Emma logo teve de ir embora e a morena ficou trabalhando sem conseguir conter o sorriso que momentos antes não existia por estar completamente estressada. Emma passou a manhã pensando em toda a reviravolta que vinha acontecendo em sua vida e decidiu que não iria mais fugir daquilo, não iria mais fugir de quem ela é. Decidiu que se mudaria para Storybrooke e que assim que conseguisse uma casa ela buscaria suas coisas em Boston e aproveitaria para ir até a firma e pedir demissão.

             Ela tinha plena convicção de que conseguiria outro emprego, até porque é a melhor da sua área. Além do mais, ainda lhe restavam alguns dias das férias e tinha tempo para se planejar devidamente. A loira ficou algum tempo procurando locais para se comprar e se alugar na cidade, mas não encontrou nada que lhe chamasse atenção para uma visita. Ela procurava algo que não fosse longe dali pois queria ter o máximo de contato possível com os dois, mas também não queria uma daquelas casas enormes que se dispunha na vizinhança. Ela procurava algo aconchegante e que lhe fizesse sentir como se nunca tivesse saído dali.

             O tempo foi passando e ela decidiu que iria procurar no jornal onde também deveria ter algum anúncio sobre vaga de emprego, mas pelo horário decidiu deixar para mais tarde e preparar o almoço para Henry e Regina que logo chegariam. Assim que terminou de preparar a mesa ouviu a porta se escancarar e Henry subir rindo e correndo pela escada, além de gritar um “Oi Emma” sem nem saber se ela estava na casa.

—- Não se esquece de lavar as mãos antes de descer. – Emma escuta Regina gritar assim que fechou a porta da entrada e comecei a sorrir indo em direção a entrada, imaginando se todos os dias eram daquele jeito.

—- Olá também, dona prefeita. – A loira fala cruzando os braços e se apoiando na parede do corredor. Regina, que estava tirando os saltos, levanta os olhos e sorri vindo rapidamente na direção de Emma.

—- Oi, já estava com saudades. – Ela fala baixo e deposita um selinho nos lábios finos e rosados. Emma queria pega-la pela cintura e lhe beijar de verdade, mas sabia que Henry poderia aparecer e por isso a morena não o fez antes.

—- Eu nem vi a manhã passar. Estava procurando umas coisas na internet. – Emma fala enquanto vão andando até a copa.

—- E o que estava procurando de tão interessante?

—- É surpresa. Regina odiava que a loira a fizesse ficar curiosa e a outra sabia muito bem disso então, acabou gargalhando ao ver a cara emburrada que a morena fez. - Calma, já vou fala. Eu só quero que Henry também saiba junto.

              Assim que entrou na copa, Emma puxou a cintura da prefeita e a prendeu contra parede pressionando seu corpo no dela. Queria sentir seu gosto, sua língua, aquele corpo em suas mãos. Regina que queria aquilo tanto quanto a outra se sentiu um pouco frustrada ao ouvir os passos de Henry na escada e ter de se separar da loira.

—- O que eu disse sobre correr na cozinha? -Regina solta um olhar zangado.

—- Deixa de ser chata, Gina. -Henry solta uma risada ao ver a prefeita transferir o olhar zangado para a loira enquanto cruza os braços.

—- Chata? Depois ele vai me agradecer por não ter nenhuma cicatriz...

—- Ficou bravinha... Sabe o que é bom para a raiva? O almoço. -Emma tenta desviar a culpa e vai pegando as panelas.

—- O que temos para hoje? -O garoto pergunta faminto.

—- Strogonoff de carne -Ela faz sinal para que os dois sentem na mesa. -Queria fazer algo a mais hoje, mas não tive muito tempo.

—- Ué, você não tinha ido no mercado? -Henry pergunta confuso e Emma engole em seco.

—- É... a fila estava muito grande. -Regina com certeza estava gargalhando internamente da cor que Emma havia ficado.

—- E por que algo especial HOJE? -A morena pergunta visivelmente curiosa, mas também nervosa, será que tinha a ver com o que havia acontecido de manhã? Ela esperava que não, não era hora de falar sobre aquilo.

 -- Decidi que vou me mudar para Storybrooke! -O alívio e a felicidade tomaram conta do coração de Regina, quantas vezes ela não tinha imaginado o dia que Emma voltaria para a cidade? Foram tantas que até deixou de ter esperanças, mas isso foi antes da loira aparecer em sua porta a algumas semanas.

—- Sério? -Henry não contem a alegria e vai direto abraçar a mãe, ele estava tão contente coma notícia, finalmente sentia que sua família estava completa, não que Regina tivesse falhado com isso, muito pelo contrário, ela sempre se esforçou em dobro e era ótima nisso.

—- Isso é maravilhoso! -A prefeita diz ao abrir um radiante sorriso, não sabia por em palavras, somente em beijos, mas este teria que esperar.

—- O que a fez querer isso? -Henry pergunta se afastando da moça.

—- A sensação de me sentir em casa. -Emma sempre soube que pertencia a aquela cidade, mas simplesmente não pode voltar antes, estava machucada e ocupada demais para isso. Agora tinha certeza que era a hora e as companhias que ela queria passar o resto da vida.

—- E quando pretende fazer isso? -Regina pergunta tentando esconder sua euforia.

—- Quando eu achar a casa ideial, e arrumar um emprego. -A loira responde enquanto se serve.

—- Bom, você sabe que pode ficar aqui o quanto quiser... Mas em relação ao emprego, o que você acha de trabalhar na delegacia? Eles estão com uma vaga depois de... Bom, você sabe.

—- Eu não havia pensado nisso... Mas eles não tem um regente para isso?

—- Sim, mas ele vai se aposentar logo, e você é formada em direito.

—- Então nesse caso, eu adoraria.

              Após o término do almoço, Regina foi para a prefeitura, deixando Emma e Henry jogando vídeo game.

—- Que tal fazermos uma coisa diferente hoje? Para comemorar sua ‘’volta’’ para a cidade. -Henry pergunta com carinha de cachorro pidão.

—- Eu adoraria, mas o que faremos?              

—- Que tal raptarmos a mamãe do trabalho e irmos fazer um passeio a 3? Não venha me dizer que ela está ocupada, porque toda vez que ela sai tarde no dia anterior, é algo a chateou e ela descontou no trabalho, ou seja, no outro dia ela fica com poucos afazeres.

—- Não sei não... ontem ela me pareceu bem ocupada, ela já não disse que foi o trabalho? -Emma não sabia uma boa desculpa para dar, afinal, já havia tomado um bom tempo da prefeita de manhã.

—- Não, eu sei que não foi por isso. Porém, hoje ela estava radiante.

—- Radiante? -A loira pergunta ainda boquiaberta com a inteligência do menino.

—- Sim, provavelmente com a sua volta para cá... É tão bom ver mamãe feliz. -Aquela frase fez Emma soltar um sorriso bobo. – Que tal irmos ao fliperama que fica no shopping do lado da prefeitura, já que não podemos ir no trabalho dela, podemos busca-la depois.

—- Uma ótima ideia...

             Os dois se arrumar rapidamente e foram direto para o shopping, passaram metade da tarde jogando, até que decidiram fazer uma pausa, bem na hora que Regina fez uma ligação a eles.

—- Alô?

—- Emma? Onde vocês tão? Tem tv perto? -A morena perguntou totalmente acelerada, Emma não conseguia nem perceber se ela estava, nervosa, apavorada ou feliz.

—- Calma... O que aconteceu? Estou aqui no shopping com Henry.

—- EMMA, OLHA! -Henry aponta para a tv que estava na sorveteria que eles estavam entrando.

—- Depois de desaparecer misteriosamente após o acidente que matou Killian Jones, Robin Locksley, ou melhor dizendo, Robin Hood foi detido em Nova York, ele era  procurado em 3 estados por tentativa de assassinato, assalto a mão armada e roubo de identidade.