Unbreakable Destiny escrita por Bob Esponja, Morrison, Ivy Sofie


Capítulo 19
Não é tão simples assim


Notas iniciais do capítulo

Música do capítulo >>>> https://www.youtube.com/watch?v=KXhCdbmgZZc
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        Aquele beijo foi de tirar o folego e a razão, o gosto de uma na boca da outra as deixavam sedentas por mais. Não conseguiam formar pensamentos claros devido ao nervosismo e a euforia, apenas se olhavam profundamente nos olhos. Porém, ambas escutaram o barulho de galhos se quebrando na floresta e se separam rapidamente.  

—- Consegui. -Henry fala enquanto abre a cadeira em frente a casinha.

—- De...demorou, querido. -Regina fala com dificuldades enquanto tenta recuperar suas forças, as batidas do seu coração estavam inversamente proporcionais ao seu raciocínio.

 -- Está tudo bem? -O menino pergunta preocupado devido a agitação das mães.

—- Sim, pensamos ter visto uma cobra. -Emma responde rapidamente, mesmo estando em caos por dentro.

—- Deve ter sido um galho... -Ele fala enquanto se senta, mas no fundo sabia que aquilo era uma desculpa para algo maior.

            A tarde foi passando, Emma contou a Henry mais situações nostálgicas, enquanto Regina disse que ia atender ao celular e ficou afastada. Apesar disso, aquele momento foi muito importante para que o pequeno se sentisse mais próximo da loira.

—- Problemas na prefeitura! -Regina volta para perto dos dois enquanto anda de forma cuidadosa sobre o galho.

—- Já está ficando tarde... Vamos voltar? -A loira diz de imediato após a volta da morena.

—- Tudo bem! Henry querido, pegue a cadeira e venha. -A prefeita segue em direção ao carro, não estava com a mínima vontade de pegar a cadeira de praia com seus saltos correndo o risco de tropeçar.

            Voltaram para casa em silêncio, fazendo com que Henry cochilasse no carro.

—- Quer que eu o leve para dentro? -Emma pergunta olhando de forma doce para o garoto, mas quando voltava a olhar Regina, tinha um olhar neutro.

—- Nem pensar, você saiu do hospital faz pouco tempo... Vou deixar ele dormir um pouco e o acordo no jantar. -A morena­ diz enquanto retira o calçado e leva o pequeno para cima.

           Emma vai para o seu quarto e fica deitada na cama por alguns minutos. Olhava para o teto com tanta força que talvez pudesse abrir um buraco. A moça estava tentando por seu raciocínio em primeiro lugar, não podia deixar seus sentimentos sobreporem a razão.

—- Precisamos conversar... -Regina diz sutilmente pela fresta da porta semiaberta.

—- Eu sei. -A loira fala com seus olhos ainda focados no teto.

—- Pode pelo menos me olhar? -A prefeita fala visivelmente incomodada com a atitude da outra.

—- Não, porque assim será mais fácil o que tenho para falar. -Emma fala tentando espantar as lágrimas que estavam querendo brotar em seu rosto. – Eu não posso...

—- Não pode o quê? -Regina podia sentir a angustia e os sentimentos de Emma, o que fazia tudo doer em dobro.

—- Além de você ser mãe do Henry, somos amigas de infância... -Agora a moça senta na cama e olha fixamente para a outra.

—- Amigas não olham do jeito que você me olhou, não fazem meu coração bater mais forte como você fez. -A prefeita fala lutando contra seu orgulho e medo. Entretanto, não queria sentir mais essa dor, estava cansada de criar esperanças em vão.

—- Talvez tenhamos confundidos as coisas... talvez você tenha depositado esperanças onde não deveria, não quero machucar você. -Emma sabia que se aquilo não desse certo, ela perderia Regina e seu filho mais uma vez. Preferia passar a eternidade ao lado dela sendo sua amiga, do que passar uma eternidade sem ela. A loira não podia e não iria perder mais ninguém.

—- Tarde demais. -A morena sente uma faca imaginária atravessar seu coração, não conseguia dizer mais nada, apenas deixar uma lágrima cair.

—- Me desculpa. -Emma se levanta e fica frente a frente com a outra.

—- É irônico falar que deposito esperança onde não deveria, sendo que é você quem a dá e depois tira... É você quem faz os muros das pessoas caírem e depois os obriga a reconstruí-los. -A prefeita fala friamente virando-se de costas para a moça.

—- É irônico como você sempre recua das coisas e depois fica furiosa quando os outros fazem o mesmo. -A loira deixou aquela dor que escondia lá no fundo sair.

—- FOI VOCÊ QUEM FOI EMBORA! -Regina vira-se furiosa para a outra, não podia acreditar no que estava ouvindo.

—- FOI VOCÊ QUEM ME DEIXOU IR! -Emma retribui o grito de forma mais intensa, sem perceber que poderia acordar o pequeno.

— Porque você iria fazer o que está fazendo agora se eu tivesse... - Regina fala mais baixo tentando se controlar e fecha os olhos, respirando fundo.

—- Agora tem muito mais coisa em jogo, Gina... Espera, se você tivesse o que? - Emma pergunta cruzando os braços e meneando a cabeça.

—- Nada. Qual é a diferença você saber agora? - A morena responde olhando para o chão e se vira para sair do quarto antes que a mágoa aparecesse em formas de mais lágrimas.

—- Espera!! - Emma puxa o braço da morena, ela para, mas não se vira.

—- Me fale.

 - Que eu me preocupava com você em relação ao Neal, não porque você era minha amiga, mas porque eu te amava e sua dor doeria o dobro em mim... - Ela diz ainda virada para a porta. Emma fica atônita com a resposta e solta seu braço, logo em seguida observa a morena sair em silêncio.

              A prefeita foi para o quarto já sentindo as lágrimas quentes descerem por sua bochecha. Só conseguia ter raiva de si mesma. “Por que deixei me levar por meus sentimentos? ” “Não deveria ter deixado que aquele beijo acontecesse. ” “Agora nem nossa amizade será a mesma e não consigo ficar com raiva dela porque tenho essa mania de sempre ver pelo lado dela. ” Regina pensava consigo mesma ao se sentar na poltrona de seu quarto e abraçar os joelhos, sem conseguir enxergar nada a sua frente pelas lágrimas que constantemente desciam e lhe segavam.

              A loira não se moveu depois que a morena saiu, apenas se abraçou com os braços em volta de si e se sentiu pior do que já vinha se sentindo. Sentia-se uma péssima amiga ou o que quer que signifique para Regina, ela provocou aquele beijo e realmente o queria, mas depois de pensar aquilo podia fazer Henry se afastar dela e ele fora a única pessoa que sobrará por quem deveria lutar. Claro que Regina também merecia, mas a loira tinha certo medo e aquilo a fez perceber que talvez esse medo idiota possa ter custado a confiança de uma das pessoas mais importantes da sua vida, desde que se entende por gente.


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