área interior aos meus cotovelos toda enfaixada.

— Mas pai, eu fiz tudo com muita coerência! Me baseei nos seus documentos sobre isso!

— Pois deveria fazer de novo, está muito confuso, até parece que escreveu isso com sono e depois de beber algo que possa tirar-lhe o juízo. Já é a segunda vez que me apresenta uma proposta horrível dessas.

As lágrimas vieram mais uma vez com tudo, mas somente peguei os documentos e saí, chorando assim que fechei a porta, caminhando limpando as lágrimas a caminho do meu quarto, quando senti dois abraços me abraçarem carinhosamente, me fazendo chorar mais, abraçando a pessoa de volta. Pelo perfume, só pode ser Gale.

— Oi, Gale — murmurei, ainda frágil, em seus braços.

— Sem essa, sem essa! Vim aqui justamente para perguntar porque faz uns quatro dias que você parece tão mal, mesmo com seus tios e seus primos por aqui, e não dá um sorriso de verdade! E agora está borrando toda essa maquiagem sua!

Concordei, fungando. Hoje é meu último dia no período menstrual, mas ainda estou cruelmente abalada pela minha discussão com Peeta, as palavras ofensivas da minha mãe, Prim deu entrada mais uma vez na emergência, e hoje, meu pai reprovou meu trabalho. Já faz quatro dias que Peeta tenta falar comigo, mas eu não o tenho ouvido porque eu estou ocupando todo meu tempo com as minhas primas e Prim, assim como já tendo que selecionar coisas sobre a minha festa de casamento que deve ocorrer no dias 05 de janeiro, em cinco semanas. O anúncio oficial em três. Como eu posso ficar bem mediante uma situação dessas? Como eu posso parar para conversar com a pessoa que eu mais amo? Eu vou simplesmente acabar com todas as chances e possibilidades restantes.

— Eu não quero conversar sobre isso, mas quero conversar, somente — comentei, tentando me recompor. — Converse sobre algo.

Ele tinha o cenho franzido, preocupado, me analisando com seus olhos cinzas azulados, mas agora estão bem mais azuis pelo reflexo da vidraça. Gale é completamente singular, com uma boa altura, peso saudável, olhos que brilham, o cabelo castanho claro, e o riso nos lábios, mas quando fica sério, ainda mantém sua beleza, e o que sinto por ele é uma admiração enorme. Somos grandes amigos, com uma amizade colorida da melhor forma possível.

Seus beijos me divertem, me fazem sorrir, e me acalmam.

— Eu quero que apenas me diga a razão de estar tão mal. Acredite se quiser, mas eu já passei por muitas situações com a minha família, e amigos. Parece que algo com você não vai bem com alguém que ama. Fiquei sabendo sobre Prim, e lamento muito mesmo, no entanto, sei que é mais do que ela.

Suspirei, querendo chorar mais. Eu não vejo a hora de acabar meu período, porque ele me faz parecer uma besta chorona, mas se tem uma pessoa que não chora fácil, sou eu. Sou quase uma rocha.

— Você é incrível, Gale... o que você faria se magoasse muito uma pessoa, e ela também, e vocês se gostam muito, mas aí, você é sempre a pessoa quem pede desculpas, e não quer porque quer receber alguma resposta? — falei, dando a entender como de fosse com o meu pai essa situação, pois aproveitei que ele saiu da sala, e me inclinei um pouco na direção dele, que seguiu para o lado oposto. Falo sobre Peeta, mas nem morta eu falaria algo desses.

— Olha... — ajeitou meu cabelo, colocando atrás da orelha, depois, passando cuidadosamente os polegares debaixo dos meus olhos, para tirar o vestígio do choro, levando um pouco de maquiagem consigo, mas pareceu não se importar com esse pequeno detalhe. — Se você ama mesmo, não tem problema pedir perdão de novo. Você merece paz.

Eu mereço paz, repeti em minha cabeça, e foi como se uma luz pairasse sobre mim. Mas será que isso realmente funciona?

— Mas Gale, eu não sei, e o que eu vou fazer depois? — perguntei, preocupada, sentindo meu coração acelerar, nervoso. — E se eu amar tanto a pessoa a ponto de não conseguir sentir paz?

Senti meu sangue esfriar, minha coluna inteira paralisou, e a minha pressão caiu só na possibilidade de nunca mais poder conversar com Peeta.

Antes que eu pudesse pensar mais alguma coisa, Gale fez um singelo carinho na minha nuca, e selou nossos lábios, fazendo-me fechar os olhos, aproveitando o momento. Fiz questão de aprofundar o beijo, podendo sentir todo o carinho e amor que Gale guarda em seu coração e transborda em cada fio de cabelo.

Permiti-me forçar meus pulmões para continuarmos, mas algo faltava a se encaixar, e aquilo me destruiu ainda mais, mas mantive seus olhos nos meus, conosco bem próximos, por uma mão na cintura, e outra na nuca.

— Pelo o que sei, amor traz paz, e se não trouxer, não é amor, mas outro sentimento — completou. — O que acha de nós irmos acampar?

Refleti no que disse, sentindo medo, um pouco de pavor, porque Peeta é a única pessoa que eu já imaginei sendo coroado ao meu lado, passando toda a vida ao meu lado. Mas mesmo sem não sentir metade do que sinto por ele, cogitei a ideia de Gale também poder estar onde eu o imaginei estar.

Meus pensamentos ainda estão perturbados por causa dos últimos acontecimentos, eu estou mais perto do que nunca de um apagão.

— Acho uma excelente ideia — aceitei, sorrindo.

Então, Gale brilhou ainda mais, abrindo seu sorriso, que fez o meu sorriso manter-se.

— Ótimo! Vai ser no meu quarto, mas não fique preocupada! Não fique! Eu prometo que vou deixar parecendo como se fosse ao ar livre! Fiz isso muitas vezes com meus irmãos, ou seja, tenho muita experiência! — falou tão empolgado, que me fez rir.

— Tudo bem, Gale... — dessa vez, ele quem riu. Mesmo sendo normal ouvi-lo rir, ainda é especial, e nos enche de esperança. — E que horas eu posso ir até o "seu quintal"?

— Sei lá, quando é o seu último trabalho hoje?

— Às seis — respondi, sorrindo, animada.

— Você tem duas horas para vestir de roupas confortáveis, que eu vou ir arrumando meu quarto! — Assenti, rindo, o envolvendo em um abraço, mesmo ali, no meio do corredor, o abracei, e ele me abraçou de volta. — Você é linda, linda.

Sussurrou, e eu estremeci, abrindo um sorriso, olhando-o nos olhos, e fechei meus olhos, beijando-o, sendo imediatamente correspondida, feliz por tê-lo. Sempre foi minha segunda escolha, minha segunda melhor escolha. Sinto-me tão acolhida, em seus beijos, abraços, sorriso e olhar.

*

A noite chegou. Delly estava estranha, um pouco distraída.

— O que foi? — perguntei, quando terminava de vestir minha blusa favorita, para ir para o quarto de Gale.

— Katniss... — ela estava vermelha, e parecia querer contar desesperadamente alguma coisa. —Não, não, não, esquece.

Franzi o cenho.

— Olha, eu não sou do tipo que lê olhares não. Se quiser ajuda, você precisa falar, criatura! — Ela abriu um pequeno sorriso. Delly é o tipo de pessoa que brilha de dentro para fora, sua beleza interior reflete no externo da forma mais encantadora e elegante possível.

— É sobre o garoto que eu gosto, ele me pediu em namoro, e eu aceitei, mas não é sobre isso. Eu sei que está feliz por estar indo se encontrar com o Gale, mas eu gostaria de te dizer uma coisa: Peeta ama você. Conheço ele desde pequeno, e nunca o vi tão cansado e arrasado quanto nos últimos dias, e sei que você não tem dormido, porque os remédios vermelhos você toma no máximo duas vezes por semana para dormir, enquanto em quatro duas você tomou cinco deles, e isso não é normal.

Suspirei, cansada, sentando-me na minha cama.

— Eu sei, Delly... — murmurei. — Ele tem tido vontade de falar comigo, mas eu tenho recusado porque eu falei umas besteiras.

— Mas isso não pode impedir vocês de terem uma vida juntos. O resto de nossas vidas é muito tempo, e é isso o que o casamento define. Entendo que você pode até dizer "se não der certo eu separo", mas se você casar com esse pensamento, você vai se separar. É preciso muita sabedoria para escolher com quem você vai passar a sua vida, e tem que ser com alguém que você ame, e sei que você ama o Peeta, assim como ele a ama.

Senti minhas bochechas corarem.

— Vá até onde o Gale está, porque ele gosta muito mesmo de você, aproveite e se distraia, mas não faça algo que você não gostaria que o Peeta fizesse se estivesse no seu lugar.

Beijou o alto da minha cabeça, e saiu, depois de me desejar uma boa noite.

Antes que eu saísse para encontrar-me com o moreno de olhos cinzas, um soldado me entregou uma carta, escrita por Amelia, irmã de Peeta.

Ela começou me agradecendo – porque nós acabamos por desenvolver uma amizade boa através de troca de cartas, e isso se estreitou quando nos vimos pessoalmente – pelo vestido que a mandei, e pelos livros de engenharia para Stuart, mas repetiu mais uma vez que não quer que eu mande nada, pois ela se sente mal com isso. Abri um sorriso muito verdadeiro, encontrando pontos muito familiares entre ela e seu irmão gêmeo.

Ela contou-me também sobre como estão as coisas por onde mora – e estão péssimas –, mas pediu para eu tomar cuidado quando mandar soldados para o sudeste e o sul. Muitas pessoas mortas por lá.

Para neutralizar o assunto, assim como eu a aconselhei, pois é uma amizade de via dupla, podemos nos ajudar, ela abordou sobre a família de maneira bem rasa, que o novo medicamento aconselhado por Maggs ajudou muito a mãe, e o pai também, com os problemas de saúde. Falou sobre Ben, que é de longe a criança mais adorável que eu já vi, e que está com saudades. Pude sentir como se ela estivesse mesmo na minha frente dizendo cada uma dessas palavras, porque ela é alguém que eu gosto de graça, só pelo jeito, sorriso, jeito de falar, me encanta a sua simplicidade.

Também pediu para eu brigar com o Peeta se fosse necessário, porque ele não os manda cartas há cinco dias, e ordenou que eu tirasse férias, pois tenho parecido muito cansada na televisão.

Guardei sua carta com muito carinho, e pedi para o meu relógio avisar para mim pela manhã para eu escrever uma carta de resposta para ela, que sei que não parará de falar comigo se eu não me casar com Peeta, porque sinto sua amizade de verdade.

Levantei-me, e saí, com meu coração na mão, abraçada ao meu próprio corpo, escutando uma música envolvente, nos meus headphones, onde a cantora diz que está se curvando para orar, tenta fazer o pior parecer o melhor, e pede para Deus mostrar qual caminho seguir, e eu me sinto da mesma forma.

Cheguei até o corredor dos quartos do Cato, Peeta e Gale, sentindo o espaço transmitir um pouco da personalidade dos dois só da porta. O quarto de Peeta tinha a porta entreaberta, e saia música alta e gargalhadas, me fazendo sentir vontade de ir até lá, mas alguém abriu mais a porta, e não ninguém mais nem menos que Gale, com um sorriso enorme, segurando um prato com salgadinhos.

— Oi, linda! Enquanto você não chegava, a gente resolveu animar o Peeta, ele estava meio pra baixo esses dias — explicou, e eu sorri, muito feliz por eles estarem todos se dando bem.

— Ô, seu engraçadinho, pode voltar aqui! — Ouvi a voz de Peeta, fazendo os pelos na minha nuca se enriçarem todos. — Gale, pode voltar! Eu vou comer o doce de leite!

— Pode comer, eu não estou nem aí! — O moreno respondeu, colocando a cara para dentro, e com um sorriso. — E Cato, larga esses salgadinhos! Pode largar!

— Cala a boca — ouvi o outro loiro responder, me fazendo rir baixo.

— Vem cá, quem é que está aí na porta?! — Calvin perguntou.

— Ninguém do interesse de vocês! Aumentem essa música, seus lixo!

— Não posso! Estou ocupado demais comendo seu doce e sujando o seu celular! — Peeta gritou de volta, e o moreno na mesma hora fechou a cara, e rapidamente, entrou no quarto, deixando a bandeja de salgadinhos no lado de fora - e eu aproveitei para comer alguns, obviamente -, até ouvir alguns sons de tapas fortes, e as gargalhadas maiores.

— AI SEU LOUCO! Meu braço está vermelho agora! Está ardendo! — Peeta reclamou. — Aqui também, ó!

Alguma coisa caiu no chão, e agora foi a vez de Gale gritar.

— Meu celular! Meu celular! Meu ce.lu.lar!

Esperei a sessão de gargalhadas e tapas passar, o que durou em média dois minutos, e acabei por comer todo os salgadinhos. Principalmente os que tinham um pedaço de salsicha dentro, comi com muito deleite, ainda mais com ketchup.

Quando Gale voltou, estava passando seu celular na blusa, com uma expressão de irritado, e deixou a porta encostada atrás de si.

— Essa gente abusada… — murmurou. — Não pode dar confiança não! Já vão tocando na nossa alma dessa forma! Sabe quando eu poderia comprar um celular para mim? Quando eu tivesse uns trinta anos! E isso eu economizando na comida, sem ter filhos e nem me casar!

Ri, balançando a cabeça. A música lá estava tão alta, mesmo às 20h da noite, que não me escutaram em momento algum.

— Gale, eu adoraria dormir com você, mas eu prefiro bem mais se você ficar aí com eles — aconselhei, bem sincera. — Fico me sentindo culpada em vê-lo sair de perto deles, e pelo o que eu ouvi, Peeta tem precisado, não?

Franziu o cenho, refletindo.

— Sim… o Calvin ouviu uma notícia que a mãe dele tentou se matar, sabia? Três dias antes da festa de Halloween, e nós ficamos sabendo porque uma das moças que ajudaram na preparação dele e do irmão mais novo, o Stuart, ouviu, e acabou espalhando para todo mundo, não sei se você chegou a saber — Senti minhas bochechas ficarem brancas. Então era essa uma das razões, obviamente, de Peeta ter estado triplamente mais sensível e propenso a acabar ter discutido comigo.

Céus, como eu fui idiota. Ele deve estar sofrendo tanto!

— Calvin sugeriu que nós fizéssemos uma surpresa para ele, então simplesmente invadimos o quarto dele, e até o Cato se envolveu também, sem nem pensar duas vezes, porque ele já não é muito de conversar, e passando por algo assim, muito menos. Te peço desculpas, eu nem pude preparar nada, porque a gente se juntou para fazer isso para o Peeta. Sei que ele gostaria do Finn aqui também, mas…

Nem esperei ele terminar, e me pus na ponta dos pés, selando nossos lábios de maneira casta, como se fosse um beijo entre irmãos ou  primos, mas tinha muito significado, cheio de gratidão, não somente a ele, mas a todos os outros.

— Independente de quem eu escolha, todos vocês são dignos de usar uma coroa de cristal — falei, sorrindo, e dessa vez, foi ele quem corou, sorrindo meio sem jeito, agradecendo. — Aproveitem bastante a noite, e tirem fotos, ok?

Assentiu, e antes de eu sair, me puxou pela mão, fechando rapidamente a porta do quarto de Peeta, e me deu mais um daqueles beijos que me deixam sem ar, que me deixam feliz.

— Boa noite — desejei.

— Excelente! — respondeu, abrindo novamente a porta, e eu ri, assentindo, sabendo que ele não contaria para ninguém sobre a minha presença ali.

Segui para o meu quarto, e vi Madge e Delly descendo as escadas correndo, rindo, com Johanna acompanhando-as em um ritmo bem mais lento.

— Mas o quê…? — Nem me responderam, gargalhando mais alto, entrando em uma entrada que é como um elevador, que leva para a zona dos criados mesmo, nem me dando a menor chance de perguntar onde estava tamanha graça.

Revirei meus olhos, rindo, então, meus olhos se encheram de lágrimas quando entrei no meu quarto.

Muitos balões com gás hélio estavam cheios, em formato de balões normais mesmo e outros com formato de coração, mas um, que estava um pouco mais baixo, tinha um bilhete preso, e eu pensei que era de Gale, mas não.

Eu sei o quanto você deve estar magoada comigo ainda, mas eu quero te pedir perdão por absolutamente tudo, e só te peço a chance de poder recomeçar tudo de novo. Prazer, meu nome é Peeta, e eu tenho dezoito anos, e não sou o seu querido. Se aceitar meu pedido de perdão, solte os balões da janela do seu quarto, para mandar embora cada uma das ofensas que nós dissemos um para o outro. Do meu quarto, eu vou ver, se fizer isso à meia noite! *Ass.: Peeta Mellark, caso você tenha alguma dúvida. E eu espero que goste das flores, eu quem escolhi, mas quem arrumou foi a Delly, Johanna e Madge, agradeça-as!

Ri, chorando, olhando em volta, tudo estava lindo, cheio de balões vermelhos, e sobre o meu travesseiro, mais um bilhete, e um buquê de margaridas com um girassol no meio, assim como ele me entregou na casa da árvore.

“E se você me perdoar, e a nossa proposta ainda estiver de pé, eu acho que seria lindo você ter um buquê desses! Só estou sugerindo!”.

Sentei-me na cama, e imediatamente mandei uma mensagem de voz para Delly pelo meu relógio.

— Por favor, peça para o Peeta me encontrar no Grande Salão às 9h da manhã em ponto! — Desliguei o aparelho, colocando na minha cabeceira, e chorei mais, sorrindo, encantada.

Agradeci a Deus mentalmente, com muita intensidade, através das lágrimas, e rindo, porque eu não podia nunca esperar que Peeta pudesse ser capaz de pensar em alguma coisa dessas! Peguei os balões, à meia noite, e assim como ele disse, abri a janela, e soltei, todos, que representavam uma ofensa que dessemos um para o outro, e os observei irem embora, para nunca mais voltarem.

Dormi melhor do que nunca, com somente um pensamento: não há quem consiga definir mais os meus sentimentos do que Peeta, e essa Seleção precisa terminar de uma vez por todas, e não tem nada no mundo que possa me fazer mudar de opinião.


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Notas finais do capítulo

E foi isso pessoal! Demorei porque essa semana foi muito corrida, e com muitos acontecimentos, mas essa será bem melhor, em nome de Jesus! Estou com a agenda cheia, mas não consigo dar um jeito porque sou do RJ, e estudante do estado, ou seja, o medo de policiais entrarem em greve mesmo não é tão grande quanto os professores de novo entrarem de greve, e eu ficar sem aula de novo.
Espero que tenham gostado, de verdade, escrevi com muito carinho, usando muito de mim e de como eu queria que os meus tios fossem!
A música do próximo será Brand New Day, Demi Lovato
Spoiler:

"— Shhh, deixa que eu cuido de mim, você tem que cuidar de si mesma... está mais magra — notei, e me afastei, olhando para o seu rosto, fazendo carinho em sua bochecha esquerda, para onde ela inclinava o rosto, serenamente.
Eu ouvia um irritante "click" de longe, sabendo que fotos minhas e de Katniss nos beijando de frente a uma larga janela no andar do quarto dela sairá em todas as revistas, assim como nossa proximidade agora, comigo fazendo carinho em sua bochecha, e a outra mão em sua cintura, também fazendo um carinho, com meus olhos dentro dos olhos dela.
— Eu cuido o máximo que posso... juro. Você e sua vida me preocupam muito, muito mesmo, Peeta — ela disse, baixo.
— Mas a sua também me importa, e me importa demais, você não faz ideia do quanto estraga meu dia quando não abre um sorriso. Sei que há algo que quer me contar, e quero que saiba que não há quaisquer razão de ter vergonha ou medo de me contar — inclinei-me um pouco, selando nossos lábios mais uma vez, ouvindo somente o barulho do meu coração acelerado no peito. — Sério.
— Um dia eu conto... — garantiu, com um sorriso torto. — Infelizmente eu preciso ir, mas quero que apresente algo bem incrível amanhã, e dê o que falar, mas por favor, pense em sua família, seus amigos...
— ...e em você — completei, sorrindo, quando nos soltamos, mas eu poderia ficar ao seu lado por um dis inteiro.
Ela sorriu também, solta, fazendo duas covinhas ao lado da boca aparecer, destacando suas pintinhas.
— Isso aí, boa sorte amanhã.
— Você também.
Desejei, e com mais um beijo, nos separamos, seguindo em direções opostas, sorrindo. Só Deus nesse momento poderia tirar essa felicidade que jorrou dentro de mim nesse momento, e algo me diz que Ele vai me deixar com esse sentimento maravilhoso até amanhã, que será um grande, grande dia!"

E por hoje é só pessoal! Obrigada mesmo pelos comentários! Eles me cativam de uma maneira inexplicável! Beijoooooos! Fiquem com Deus! ♥ ♥