Emma:

– Oi amor, que saudade. – Fala Killian, ao chegar na porta do hotel, e me beija.

Eram 16:00 da tarde de sexta e ele havia me ligado ao chegar na cidade e desci para espera-lo em frente ao hotel da vovó.

– Foi tudo bem na viagem?

Ele confirma, pega a mala no carro e vamos para o quarto.

Já era sexta e tinha feito o máximo possível para não ver Regina. Na quinta fui ver August que quase me matou de tanto me abraçar, nós ficamos o dia todo conversando e ele me perguntou sobre a Regina, mas mudei de assunto. Acabou que ele ficou tão animado com a minha volta que insistiu em fazer uma festa para mim na casa dele na sexta, ou seja, hoje. Eu falei que Killian poderia chegar cansado, mas foi aí que ele insistiu ele queria ver se meu namorado era “ bom o suficiente” para mim. Às vezes acho que eu é que não sou o suficiente para ele, Killian é protetor, carinhoso, e divertido, mas eu acabo por achar que não dou o valor merecido a ele pelo esforço que ele tem em provar que me ama.

– Você não quer descansar um pouco antes da festa? – Falo enquanto ajudo ele a tirar as roupas da mala.

– Eu não estou cansado. E para falar a verdade... – Ele fala pondo o cabide no guarda roupa e vindo na minha direção com o sorrisinho de safado que tem. – Eu preferiria curtir um pouco minha namorada. – Ele põe as mãos em minha cintura me guiando para cama e beijando meu pescoço.

– Depois você não vai aguentar ir à festa. - Falo me arrepiando quando caímos na cama enquanto ele continua os beijos por meu pescoço e busto.

– Então você acha que eu não dou conta, é?! – Ele levanta o rosto e me olha meio indignado me fazendo sorrir.

– Nunca, meu amor. – Digo rindo e o puxo pela nuca, lhe beijando.

–-------------------------------------------------------------------

Olho no meu celular e já eram 19 horas, a tarde havia passado voando, mas também Killian me fazia perder a noção do tempo.

– Killian. – Chamo baixinho, afagando seu cabelo, ele que havia pegado no sono abraçado na minha cintura e o rosto em meu pescoço.

– Hm? – Ele resmunga ainda de olhos fechados.

– Temos que levantar a festa é as 20 e já são 19 horas.

– Temos mesmo que ir? Está tão gostoso e quentinho aqui.

– Eu disse para você descansar. Nós temos que ir ou o August vai me ver sozinha e vai te encher o saco depois.

– Pelo jeito eu vou ter mais trabalho com ele do que tive com seu pai. – Ele levanta o rosto acordando.

– Isso com certeza. – Eu falo sorrindo e me levantando para ir tomar banho.

– Espera eu vou com você. – Ele fala já se levantando;

– Não vai não. Não podemos nos atrasar hoje. – Falo fechando a porta vendo ele sentar na cama fazendo beicinho, me fazendo rir.

Nos arrumamos e logo já estávamos na casa do August.

– Emma, pode entrar as pessoas já devem estar chegando. – Ele fala me dando um beijo na bochecha – E esse deve ser o famoso Killian. – Killian estende a mão para cumprimentá-lo sorrindo e August cruza os braços – Antes de nos conhecermos quero saber quais são suas intenções com a ,

?

Pude ver que engoliu em seco pela posição de durão de August, mas sabia que era brincadeira.

– Não liga amor, ele só quer te assustar. – Falo acariciando o braço dele.

– Ele dá mais medo que seu pai. – Ele fala nos fazendo rir.

– Não se preocupe sou gente boa, a menos que você faça algo para machucar ela. – August aponta para mim.

– Enquanto vocês se acertam eu vou buscar algo para beber. E você para de passar medo no meu namorado. – Falo para August, entrando e dando um tapa no braço dele, que começa a rir.

Vou à cozinha, pego uma cerveja que tinha em cima do balcão e vou para sala onde tinha música.

August mora sozinho desde os 17 anos quando a madeireira de seu pai cresceu tanto que seus pais se mudaram para uma cidade maior junto com a empresa, mas ele não quis ir e seus pais concordaram que ele era maduro o suficiente para se cuidar sozinho. Desde novo ele adorava dar festas e quando ficou sozinho então, era uma atrás da outra. Eu adorava, Regina nem tanto, mas vinha por insistência minha, me lembro só de uma festa que foi ela que me incentivou a vir e eu nem sabia que iria ser uma festa.

Era um sábado meu aniversário de 15 anos e meus pais estavam apertados e não puderam fazer uma festa e meus amigos não tinham nem mandado mensagem me dando os parabéns, fui à casa da Regina, mas ela não estava lá e tentei ligar para ela e não atendia os outros que liguei estavam ocupados e nem lembravam do meu aniversário. Achei que ia ficar em casa chorando e vendo filmes até que Regina me mandou uma mensagem.

“ Vem para a casa do August assistir um filme com a gente”

Eu não estava nem um pouco animada e até um pouco brava por ela ter esquecido e sumido o dia todo, mas depois de muita insistência dela eu fui.

Ao chegar lá August me recebeu e quando chegamos na sala todos os meus amigos começaram a cantar parabéns, eu comecei a chorar de felicidade e Regina veio correndo me abraça.

– Achou mesmo que eu iria esquecer? – Ela perguntou sorrindo de orelha a orelha, eu sempre achei o sorriso dela o mais lindo de todos e naquele dia parecia ainda mais lindo. Eu nem respondi só a abracei mais apertado.

Todos os meus amigos me abraçaram e deram presentes e depois fomos jogar alguns jogos que tinha lembrado de última hora. Não me lembro de tudo, mas tem um jogo que eu lembrava muito bem e eu estava sentada bem onde estava agora. Inventamos de girar a garrafa e bem na vez em que girei parou na Regina, olhei para ela de imediato que também estava de olhos arregalados, tentamos passar a vez, mas August disse que não iriamos fazer mais nada enquanto não nos beijássemos eu fiquei completamente nervosa, eu iria beijar minha amiga que eu conhecia a 10 anos, era estranho. Foquei meu olhar nos dela, estava suando frio e nossos lábios se encostaram, tentei pensar em qualquer outra coisa, mas não podia negar que aquele beijo estava sendo mais que bom...

– Emma, que bom te ver. – Belle me tira das minhas lembranças.

– Igualmente. – Levanto e a abraço, agindo normalmente como se aquela lembrança não mexesse comigo como se aquilo não tivesse ocorrido há tanto tempo.

Converso com ela e vão chegando meus amigos da adolescência com os quais não conversava há tanto tempo. A festa até que estava divertida e Killian havia me achado e conversava comigo e com os convidados até que quando estou voltando da cozinha para a sala eu vejo aqueles cabelos curtos e castanhos sentados no sofá olhando para o chão e meu coração começa a acelerar. Passo pela outra porta da cozinha indo para o corredor a procura do August, até que vejo ele conversando perto da escada.

– O que ela está fazendo aqui? – Pergunto a ele enquanto o puxo pelo braço sem me importar com quem ele estava conversando.

– Ela quem?

– QUEM VOCÊ ACHA? – Eu não consigo me controlar estava com medo de trombar com ela, o que eu iria fazer?

– A Regina? Eu não achei que ela viria, ela nunca vem. Você tem que me explicar porque não quer falar sobre ela e nem a ver, vocês eram tão amigas e até hoje não entendi o que aconteceu entre vocês.

– É complicado. Será que você pode pelo menos me avisar se ela vier para o mesmo cômodo que eu?

– Tudo bem, mas eu ainda não entendo o porquê disso tudo.

– O porquê do que? – Pergunta Killian chegando ao meu lado e quase me matando de susto. Fazendo August ir para outro lugar.

– O porquê…O porquê de ele ter feito aquilo com você quando chegamos. – Tento disfarçar.

– Não se preocupa ele foi bem legal comigo depois, fico até com um pouco de ciúmes dele ser tão legal e ao mesmo tempo tão próximo de você. – Eu sorrio e ponho minhas mãos em seus ombros.

– Pois não devia porque ele nunca vai ser tão próximo como você de mim. – Falo me aproximando da sua boca a cada palavra e diminuindo o tom, ele umedece os lábios e eu o beijo.