Laís encara Gillian sem reação, a jovem não sabe o que dizer, foi domada pelo desejo que sente por aquela loira.

—Me desculpe, doutora. Eu... –Laís começa a se desculpar.

—Espero que esteja ciente que agora não posso mais atender você. Indicarei alguém. –diz Gillian. Ela vira-se e volta para o caminho até sua casa.

—Mas... –Gillian ouve a voz de Laís, mas não volta atrás.

Laís fica parada no mesmo lugar assistindo Gillian se afastar cada vez mais. Está tudo arruinado.

O que ela achou? Meu Deus. Pensa Gillian enquanto acelera os passos.

Assim que chega ao seu apartamento vai para o quarto. Deita e aguarda o sono chegar enquanto acaricia o pelo de Fernando.

—Elas perturbam minha cabeça, Fernando. Cada uma do seu jeito. –fala para o gato.

Estou destinada à sofre por amor, falar com gatos e morrer sozinha? Ela se pergunta e ri disso.

O celular da loira apita avisando sobre uma nova mensagem.

Desculpe por hoje, podemos nos encontrar amanhã no mesmo horário?

A mensagem é de Olivia. Mas Gillian não responde, continua encarando o teto, acariciando Fernando. Fecha os olhos e quando está quase adormecendo ouve a campainha tocar. Na terceira vez ela levanta e vai atender.

Ao abrir a porta Laís adentra depressa.

—O que faz aqui? –pergunta Gillian.

—Gillian, não sou mais sua paciente. –Laís diz e encara a loira.

—Disso eu tenho certeza. –Gillian cruza os braços.

—Então, eu posso dizer tudo o que eu sinto por você.

—Por favor, eu não quero ouvir. –Gillian se afasta.

—Olha, acha que eu queria sentir isso? Se eu pudesse, se eu tivesse essa escolha, eu apagaria você da minha cabeça. Mas, não posso. –diz Laís com um sorriso.

—Depois de tudo o que você me contou. Depois de todas suas mentiras. Por que devo acreditar? Por favor, saia da minha casa, Laís. –diz Gillian abrindo a porta para a jovem.

—Não. –Laís eleva a voz. –É verdade. Eu... Juro. Não estou mentindo. Não conseguiria mentir sobre isso para você.

—Eu não acredito e... Mesmo se fosse verdade, Laís. Eu nunca teria nada com você. É quase dez anos mais jovem que eu. –Gillian diz irritada.

—Gillian, diga que nunca sentiu nada por mim. Que nunca se pegou pensando em mim ou...

—Pare. É claro que pensei, que senti. Sou sua psicoterapeuta.

—Era. Você não é mais. –Laís sorri.

—Vá embora.

Laís fecha a porta e se aproxima fazendo Gillian se afastar, até que a loira bate contra a parede, não há mais para onde ir. Frente à frente. As duas respiram no mesmo ritmo. Gillian quer escapar de Laís, mas algo faz com que ela não se mova.

—Eu sei que você também sente algo. –Laís sussurra.

—Vá embora. –Gillian diz.

Laís desliza os lábios sobre o pescoço pálido de Gillian, arrepiando a loira.

—Vá... Embora. –Gillian fica ofegante.

—Você quer isso? –pergunta Laís. Encara os olhos azuis da doutora e quando a loira move os lábios para falar é impedida de começar uma frase, Laís beija-a.

O beijo desta vez é longo. Seus lábios se encontraram, suas línguas se tocaram, e a excitação de Gillian era visível. Os beijos foram aumentando e as mãos deslizando pelos corpos.

—Pode me dar uma ajuda? –pergunta Laís referindo-se à sua blusa. Com um braço enfaixado é impossível tira-la sozinha.

—Claro. –diz Gillian.

Ao despir a jovem, Gillian não pode evitar olhar para a atadura no seio dela, onde havia sido atingida há alguns dias.

—Já tirei os pontos, está tudo bem. –Laís diz ao notar a expressão no rosto da loira. –Só não abuse. –ri.

Gillian beija pescoço da jovem. Não está pensando. Age de acordo com o desejo de seu corpo, não pensa e nada além de satisfazê-lo.

Quando está prestes a desabotoar sua camisa a campainha toca novamente.

—Droga! –diz ofegante.

—Não atenda. –Laís permanece com a mão dentro da calça da loira.

—Eu tenho que atender. –Gillian retira a mão da jovem e sorri.

Caminha até a porta, abre-a.

—Oi. –Olivia sorri.

—Olivia? –pergunta a loira surpresa.

—Está com alguém? –Olivia pergunta ao ver o cabelo bagunçado da loira e a calça aberta.

—Eu... –Gillian olha para Laís, que segura o riso. –Não.

—Ótimo. –Olivia adentra o apartamento. Assim que vê Laís sem roupa fica sem graça e por alguma razão se sente traída. A mesma mulher que tirou Nick dela, agora irá tirar Gillian. –Entendi. Volto depois.

—Não. –diz Gillian.

—Eu vou. –diz Laís. –Podemos conversar mais tarde, não Gillian?

—Sim, podemos... –Gillian para de falar quando ouve seu celular tocar. –Só um segundo.

Gillian não tem reação ao ver o número que a liga. É Lily.

—Quem é? –pergunta Olivia ao ver o olhar que Gillian lança ao visor.

—Olá, sou eu. –diz a fugitiva assim que Gillian a atende.

—Lily? –pergunta a doutora. Olivia muda de expressão ao ouvir aquele nome.