Além do Caos escrita por Um Alguém


Capítulo 11
Capítulo 11


Notas iniciais do capítulo

Desculpem a demora :)
Capítulo pequeno, mas prometo que recompensarei vocês!
Até mais :)



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– Então, Dexter, o que houve lá? - perguntou Brandon. Ele havia aberto as cortinas do palco e estava sentado nele agora, balançando as pernas como uma criança. Kristin estava de pé ao lado dele, e eu, Dexter e Sally sentados nas poltronas da primeira fila.

– Atirei no tanque de combustível de dois carros, explodindo-os, troquei tiros com vários daqueles malucos e depois segui alguns. - disse Dexter segurando minha mão, entrelaçando nossos dedos. - Sei aonde eles moram.

– E onde é?

– Rage. Aquele bairro fechado que estava em construção. Muros altos, portões resistentes, carros, mantimentos, remédios, roupas, armas, eles tem tudo. Fizeram daquele lugar uma cidade. Ninguém entra nem saí sem que eles saibam.

– E o que nós vamos fazer?

– Vamos ficar um tempo aqui, nos recuperando. Estamos cansados e machucados demais para fazer o que precisa ser feito.

– E o que precisa ser feito?

– Precisamos matá-los. - disse Dexter impassível.

– Matá-los? Se eu ouvi bem eles tem uma cidade cheia de pessoas e armas. Como vamos matá-los? - Brandon parecia chocado.

– Eles tem pessoas e armas, mas são desorganizados e burros. São descontrolados, se matam por qualquer coisa. Se fizermos tudo certo, conseguiremos.

– O que exatamente você pretende fazer?

– Ainda é cedo para falarmos disso. - desconversou Dexter com tranquilidade. - Agora precisamos descansar.

– Se ficarmos aqui eles virão atrás de nós. - pontificou Kristin. - Sabem que estamos na cidade.

– Mas não sabem aonde da cidade nós estamos. É uma cidade turística, tem muitos lugares que servem de esconderijo. - lembrei-lhes. - Eles não nos procurarão em cada um desses lugares.

– Rachel tem razão. - concordou Sally.

– Vamos ficar aqui por alguns dias. Temos água e comida suficiente. Não quero ninguém saindo. Não façam barulho nem fiquem perto das janelas. Se ficarmos quietos eles não nos encontrarão. - instruiu Dexter.

Brandon não pareceu muito satisfeito. Levantou-se e saiu da sala com a Kristin. Sally foi observar alguns dos quadros pendurados nas paredes. Dexter olhava nossas mãos unidas. Sua camisa estava rasgada(ainda mais) e seu rosto e braços com muitos cortes e hematomas. Ainda assim ele era lindo.

– Sinto muito pelo Jeremy. - disse-lhe em uma sussurro.

– Eu também.

– Ele pediu para te dizer que você estava certo e que ele tentou.

– Não, ele não tentou. Ele conseguiu.

– O quê?

– Pedi para ele cuidar de você e da Sally, e ele jurou que tentaria. Mas ele conseguiu. Pagou um preço alto, mas conseguiu. - explicou Dexter tristonho.

– E você estava certo sobre o quê?

– Você. Disse ao Jeremy que você era especial, que era forte e corajosa, mas que não conseguia ver suas próprias qualidades. Disse a ele que você é uma das poucas pessoas que sobrou no mundo que tem um coração bom. - contou ele esboçando um pequeno sorriso.

– Eu não sou assim. - discordei.

– É sim, só que você prefere fingir que não é. Mas devo dizer que você não está convencendo.

– Olhe ao redor, Dexter. Você está vendo o Luke ou o Jeremy? Não. Se eu fosse forte, corajosa e com o coração tão bom assim eles ainda estariam aqui. - disse-lhe.

– Eu já disse, a culpa não é sua. É do Zeke.

– Não foi o Zeke que deixou o Jeremy para trás. - rebati furiosa.

– Mas que inferno, Rachel. Se culpar não vai ajudar em nada. - disse ele com raiva também. - O que aconteceu já aconteceu, não vai mais mudar. O máximo que podemos fazer é tentar fazer algo melhor daqui para frente.

– A Kristin está certa. Você está cego. Não vê as coisas acontecendo ao seu redor.

– O que quer dizer?

– Que você não vê que desde que eu cheguei sua vida virou um caos de verdade. Seus amigos morreram e vão continuar morrendo se eu continuar com vocês.

– Você não vai embora. - ele pontificou impassível.

– Você não tem como impedir. - rebati com frieza levantando-me.

Saí da sala apressada e sentei-me em um das escadarias com a cabeça e o coração a mil. Dexter não conseguia entender. Ele não vira o que eu vi, não sentira o que eu sentia, não passara pelo que eu passei. Ele não conhecia o Zeke, não sabia como ele era. Não importava o quanto eu gostava do Dexter e de estar com ele. Não importava o quanto eu me preocupava com ele e a Sally. Na verdade era justamente por isso que eu precisava ir embora. Zeke só os deixaria em paz se souber que não estou mais com eles.

– Rachel. - chamou Sally tirando-me dos meus devaneios e sentando ao meu lado. - Podemos conversar?

– Sobre o quê?

– Você. - disse ela. Acho que ela notou a minha confusão e continuou. - E o Dexter.

– Olha, Sally…

– Não, eu falo primeiro. - interrompeu-me. - Logo que todo esse inferno começou eu encontrei o Luke. Eu perdi meu filho pouco antes do Caos e quando eu encontrei o Luke me afeiçoei a ele como se fosse meu filho. Mas tenho certeza que se tivéssemos ficado sozinhos teríamos morrido no primeiro mês. Mas não morremos. Conhecemos o Dexter. Ele estava sozinho. Dissera que havia perdido a pessoa mais importante da vida dele. Era fácil ver o quanto ele estava sofrendo. Todos sofríamos de algum jeito. Mas o Dexter fazia da dor a sua força. Ele nos ajudou, arranjou comida, nos defendeu quando tentaram nos roubar. Ele assumiu a responsabilidade de nos manter vivos e nunca reclamou. Aos poucos fomos formando uma família. Nós nos amamos, não há dúvida disso. Mas o que o Dexter sente por você é diferente, Rachel. Ele não te vê do mesmo jeito que vê a mim e a Kristin. Aquele sorriso que ele dá quando está com você, é só seu. Ele iria até o inferno para te proteger, para te manter segura e feliz. E você está fugindo dele.

– Eu sei de tudo isso, Sally. E eu também gosto muito do Dexter. Mas ele não entende, e você também não.

– Eu entendo sim, Rachel. Você acha que eu não sei, mas eu sei. Sei que você conhece esses caras que estão atrás de nós. Sei que eles querem alguma coisa com você. E sei que é por isso que você fica fugindo do Dexter. Você tem medo que algo de ruim aconteça com ele e vai acontecer mesmo. Vai acontecer com todo mundo. Todos nós vamos morrer. Hoje, amanha, daqui a um mês ou daqui a um ano. Tanto faz. O problema de morrer é que percebemos que deixamos de fazer muitas coisas. Então pare de fugir, porque quando você ou ele morrer você vai se arrepender e ver que poderia ter sido feliz.

Eu não sabia o que responder. Acho que nunca tivera uma conversa tão longa e tão séria com a Sally. E para falar a verdade eu já havia pensado no que ela estava me dizendo. Mesmo assim não conseguia simplesmente deixar tudo para lá e ficar vivendo feliz com o Dexter enquanto o Zeke nos caçava como bichos, nos matando pouco a pouco. Era errado e egoísta.

E então antes que eu pudesse dizer qualquer coisa, Brandon entrou correndo no salão principal com o rosto cheio de sangue e um olhar desesperado. Assim que nos viu sentadas na escada, subiu apressado, parando à nossa frente.

– O que aconteceu, Brandon? - perguntou Sally preocupada ficando de pé.

– Eles a levaram. - disse ele com a voz rouca. - Levaram a Kristin.


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Notas finais do capítulo

Não deixem de dar a opinião de vocês, hein?



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