POV EDWARD

Hoje fazem 50 anos que eu não vejo seu rosto, não sinto o calor da sua pele, o gosto da sua boca. Bella, meu amor por que? Minha vida é tão vazia, sem sentido...

As vezes eu não sinto vontade de viver, se pudesse me matar, já estariamos juntos, onde quer que você esteja...

Pelo menos você me deixou um presente tão lindo e especial: a nossa Nessie... É por ela que eu continuo tentando. Se você soubesse do apelido que Jacob deu a ela logo após seu nascimento, o mataria na mesma hora! Jacob... Não sei se você ia gostar de saber que ele teve um imprinting com a nossa filha. No começo eu também não aceitei muito bem, mas ele fez inúmeros sacrifícios por ela, e isso foi o que bastou para eu aceitar a relação dos dois. Eles estão casados há 10 anos. Você deve estar pensando “Mas ele não é muito velho pra ela?”  Jacob não envelheceu, por causa das transformações, e ela também tem a aparência de uma garota de 18 anos, por isso não houveram problemas.

Você gostaria de saber como estão todos: Seus pais, nossos amigos de Forks...

Nunca mais eu os vi. Depois da sua morte, o seu pai me acusou de ter sido um irresponsável, de não tê-la protegido como deveria, de ter arriscado a sua vida... Sua mãe disse praticamente o mesmo. Eles queriam Renesmee... eles queriam a nossa filha, a única coisa que me restou de você. Eu não medi esforços para ficar com ela e finalmente a guarda ficou com Carlisle e Esme, então fomos todos embora de Forks.

Seus amigos também não aceitaram, alguns como Mike, Jéssica, Tyler, Eric e Lauren me acusaram das mesmas coisas que seus pais. Ângela e Ben não se pronunciaram em nada, mas em suas mentes, eles pensavam que eu tinha sim culpa pela sua morte. Mas ele estavam certos! Todos estavam certos, a culpa era minha. Se eu tivesse escutado Carlisle, e tirado o bebê, talvez você pudesse estar viva, junto de mim agora. Mas isso não importa mais agora, não podemos mudar o passado. Você morreu, e eu fiquei. Mais uma vez, uma pessoa que eu amava morreu e eu fiquei vivo. Por que? Isso é tão injusto! Eu queria poder ter vivido mais tempo ao seu lado, queria que você tivesse visto nossa filha crescer, se formar pela primeira vez na faculdade. Eu destruí a sua vida Bella, e isso não tem reparo. Se antes, eu poderia ter um resquício de alma, ele se foi junto com você...

Enquanto isso, na Mansão Legrand...

-Lunne, pra que levar tudo isso? Quanto tempo você vai passar com os Cullen? – Perguntou uma jovem de cabelos ruivos e olhos castanhos azulados a jovem loira. – É tanto tempo assim?

-Eu não sei Lyra. Meu pai disse que cerca de 1 ano, por ai. – Disse Lunne fechando a 3ª mala de roupas.

-Mas, sei lá, você não acha que tá levando muita roupa? – Disse Lyra rindo da cara de emburrada de Lunne – Você não vai viver lá pra sempre!

-Ah Lyra! Como se você não soubesse que uma garota sempre tem estar previnida! – Disse a jovem se jogando na enorme cama, seguida pela melhor amiga, as duas gargalhando como loucas, até que são ouvidas batidas na porta: - Qual é o motivo das risadas compulsivas? – Era Helena. – Filha, você tem dormir, amanhã você vai acordar cedo para irmos pra Denali. Termine de arrumar as malas e cama!

-Já estou indo mamãe! Bem amanhã você vai até os portões me dar adeus Lyra?

-Claro! Eu não iria deixar a minha amiga ir embora sem dar um misero “tchau”! – Lunne riu com o que Lyra disse e esta continuou – Bem, agora eu acho que é melhor eu ir dormir também! Boa Noite Lunne. Boa noite senhora. – Disse dirigindo-se a Helena, e saiu do quarto.  Logo depois, Helena se pronunciou:

-Bem eu ainda preciso conversar com o seu pai sobre os últimos detalhes da viagem de amanhã. Termine de arrumar as suas coisas e vá dormir. Amanhã de manhã, Dimitri virá buscar suas malas.

-Está bem mamãe! – Disse Lunne fazendo uma careta emburrada. Helena riu e  deu beijo na testa da filha e se retirou do quarto.

Depois que a mãe saiu, Lunne se deitou na cama e ficou pensando em como seria a família Cullen e se seriam legais. Seu pai disse que um dos filhos de seu amigo Carlisle era viúvo da primeira esposa, que era humana e morreu no parto da filha deles. Ele também disse que tudo isso foi no dia em que ela havia nascido e que ela e a neta de Carlisle tinham a mesma idade.

Lunne foi se trocar pra ir dormir. Colocou sua camisola e logo após, se sentou em frente ao espelho para pentear os cabelos. A jovem ficou se olhando e quando percebeu, não estava se vendo mais  no espelho. Seu reflexo deu lugar a uma jovem de cabelos castanhos, olhos cor de chocolate e pele pálida. Aqueles olhos... ela já havia visto aqueles olhos em algum lugar, mas não se lembrava onde. A mulher olhava fixamente para Lunne, e esta parecia hipnotizada por ela. Ela parecia querer dizer algo a Lunne, mas tudo foi interrompido quando Helena abriu a porta e disse:

- Lunne, eu já não disse para você dormir? Vou ter que ficar repetindo?

Lunne assustou-se e virou-se para a mãe e disse:

- Mamãe, tem uma mulher no espelho, ela ficou me olhando, parecia que queria me dizer algo.... – Lunne ia continuar, mas Helena a cortou no meio da frase:

– Ficou louca menina? Não tem ninguém no espelho a não ser nós! –Lunne olhou e realmente, não havia ninguém além delas no reflexo. Helena continuou:

– Vá dormir querida, você está muito estressada e ansiosa para amanhã. Precisa descansar. -Lunne ia tentar argumentar com a mãe, mas Helena não acreditaria mesmo. A própria achava que tudo aquilo era mesmo fruto da sua imaginação.

Deitou-se e logo adormeceu. Naquela noite sonhou com a mesma mulher do espelho. Ela dizia um nome: Edward...

Continua no próximo capitulo...