My only fix is you escrita por Sra Lecter


Capítulo 14
Capítulo 14


Notas iniciais do capítulo

As cicatrizes do seu amor lembram-me de nós. Eles ainda me fazem pensar que quase tivemos isso tudo...



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Com o toque da campainha Gillian acorda. O quarto iluminado pela luz do sol cega a loira por alguns segundos. Ao lembrar-se de Olivia, procura-a pelo quarto, mas ela não está ali. Então levanta, caminha por todos os cômodos do apartamento, ninguém. A campainha continua a tocar, mas a loira está tentando digerir a ausência de Olivia ainda.

—Doutora, por favor! Sei que está ai. –a voz de Laís invade o apartamento e chega até Gillian que caminha até a porta.

—Sabe que horas são? –Gillian abre a porta.

—São... –a jovem confere no relógio em seu pulso. -07hs08min.

—Foi uma pergunta retórica, querida. O que faz aqui?

—Eu... Bom. Posso entrar? –pergunta a jovem sorrindo.

—Não... –Gillian nega, mas a jovem adentra o local mesmo assim.

Laís encara Gillian, que fecha a porta.

—Estive com Sarah ontem. –a jovem senta-se em uma das poltronas de Gillian. –Você deveria dar mais valor para sua secretária. Ela é calma, inteligente, é advogada, sabia? Eu não deveria contar-lhe, mas, também é ótima de cama.

—Laís, eu não quero saber. –Gillian começa a caminhar até a jovem e acaba pisando em seu celular que estava ao chão. O pega, seu coração acelera na esperança de alguma mensagem ou ligação perdida de Olivia, mas nada. Não há nada.

—Que falta de educação, não é mesmo? Fodeu com você e saiu antes de você acordar, sequer mandou uma mensagem. Onde está a gratidão das pessoas? Onde está o amor ao próximo? –Laís sorri com ironia vendo Gillian encarando o visor do celular.

—Eu não aceito que fale comigo assim, Laís. Nossa relação profissional acabou, e bem, nossa pessoal não existe. –Gillian movimenta os braços.

—Gillian, eu... Quero continuar sendo sua cliente. Só que você se recusa a me ajudar, e isso é errado. Eu não quero outra psicanalista. –Laís baixa o olhar.

—Não podemos continuar. Não depois do que você me disse ontem, depois do que aconteceu ontem. Entenda isso, por favor. Indicarei outros ótimos profissionais para seu tratamento. –Gillian se aproxima da jovem.

—Doutora, peço desculpas por ontem. –Laís ergue a cabeça e encara Gillian. Só então a loira nota a vermelhidão dos olhos da jovem.

—Você... Laís? Seus olhos. Que droga você usou? Você... Não! Você não colocou meses de tratamento no lixo por essas besteiras, não é? –Gillian se irrita, se afasta da jovem. Está indignada.

—Você acha que meus sentimentos são “besteiras”? –pergunta Laís preste a chorar. –Eu usei, mas eu tenho o controle. Sabe disso. Eu tenho o controle sobre meus vícios...

—Todo viciado pensa assim. –Gillian coloca uma mexa loira para trás da orelha. –Laís, por quê? Por favor, não faça de novo. Jogou meses de dedicação fora.

—Gillian, pare. –a jovem levanta e se aproxima da porta. –Não finja que se importa.

—Laís, eu me importo.

—Por quê? Acabou de dizer que não temos nada. Nenhum tipo de relação. –Laís limpa o rosto com as costas da mão direita.

—Laís. –Gillian caminha em direção da jovem.

—Estou aqui porque uma amiga sua pediu. Ela sabia que iria acordar sozinha. Ela me contou tudo sobre aquela morena, Gillian. Tudo. –Laís diz em tom indiferente.

—Que amiga? –pergunta sabendo que apenas um nome poderia ser a resposta.

—Lily. –Laís responde.

Quando Gillian abre a boca para dizer algo, o celular toca e acaba a distraindo. Laís vai embora exasperada.

As esperanças de que a chamada pode ser de Olivia acabam quando o visor aponta um número desconhecido.

—Doutora Lecter. –Gillian atende. Talvez seja um novo cliente.

—Gillian. Como vai? –pergunta a voz feminina. A loira conhece, mas não consegue liga-la à alguém.

—Desculpe, quem fala? –pergunta a loira ainda sem lembrar-se.

—Leanne. –responde a voz.

—Sinclair? –Gillian se surpreende. Não fala com Leanne há quase cinco anos.

—Vejo que ainda lembra-se de mim. –a mulher ironiza.

—Sim, digo, claro... –não há palavras.

—Permanece no mesmo apartamento? –pergunta Leanne.

—Sim. –responde Gillian.

—Chego em alguns minutos. –a mulher desliga.

Gillian larga o celular sobre a mesa de centro e permanece calada. Seus pensamentos são tantos. Pode ouvir seus batimentos cardíacos acelerados. Pensa estar tendo um ataque de pânico, mas logo se acalma e se julga paranoica por achar isso sempre. Está apenas assustada, confusa, nervosa. Tudo acontecendo o mesmo tempo: Olivia, Laís e agora Leanne resolve aparecer. Depois de tanto tempo em uma vida calma sem nenhuma preocupação, agora tudo que mais possui são problemas para serem resolvidos.

E então, meia hora depois da ligação, a campainha toca. Gillian corre para abrir a porta, para ter certeza que não é um sonho demorado que acabará mal. O pior é descobrir que essa é a vida real, não criação do seu inconsciente.

Leanne está em sua frente, bem vestida, deve estar de folga da emergência do hospital. Não muito alta, o salto a ajuda com isso, as curvas permanecem as mesmas, mesmo com o passar do tempo. O cabelo agora com fios longos, com uma franja caída, nada discreta. Continua a bela mulher de sempre, mesmo com a idade agora dando sinais em algumas rugas no rosto pálido. Os segundos parecem anos enquanto as duas tentam notar as mudanças que o tempo fez em cada uma.

—Eu estou alegre em revê-la também. –Leanne beija uma das bochechas de Gillian, e adentra o apartamento sem pedir consentimento.

—O que faz aqui? –pergunta Gillian fechando a porta atrás de si.

Leanne observa o interior do apartamento. Não mudara muito desde a última vez que estivera lá.

—Voltei para a cidade há algumas semanas. –ela senta no sofá. –Estava abrindo uma das últimas caixas quando achei isso. –ela revela um antigo caderno de desenhos de Gillian para a loira. –Não sei porque tenho isso, então...

—Deve ter uns quatro anos. –Gillian pega o caderno em suas mãos. Abre-o as páginas estão todas preenchidas, por desenhos de Olivia, a morena que naquela época era desconhecida para as duas. –Não lembrava-me dele. –a loira sorri admirando sua arte.

—Eu sabia que iria gostar de revê-lo.

—Sim, obrigada. –Gillian olha para Leanne.

A loira está feliz em revê-lo, mas é impossível não lembrar que ele também fora o motivo do termino das duas.

—Seu escritório é nesse andar? –pergunta Leanne.

—Sim.

—Como você está? –pergunta com um sorriso.

Assim que Gillian move os lábios para responder seu celular vibra sobre a mesa. O visor mostra uma foto de Olivia, a morena finalmente está ligando. Quando Leanne percebe a semelhança entre a mulher dos desenhos de Gillian e a da foto no visor encara a loira como se acabasse de presenciar um milagre, mas logo esse sentimento é substituído por raiva. A raiva que ela tem guardado desde que essa morena acabou com o relacionamento das duas.

—É ela? –são as únicas palavras que saem da boca da mulher.


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Notas finais do capítulo

Com a Leanne Sinclair(Marcia Gay) aparecendo na história a segunda parte tem seu principio. Logo Olivia saberá de tudo.
PS: Minhas outras fics serão atualizadas somente mês que vem.



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