Unbreakable Destiny escrita por Bob Esponja, Morrison, Ivy Sofie


Capítulo 20
As vezes precisamos dos problemas para acharmos as soluções


Notas iniciais do capítulo

Música sugerida>>> https://www.youtube.com/watch?v=BePgMFDOLzg
Sabemos que partimos o corações de vocês no capítulo anterior, mas não deixem de comentar o que acharam do cap ♥



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                 Na manhã seguinte Regina acordou com enxaqueca e com nenhuma vontade de ir a prefeitura, mas preferia trabalhar do que ter de ficar na mesma casa que a loira. Ainda não tinha condições nem de se lembrar da última noite sem que sua garganta se apertasse e seus olhos se enchessem de lágrimas, quem dirá ter de olhar para Emma (para quem normalmente ela corria para chorar em seus braços, mas que agora era quem causava o choro). Então a prefeita somente se arrumou e acordou Henry para que se arrumasse e ela lhe levasse para escola.

                Por sorte a loira continuou dormindo no curto tempo antes que a morena saísse de casa com o filho, que achou estranho a pressa da mãe. Assim que se sentou, atrás de sua mesa na prefeitura, se permitiu respirar mais aliviada. Porém, por mais que, soubesse que não corria tanto risco de encontrar Emma ali, continuava atordoada e sem conseguir pensar direito no que faria. Aquela “fuga” era, de certa forma, infantil de sua parte, mas não queria encarar aquela dor novamente, não queria ter de encara que Emma não a queria como ela queria a loira, não queria ter de encara aqueles olhos verdes ou os lábios rosados que lhe fazem sentir tão bem quando em contato com os dela. O pior era pensar que o medo que tinha se tornou real. Emma realmente não a desejava.

             Por fim, depois de tanto remoer seus sentimentos, Regina decidiu que precisava conversar com Emma para que as coisas ficassem claras e não ficasse um clima ruim, ainda mais agora que Emma mora em sua casa e tentara se aproximar de seu filho. Porém, ainda se sentia frágil então preferiu nem ir para casa no almoço e enviou uma mensagem para que Henry pegasse carona com um dos coleguinhas da escola.

~XxX~

             Emma mal conseguiu dormir e quando acordou, de um dos vinte de cochilos que tirou, já eram umas nove da manhã e apesar de ainda exausta e mal pela noite passada decidiu levantar e tomar um banho para ver se melhorava.

             Não conseguia tirar essa sensação de estar fazendo a coisa mais errada de sua vida e ao mesmo tempo a insegurança e medo de quaisquer consequências que surgiriam a partir de qualquer ato mal pensado. Mas já havia cometido um dos piores atos dos quais deveria refletir, porém não conseguia enxergar outra saída que não fosse ver Regina apenas como uma amiga. Isso lhe dói, mais do que a morena possa achar. Dói de verdade porque ver aqueles olhos avelãs encharcados ou ouvir aquela voz carregada pelo choro e não pode nem abraça-la para dizer que as coisas ficariam bem lhe faziam pensar ser a pessoa mais inútil do mundo e o pior era saber que ela era a culpada por aquela dor.

             Entretanto, não queria arriscar perder a relação que acabara de começar a reconstruir com seu filho, se sentia em dívida com Kilian que sempre lhe apoiou e que acabou em uma tragédia por causa disso, achava melhor deixar seus desejos de lado para que não perdesse o que ainda nem tinha. O amor de seu filho. O que não sabia é que essa escolha poderia lhe custar o amor da sua vida.

             Após passar a manhã inteira na cama tentando convencer seu coração de que não deveria doer tanto e seu cérebro de que estava fazendo a coisa certa, Emma recebeu a ligação da secretária que trabalha na prefeitura avisando de que Henry estava indo para casa, mas Regina não. Então decidiu fazer a comida para esperar o pequeno.

—- Emma? -Henry pergunta ao entrar na casa silenciosa.

—- Aqui na cozinha!

—- O cheiro parece bom... -O pequeno fala adentrando o cômodo.

—- Não é só a Regina que possui dotes culinários! -A moça brinca, mas sente seu coração apertar ao pronunciar o nome da morena.

—- Estou ansioso para ver o resultado! -Henry fala lambendo os lábios após olhar um frango assado no forno.

—- Já está quase pronto, só falta eu terminar a salada. Vá largar a mochila e lavar as mãos... -Mesmo em meio a todo aquele conflito interno, aquela interação com o garoto alegrava seu dia.

—- Estou indo! -Ele fala subindo rapidamente as escadas.

            Após o delicioso almoço, Henry convida a loira para jogar vídeo game.

—- Não é justo! -O pequeno resmunga enquanto segura o riso.

—- Você quem não sabe perder. -Emma provoca.

—- Você está roubando! -Ele cruza os braços indignado.

—- Não estou, pergunte a sua mãe...

—- Ela não conta, sempre leva uma surra em qualquer jogo. -Agora o pequeno descruza os braços e senta novamente ao lado da moça.

—- Vou ter que concordar! -A loira tinha que admitir que lembrar de todas as brincadeiras e aventuras que tiveram era sempre agradável, mesmo quando estão brigadas ou afastadas.

—- O que você mais gostava de fazer quando você e minha mãe tinham minha idade? -O pequeno pergunta curioso e a moça não sabia como responder.

—- Teve tantas coisas... -Seriam as vezes que iam na casinha e uma acabava dormindo no colo da outra, resultando em vários sermões de seus pais pela demora, já que ninguém sabia onde ficava? Ou seriam as vezes que iam na cachoeira nadar e a outra ficava elaborando formas de derrubar a outra na água? Ou até mesmo, as vezes que uma ia na casa da outra para fazerem receitas, mas acabavam sempre disputando quem sujava mais a outra...

—-Emma? -Henry pergunta ao estranhar a moça olhando fixamente para o chão.

—- Eu diria que cada momento que passamos foi um pedacinho de um quebra-cabeça muito maior. -Eram tantos momentos que Emma nunca tentou pensar com outros olhos, ou melhor, nunca se permitiu pensar. Porém, agora que sabia dos sentimentos da morena, conseguia entender com mais clareza o que estava acontecendo.

—- Parece tão legal...

—-Algum problema? -Emma pergunta notando o rosto abatido do garoto.

—- Nada, é que é tão divertido jogar com você. -Ele fala fitando o chão, mesmo tendo passado todos esses dias apoiando as “mães”, Henry ainda tinha a dor da incerteza.

—- E isso é um problema? -Ela pergunta confusa.

—- Como vou saber que você não vai ir embora novamente? -O garoto sabia que aquilo doeria na moça, mas também sabia que não poderia apenas ignorar o que sentia e esquecer de tudo o que já aconteceu.

—- Henry... -Emma não sabia como responder aquilo, queria muito passar segurança ao filho, mas não sabia se ele estava pronto para ouvir a história toda.

—- Por que você me abandonou? -Henry pergunta com os olhos marejados.  

—- Eu não... Eu não te abandonei. - Emma olha para o chão tentando não chorar após se lembrar do que lhe doera tanto dez anos antes.

—- Então como eu fui parar para adoção e não com você? -Ele pergunta encolhendo os joelhos para cima do sofá e abraçando as pernas enquanto fitava a loira.

            Henry podia sentir que ela disse a verdade, mas mesmo que ela não o tenha abandonado, ainda havia algum motivo para ele estar com Regina agora e não com ela.

            Emma respirou fundo para contar o que aconteceu da forma mais simples possível.

—- Quando eu fiquei grávida de você eu era muito nova. -Ela começa se ajeitando no sofá e olhando para os olhinhos castanhos curiosos que, por uma brincadeira do destino, lembram muito os olhos da morena. -- E meus pais, seus avós...

—- Aqueles que vieram aqui quando o Killian se foi? - Ele perguntou timidamente, interrompendo-a e ela concordou.

             Henry havia gostado dos avós mesmo que basicamente só tivessem sido apresentados. Eles haviam lhe enchido de beijos e abraços, apesar de ele ter ficado um pouco incomodado com tanto afeto de pessoas que ele mal conhecia.

—- E eles achavam que eu era muito nova para cuidar de uma criança sozinha porque seu pai não queria aquilo e terminou comigo quando ficou sabendo... - Emma fez uma pausa porque odiava se lembrar do relacionamento abusivo que teve com Neal, mas voltou a contar calmamente e surpreendentemente não sentia vontade de chorar.

               Talvez porque não estava mais atrás de seu filho. Ela havia o encontrado. Ela contou como foi influenciada e que depois não queria que o tirassem dela, mas por causa das complicações acabou sendo tarde demais para se voltar atrás. Henry lhe perguntou sobre os outros garotos que ela achou que fosse seu filho e ela contou tudo que queria saber.

                Quando terminou, o garoto ficou de joelhos no sofá e abraçou a loira mais forte do que nunca, enterrando seu rosto no cabelo e sentindo o cheiro doce da mãe. Emma retribuiu se sentindo quase completamente feliz e sabia porque não era a pessoa mais radiante do mundo naquele momento. Ela só tinha uma das duas pessoas que ela ama, ali com ela.

—- Me desculpa, mãe. - Henry sussurrou com a voz embargada e Emma o tirou de seu pescoço para olha-lo.

—- Pelo o que? - Ela perguntou confusa e preocupada com as lágrimas que desciam pelo rosto do pequeno.

—- Por fazer você me procurar todo esse tempo. - Ele responde abaixando o olhar. Emma o puxa para seu colo e o abraça escondendo o rosto do pequeno em seu peito.

—- Nunca, nunca, nunca mais repita isso. - Emma fala baixo um pouco desesperada por ele achar que era sua culpa. -- A culpa nunca foi sua. -Ele envolve os braços na cintura dela e recebe um beijo em sua testa.


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