Liars and Killers escrita por A Lovely Lonely Girl


Capítulo 28
Capítulo 24


Notas iniciais do capítulo

OIESSS

TURUBOM, MEUS AMORES?? Tô muito feliz porque finalmente tive tempo pra escreverr (pelo menos tem um lado bom da #quarentena, eu só tô ficando louca, paranoica e estou pensando seriamente em batizar uma bola de vôlei de Wilson pra ficar falando comigo, mas acho que esse tipo de coisa é só efeito colateral mesmo hahahahahaha)

 

Eu gostaria de agradecer muito a todo mundo que comentou (teve gente que até mandou mensagem perguntando da fic e da page do Face que tá largadinha), quem votou, e por último, mas não menos importante, queria agradecer a todo mundo que está lendo a fanfic, sem vocês a minha vida ia ser bem mais difícil e sem graça.

 

Brincadeiras e agradecimentos à parte, por favor, se protejam do COVID-19. Lavem muito bem as mãos, passem álcool em gel, usem máscaras se necessário, e pensem no próximo também, gente. Questão de saúde pública: você pode ter 50 frascos de álcool em gel, mas, se as outras pessoas não tiverem, você corre risco maior de pegar. Nessa questão de pandemia, a vantagem é deixar o maior número de pessoas protegido, caso contrário, vai todo mundo ficar igual os músicos do Titanic enquanto o navio afunda. Saúde vem SEMPRE em primeiro lugar. Beijinhos, amo vocês. ♥



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< Katherine Adams Kohls >

 

— Você ainda me parece estranho, Loki. – Falei enquanto cruzava as pernas em cima da cama do deus da mentira. Eu havia tomado um banho e trocado de roupa, já que Steve tecnicamente havia me dado um dia de folga, provavelmente porque eu havia feito o tour pela Torre na noite anterior.  O Capitão provavelmente não me queria xeretando no que não devia.

— Você tem realmente que vestir isso? – Ele perguntou, apontando para minhas pantufas de unicórnio. Eu cruzei os braços.

— Elas combinam com tudo. – Indiquei o meu pijama, uma calça rosa com bolinhas brancas e uma blusa de manga comprida com as palavras “Believe in magic” em glitter prateado no centro. Loki revirou os olhos, o que me fez sorrir. Eu não gostava quando ele ficava calmo demais. O moreno se deitou confortavelmente na cama, deixando suas mãos sobre o tórax. Não demorou muito para que as perguntas começassem.

— Você já viu ou ouviu alguma coisa relacionada à Asgard, além dos livros? – Franzi o cenho, refletindo.

— Não, nada. – Bem, cinco segundos não eram exatamente suficientes para me lembrar de todos os detalhes estranhos da minha vida, mas, se conseguisse lembrar de alguma coisa, diria a ele. Ele suspirou. – Mas eu também sei ler rúnico, isso não é legal? – Sorri. Ele não se abalou.

— Eu sei ler e falar mais de duzentas línguas diferentes, muitas delas foram extintas há eras. – Fiz uma careta mostrando a língua para ele:

— Metido. — Ele me dirigiu um sorriso presunçoso, porém logo voltou com suas perguntas.

— E como foi sua infância? Já conheceu alguém que lhe parecesse diferente? Alguma situação fora do comum?

— Não... – Franzi o cenho. – Pelo menos, não que eu me lembre. – Comecei a gesticular, como se fizesse uma bola imaginária com as mãos. – Minhas lembranças estão todas embaralhadas e misturadas. Eu nem me lembro da minha idade quando alguma coisa aconteceu comigo. É um bolo de confusão. – Dei de ombros. Loki suspirou, exasperado:

— Mais um motivo para que eu lesse sua mente, humana. – Grunhi e me deitei ao lado dele, olhando para o teto. Não chegaríamos a lugar algum? Como saberíamos o que fazer?

— As Nornas não podem nos ajudar? ... Nem ao menos nos dar uma dicazinha de nada? – Fiz um biquinho dramático olhando para ele, que imediatamente negou.

— E quanto à sua família? Você tem irmãos? – Me perguntou.

— Sou filha única, mas conheço pessoas que considero minha família. Lucas é como um irmão para mim e Cécile e Mikhail são como meus primos.

— E quanto à sua linhagem? – Respirei fundo. Não gostava de falar sobre as partes que eram desconhecidas à mim.

— Meu pai biológico está morto, e minha mãe não gosta de falar sobre a família dela. O pai dela a expulsou de casa quando soube que ela estava grávida de mim. Nunca conheci meus avôs e avós biológicos... – Um silêncio desconfortável se seguiu por um tempo, até que completei -  Só conheço a família do John, meu padrasto. Eles são legais comigo. A Vó Bell é um doce comigo. – Abri um pequeno sorriso ao lembrar dela.

— Entendo... – Ele se sentou na cama e virou para mim. – Agora deite no chão. – Franzi o cenho. Quando estava prestes a protestar, um vulto preto pulou na cama. E sentou na minha barriga. E miou bem alto. Sentei na cama, tirando o bichano de cima de mim, e olhei para o deus:

— Você roubou o meu gato?

— Não. – Ele respondeu calmamente. E, depois de toda aquela conversa que até então estava sendo sincera, eu soube no mesmo instante que ele estava mentindo. Senti meu rosto esquentar de raiva.

— VOCÊ ROUBOU O MEU GATO? – Exclamei, sentia um vinco de desgosto se formar em minha testa.

— Saia do meu quarto. – Ele ordenou, apontando para a porta. O animal miou mais uma vez, olhei para a criatura peluda, me sentindo traída.

— Seu vadio! O que ele te deu? Como ele te comprou? – Loki se aproximou de mim e começou a se esfregar em meu braço, pedindo carinho. O deus olhou para o gato e sorriu, então o bichano logo pulou no colo do asgardiano, que não demorou para começar a acariciá-lo. O deus voltou a me fitar, mais calmo:

— Acredite ou não, ele gostou de mim. – Cruzei os braços:

— Eu saio por pouco tempo para cuidar da vida e quando volto meu gato nem gosta mais de mim. Que injusto.

— Eu nunca disse que não gostava de você, Katherine. – Disse Loki com um sorriso. Senti minhas bochechas arderem de vergonha. Sem hesitar, o deus sorriu de canto e completou, com a voz rouca. — Miau.

E isso foi o suficiente para me fazer explodir em risadas, ao mesmo tempo em que sentia ficar mais envergonhada. Quando parei de rir, o encarei com preocupação, já que ele obviamente jamais diria aquele tipo de coisa:

— Loki, o que está acontecendo com você? Estou preocupada de verdade. – O moreno me observou em silêncio por alguns instantes. Parecia hesitante, dividido, como se quisesse me contar alguma coisa, e, ao mesmo tempo, quisesse me deixar no escuro.

— Brincadeiras à parte, eu... Encontrei uma velha conhecida. – Ele conseguiu prender minha atenção totalmente. Quem poderia ser? Pelo seu comportamento, percebi que ele parecia afetado, o que havia acontecido?

— Outra deusa sabe de sua localização? Acha que pode confiar nela? – As perguntas jorravam dos meus lábios. – Ela vai te ajudar a sair daqui? Você vai poder voltar para casa? Sigyn vai com você também? Nós duas poderemos continuar sendo amigas ou vocês vão ter que apagar a minha memória? – Sentia meu coração se acelerar a cada pergunta.

— Katherine, está se precipitando. – Ele colocou a mão no meu ombro com segurança, com firmeza, porém, não forte o suficiente para me machucar. Seus olhar hipnótico se fixou no meu. – Sei que você fica nervosa ao pensar nesse tipo de coisa; afinal, você não devia ter sido envolvida nisso, desde o começo. – O moreno fez uma pausa. – Receio que não possa lhe revelar muito; tudo o que posso afirmar é que terei de permanecer aqui por mais algum tempo. As intenções dela ainda não são claras para mim, porém...

— Ela pode te ajudar? Ela tem poder suficiente para isso? – A ansiedade em minha voz era indubitavelmente perceptível.

 

< Loki, God of Mischief >

 

Katherine estava genuinamente preocupada comigo, e eu não sabia como reagir à essa preocupação. Era um sentimento estranho, havia muito tempo que não me sentia assim; como se uma pequena parte de mim não quisesse desapontá-la, mas sim, surpreendê-la. Amora havia aberto meus olhos para o que estava acontecendo, desde a minha chegada ao apartamento de Sigyn, a vida da mortal mudara radicalmente. A partir disso, percebi que o Universo nos conectava; minhas escolhas de alguma forma influenciariam na vida da mortal.

Após muita reflexão e meditação de minha parte, decidi que não permitiria que o Destino definisse nem a minha história, nem a de Katherine. Eu a deixaria livre de mim, de minha influência. Precisava dela para conseguir minha redenção, depois que a conseguisse, deixaria a midgardiana para nunca mais voltar. Ela merecia ter sua própria vida, sem nenhum tipo de intervenção divina.

Caso o laço do Destino que nos puxava um para o outro acabasse nos unindo, temia pelo que poderia acontecer conosco; pressentia que poderia ser arriscado e terrivelmente perigoso. Meus planos seriam arruinados, eu jamais teria a coroa, jamais retornaria ao meu lar. Era difícil saber qual escolher quando todas as cartas estavam viradas para baixo. Eu teria que ser extremamente cauteloso. Por isso, não hesitaria em modificar meus modos para que a humana ficasse longe de mim. Como Amora me disse, a mortal seria minha salvação ou minha ruína, por isso tinha que usá-la de maneira apropriada. Katherine era uma incógnita perigosa e atraente.

Decidi que me comportaria de uma certa maneira que a afastasse de mim. Assim, seria mais fácil de ficar longe dela caso ela se revelasse uma ameaça. A garota aguardava uma resposta, não havia fingimento de sua parte, o que significava que ela realmente se importava. Eu poderia acrescentar “empática” na minha lista de observações sobre ela mais tarde.

— Amora é... Uma feiticeira muito poderosa. Porém, não compreendo seus motivos de me contatar. Não sei se posso considerá-la uma aliada ou uma inimiga. – Eu omiti o fato de que Encantor parecia mais interessada em Katherine do que em mim. A garota já estava envolvida demais, eu faria o possível para que ela não acabasse indo fundo demais, caso contrário, poderia nunca mais sair e acabaria se tornando uma fugitiva como eu.

— Entendo... – Seus olhos se fixaram mais uma vez no desenho de Sigyn na parede. – Por que ela não está ali?

— Ela não é uma amiga, Katherine, tampouco uma criatura confiável. – Seus olhos se voltaram rapidamente para mim, o que deixava bem claro que tal definição também cabia a mim. Ela colocou o cabelo para o lado direito e começou a escová-lo com os dedos distraidamente enquanto se atentava mais uma vez aos detalhes do meu quarto. Meus olhos automaticamente se direcionaram ao seu ombro esquerdo, traçando a linha de sua clavícula até seu pescoço elegante e delicado. No mesmo instante, me recordei do sonho que tivera. Imagens rodopiavam em minha mente, tão vívidas que quase podia tocá-las. Katherine no palácio de Asgard, seu vestido verde-água que deixava seus ombros nus, as flores que adornavam seus cabelos negros trançados... Meus dedos pareciam formigar pela lembrança de tocar-lhe o ombro nu, mesmo apenas em meus sonhos. Suspirei pesadamente admirando sua beleza mundana e voltei a prestar atenção no gato.

Cada fibra do meu corpo implorava para que eu a tocasse, para que ao menos tivéssemos algum contato físico. Um abraço, um mero aperto de mãos, um entrelaçar de dedos... Eu sabia o que queria desesperadamente. Em minhas fantasias, eu a tomaria em meus braços e sentiria seu peito contra o meu em um abraço terno. Eu sentiria a suavidade de sua pele com meus dígitos ao corrê-los por seu ombro, roçando suavemente sua clavícula para então traçar a linha de seu pescoço, subindo até tocar levemente seus cabelos e guiar seus lábios rosados aos meus, fundindo-os em um beijo apaixonado.

— Loki... – A humana chamou, parecia hesitante. Ergui meus olhos aos dela, seus lábios estavam levemente comprimidos, seus olhos concentrados analisavam meticulosamente minhas feições. Era estranho ter alguém prestando tanta atenção em mim. Não era incômodo, apenas... Diferente. As pessoas geralmente não se concentravam tanto ao me fitarem, pois, para elas, eu já estava rotulado como “o deus trapaceiro, mentiroso e imprevisível”, que, pelo acaso, aconteceu de também ser o príncipe de Asgard. Para a minha surpresa, a humana não se deixava levar pela minha má fama e, ao invés de me considerar como alguém maliciosamente ardiloso, ela preferia dizer que eu era inteligente ou esperto. – Eu sei que você é o deus da mentira, da trapaça e que você é um manipulador... Mas... – Ergui uma sobrancelha, a garota deixou suas feições sérias, porém instintivamente se encolheu um pouco, revelando mais uma vez sua hesitação. – Quero que saiba que eu confio em você. Bom, que eu estou me esforçando para confiar em você. – Um pequeno sorriso surgiu em meus lábios. A morena prendeu a respiração até que assenti brevemente.

— Muito obrigado, Lady Katherine. – Disse em tom de zombaria. Ao invés de se constranger, a midgardiana abriu um sorriso resplandecente e respondeu:

— Não há de quê, milorde. É um prazer poder contar com sua ajuda para desvendar todos esses mistérios cósmicos do Destino e do Universo.

Queria contar a ela tudo o que sabia, minhas memórias, minhas viagens, as pessoas que já conhecera... Porém, sabia que isso não passava de um impulso à sua resposta inteligente, porque ela aparentemente sabia o que influenciava todos os seres vivos em sua essência – coisas como o Destino, o Universo e a Magia. Eu gostaria de ensiná-la mais. De mostrar muito mais do que sua mente seria sequer capaz de compreender.

Foi naquele instante que compreendi – talvez o Destino quisesse justamente que eu fizesse dela minha aliada. Ela não era valiosa para mim, não tinha um conhecimento amplo ou valores muito admiráveis ou inspiradores; porém, poderia usar sua posição como recruta na SHIELD e como midgardiana para que conseguisse as informações que precisava sem levantar suspeitas.

{...}

< Sigyn, Goddess of Fidelity >

Suspirei pesadamente enquanto ouvia a conversa entre Loki e Katherine através das paredes do apartamento. Havia muito tempo que não utilizava tal tipo de magia, ainda mais para ver e ouvir através das paredes. Fiquei satisfeita por ver que me lembrava de muitas coisas, Frigga havia me ensinado bem, a mim e ao Loki. Não precisava entrar na mente do deus para saber que ele estava tentando “rotular” a humana, tentando decifrar se ela estava envolvida em algo ou se ela poderia ser uma aliada.

— Eles seriam um casal fatal, você sabe. – Não me surpreendi com sua repentina aparição, pois sabia que a feiticeira jamais arriscaria ser vista entrando pela porta. Ela não traria asgardianos ao esconderijo de Loki. Pelo menos, não até conseguir o que queria primeiro.

Encantor estava sentada ao meu lado, em uma banqueta do balcão da cozinha, e, como eu, observava a conversa à nossa frente. Trajava um macacão de couro verde musgo escuro, extremamente colado ao corpo, botas estilo dominatrix com saltos altos, seus cabelos louros estavam divididos em duas grossas trança boxeadoras e óculos redondos estilo John Lennon de lentes arroxeadas pendiam na ponta de seu nariz.

— Você está parecendo uma influencer de Instagram, Amora. – A asgardiana não me dirigiu uma palavra sequer, apenas fez com que uma taça de vinho surgisse em sua mão esquerda e outra na minha, em seguida as taças gradativamente se encheram sozinhas, o vinho branco suave estava gelado. A loira bebeu um gole sem se apressar até que me respondeu:

— Pensei que o intuito era nos camuflarmos em Midgard, não? – Ela se virou para mim. Eu tinha consciência do que ela havia feito, Loki mudara consideravelmente seu comportamento depois da conversa dos dois.

— Agradeço a sua interjeição. Loki não me escuta, apenas...

— Faz o que ele quer? – Ela me dirigiu um meio sorriso. – Até parece que o desconhece. Ele sempre faz o que quer, independentemente do que é certo ou de opiniões alheias. Porém, não significa que ele considera todos os pontos de vista de uma situação antes de agir. – Ela bebeu mais um gole do vinho e limpou com o dedão uma gota no canto de sua boca. - Ele enxerga a humana como uma mera peça a ser usada em seus joguinhos, e esquece que menosprezar os humanos pode custar caro. Uma pequena pecinha de seu jogo doentio pode acabar custando-lhe a vida.

— Por que está aqui? Você jamais viria se não estivesse interessada em alguma coisa. Talvez eu possa ajudá-la a conseguir.

— Se está preocupada com o seu precioso irmãozinho, pode ficar tranquila. O deus da mentira se mostrou inútil para mim. – Mais um gole de vinho. – Eu poderia ocultar minhas intenções de você, Sigyn, no entanto, não vejo como isso me beneficiaria, já que não possuo nenhuma vantagem real ou um conhecimento aprofundado do assunto. – Ela tirou os óculos, revelando seus olhos intensamente verdes. – Meu objetivo é a humana. Loki me contou algumas de suas habilidades, ela consegue saber quando alguém está mentindo, a mente dela é impenetrável e ela consegue ver por trás das aparências de Loki. – Franzi o cenho:

— Por trás das aparências?

— Mesmo quando ele assume outra forma através de suas ilusões, ela ainda vê a aparência original do príncipe.

— Compreendo... – Bebi um gole do vinho, refletindo sobre Katherine. – Bem, eu posso dizer o que sei, se me prometer que não irá prejudica-la de forma alguma.

— Não pretendo fazer mal a ela. – Amora afirmou com segurança. – Eu quero que ela se fortaleça. Que aprenda logo a se defender sozinha, para que consiga cumprir seu propósito.

— O que você sabe sobre ela? – Questionei com hostilidade. – Como afirma saber o propósito dela? Quem é ela? – A loira sorriu de canto:

— Sabes perfeitamente bem que eu jamais lhe daria tal informação, Sigyn.

— Você está na minha casa. Se não vai ao menos me dizer o que sabe sobre a minha protegida, então, em respeito ao meu papel de anfitriã, retire-se.

Ela gargalhou e terminou sua taça de vinho, sem pressa. Eu tinha plena consciência de que Encantor agia apenas em benefício próprio, então seu súbito interesse em Kate era, no mínimo, suspeito. Eu compreendia que o fardo da humana era bem mais pesado do que o de seus semelhantes, afinal, ela havia se envolvido demais com asgardianos e aquela maldita agência secreta. Se eu não estivesse na Terra por mais de 40 anos, eles definitivamente passariam a suspeitar de mim.

— A sua pequena, patética e frágil protegida abriga um poder bem maior do que pode suportar, minha cara deusa. – Seu sorriso era predatório, seus olhos brilhavam de uma forma lunática. – E isso a faz tão preciosa para mim que me dá vontade de corrompe-la... É realmente uma pena que tal poder seja destinado a um propósito maior. – Ela suspirou. – E é por isso que estou aqui. Caso ela precise de uma guia, ou uma aliada com poder suficiente para protegê-la ou destruí-la, se necessário.

— O que ela representa para os asgardianos? Ela é uma ameaça?

— Que pergunta mais patriótica. – Reclamou a loira. – Eu acabei de revelar um dos maiores segredos do nosso Universo e é isso o que tem a me dizer? Estou desapontada. -  Respirei fundo, me segurando para não torturar Amora em busca de respostas.

— O que sabe sobre ela? – A voz de Loki chegou até a sala. Chequei mais uma vez, o moreno ainda estava no quarto, conversando com a Katherine, então ele havia enviado um clone seu para interrogar Encantor.

— Muito mais do que você, obviamente. – Amora deixou a taça de vinho no balcão, se levantou e seguiu até ele, em seguida tocou-lhe o centro da testa, uma leve luz verde indicava que ela havia projetado algo dentro da mente do deus da mentira. Ou que havia visto algo. – Hmm, interessante... – Ela sorriu, astuta. – Então, está sonhando com a garota, não? Arriscaria conquistá-la, milorde? – O clone segurou fortemente o pulso da feiticeira, tão forte que houve um estalo. Ela não esboçou reação qualquer, até que gemeu, como se estivesse se deliciando com aquilo. – Não sabia que gostava desse tipo de coisa, Loki, mas, se assim desejar, posso brincar dessa maneira. – Ela lhe dirigiu um sorriso sedutor. Loki fez uma careta de desgosto e soltou-lhe o pulso bruscamente. Não contente com a reação do deus, ela tocou suavemente suas tranças, fazendo com que seus cabelos loiros se tornassem negros. Seus olhos perversos adquiriram um tom diferente de verde, suas feições se modificaram em um instante. Logo sua altura diminuiu, as curvas de seu corpo se acentuaram um pouco mais, distribuídas de uma forma que seus seios ficaram voluptuosos, sua cintura, fina, e seus glúteos ficaram empinados e chamativos.

A encarei, pasma com a audácia da criatura à minha frente. Ela havia se tornado uma versão turbinada da Katherine, com peitos grandes e bunda empinada. Meu desgosto era palpável. A feiticeira se aproximou mais uma vez do deus, que observou cada detalhe da transformação sem se alterar de forma alguma.

— Eu havia me esquecido de suas artimanhas, minha cara. Que tolice a minha. – Ele sorriu de lado, olhando atentamente cada detalhe do corpo modificado de Encantor.

— Eu gostaria de satisfazê-lo, milorde. Como já o fiz inúmeras vezes. – Ela passou a correr seus dedos pelo peito do clone, o que me fez ter vontade de vomitar por presenciar tal cena. – Posso ser uma versão ainda melhor do que queres, não vê? Posso dar muito mais do que sonhou. Estou disposta a realizar vossas fantasias. – Seu sorriso cretino estava estampado na aparência roubada de Kate. Loki apenas assentiu, um segundo antes de lhe estapear a bochecha com o dorso da mão com tanta força que Amora foi parar no chão.

— Caso não tenha sido claro o suficiente, eu hei de declinar sua oferta, meretriz. – O tom de voz do clone era gélido. – Tais truques baratos não me fizeram sentir nada além de repulsa. – A loira retornou à sua aparência original e apenas encarou Loki, pálida no chão. Gostaria de sentir pena dela por ter de aturar tal comportamento dele, porém, me sentia vingada pela ousadia dela de assumir descaradamente a aparência da Kate. Loki pacientemente se inclinou e estendeu-lhe a mão. – Peço, por gentileza, que isso não se repita. – Confusa, a feiticeira aceitou a ajuda do deus e logo ficou em pé mais uma vez. Loki apertou com força a mão dela. – Se ousar se referir à Katherine de maneira vulgar, eu te açoitarei até a morte. – Sem dizer mais uma palavra sequer, o clone desapareceu em pleno ar.


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Notas finais do capítulo

E então, o que acharam? Muito obrigada por lerem a fanfic!



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