Edward estava atônito com oque via na mente de Lunne. Os flashs das lembranças da vida em que ela foi Bella estavam totalmente bagunçados, mas ele podia vê-las e se lembrava de tudo que via ali, sentindo uma dor muito forte no peito. Era a saudade daqueles tempos maravilhosos somada a dor de ter duvidado da verdade.

De repente, as lembranças param de passar rapidamente pela mente de Lunne e ela fechou a sua mente.

-A mente dela fechou Lewis! – Disse Edward, preocupado.

-Não me surpreende em nada Edward. É esforço demais fazer a regressão, e ao mesmo tempo  manter o escudo afastado da mente. Isso pode prejudicá-la, então foi melhor mesmo ela ter interrompido a ligação, mas a regressão vai continuar. – Lewis chegou perto de Lunne e falou:

-Oque você vê agora? – Nessa hora Lunne sorriu.

-Eu me vejo com Edward na campina. Ela está cheia de flores e nós estamos deitados, nos olhando. Nós derrotamos Victória e estamos em paz agora. – Nessa hora Edward também relembrou esse dia. Foi um dos melhores, afinal, se aproximava do casamento deles, a lua de mel... uma pena que tivesse terminado do jeito que terminou, pensou ele.

-Vamos regredir mais um pouco, Lunne. Só mais um pouco. – A expressão de Lunne mudou para uma mais incomoda. – Oque você vê Lunne? – Perguntou Lewis.

-Eu e Edward estamos discutindo sobre quem vai me transformar. E... – Ela hesitou um pouco, como se estivesse lembrando de mais alguma coisa. – Edward me pediu em casamento e, bem,  acho que no final eu acabei aceitando. A aliança é linda, mas parece que pesa toneladas em meu dedo. – Edward não agüentou mais ouvir nada. Simplesmente saiu correndo do quarto de Lunne, mesmo com os protestos de Lewis e Carlisle.

Quando chegou no jardim, Edward estava transtornado. Sentou-se embaixo de uma árvore para pensar no que foi relembrado, mesmo que pouco, sobre a época em que ele e Bella eram felizes juntos. Isso o fazia sofrer. Ele se culpava. Culpava-se por tudo que aconteceu. Se não tivesse cedido aos caprichos da própria Bella, talvez hoje ela estivesse viva e feliz ao seu lado. Claro que ela seria  humana e não teria mais a aparência de jovem, mas seria ela. Seria a sua Bella. Ele errou. Errou em ceder a ela uma primeira noite antes da transformação, pois se não tivesse feito isso, ela não a teria engravidado e tudo seguiria como o planejado. Eles voltariam da lua de mel e Bella seria transformada e hoje os dois estariam felizes juntos. Não que se arrependesse desse fato, afinal, Renesmee nasceu e ela fora uma dádiva para que a dor não tomasse conta dele por completo, mas ele tinha que aceitar que tudo poderia ter sido evitado se ele não tivesse sido fraco. Agora já não adiantava se lamentar, mas ele ainda sentia a culpa consumir seu corpo, todos os dias desde a morte de Bella. Era demais pra ele, demais...

-Edward... – Nessa hora, ele levantou a cabeça e viu que Lunne estava parada a sua frente. Ela se aproximou e se ajoelhou em frente à ele.

-Lunne, você não imagina o quanto eu me sinto culpado pela morte da Bella. – Disse ele, tentando não olhar nos olhos de sua namorada.

-Não se culpe, Edward. Não existem mais motivos pra se culpar. Não mais. – Disse Lunne, segurando a mão de Edward.

-Lunne, pelo amor de Deus, não vamos tentar fingir que nada aconteceu e que eu fui um santo, porque eu não fui! Eu também fui egoísta. Eu também pensei só em mim na hora em que a Bella se entregou na lua de mel. Se eu tivesse refreado ela, talvez nada disso tivesse acontecido.

-Mas Edward, você não podia prever que a gravidez dela iria trazer tantos problemas e que ela iria morrer quando desse a luz a Renesmee. – Argumentou Lunne.

-Mas Lunne, você não vê que se eu tivesse esperado até o fim da lua de mel, até a transformação, hoje Bella estaria aqui, ao meu lado. É tudo culpa minha Lunne, é tudo culpa minha! – Nessa hora Lunne abraçou Edward e o colocou em seu colo. Quantas vezes ele já não havia feito isso com ela na hora do medo, da angústia, da solidão. Essa era a hora de retribuir. Ela começou:

-Edward, jamais se culpe por isso. Você não podia imaginar que as coisas tomariam esse rumo e bem, a Bella sabia que levar a gravidez à diante era algo muito arriscado e que ela poderia morrer, mas ela assumiu tudo isso por amor ao filho que ela carregava dentro de si, por amor a você, Edward. Não pense que ela fez isso por puro capricho. Ela fez por amor e garanto que não se arrependeu de nada. Não se culpe, meu amor, pois a culpa não é sua. A Bella pode ter ido embora, mas hoje eu estou aqui. Nós duas estamos aqui. Eu e a Bella estamos aqui, te amando muito, por isso, você não precisa se culpar mais, porque eu voltei e estou aqui pra você, hoje e sempre. Eu jamais irei te deixar e nós estaremos juntos por toda a eternidade, onde quer que nós estejamos.

Tudo oque Lunne havia dito era verdade. Ela estava ali agora, ao lado dele e os dois estarão juntos para sempre. Edward se afastou do colo de Lunne, pegou suas mãos e as beijou.

-Lunne, me perdoe por tudo que eu fiz você passar. Espero que você um dia consiga me perdoar por tudo que eu te fiz. – Disse Edward, olhando nos olhos verdes vivos de sua namorada.

-Eu já te perdoei Edward. – Disse Lunne. – Mesmo que eu quisesse, eu não conseguiria ficar magoada com você, porque o meu amor por você é a maior coisa do mundo e é ele que está me curando da dor que eu estou sentindo. Não se preocupe, porque eu sempre te amarei, independente de tudo que aconteceu e do que ainda poderá acontecer. - Uma lagrima escorreu pelo rosto de Lunne. Edward a limpou com a ponta de seus dedos frios, para logo depois dar um beijo em Lunne. Não era um beijo intenso, nem calmo. Era um beijo que passava todo o amor que Edward e Lunne tinham dentro de ambos, um amor puro que superou a morte e nunca poderia ser destruído...

Horas mais tarde...

Lunne se encontrava em seu quarto, sentada no parapeito do terraço, olhando a lua cheia no céu. Como ela adorava aquela lua e a pureza que ela transmitia. Parecia o amor que ela sentia por Edward: Puro e inquebrável. Sentia que agora, com o desabafo que havia feito, Edward não se culpava mais pela morte de Bella. Agora finalmente ele podia ser feliz ao lado dela, sem medos, duvidas, culpas ou receios. Agora, finalmente eles seriam felizes.

Ela ouve a porta se abrindo e por ela entra um Edward com a expressão serena, tranqüila e cheia de paz. Ele seguiu até onde ela estava e parou bem a sua frente. Ele a olhava de um jeito que ela nunca viu e isso a surpreendeu. Ela podia ver um brilho diferente em seus olhos dourados. Algo havia mudado, ela sabia. Os dois ficaram ali, se olhando durante algum tempo até que Edward se pronunciou:

-Algo mudou em mim essa tarde Lunne. Eu já não sinto mais aquela culpa, a dor que eu carreguei comigo durante 50 anos por causa da morte da Bella. Agora eu realmente estou livre.

-Livre do que exatamente, Edward? – Perguntou Lunne.

-Livre pra te amar como você realmente merece. Livre pra te amar como Lunne, não como Bella ou como uma substituta dela. A partir de hoje, eu vou te amar por inteiro, sem nenhuma culpa dentro de mim. Eu sou inteiramente seu agora. – Nessa hora, Lunne se levantou e abraçou Edward e disse:

-Que bom, meu amor! Que bom que você está livre de toda aquela culpa que te consumia. Você superou tudo! Como eu estou orgulhosa de você!

- Bem, agora que tudo está realmente nos conformes, eu tenho uma coisa pra te perguntar. – Disse ele, se separando do abraço de Lunne.

-Pode perguntar oque você quiser! – Disse Lunne. Nessa hora, Edward tirou do bolso da calça uma caixinha preta e a abriu. Lunne reconheceu no mesmo instante oque havia dentro dela. Era a aliança que um dia pertencera a mãe de Edward, aliança com a qual ele pediu Bella em casamento há muitos anos atrás. Lunne olhou espantada para Edward, que sorria.

-Lunne, você gostaria de se casar comigo? – Perguntou Edward. Uma lagrima escorreu de seus olhos, mediante a emoção que ela sentia.

-Sim, é oque eu mais quero nessa vida. – Respondeu Lunne, não se agüentando de felicidade. Então Edward tirou a aliança de namoro da mão direita de Lunne e colocou a aliança cravejada de diamantes que fora de sua mãe e de Bella, para logo após beijar Lunne com todo o amor que sentia. Depois de algum tempo, eles pararam o beijo e se abraçaram. Lunne não estava acreditando no que havia acabado de acontecer e Edward estava mais feliz do que nunca ao lado da mulher da sua vida.  O casal olhou para o céu, onde a lua, a única testemunha daquele momento especial, brilhava intensamente. Dali pra frente os dois só queriam ser felizes, um ao lado do outro, para sempre.

Continua no próximo capítulo...