A Seleção da Herdeira escrita por Cupcake de Brigadeiro


Capítulo 22
A Grande Mudança | A Seleção (Capítulo Final)


Notas iniciais do capítulo

Olá, olá! *eu sussurrando, com medo*
Estou no chão do banheiro do meu quarto, escondida, para a minha mãe não se lembrar que eu existo e começar a me mandar a fazer as coisas, tipo, arrumar minha cama. Eu não gosto de fazer isso! *ainda estou sussurrando, viu?*
Mil desculpas pela demora! Eu tinha o capítulo pronto ao maior tempão, mas acabei me esquecendo de enviar para a Lê, e ela me mandou super rápido, mas eu me esqueci de editar.
Suuuuper obrigada pelos comentários do capítulo anterior, eu fiquei muito feliz, e estou intercalando responder com os comentários da semana do dia 15/12/2015 *expressão de pavor* Como eu pude ser tão negligente?!
Então, se você comentou e ainda não foi respondido, não se preocupe, porque meu objetivo é sanar os comentários de A Proposta e dessa fic aqui durante o final de semana, enquanto intercalo com a leitura de Felizes Para Sempre, Bíblia e tento organizar meus pensamentos para fazer o meu site, com resenhas, dissertações e poemas, assim como coisas de autoajuda.
Sem contar tentar terminar de escrever o último capítulo de A Proposta.
Espero que gostem desse último capítulo da primeira parte da fic! *sorrisão* Beijoooooooos! ♥ ♥ ♥



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E Deus, diga-nos o motivo

Da juventude ser desperdiçada nos jovens

É temporada de caça

E esse cordeiro está na corrida

Procuramos por  um significado

Mas será que somos todos estrelas perdidas

Tentando iluminar a escuridão?

 

Quem somos nós

Apenas um amontoado de poeira no meio da galáxia

Ai de mim

Se não formos cuidadosos, se transformará em realidade

— Lost Stars, Adam Levine

 

Caro Peeta — olha como eu posso soar formal! —,

Muito obrigada por tudo o que nos mandou no aniversário do Ben e por demonstrar se importa com ele e com a gente. Até a mãe comemorou pra caramba aqui, mas não convidamos ninguém. Quem se importa? Estávamos preocupados demais em aproveitar e tirar fotografias desses momentos do que convidar alguém.

Tia Linda trouxe doces e aquele brigadeiro maravilhoso que ela faz, sabe? E o tio Cory ficou um bom tempo conversando com o pai, trocando ideias sobre tudo, e não interrompi, pedindo para o pessoal fazer o mesmo. Papai não conversa muito com os outros ultimamente, você sabe, porque é como ele nesse aspecto, seu caladão, mas conversou, riu, aconselhou e brincou com o tio.

Ben te manda beijos e pediu para agradecer a princesa com um abraço bem apertado e quentinho, pois de acordo com ele, é como ele abraça a gente, ok? É para abraçá—la de forma apertada e quentinha. Ele também disse que você não fez tanta falta porque mandou bolo e um presente, o "melhor presente da vida dele toda", pediu para eu escrever. Mas te agradeceu com um sorriso enorme, e disse que está com saudades.

Mandy, Stuart e Stacy também agradecem pela comida e pelos presentes — todos nós recebemos! Muito obrigada! — de verdade, e disseram que te amam.

Papai disse que ama você.

Sabe exatamente o que eu sinto, não sabe? Você é meu irmão gêmeo mais lindo *sorriso*, mas como sei que é meio burro e lerdo, eu amo muito você.

Com saudades enormes,

Amélia Mellark.

Ps.: Estamos todos sentindo sua falta, a falta da paz que você proporciona, mas acho que todos nós só nos demos conta disso depois que você precisou se mudar. Espero que essa luz que somente você tem permaneça. Não permita que ninguém, tire isso de você. Mas acho bem improvável, pois sei que é tú é incrível.

...

— As suas fotos foram uma das favoritas! — Stefan disse, entrando feito um furacão com um sorriso e uma revista em mãos. — Olha! — Lançou o monte de papéis na minha cara.

Nome: Peeta Ryan Mellark

Distrito: Sete

Idade: 18

Província/Cidade: Sant Cloud

CaracterísticasLoiro, média estatura, dono de olhos azuis enigmáticos e um sorriso muito difícil de ser visto.

— Perai. — Parei de ler por um instante, rindo. — O que é enigmático?

— Algo misterioso, difícil de entender, obscuro — explicou-me Júlia e eu sorri em agradecimento.

Voltei a ler.

Entrevistador: Qual os pontos mais positivos e agradáveis da nossa Princesa Everdeen?

Enquanto não éramos chamados para tirar as fotos, fomos entrevistados com três perguntas estratégias.

Peeta Mellark: A gentileza, talvez, mas com certeza é a risada. É a risada mais estranha e divertida que eu já ouvi na vida.

E: (risos) Como seria essa risada? Como soa?

P.M: (muitos risos) Não sei se é adequado, mas é a coisa mais engraçada que você poderia escutar. Se há uma coisa impossível, é não rir ao lado dela quando a escuta rir ou gargalhar.

E: Qual a sua atividade favorita no palácio? Alguns dizem que é cavalgar, outros estudar, alguns gostam de praticar exercícios, mas e a sua?

P.M: Bem, não quero que pensem que estou puxando o saco, ou que desejo chamar atenção, mas a minha atividade favorita é caminhar pelo Jardim com as princesas e conversar com os meus criados, que na verdade são amigos para mim. São as melhores coisas para se fazer por aqui.

E: E agora, a última pergunta, mas não menos importante — qual a melhor parte da Seleção?

P.M: (resposta imediata) A comida.

E: (risos) Qual seu prato favorito que o faz pensar nisso?

P.M: Já comeu o Cozido de Carneiro e a torta de limão? Se pudesse descrever o que é paraíso, seria uma das minhas descrições.

Aceitação Social: 12%

— O que essa porcentagem significa? — perguntei, com as minhas bochechas vermelhas ao ver as fotos.

— Significa que é o quinto Selecionado mais bem colocado em toda a Seleção — Layla disse, com um sorriso enorme e animado. — Finnick lidera com 31%, depois Cato com 19,4%, Blane 18% e Brooks com 17%. É uma excelente colocação, pois é o de Distrito mais baixo, e está no meio do top 10.

— Ah... — falei, franzindo o cenho. Fiquei confuso.

— O povo te ama! — Júlia disse rindo e eu ri também, passando os dedos pelo cabelo para deixar menos bagunçado.

— Pensei que fosse ao contrário. Mas tudo bem. — Eu não me importava muito com isso, porém saber que haviam pessoas do lado de fora que gostavam de mim era no mínimo divertido.

As  fotos  que eu tinha tirado com a princesa tinham ficado ótimas, ao meu ver, mesmo que eu ainda achasse estranho me ver tão diferente do que costumava andar no meu Distrito.

Saí do quarto depois de desejá-los boa tarde e rumei para a Sala de Jantar para o almoço.

A única refeição que somos obrigados a estarmos presentes é no Café da Manhã, e a menos que sejamos convocados, almoçamos, tomamos café da tarde e jantamos no quarto.

Fiquei pensando na carta de Amélia, e suspirei, pensativo. Tirei do bolso da calça e sorri torto ao ver Ben  com seus olhos azuis e cabelos castanhos escuros como os do nosso pai, mas com os cachos da mamãe, e um sorriso apenas dele. Falam que nos parecemos quando sorrimos, e se é assim, sou demais.

Guardei com cuidado no meu bolso novamente, para pôr na caixa que Layla me deu, e guardar, para abrir quando a saudade apertar mais uma vez.

Agradeci a Deus sinceramente por ter poucos Selecionados na mesa por enquanto, e nenhum tinha lugar muito perto de mim. Não gosto de muito grude com ninguém, e nem de ficar sendo observado, eu hein, que maluquice. Odeio fotos, odeio muitas pessoas, e odeio ser observado.

Cumprimentei com um sorriso e aceno os mordomos que eu já conhecia, e os mesmos sorriram de volta. É bom ser gentil. Alivia a alma, mesmo que não ganhemos nada, ganhamos um sorriso, e isso pode ser tudo em um dia triste, porque todo mundo se machuca, e o sorriso sincero pode fazer a gente não desistir.

Os outros entraram pouco tempo depois, e pareciam tão confusos quanto eu e os outros que já tinham chegado.

Finnick tomou seu lugar ao meu lado, um pouco ofegante e com o cabelo fora de ordem, agitado.

— Aconteceu alguma coisa? — perguntei, sem saber que reação esboçar. Talvez um misto de curiosidade e confusão.

— Não! — disse um pouco alto, atraindo alguns olhares, fazendo-o ficar mais corado do que estava. — Quero dizer... — Limpou a garganta, arrumando a gola já arrumada de sua blusa social engomada como a minha.

Odair... — chamei atenção, desconfiado. — O que aconteceu?

— Nada, eu só vim correndo. Eu estava dormindo, aí me acordaram no baque. — Acreditei superficialmente no que disse. — Meu quarto é no outro lado do palácio, lembra?

— É verdade — falei, franzindo o cenho. — Foi parar longe, hein. — Sorriu.

— Mas estou mais perto da princesa. Você, mais longe. — Ri, divertido

— Até nisso você dá sorte. — Sorriu, mexendo nos talheres, como se soubesse de algo que não sei.

— Pode crer.

E a Família Real entrou na Sala de Jantar, inclusive Prim, que procurou algo nos Selecionados, e quando me viu, abriu um sorrisão, acenando. Ri, acenando de volta também.

Eu não a via faziam quase duas semanas, e ela fazia falta. É exatamente como pensamos que é, mas ainda mais legal.

O clima estava agradável, e por alguma razão, todo mundo parecia cooperar um com o outro. Logan passou o sal para Benson, Cato riu de algo que Dave contou e Finnick me contou sobre o jogo de Croquet que estava marcado com os outros Selecionados às 15h, mas que não iria porque queria "poupar aos outros de tamanha vergonha, pois sou perfeito no croquet", mas é claro que é uma grande mentira. Ele nem sabia o que era isso até meados do mês passado.

— Gale, isso não é demais? — perguntei, sinalizando com o garfo para o prato com carne assada e o arroz estava arrumado no nossos pratos em formato de estrela, com uma folha de não sei o que em cima.

O moreno suspirou apaixonado, assentindo, e eu ri, começando a comer o prato principal.

Todos pensaram que eu e Gale fôssemos nos odiar, mas o que acontece é que ele acabou comentando que deveriam pegar leve comigo porque minha mãe estava mal, então Cato viu que eu tenho uma família, entrando no meu quarto outro dia — é, merece um prêmio por tamanha audácia — e quis fazer a palhaçada que fez comigo no outro dia, me deixando com marcas, que já sumiram, graças a Deus.

Falei que não precisava me defender, nem querer fazer que a minha ficha fique limpa, e que estava tudo bem, mas que não deveria mais falar nada a meu respeito com mais ninguém. Família é algo muito sério, e cada um tem um modo de tolerar as coisas que giram ao redor disso.

— Gostei do arroz no formato de estrela — Finnick disse, mexendo com cuidado para não tirar da forma. — Uma pena que eu estou com fome. — E encheu discretamente o garfo, acima do que nos fora ensinado e colocou na boca para apenas eu, Gale e James, o mordomo vimos.

Precisamos segurar a risada ao máximo, mas ela escorregava pelo nariz, e quando vimos, nós quatro estávamos rindo, porque Finnick se engasgou de verdade e um grão de arroz ficou em seu queixo e outro na ponta do nariz, quase.

Então fomos surpreendidos pela Katniss se levantando de repente, com uma expressão inquieta.

Lembrei-me do que estava escrito no bilhete que me dera ontem:

"Espero que possa aguentar a saudade da família por mais umas semanas, quem sabe. A Elite começa ao meio dia. — K. "

Ontem houve um ataque, mas não acho que foi tão sério, levando em conta que ficamos da 1h da manhã às 5h no Abrigo Real, menos tempo que da outra vez, que foram quatro horas, no entanto, mais três Selecionados pediram para sair, e lhes fora concedido isso, já que o último fora há menos de uma semana.

Foram os sete dias mais intensos da minha vida, com certeza, e por isso que hoje era um bom dia, pois era sábado, o primeiro dia do último mês do ano, dezembro. E também faz sete dias que não recebo mais notícias concretas da minha mãe – que nem fora mencionada na carta que chegou pela manhã –, deixando-me em um estado de estupor diversas vezes durante o dia, e foi como eu fiquei o tempo todo no Abrigo. Nem Layla, Júlia e Stefan conseguiram fazer com que eu falasse lá dentro, pois eu me senti doente de forma intensa demais, sem que refletisse por fora.

Fiquei preocupado com a expressão que Katniss estava no rosto. Parecia que tinha apanhado a pouco tempo, com os olhos quase marejados, um pouco foscos, encontrando os meus, que a faziam uma única pergunta: Você está bem?

Ela balançou a cabeça de forma quase imperceptível, em negativa, tocando a ponta da orelha, desviando o olhar, e ninguém nem desconfiava da conversa que estávamos tendo.

Toquei discretamente no Tordo, e ela suspirou, então, começou a falar, com sua voz de quem não estava nada feliz, e sim decepcionada consigo mesma.

— Senhores — saudou, fazendo uma breve reverência. Ela parecia sofrer demais. — Receio que após o ataque de ontem eu tenha sido obrigada a repensar profundamente o funcionamento da Seleção. Como sabem, três garotos pediram para sair ontem, e eu cedi. Não quero ninguém aqui contra sua própria vontade. Além disso, não me sinto confortável mantendo no palácio, sob a constante ameaça de risco de vida, pessoas com quem sou certa que não terei futuro.

Todos pareceram entender o que estava acontecendo, suspirando decepcionados e infelizes.

— Ela não vai... — murmurou Jake.

— Sim, ela vai — respondi.

— Embora me doa tomar essa atitude, conversei com minha família e com alguns conselheiros íntimos, e decidi proceder ao afunilamento da Seleção para A Elite. Contudo, em vez de dez, resolvi dispensar todos vocês, com exceção de seis — completou, mantendo a postura de rainha, aquela que não chora e pouco sente, mas eu entendia a tonalidade de seus olhos um pouco melhor, e pela nubles da qual se encontravam, ela estava desmoronando aos poucos por dentro.

— Seis? — perguntou Gale, impressionado.

— Isso é tão injusto! — resmungou Jake, quase chorando de raiva, talvez.

Corri os olhos pela sala de jantar conforme o burburinho de reclamações crescia e diminuía. Finnick, que tinha admitido não querer e nem conseguir algo a mais que amizade com a princesa, havia ficado tenso mais uma vez, inquieto. Por que havia ficado assim se não estava pela princesa?

— Não quero estender que o necessário — Katniss disse, formal, e a mãe a olhava como se fosse a coisa certa, assim como o pai, enquanto Prim balançava a cabeça em negativa, decepcionada. — Assim, apenas os seguintes rapazes continuarão aqui: senhor Finnick Odair, senhor Gale Hawthorne...

Finn suspirou aliviado, com uma mão no peito, e Gale ficou boquiaberto, realmente surpreso por isso, estava estampado em seus olhos e na expressão que teve totalmente espontânea. Seria cômico se não fosse tão sério.

— ...senhor Blane Dobrev, senhor Cato Mason... — continuou Katniss, olhando para cada um, me deixando furioso por ter incluído Cato nessa lista. Olhei para o garfo que eu ainda segurava.

Agora, acho que sairei da Seleção, já que quase sai da outra vez por causa do Cato, e aqui ele está agora.

Talvez eu possa pagar alguma faculdade, e me estabilizar em um emprego que possa ajudar meus pais.

— ...senhor Calvin Carter... — anunciou, e eu me dei conta que só restava um.

Pense em que você fará no Três depois de amanhã, Peeta, pense! Gritei em meus pensamentos, mas as profissões não dariam certo comigo. Eu como médico? Nunca. Professor? Eu nem falo!

— E senhor Peeta Mellark. — Ergui meus olhos em sua direção, olhando bem dentro de seus olhos, intensos como um furacão.

Eu havia ficado.

Como isso aconteceu, no final das contas?

O bilhete, lembrei-me, mas por que eu? Com esse pensamento, eu não consegui relaxar, não enquanto haviam outros que seriam muito melhores do que eu nessa disputa e para governar.

— A todos os outros, meu sincero pedido de desculpas. Espero que fique nítido que só quero o bem de todos vocês, e não quero colocar vossas vidas em risco por razão alguma, alimentando o que não existe. Caso algum de vocês queira falar comigo, estarei na biblioteca no final do corredor, e vão lá me encontrar, se quiserem, logo após terminarem o almoço. — Não voltou a se sentar, mesmo que sua comida estivesse quase intocada, e caminhando imediatamente para a saída, mas sem correr.

Delly era sua dama de companhia e a auxiliava a estudar mais e melhor, já que se aproxima a sua coroação, estava em um lugar reservado ao lado de Prim, no lado oposto a mim na mesa, olhando-me confusa.

Ah, esqueci de mencionar a conversa que tivemos três dias atrás.

Flashback Moment

— Oi — disse, entrando no meu quarto. Eu já a esperava, sentado na lateral do colchão, com as pernas balançando. Era nosso terceiro encontro no meu quarto em uma semana, o que eu não sabia dizer se era bom ou mau.

— E aí, Dells? — Riu, indo para o meu lado na cama, então a entreguei um prato com um belo pedaço de torta de morango. Sorri ao ver o quão impressionada havia ficado.

— Você não de...

— Fez isso diversas vezes por mim, deixe que eu faça por você — pedi/afirmei, não dando escolha a ela. — Você não parece muito feliz. O que foi? — Se sentou melhor na minha cama, indo para o centro, com grandes travesseiros atrás de suas costas, suspirou relaxada, com os olhos fechados.

Comeu um pouco da torta, então depois me olhou nos olhos.

— Peeta, eu quero que você seja sincero. Está aqui pela sua família ou pela princesa? — A pergunta me atingiu em cheio, e se fosse uma bomba, nem as minhas cinzas poderiam enterrar.

Bufei, com um pouco de raiva sincera.

— Delly, você está no quarto que a princesa cedeu para mim, no meio da madrugada, depois de passar por diversos guardas e está comendo o meu pedaço de torta. Estamos correndo o sério risco de sermos assassinados em público porque isso é traição.

— E isso não significa nada! — Cruzou os braços na frente do corpo, com raiva também. — Você luta por mim ou por ela? Eu preciso saber disso se irei continuar passando por todo esse desespero para poder simplesmente olhar para você e falar sobre meu dia! — exclamou, ficando de joelhos na cama, então se sentou sobre suas canelas e pés.

— Entenda uma coisa: você é a única coisa pela qual eu quis lutar! — falei, sem acreditar nessa situação toda, quase. — Eu não quero a princesa! Você é a única coisa que eu sempre quis! Pare com isso! Perguntou para mim da razão de eu ter "duvidado" do seu amor, mas você quem duvida do meu! O tempo inteiro! — Senti meu coração bater rápido e a ponta dos meus dedos formigarem, enquanto sentia um frio na barriga e na espinha, mas não queria que ela soubesse disso.

Eu sentia que ainda a amava, mas não garanto que continuamos intactos. Estávamos retorcidos, não quebrados. Mas era bem perto disso.

— Me prova de algum jeito — pediu, olhando em meus olhos, inclinando-se para mim.

Inclinei-me também, beijando sua boca, um simples selar de lábios demorado, e me afastei para olhar em seus olhos âmbar, que depois do Violeta, era o mais raro do mundo. Era como se tivesse derretido mel em suas orbes.

— Eu amo você — sussurrou, segurando meus ombros, mordendo com força o lábio inferior. — E tenho medo de que isso não seja recíproco. Me desculpe.

Tirei o prato da cama, colocando na mesinha ao lado, e a beijei mais uma vez, aprofundando o beijo agora, também ficando de joelhos no meio da cama. Não falei que a amava de volta, porque estou incerto do que acontecia ao meu redor.

Ela colocou uma de suas mãos dentro da minha blusa, empurrando-me um pouco, e eu caí, sentindo seu corpo deslizar junto, sobre minha cintura. Olhei em seus olhos, com uma mão na sua cintura, e outra na nuca.

— Diz pra mim o que sente — pediu, beijando meu pescoço, mordendo onde colocava os lábios do meu ombro até a nuca. Prendi a respiração, fechando os olhos, para que não desse sinais entre as pernas.

— Eu amo você — sussurrei, meio embriagado com o que estava acontecendo. Senti ela sorrir, então abri os olhos, observando seu cabelo cobrir feito uma cortina perfeita e natural a lateral de seu rosto, então olhou para mim, beijando-me nos lábios demoradamente mais uma vez, aprofundando o beijo, fazendo um movimento subliminar com o quadril, e eu precisei morder o seu lábio inferior para não gemer, dada as circunstâncias, e a minha mão que estava em sua cintura escorregou para seu bumbum, apertando-o de leve. Sorri em meio ao beijo, me esquecendo de tudo o que acontecia ao nosso redor.

Ela suspirou alto quando toquei a barra de sua blusa, sorrindo, e não ficou muito tempo com essa peça de roupa, largando ao nosso lado na cama.

Inverti as posições em um passo, descendo ainda mais a mão, passeando rapidamente pelo interior da coxa — mas apenas isso —, indo para a lateral, deslizando minha mão por essa área.

— Acho melhor a gente parar — pedi, beijando seu pescoço, querendo tirar a minha blusa também, e depois outras peças de roupas que não convém.

— Não...por favor... — sussurrou, erguendo um pouco o quadril, fazendo nossas intimidades se encontrarem debaixo de todas aquelas roupas.

— Sim, temos que parar — falei, me afastando, esfregando os olhos, com um sorriso. Eu sabia que meu cabelo estava bagunçado, e a minha roupa, amarrotada, mas foi bom. Me lembrei de quando ficávamos no sotão de sua casa.

Ela continuou deitada, bem à vontade apenas com um sutiã lilás no corpo, que era um tamanho menor do que o adequado, despertando hormônios dos quais eu me envergonho, por não entendê–los.

Mordeu o lábio inferior, com um sorriso, uma mão no peito e balançando a cabeça em negativa.

— É inacreditável. Nem parece que estamos mesmo aqui — falou baixo. Meus olhos percorreram por seu corpo violão, então quando chegou na cintura, até queria ver mais, mas subi-os novamente, com minha respiração ofegante por razão alguma.

— Verdade. — Me joguei ao lado dela, pensativo. — O que será da gente?

— Não sei... — sussurrou bem baixinho, entrelaçando nossas mãos. Levei sua mão entrelaçada a minha até minha boca, sentindo seus olhos sobre mim, então beijei lentamente os seus dedos. Fiz olhando em seus olhos e deixei que ela interpretasse que nós tínhamos jeito.

Talvez tenhamos.

Flashback moment over

Todos ali que não foram um dos seis escolhidos, apressaram-se para terminar a comida, e até que havia sido escolhido quis logo sair da mesa depois que a Família Real se retirou, e logo rumei para o meu quarto, inquieto.

Delly vinha na direção oposta da qual eu estava indo, e quando passamos um do lado do outro.

— Amanhã à noite — sussurrou, tocando minha mão nesses quatro segundos que passamos um ao pado do outro.

Continuei andando como se nada tivesse acontecido, mas não me contive de olhar sobre meus ombros, e vi que ela fazia o mesmo, com um sorrisinho. Olhei para a frente novamente, deixando que o ar saísse pela minha boca uma vez, na intenção de controlar as batidas apressadas do meu coração.

Abri a porta do meu quarto, e todos estavam um pouco inquietos, preocupados.

— Sabiam que ela ia fazer isso? — perguntei, tranquilamente.

— Não, mas recebemos uma mensagem logo depois que saiu, dizendo que a Elite seria formada hoje à tarde no almoço — Stefan disse. — E aí?

— Bom... — suspirei, passando a mão na nuca. Layla estava quase chorando. — Acho que vocês vão me ter por aí por mais uma semana.

— Ai meu Deus! — Júlia exclamou feliz, chorosa. — Isso é tão legal!

Ri, divertido.

— Não sei se é tão animador assim. Recebi tantos olhares agressivos que quase furaram meus rins. — Balancei-me, como se me arrepiasse, fazendo eles rirem.

— Quem mais ficou? — perguntaram juntos, e eu ri. Era muito difícil falar junto com Amélia, a mesma coisa, mas Layla e Júlia falam quase o tempo todo, e Stefan poucas vezes era sincronizado com elas, e em quase nada tinha em comum com ela, com exceções apenas para a cor da pele, olhos e cabelo. Mas só as cores mesmo, porque o cabelo dele, por exemplo, é liso e o delas bem cacheado.

— Gale, Finnick, Cato, Blane... — Fechei um olho para me lembrar melhor. — E Calvin, aquele ruivo dos olhos verdes, verdes.

— A princesa usou uma boa peneira, não? — Stefan disse, franzindo o cenho. — No lugar do Calvin, pensei que o Marvel entraria. Ou o Logan — assenti, suspirando.

— Eles eram mais simpáticos, mas as notas do Calvin são as mais altas, em todas as matérias e treinos. E ele não é soberbo. — Diferente do Cato, mas não falei pra não causar perguntas.

— Hm... Mas se analisarmos, é o único que ela aparentemente realmente se importa! — Layla disse sorrindo.

— Layla — falei, colocando as mãos no bolso da calça. — Uma da manhã e Gale e Katniss apareceram juntos. Amassados. Você viu. E você quem levantou suspeitas ontem.

Júlia e Stefan riram, enquanto ela corava.

— Olha, uns beijos não significam muita coisa! — defendeu-se, enquanto eu me jogava ao seu lado na cama, assim como seus irmãos.

— Pode ter sido mais que beijos... – Stefan disse, risonho, mas tentando soar sério. — Foi aniversário dele ontem. — Todos rimos, inimaginando algo assim.

— ‘Tá, mas que a princesa e ele estavam na mesma cama ontem, temos 70% de certeza! — Ri, sentindo um iceberg de ciúme, mas não queria que eles soubessem disso. Eu sentia meu coração palpitar mais devagar só de imaginar o que Katniss e Gale poderiam ter feito sozinhos em um quarto, ou ela e qualquer outro cara. Oh, Céus, eu preciso de ajuda para lidar com isso.

— Não sei se ela seria capaz de fazer isso — falei, tentando disfarçar o ciúme. Eu havia dormido abraçado a ela, e era tão certo que eu sinto falta muitas vezes antes de dormir.

— Ah é? — Júlia perguntou, arqueando uma sobrancelha. — E por qual razão pensa isso?

— Porque... — eu não era melhor que nenhum deles ali, muito pelo contrário. Era a pior escolha. — Ah... — Fechei os olhos, suspirando derrotado. — Não me façam ficar mal!

Riram juntos, e nós quatro estávamos largados na grande cama, deitados, olhando para o teto azulado escuro. Era bom estar assim.

— Você ama tanto ela... — Layla disse, apaixonada.

— Não amo — respondi, feliz por eles não estarem vendo minhas bochechas vermelhas escarlate.

— Quem ama, sente ciúme! — Stefan disse, batendo os pés descalços na cama. Todos rimos de sua atitude infantil. — Ooooooo! — disse, se sentando na cama. — Mas espera. Isso é algo positivo? Se apaixonar por uma pessoa que talvez não seja tão afim de você?

— Stefan! — Layla o repreendeu, enquanto eu apenas dei de ombros, suspirando.

— Não sei — respondi, querendo entender tudo o que acontecia comigo.

— 'Cê tá bem? — Júlia perguntou para mim, ficando apoiada pelo cotovelo.

— Não sei — respondi mais uma vez, sincero. — Tudo está muito recente. — Eles sabiam da minha mãe agora – todo mundo sabia –, sabiam do aniversário do Ben e que Katniss aparecia no meu quarto todas as sextas-feiras e ficava no mínimo trinta minutos até duas horas. Mal sabiam eles quem ficamos conversando, e nem nos beijamos.

— Acho que deveria ir caminhar — falei, pensativo. Eles apoiaram minha decisão. — Vou amanhã.

— Hoje à noite a princesa virá até aqui, a Annie já nos deixou avisados — Layla disse, mexendo nos dedos tranquilamente. — E pediu para que use roupas de frio.

Hmmmmmmm...! — Júlia e Stefan disseram juntos, olhando sugestivamente para mim.

Revirei os olhos, com um sorriso.

— Só vocês mesmo... — falei, balançando a cabeça em negativa, com um sorriso.

...

— Vamos juntos para a casa na árvore? — perguntei, terminando de vestir um casaco, sentindo os olhos dela em cada coisa do meu quarto, prendendo o olhar na caixa cheia de selos e envelopes de carta de diversos lugares.

— Sim, nós vamos. O que tem aqui? — perguntou, curiosamente, tocando na caixa.

— Tudo o que minha família manda. — Olhou para mim, como se pedisse permissão. Sorri, assentindo. — Fique à vontade.

— Eu vou ver. Depois, mas vou ver. Vamos? — Estendeu-me sua mão, e eu segurei, seguindo-a.

Era inevitável os olhares dos guardas e criados sobre nós, afinal, estávamos com nossas mãos dadas, lado a lado, com uma mochila sobre meu ombro, então era claro que estávamos indo para algum lugar fora do palácio.

Ah, que se dane o que estão pensando. Não iremos fazer nada demais, porque somos amigos. Mas eu não reclamaria nada se mais uma vez nos beijássemos.

...

— Então, por qual razão só deixou seis de doze Selecionados charmosos, lindos e maravilhosos? — perguntei divertido, pegando a garrafa de champanhe, tomando depois dela. Chegamos na casa da árvore faz dez minutos, então é claro que vamos beber enquanto comemos morangos e tortas com nossas costas escoradas na parede.

— Estou cansada dessa coisa toda — contou-me, pegando a garrafa de mim, dando um longo gole, me fazendo rir. É divertido vê-la agir como uma adolescente e não como rainha.

— Está cansada dessa coisa toda ou dos Selecionados? — Neguei a garrafa com um simples manear com as mãos, deitando minha cabeça em seu colo depois de me deitar na cama.

— Da Seleção. De toda pressão. Cansada dos meus pais. Cansada principalmente de mim que não consigo resolver as coisas. — Começou a fazer carinho nos meus cabelos, enquanto eu olhava para ela. Era muito bonita, mesmo sem maquiagem e roupas brilhantes. Era especial, e não era por causa do sangue real nas veias.

— Quer conversar? — perguntei, com uma mão na base de suas costas por estarmos bem próximos um ao outro, comigo com a cabeça em seu colo.

— Não sei... — disse, pensativa. Colocou a garrafa de champanhe na mesa ao lado da cama. — Eu quero terminar com tudo isso. Já sei quem escolher.

Meu corpo ficou totalmente gelado, arrepiando os pelos da minha nuca. Limpei a garganta.

— E qual é? — Se ela disser Cato, teremos um sério problema aqui.

— Finnick é o favorito do público — começou, se deitando na cama também, fazendo minha cabeça ir para sua barriga, e sua outra mão fazer carinho em meu braço, e eu quase gemi de tão bom que era isso.

— Gale é gentil, sorridente, ótimo em tudo, com exceção de não controlar as palavras, mas isso pode ser consertado — prosseguiu, e eu sentia um frio terrível na minha espinha. Por quê? — Cato é algo ótimo aos olhos, fala bem, comportado, embora um pouco soberbo demais, e ainda tem bons telefones que nos ajudariam.

— Onde quer chegar com isso? — perguntei, me acomodando ainda melhor em seu colo, de olhos fechados. Sou folgado mesmo.

— Blane e Calvin conhecem pessoas chaves nos negócios, pessoas que podem mudar o país se eu mandar. — Senti-me um lixo.

— E tem você, o Sete, o rebelde, o diferentão que todo mundo conhece por aí. — Abri os olhos, esperando ela parar com o carinho e me empurrar, mas muito pelo contrário. Ficou na minha altura, com nossos rostos na mesma direção, dentro dos meus olhos. — O que eu escolho pelo o que sinto. — Desceu a mão para minha bochecha, e eu toquei nessa mão, fechando os olhos, para ela não tirar dali. Tudo o que fazia me parecia gentil.

— O que exatamente sente por mim? — sussurrei.

— Algo maior do que o gostar, pouco menor de ser amor — respondeu em um sussurro, então abri novamente os olhos. Era algo muito forte de se dizer.

Senti-me sortudo, feliz e culpado por não conseguir corresponder.

— Katniss... — falei, tirando sua mão do meu rosto, trazendo para o nosso meio, na altura dos nossos corações. Cobri suas mãos com as minhas. — Não sei se correspondo o que você sente.

Diferentemente do que eu esperava — mais uma vez —, ela sorriu.

— Sou uma pessoa paciente, Selecionado — segredou-me. — Não posso fazer sentir o mesmo que eu, e isso é ruim, mas com essa queda no número de Selecionados, pedi ao meu pai mais tempo.

— Isso tem um tempo? — perguntei aproximando-me mais dela.

— Tem sim. Estabeleci três meses de Seleção. — O sussurro continuava entre nós, e era melhor assim. — Já estamos no início do terceiro. — Assenti, olhando em seus olhos cinzas que brilhavam como estrelas. — Com isso, eu preciso me apressar. Eles acham que não tenho uma escolha, e que vou me casar por interesse. Mas eu escolho você.

— Por que eu? — perguntei, com apenas uma mão protegendo as delas, pois levei a outra para suas costas, fazendo um carinho circular.

— Justamente por isso — disse com um sorriso esperto. — Você não sabe. Não consegue ver tudo o que faz, não é soberbo, ou idiota, nem se julga superior aos outros. Você é um bom aluno, e acima de tudo isso, é o meu amigo por ser sincero.

Odeio ser uma pessoa muito introvertida, não conseguindo me expressar corretamente. Odeio demais uma coisa dessas, e ouvindo ela falar isso a meu respeito, a futura rainha de Panem, um dos maiores países do mundo, é demais para uma pessoa como eu.

— Não precisa me dizer nada — avisou, com um sorriso torto. — Só quero que, se no final de dezembro, você me ver apenas como sua amiga, me diga, está bem?

Assenti, agradecendo a Deus mais uma vez em meus pensamentos por estar com ótimas pessoas ao meu redor.

— Eu acho muito difícil isso acontecer, Vossa Alteza — sussurrei, e ela abriu um sorriso enorme no rosto, me fazendo sorrir também.

Ela se inclinou um pouco, e nossos lábios haviam se encontrado, mas já havia feito muita coisa por mim, falado muita coisa para mim. Talvez seja o momento de retribuir.

Segurei seu rosto com cuidado, aprofundando o beijo, sentindo o sabor do morango e do champanhe, embriagando meus pensamentos. Era tão bom beijá-la... Meu coração batia de forma descompassada, e eu tinha receio de que pudesse ouvir quão forte e rápido ele bate quando eu a beijo.

O oxigênio começou a se escassear, mas eu queria continuar beijando ela, o que era recíproco, então minha boca foi parar na sua bochecha, pescoço, ombro — depois que com as pontas dos dedos fiz a alça que sustentava o vestido cair para o lado de seu corpo —, então subi para sua boca novamente, só que nesse meio tempo, acabei ficando por cima dela, com o corpo suspenso sobre minha mão esquerda. Suas mãos começaram a arranhar minhas costas, fazendo com que sons diferentes saíssem da minha garganta, retidos pelos lábios fechados.

— Peeta... — suspirou, quando fiz isso, mergulhando seus dedos no meu cabelo. Por que gostam tanto do meu cabelo?

Quando me dei conta, eu quase puxei o seu vestido para cima, sua camisola verde de seda. Pude ver melhor suas coxas, tirando-me o fôlego que já me faltava. Linda.

— Ai meu Deus, me perdoe, sério — pedi, e quis me levantar, só que havia uma parte do corpo que dava sinais de que estava ali, fazendo-me procurar algo para colocar por cima. Não é como quando acontecia com Delly, porque Delly não ligava, muito pelo contrário, mas eu não sei direito o que isso significa, então, Katniss não pode notar uma coisa dessas. É extremamente constrangedor, e ainda mais quando ela mexeu o quadril. Pensei que fosse sentir a ereção. Droga, droga, eu nunca consigo controlar essas coisas!

— O quê?! — perguntou, ofegante, se sentando na cama. — Por que você parou?!

— Porque não é certo! — falei, tentando recuperar a respiração também.

— Mas... Mas... — Fechou os olhos, suspirando. — Vou pedir assim como pedi do beijo para você.

— Como assim? — perguntei, totalmente envergonhado, colocando um travesseiro sobre a cintura, cruzando as pernas. Meu Deus, isso é tão constrangedor.

— Vou pedir para você me ensinar como é que é depois que ficamos sem roupas na cama — disse, mexendo nos cabelos, um pouco vermelha por causa dos beijos.

— Ai meu Deus! — Depois de quase um minuto eu entendi o que ela quis dizer. — Eu nunca fiz isso antes, Katniss. É crime e pecado, lembra?

— Mas eu tenho poder sobre você. — disse cínica, então, também abri um sorriso cínico.

— Só para o seu governo, eu não sou obrigado a cometer uma infração, ainda mais na presença da minha futura soberana — falei e ela sorriu, ficando de joelhos na cama, esticando o braço para fazer um carinho no meu rosto.

— Por isso que eu escolheria você se tudo isso acabasse hoje — sussurrou, olhando dentro dos meus olhos. Não sou merecedor de tantas palavras como as que ela profere, nem as que Delly diz. Não mereço elogios. Sou a pessoa mais errada nessa história toda.

— Pare... — pedi, desviando nosso olhar. — Eu não te correspondo na mesma intensidade, talvez.

Talvez — ela disse a última palavra que eu disse. — O talvez é relativo. Tudo é relativo. Menos os nossos sentimentos. Quero que saiba que eu poderia terminar com a Seleção agora, mas não o faço por sua causa. Você vale a pena — disse, olhando no fundo dos meus olhos.

— E se eu não valer?

— Você vale. Não há um "e se" acerca disto. — Um sorriso torto se fazia presente no seu rosto. — Mas e aí, me conte sobre a sua namorada.

— Não tenho uma namorada — falei, arqueando uma sobrancelha, com um sorriso torto.

— Eu sou sua namorada. A do Gale, Finnick, Cato, Calvin e Blane também, mas... — comecei a rir, puxando-a para um abraço. Me esqueço de todas as coisas agora quando ficamos juntos.

— Sério, me conte sobre a sua ex-namorada. O que faziam? — A menos que ela falasse algo referente a Delly.

— Bom... — comecei, fazendo carinho em seu braço, com ela em meu colo, deitada sobre mim, quase. Era confortável essa posição. — Nós nos encontrávamos no sótão da casa dela. De madrugada.

— No sótão? Por quê?

— Porque eu era um Sete, e ela, filha de pais cirurgiões. Era uma Três — expliquei calmo, mas por dentro eu estava feito uma tempestade intensa. — Nosso relacionamento não era bem visto, talvez, mas não sabíamos. Ninguém sabia.

Katniss fazia carinho no meu braço que a segurava pela cintura, como se pedisse para que eu continuasse.

— O que vocês faziam lá? E se alguém chegasse?

— Nós simplesmente conversávamos. Eu falava sobre tudo, ela também. Contávamos um com o outro. Só tínhamos a nós dois.

— Você a amou muito — afirmou, baixo. — Peeta, você ainda sente algo por ela?

Não respondi de imediato. Meu coração falhou ao pensar em Delly.

— Um pouco — respondi, querendo que não fosse verdade, ou que eu ainda a amasse perdidamente ou que não sentisse absolutamente nada.

Ela ficou em silêncio.

— Mas saiba que meu coração fica muito mais acelerado quando pensa em você. — Só me dei conta do que havia dito quando as palavras alcançaram meus ouvidos.

Katniss se sentou na cama e me olhou dentro dos olhos.

— Como assim? — perguntou, um pouco séria.

— Não se discute sobre esses assuntos, Princesa — falei, cruzando os braços, também um pouco sério. — Eu não sei de mais nada, apenas estou sendo extremamente sincero com você, porque acho que depois do que me disse, eu deva ser ainda mais sincero sobre o que eu disse. É muito difícil amar as pessoas, mas a gente ama, e quando quer desamar, é mais complicado ainda. Eu juro que se pudesse, pararia com essa confusão idiota que está o meu coração e pensamentos para fazer tudo o que me disse ser recíproco. Eu mais do que gosto de você, mas não sei se está minimamente próximo de ser amor.

Os olhos dela ficaram cheios d'água, e suas mãos arrumaram a alça fina do vestido de dormir que vestia, então olhou nos meus olhos.

— Como você soube que a amava? — Dei de ombros, decepcionado. Era tão injusto que eu fosse um lixo com as palavras e não soubesse qual era a porcaria de relacionamento que eu tinha com Delly e Katniss.

— Não sei. Foi muito espontâneo o momento. — Coloquei uma mão em seu ombro e outra em sua cintura. — A pessoa certa vai dizer que te ama no momento certo também. Tenha calma. — Beijei sua bochecha. — Por favor, eu faço qualquer coisa nesse mundo para não te ver triste. Qualquer coisa — sussurrei, abraçando-a apertado, sentindo suas lágrimas.

— Promete que não vai me deixar aqui na Seleção, e eu acabar fazendo a escolha errada — pediu, com a voz embargada. — Eu só quero mais pessoas como você e o meu pai, que escutem e sejam sinceras.

— Ficarei aqui o tempo que permitir que eu fique — respondi, fechando meus olhos, com o rosto na curva de seu pescoço, sentindo o seu perfume. Se Delly não tivesse aparecido, será que eu já amaria a Katniss?

— Então você vai ficar por um longo tempo, até que meus sentimentos mudem, e duvido que isso vá acontecer — disse em um sussurro. Sua voz era tão linda.

— Peeta — chamou-me, depois que a deitei melhor na cama, cobrindo-a, fui beber água. Quando voltei, seus cabelos estavam soltos, fazendo com que até o meu travesseiro ficasse com o aroma de mel.

— Sim.

— Canta Deep In The Meadow para mim? — pediu. — Sol disse que você canta muito bem essa música.

— Não tenho uma voz boa... — desmenti, envergonhado. Apenas Ben e Delly me arrancavam uma música como esta.

— Por favorzinho. Nunca te pedi nada. — Ri, assentindo.

Deitei-me ao seu lado, abraçando-a como quando eu estava na enfermaria semana passada, e senti ela sorrir.

— Eu não canto bem... — avisei. Não era o que eu ouvia, mas não me acho bom o bastante.

— Você tem uma voz melodiosa só de falar. O que custa cantar, moleque? — Fingiu estar com raiva e eu ri alto, sinceramente, e ela também.

No fundo do prado, sob o salgueiro

A cama da grama, um travesseiro verde suave

Deite sua cabeça, e feche os olhos sonolentos

E quando eles abrem novamente, o sol vai nascer

A melodia era fácil, sendo necessário apenas cantar de olhos fechados e mergulhar nas palavras.

Aqui é seguro, aqui é quente

Aqui as margaridas guardar de todos os danos

Aqui os seus sonhos são doces e amanhã traz-los realidade

Aqui é o lugar onde eu te amo

 

Profundo no prado, escondido longe

Um manto de folhas, um raio raio de luar

Esqueça seus problemas e deixar seus problemas leigos

E quando novamente é de manhã, eles vão lavar

 

Aqui é seguro e aqui é quente

E aqui as margaridas guardar de todos os danos

E aqui seus sonhos são doces e amanhã traz-los realidade

Aqui é o lugar onde eu te amo...

 

Terminei de cantar, um pouco melancólico, com saudades de casa, mas ao olhar para a moça em meus braços, era como se nada mais importasse.

— Sua voz é linda, Peeta — sussurrou, quase dormindo. — Deveria cantar mais vezes.

— Deveríamos vir mais até aqui e dormirmos assim. — Senti ela esboçar um sorriso largo no rosto.

— Gosta de dormir comigo, querido?

Fingi que blefei, de forma bem brincalhona.

— Claaaruuu que não! — Ela riu gostosamente, me fazendo rir, ainda mais quando beijei rapidamente seu pescoço, ela quase deu um pulo por causa do susto, fazendo com que eu risse ainda mais.

— Ah, Ben pediu para eu te agradecer com um abraço bem quentinho e apertado. — Ela riu, se aconchegando ainda mais.

— Queria conhecê-lo, de verdade. Muito gentil e a melhor forma de agradecimento que ele poderia me dar. — Sorri, fechando os olhos, com um pouco de sono. — Diga-o que eu o acho adorável.

— Ele vai dizer que você quer casar com ele — falei, risonho. Mas é verdade. Qualquer menina que diga algo positivo sobre ele, era automaticamente sua pretendente.

— Então sinto que já posso acabar com isso tudo, e me casar com seu irmãozinho. — Ri, assentindo.

— Com certeza ele iria adorar isso, e te pediria para morarem em uma casa de leite condensado e brigadeiro. — Ela riu alto, de seu modo esquisitão no nível máximo, assentindo.

— Realmente, encontrei o cara dos meus sonhos. Amanhã vou lá no Sete, senhor Peeta. — Sorri, colocando uma perna minha sobre as suas, para ficar mais confortável, fazendo-a rir.

De todas as noites que passei na Seleção, essa é uma das minhas favoritas, só por tê-la aqui comigo, fazendo-me esquecer de tudo, tudo mesmo, até mesmo de Delly. Apenas focalizando no presente, sentindo o seu perfume de rosas, shampoo de mel e o calor do corpo, dormi tranquilamente.

Às vezes, sinto que tenho sorte demais por ter conhecido a Katniss e ter conquistado sua amizade.

...

O relógio indicava 22h e 40m quando Delly abriu a porta do meu quarto, com roupas sociais que usava ao lado da Princesa. Descobri que sua função era de conselheira e professora, e ouvi no quanto Katniss vem apresentando melhoras nas notas e desempenho. Fico feliz por ela.

— Pepe — disse, cercando meu pescoço com seus braços finos, ficando na ponta do pé para me abraçar, e eu a abracei de volta pela cintura, levantando-a um pouco do chão, fazendo-a rir, mas notei que a voz estava embargada.

— O que aconteceu? — perguntei preocupado, passando os polegares por debaixo dos seus olhos.

— Nada. Sei lá. Estou sensível. Normal — disse, e enxerguei meia verdade em seus olhos. Cruzei os braços com raiva.

— Me conta agora o que aconteceu.

— Mas não aconteceu nada! — disse tentando ser calma. Mas eu podia enxergar as faíscas de raiva no fundo de seus olhos cor de mel, assim como quando seu pai batia em sua mãe, ou a sua mãe saia de casa sem rumo e voltava de madrugada bêbada. Foram muitos anos olhando esses olhos, e sei cada coisinha que se passa nela através deles.

— 1... — comecei a contar, caminhando para a porta. — Se eu chegar no 3, vou sair do quarto e te deixar aqui.

Chantageava ela dessa forma quando namorávamos escondido. Nunca gostei de vê-la mal.

— Tá! — Jogou os braços para o alto, cansada. Pensei que fosse se sentar na minha cama, mas não o fez, continuando em pé. — Hoje preciso ser muito breve.

Deu uma olhada no quarto quando acendi o outro abajur — para não levantar suspeitas, só deixo as lâmpadas ao lado a cama acesas —, então caminhou em passos pouco barulhentos, cobertos por sapatilhas, até a cabeceira da cama, pegando uma foto, sorrindo ao ver.

— Você trouxe. — Mostrou para mim uma foto nossa, no nosso aniversário de seis meses, mas ninguém sabia. Aproveitamos a comemoração da Guillia para comemorarmos nosso relacionamento secreto. Pela foto, pensavam que éramos bons amigos. E éramos. Mas com muitas outras intenções.

— Não tive coragem de deixar pra trás. — admiti, suspirando, indo até onde ela estava.

Olhou para a porta, e correu até a maçaneta, puxando um pouco, espiando para ver se ninguém estava por perto, então voltou, ficando na ponta dos próprios pés, segurando minhas mãos, me deu um beijo, que retribui sinceramente, mas me parecia tão errado quando o homem morar em Marte. A Terra nos foi concedida, então temos que cuidar daqui.

— Não. — Afastei–me devagar, com as mãos em sua cintura, sem querer que ela fosse a algum lugar. — Você e eu... Não podemos fazer isso.

Ela entreabriu os lábios duas vezes, sem entender.

— Eu fiz algo errado?

Neguei imediatamente.

— Não — respondi no ato. — Você tem sido maravilhosa, incrível. Estou realmente feliz em te ver de novo, poder contar com você, olhar nos seus olhos e principalmente por saber que ainda me ama. Isso mudou tudo.

Ela abriu um sorrisão, que me fez sorrir. Dei um beijo no alto de sua cabeça.

— Isso é ótimo porque eu realmente te amo e penso em nunca te dar um motivo para duvidar disso. — Senti um frio descomunal na espinha, arrepiando os fios da minha nuca. Por que as duas são tão boas com as palavras, diretas, sinceras, e eu não?

— Delly, não importa o que fomos ou o que somos agora. Não podemos ser nada aqui. — Ela ficou um pouco séria, tirando com cuidado minhas mãos de sua cintura, dando um passo para trás, como se as coisas estivessem fazendo sentido agora.

— O que você quer dizer? — perguntou, arrumando a roupa.

— Faço parte da Seleção. Estou aqui pela Katniss, e não posso me encontrar com você nem com ninguém enquanto a competição continuar.

Mexi meus polegares e indicadores nervosamente, enquanto ela ficou calada, pensativa por alguns instantes.

— Então você mentiu para mim quando me disse que nunca deixou de me amar? — Seus olhos estavam mais escuros, de raiva e fragilidade. Odeio, odeio vê-la triste assim.

— Não! — garanti, dando passos até ela, que se distanciava aos poucos de todas as formas naquele momento, mordendo os lábios, com algumas lágrimas escorrendo por seus olhos. Eu ia começar a gritar para ver se parava com a dor dela e minha.

— Eu nunca menti para você! — disse, elevando um pouco a voz.

— Nem eu, Delly! — Segurei suas mãos finas e macias como as de uma criança com todo o cuidado que eu tinha. — Ainda mais sobre o que eu sinto a seu respeito. Você está no meu coração o tempo todo. E essa é a razão de tudo estar caminhando devagar. Katniss gosta de mim, e eu não consigo corresponder isso da mesma forma por sua causa.

— Que ótimo — disse sarcástica, passando as mãos nos olhos para tirar a marca das lágrimas. — Então quer dizer que... — Sua voz estava um pouco rouca por causa do choro silencioso, e eu me sentia ainda pior a cada segundo por causar isso. — Se eu não estivesse aqui, Panem já teria um rei que veio do Distrito 7, que é você.

— Delly, por favor... — Suspirei. Além da raiva, eu podia escutar os nossos corações caindo no chão e se estatelando ruidosa e dolorosamente no chão em milhões de pedaços. Chegava a doer o peito, ardia. Era como se um pedaço de nós fosse brutalmente tirava, mas na verdade é o amor mal usado.

— Ao terminar comigo no sótão, você acabou com tudo dentro de mim — continuei, olhando em seus olhos, que estavam bem escuros – sempre ficam assim quando ela chora, ao invés de clarearem um pouco.

— Pepe, eu já te disse que...

— Me deixe terminar. — Olhei bem dentro dos seus olhos, como se também pedisse desculpas. — Por favor.

Ela assentiu de forma quase imperceptível.

— Você acabou com a única coisa que eu escolhi para a minha vida, com o meu único sonho, e se eu estou aqui nessa droga de Seleção foi pela sua insistência. — Oscilou um pouco, fungando, abraçando os braços. Ela era muito orgulhosa de vez em quando e eu amava isso. Significa que ela entendeu a verdade mas não quer admitir.

— Desde então eu tento me recuperar. E a Katniss realmente se importa comigo, ela quer o meu bem, e eu quero o bem para ela também. Não que eu seja, muito pelo contrário, nem sei como posso ter chegado tão longe... Mas... — Suspirei. — Você significa muito para mim e sabe disso. Mas... Mas... — Fechei os olhos por um instante, puxando ar para continuar, dizendo o que eu nunca imaginei que fosse dizer. — Mas estou na competição agora e seria um burro se não visse onde vai dar.

— Então está escolhendo a princesa? — perguntou, num sussurro, quase. A dor estava estampada na voz.

— Não. Não estou escolhendo a Katniss ou você. Estou escolhendo a mim mesmo. Já passei 18 anos da minha vida escolhendo as outras coisas, as outras pessoas, colocando o bem estar e os sentimentos dos outros lá no topo, tratando os meus como escória. Mas não deve ser assim. Só porque sou homem, não significa que não tenho inseguranças, medos e sentimentos. Por favor. Só preciso ir ver onde isso vai dar. Preciso disso, e a minha família também.

Essa era toda a verdade no final das contas. Ainda não sabia o que queria, mas não podia me deixar levar pelo mais fácil, ou por aquilo que todos julgavam certo. Preciso de um tempo para decidir algo por mim. Qualquer escolha que eu faça, minha família sairá beneficiada, e isso é o mais importante: minha família. Mas por um momento, preciso pensar em mim. Minha mãe tem ao meu pai, e meu pai, meus irmãos, e meus irmãos, uns aos outros.

Aqui eu não tenho ninguém para me ajudar, ninguém que saiba de toda a verdade.

Dells ruminou minhas palavras por um momento, ainda inconformada com o que eu dizia, mas entendeu tudo, como sempre, e abriu um de seus sorrisos sinceros, aqueles espertos.

— Você sabe que eu não vou desistir, não sabe? — Sua voz estava em desafio, e eu sorri, mesmo em meio a toda aquela guerra.

— Aqui não é o melhor lugar para lutar por mim. Sua determinação pode ser uma qualidade perigosa.

— Talvez. Mas um desafio não faz mal — disse, com um sorriso torto. Era impressionante o quão animada ela era para tudo. Não era bipolaridade. Ela tinha uma alegria dentro de si que nada nem ninguém tirava, e essa foi uma das razões pelas quais me apaixonei intensamente por ela.

Eu vivia preocupado com a possibilidade iminente de alguém roubá–la de mim, mas agora ela quem tinha essa preocupação, para variar. Isso fazia com que eu sentisse uma coisa estranha, mas positiva. É mais legal quando estão preocupados em nos perder do que o contrário, mas quando penso no quanto sofri, ela deve sofrer bem mais, afinal, entre nós havia a futura rainha de Panem, com a misericórdia e gentileza como sobrenome.

— Certo... — começou, dando dois passos lentos em minha direção. — Você disse que não a amava... Porém pelo menos gosta dela o bastante para querer ficar, certo?

Suspirei, assentindo.

— Ela está muito acima do que pensei — admiti. Como eu disse: entre nós não há segredos a partir do momento em que um faz uma pergunta.

Delly considerou minhas palavras por alguns segundos, absorvendo cada uma delas.

— Isso quer dizer que terei que lutar mais duro do que imaginava — ela disse, caminhando em direção a porta.

— Boa noite, senhor Pepe.

— Boa noite, senhorita Dells.

Abri um sorriso, assim como ela, e antes que saísse, a puxei para um abraço apertado e sincero.

— Obrigado por entender — sussurrei seu ouvido.

— Não tem pelo o que me agradecer, apenas eu, por você ser tão você — devolveu o sussurro, beijando minha bochecha, então saiu, deixando que a paz juntamente com o silêncio preenchesse o ambiente.

Desde o começo da Seleção, vinha pensando que minha vida seria arruinada ali. Mas, naquele momento, o palácio parecia exatamente o lugar onde eu deveria estar. Senti um pouco de medo por isso.

Fui para cama, e apaguei os dois abajures, fechando os olhos. Dormi sem que me desse conta de que estava com sono.

Layla e Júlia adentraram o quarto pela manhã com Stefan, abrindo as cortinas, e os três estavam animados para o que viria a seguir. As regras mudaram sem ninguém ter que dizer, a partir do momento em que a Princesa disse os nome de apenas seis de quinze Selecionados.

Júlia puxou meus cobertores, e eu suspirei um pouco tranquilo, pois era como primeiro dia aqui no palácio, eu sentia como o verdadeiro primeiro dia.

A Seleção não era mais uma coisa que me acontecia; eu era parte ativa dela. Era da Elite. Um quase Um. Afastei os cobertores e fui me arrumar sem reclamar naquela manhã.

Fim da parte 1.


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Notas finais do capítulo

E aí, pessoal? *sorrindo torto* O que acharam do capítulo? Finalmente vamos entrar em A Elite! *correndo por aí, gritando loucamente* Agora o bagulho fica animadooooo!
Aos Spoilers!
Música do capítulo: Adventures Of A Lifetime, Coldplay
"— Promete não contar para ninguém? Apenas um punhado de guardas e criados sabem a existência disso aqui.
— Prometo. — ela sorriu, então pressionou levemente um quadro de pintura, que, assim como para ir para o esconderijo, a parede se afundou um pouco, então deslizou para a esquerda.
Ela deu uma risadinha com a minha expressão embasbacada. Sorri.
— Essas drogas de degraus... maldito seja quem os fez! — praguejou, tentando subir a escada, onde os degraus tinham mais ou menos quarenta centímetros.
— Espera, deixa eu ir na frente. — ofereci meu braço rindo, mas também encontrei dificuldades para subir. Quando pisamos no terceiro e último degrau, a parede voltou ao normal.
— Uau... — Não consegui evitar que a admiração saísse pela minha boca ao ver diversos livros devidamente organizados.
— Bem-vindo à minha biblioteca. — Apresentou-me a princesa, correndo animada, dando pulinhos e voltas. Acho que 60% de maconha como uso medicinal é demais pra ela, mas era clara a sua felicidade.
— É uma linda bibli... — Esqueci-me do nome, não me era tão familiar.
— Biblioteca — repetiu com um sorriso bem gentil. — Pode me perguntar qualquer coisa, que saberei responder. Se eu não souber, sei onde encontrar.
Pense, pense! Dê algo que a faça passar mais tempo com você!
— O que é... Halloween? — perguntei, arqueando uma sobrancelha, com um ar de espertão."
SIIMMMM! TEREMOS UMA FESTONA DE HALLOWEEN!
Só isso que posso revelar até o momento, e avisar que o próximo está totalmente romântico, mas não esperem tanto assim dos outros, que serão um pouco mais sérios, eu espero, e essa segunda parte vai ser super curta, pois o livro está me dando raiva, sendo a segunda vez que o leio. Vou pular partes de romance entre o Peeta e Delly, entre ele e a Katniss e dar mais ênfase no que está acontecendo lá fora, que não é muito semelhante a nossa situação atual.
Bom, pessoal, é isso, espero que tenham gostado, se divertido, e gostaria de dizer que foi um enorme prazer escrever essa primeira parte com vocês, e adoraria continuar aqui para a segunda. Vocês são os melhores! Beijos, e até o próximo, se Deus quiser! *sorrisão com um aceno* Bom feriadão, pessoaaaaalllll!