My only fix is you escrita por Sra Lecter


Capítulo 5
Capítulo 5


Notas iniciais do capítulo

Can't help myself, I'm in love.



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–Como está o Fernando? –pergunta Laís assim que Gillian aproxima-se.

–Bem. –responde com um sorriso estampado nos lábios.

–Quem era a morena que você foi atrás? –pergunta.

–Uma futura amiga. –Gillian sorri.

–Vamos?

–Claro. Você primeiro. –diz Gillian. As duas adentram o hospital.

Mais uma visita. Com passos largos elas caminham pelo corredor do quarto de Taylor.

Laís é amiga de Taylor, ela indicou Gillian. Mas, infelizmente, para ela a psicoterapia não funcionou. Está internada há dias. Tentou se matar duas vezes. Gillian sentia-se incompetente ao adentrar o quarto e ver Taylor respirando com a ajuda de aparelhos.

–Espero que ela melhore logo. –diz Laís pegando a mão da amiga.

–Eu também. –diz Gillian. Ela perdeu a guerra contra si mesma. Não irá melhorar.

Por alguns minutos elas permaneceram em silêncio, apenas observando o que a dor pode causar a uma pessoa. Não havia o que falar. Nada iria ajudar. Nada adiantaria agora que o estrago estava feito.

–Preciso ir. –diz Gillian após checar o relógio.

–Tudo bem. Nos vemos semana que vem. Obrigada, por vir comigo. Acho que me ajudou. E me desculpe, sei o que ver ela assim deve causar-te. –diz Laís com um pequeno sorriso, mas sem tirar os olhos da amiga.

Gillian apenas assente e sai pela porta.

Sarah espera Gillian com um café em mãos.

–Obrigada. –diz Gillian pegando o café e adentrando a sala de consulta.

Mark já a esperava

–Bom dia. –ele diz ajeitando-se no sofá.

–Bom dia. Como vai, Mark? –pergunta ela sentando-se.

–Não muito bem para dizer a verdade. –diz ele.

–O que aconteceu? –pergunta.

–Ontem fui a uma festa e fiquei sozinho por horas. Me senti excluído. Sei que os outros não devem me importar. Mas não consigo não me importar.

–Por que não consegue? –pergunta Gillian tentando entender a situação.

–Sabe o que deveria me perguntar? Deveria me perguntar o porquê de ter ficado sozinho. Eu tentei me aproximar, mas não consegui nada além do que poucas palavras. Nunca irei recuperar minhas amizades, ou o respeito que tinha. Eles, as pessoas que habitam o mundo, são obrigados a me aceitar. Mas isso não faz eles se interessarem comigo, serem meus amigos.

–Você realmente acha que é por ser negro? –pergunta Gillian.

–Não. Foi ela que causou tudo isso, doutora. –Mark desliza as mãos pelo rosto.

–Mas...

–Eu sei que eu fiz merda. –ele a interrompe. –Sei que não deveria ter a traído, mas o circo que ela criou? Eu não merecia. Sempre fui um bom marido. Sempre cuidei dela, das crianças e da casa. Esforcei-me para ser alguém que não era. Tudo por ela. Mas cheguei ao meu limite e não aguentei.

–Acha que a traição com outro homem só piorou as coisas? –pergunta Gillian.

–Não... Talvez. Tenho certeza que o fato de trai-la foi o bastante. –ele chora.

–Creio que irá melhor com o passar do tempo. As pessoas iram acostumar-se e...

–Sim. Eu sei. Mas e eu? Irei me acostumar? Fui casado com uma mulher por dez anos. Todos achavam que tínhamos um casamento dos sonhos... Não queria ter magoado ela.

–Também não queria permanecer escondendo-se. Fingindo ser outra pessoa. –diz Gillian tentando lembrar á Mark os motivos do fim da relação com Jennifer, sua esposa.

Ao fim da consulta Gillian foi para casa e Sarah fechou o consultório. Não teria mais clientes até o inicio da outra semana.

Assim que entrou em seu apartamento dirigiu-se até a cozinha, abriu a geladeira e pegou uma pequena embalagem contendo metade de um sanduiche, que ela preparou no dia anterior. Saboreava-o lentamente quando seu celular tocou.

–Alô. –ela atende após largar o sanduiche sobre a mesa

–Filha, como vai? –pergunta Charles, pai de Gillian.

–Oi, pai. Estou bem e o senhor? –pergunta Gillian revirando os olhos.

–Estou. De algum modo sua “amiga” conseguiu meu número e...

–Quem?

–Não lembro. Acho que era Lily. Ou algo parecido.

–Merda. –Gillian sente um frio na barriga. O que aquela desequilibrada disse ao seu pai?

–Tudo bem. Pelo que ela disse você está apaixonada e delirando. Não quero que você sofra, filha. Eu...

–Eu sei, pai. “Só sofre por amor quem não tem dinheiro para beber”. –Gillian ri após citar a frase favorita de seu pai.

–Espero que fique tudo bem. –diz Charles com um tom aliviado.

–Já está tudo bem. Não se preocupe. –Gillian entende a preocupação de Charles, mas acha desnecessária.

–Mais uma coisa: sua amiga não é usuária de drogas, é?

–Ela não é minha amiga. E ela não usa drogas. Por quê?

–Emprestei dinheiro para ela...

–Pai! Não devia ter feito isso. –Gillian enfurece. Lily agora estava enganado seu pai. Isso não ficaria assim.

–Está feito. Tenho que ir. Tchau. –Charles desliga antes que ela o repreendesse novamente.

Gillian caminha para o quarto e deita-se na cama. Logo acaba adormecendo.

***

A cafeteria estava cheia, diferente do dia anterior, mas mesmo com a conversa por todos os lados Olivia só ouvia uma voz chamando seu nome. Ela buscou pela pessoa a qual pertencia voz, mas não teve sucesso.

–Olivia. Onde você está? –chamam-na e ela não conseguia encontrar a mulher dona daquela voz.

Olivia conhecia aquela voz, havia ouvido durante a manhã, era a loira, tinha certeza disso. Mas olhava para todos os lados e não a via.

–Gillian? –perguntou já descrente que poderia encontra-la.

Assim que chamou a figura da mulher vindo em sua direção apareceu em sua frente.

–Olivia. Ai está você... –dizia a loira caminhando até ela.

Mas quando estava apenas alguns passos de Olivia a loira sumira novamente.

A morena acorda sem entender o sonho. Olha pela janela do apartamento e vê a lua no céu. O dia passou rápido demais hoje. Ela levanta para ir ao banheiro, mas antes de chegar lá seu celular toca dentre os lençóis.

–Benson. –ela atende após uma busca para encontra-lo.

–Oi, é Gillian Lecter. –a loira faz uma pausa aguardando uma reação de Olivia, mas a morena não teve uma. –Desculpe se liguei em um momento ruim.

–Não... Está tudo bem. –diz Olivia depois de alguns segundos.

–Você está livre? Pode me encontrar agora? –pergunta a loira.

–Claro. –responde Olivia enfim.


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Notas finais do capítulo

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