Nossa Canção escrita por Day Marques


Capítulo 31
Capítulo 31


Notas iniciais do capítulo

Oiiiii coockies!!! Sim, eu ainda estou viva.
Quero pedir desculpas pela demora em postar.
Como eu já falei, estou reescrevendo toda a história e um bloqueio terrível se apossou de mim, não vem sequer uma boa ideia para escrever. E essa história merece ser bem escrita, ter uma boa direção. Não quero mesmo escrever qualquer coisa. Então, peço que tenham paciência, que não desistam de mim. Possa ser que eu demore dias, semanas, até um mês, Mas prometo que só vou postar o melhor para vocês.
NÃO DESISTAM DESSA POBRE DE IDEIAS AQUI, POR FAVOR!
Eu já tinha esse capítulo aqui guardado, então vou postar.



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As coisas continuam cada vez mais estranhas no trabalho. Eu sei, eu serei demitida, os boatos já começaram e eu sinto isso. Sem falar que eles estão aumentando minhas atividades, como se disse que eu preciso finalizar tudo antes de ir embora.

Isso está me tirando o sonho, eu gosto mesmo daqui, ai vem as preocupações com o Edward, com a Lyne. Estou quase tomando uns remedinhos taxa preta para relaxar.

 

Por falar na Lyne, as coisas tem melhorado um pouco. Não sei se pelo fato de que ela está começado a andar com a Gi novamente, se é porque ela está apaixonada pelo Wilmer, coisa que ela nega até a morte. Ou se são as conversas que ela vem tendo com o Ed. Só sei que agradeço muito, eu quase não estou tendo trabalho com ela.

Só vem as discussões por causa do hábito dela de beber, e ela ainda usa um pouco de maconha. E eu quero livrá-la disso. Já faz uma semana que ela livre, ela meio que está se deixando ser ajudada, uma coisa que eu estranhei mais ainda. Mas graças a Deus por isso!

 

Já o Edward vem cada dia me deixando mais preocupada. Sua aparência está alarmante, ele está emagrecendo muito, o que me faz perguntar o que essa produção dele tanto faz que não percebe isso. É a função deles de cuidar do Ed. Acho que vou ter que ter uma boa conversa com o Gary.

Eu até falei com ele esses dias e o mesmo me fez prometer que eu não contaria, mas o Ed estava mesmo bebendo em excesso.

Eu pedi ao Edward para tirar uma semana de folga, vir para casa, mas ele está muito afundado no trabalho, só pensa nisso. Estou cada dia mais preocupada, isso não vai fazer bem a ele, eu sei. Estou mesmo ficando louca por achar minha demissão uma boa coisa? Talvez, se eu tivesse a chance, eu pudesse largar tudo por um tempo e ir cuidar dele?

 

Ai Deus, vai começar toda essa confusão na minha cabeça de novo.

O problema é que ele piora, mas melhora. Fica bem, depois fica mal. Eu nunca sei o que devo fazer, a oscilação de humor dele me pega de jeito.

Enquanto der, eu vou empurrando as coisas com a barriga.

 

 

4 MESES DEPOIS…

 

 

 

20 de junho, hoje é aniversário do Edward e o pessoal está preparando uma festa surpresa para ele. Claro que eu fiquei encarregada de tirá-lo da casa dos meus pais, passar o dia fora com ele, arrumar uma forma de distraí-lo enquanto sua família vai para lá e ajuda o resto do povo a preparar a festa. Estou bem animada, mas também morrendo de dó do coitado. Eu não sou boa com distrações, daí depois de uma longa rodada de sexo, eu já não sabia mais o que fazer. Eu até pedi a ajuda dele para contar quantos azulejos tinham na parede dos meus dois banheiros, mas ele logo desistiu e perguntou se eu estava ficando louca. Daí a primeira coisa que me passou na cabeça foi colocar Just Dance para dançarmos. Só que agora ele está morto no chão e não sei mais o que fazer.

 

— Eu não aguento mais, chega de dança para mim. Não dancei tanto assim nem em toda minha carreira.

— Você precisa é se exercitar mais.

 

Foi um grande milagre eu conseguir convencê-lo a pelo menos vir para casa no dia do seu aniversário, ele queria me convencer a ir até ele, mas fui mais forte e consegui. Ele tirou essa semana de folga e chegou ontem aqui, foi maravilhoso recebê-lo, tanto tempo que não temos um tempo juntos, sem correria.

 

Claro que durante os meses que passaram, ele vinha me visitar, eu dava um jeito de ir também e assim a gente ia levando. Porém era sempre tudo uma correria, cheia de interrupções, o que nos levava a brigar. Entretanto nunca íamos embora sem fazer as pazes.

 

Enquanto ele vai até a cozinha beber algo, pego meu celular e mando uma mensagem para Lyne.

Sim, ela está ajudando na festa dele. Mas disse que só está ajudando porque é para ele.

 

Lyne, eu já não sei o que fazer. Quanto tempo vocês vão demorar por ai?” Mando.

Pelo amor de Deus, o que você quer que eu faça?” Sempre muito delicada.

Preciso saber se já posso levar ele”.

Está uma briga danada aqui entre a Esme e o Emm. Ele quer bancar o DJ e ela quer colocar músicas mais leves”.

Manda os dois para o inferno e organiza logo isso!!!”.

A culpa não é minha, ok” Defende-se.

Só faz alguma coisa, porque eu já estou sem ideias”.

Vocês não podem fazer sexo”.

Acha mesmo que já não fizemos? Foi a primeira coisa que tive em mente” Mando uma carinha revirando os olhos e sei que ela está me xingando por isso.

Tudo bem, tudo bem. Vou prender eles dois na dispensa e liberar o som. Vocês já podem vir”.

 

Simples e prático. Não disse?

 

 

Viro-me e ele está me encarando.

 

— Quem te deixou com a testa enrugada?

— Minha testa não está enrugada, seu mentiroso. Nem rugas eu tenho, ok. E só por causa disso, não é da sua conta com quem eu estava falando. Deixa de ser curioso.

— A questão não é eu ser curioso, é o fato de que você vem agindo estranho desde que cheguei.

— O quê? - Falo agudo demais e pigarreio. Ele cruza os braços em frente do peito e ergue uma sobrancelha.

— Bella…

— Não é nada. Olha, vai tomar banho que a gente vai sair pra fazer alguma coisa. Qual é, cara, é seu aniversário – Ai droga, por que quando eu fico nervosa eu falo assim?

— Tudo bem, senhora não estou estranha. Você não vem?

— Vai lá, já estou indo – Ele me dá uma secada antes de virar e ir.

 

Estou tomando banho. Fiquem espertos que quando eu parar em frente a casa, vou dar duas buzinadas para dizer que estou entrando. Deixa a porta destrancada”.

 

Envio a mensagem e corro para o banho. Ele já estava saindo para me buscar, tirei minha roupa e entrei na banheira. Como o verão chegou, hoje está um dia mais quente, está fazendo 24 graus. Já é alguma coisa para os outros dias que só tem feito frio.

 

Fico tão feliz quando posso, finalmente, usar um short e blusa regata, levando apenas um casaco por casos de esfriar demais. Inverno, te amo, mas é bom não ter que usar trezentas roupas.

 

Terminamos de nos vestir e saímos.

 

 

 

O carro para em frente a casa, dou duas buzinadas para que saibam que estamos aqui.

 

— Para que buzinar, ficou maluca?

— Edward, nunca chame uma mulher de maluca – Dou um tapa em sua cabeça e saiu do carro, ele vem logo em seguida e abraça minha cintura – É só que tinha um cachorro em nossa frente.

— O carro estava parado.

— Velho, cala a boca e anda. Só vamos pegar minha… Minha bolsa, e saímos.

— Desculpa, coisa meiga – Beija minha bochecha e não posso deixar de rir. Destranco a porta e ao forçar para abrir, ela não abre.

— O que foi? - Pergunta.

— Não quer abrir – Estranho. A porta devia estar aberta para a festa. Empurro mais uma vez e ele fingi que abre, mas não.

— Deixa eu tentar – Edward força a fechadura para ver se eu abri mesmo e depois se joga de leve contra a porta duas vezes e nada. Afasto-me um pouco e peço para ele sair da frente.

 

Pego um pouco de impulso e corro em direção a porta, na mesma hora a mesma abre e Edward até tenta me segurar, mas eu caiu de cara no chão.

 

— Surpresa! - Todos gritam, ignorando totalmente o fato de que estou no chão.

— Surpresa - Resmungo com a cara ainda enterrada no tapete da entrada.

— Edward, feliz aniversário – Esme segura ele e o leva para o meio de todos. Sinto mãos grandes me levantar e viro para ver o Emm sorrindo para mim.

— Desculpa Bey, nem todos estavam em seus lugares quando vocês chegaram e eu precisei segurar a porta.

— Custava nada avisar? - Bato minha roupa para me ajeitar.

— Desculpe – Beija minha bochecha – Anda, vem se juntar ao pessoal.

 

Edward estava cercado por seus familiares, alguns amigos e algumas pessoas da sua equipe. Inclusive a nojenta da Atom. Quem foi o infeliz que convidou ela? Paro lado da Lyne e ela sorri levemente para mim.

 

— Peste, foi você quem convidou a Atom?

— Bella, achei que você já fosse uma mulher madura.

— E eu sou, mas não recebi nenhum diploma para saber lidar com piranhas – Ela gargalha.

— Relaxa e curti a festa – Se afasta por um minuto e volta com uma bebida para mim – Aqui, bebe isso e fica calma. Ele é seu e só seu, é o que importa.

— Cuspiu aqui? - Pergunto.

— Talvez, não enche.

— Vem cá, como vocês ficaram tão amigos?

— O que, vai me proibir de falar com ele agora? - Ela é muito na defensiva. Só podia ser minha irmã mesmo.

— Talvez, depende do que eu achar disso tudo – Brinco e ela revira os olhos.

— Para ser sincera, nem eu sei. A gente trocava uma palavra ou outra quando ele vinha aqui, eu sempre gostei de música e daí começamos a conversar. E o Ed é um cara legal, facilitou as coisas a acontecerem.

— Hum, entendi – Não vou pegar no pé dela, deixa quieto.

— “Hum”, só isso?

— Estou de bom humor, não força – Dá de ombros e volta a beber.

— Pega leve na bebida, ok? Não quero bancar a chata hoje.

 

Edward vira em minha direção e faz sinal para que eu me aproxime. Entrego meu copo a Lyne e caminho até ele.

 

— Oi – Fala ao me aproximar – Você sabia disso tudo?

— Tive minha participação, mas dê os créditos a sua família e a Lyne e Emm.

— Obrigado – Beija minha bochecha.

— Feliz aniversário, meu amor.

— Bella – Ed fala depois de ouvirmos um pigarro – Esses são meus amigos da época de escola. Thomas, Henrique e Dolby – Aponta para cada um.

 

Aperto a mão de cada um.

 

— Dolby, como a companhia de cinema? - Pergunto curiosa.

— Sim, isso mesmo. Meus pais são apaixonados por cinema, assim como eu – Sorri surpreso – Caramba, primeira pessoa que não caçoa do meu nome e reconhece de primeira de onde ele veio.

 

Riu orgulhosa de mim mesma.

 

— Edward – Bate de leve nas costas dele – Essa daí definitivamente é para casar – Todos riem.

— É, eu tirei a sorte grande – Sorriu para ele. E então eu escuto meu nome ser gritado por uma voz familiar.

— Tia Bella!

— Oh meu Deus, coisinha – Abro meus braços para receber o Dior. Ele se joga sobre mim e nos abraçamos forte.

— Caramba, eu senti a sua falta – Falo.

— Também. Queria tanto te ver e eles não deixavam, sempre vinham com uma desculpa.

— Sinto muito, coisinha, as coisas estavam meio complicadas aqui.

— É, eu sei, eu sei. Coisas de adultos – Revira os olhos de um modo fofo e eu gargalho – Tia, seu presente está pronto.

— Oh, isso é maravilhoso.

— A vovó vai chamar todos….

— Pessoal, um pouco da atenção de vocês – Ele é interrompido.

— Olha ela ai – Sorrimos.

— Quero convidar todos para a área do jardim, onde faremos mais uma surpresa para o aniversariante do dia. Então, todo mundo lá para fora – E foi o que todo mundo fez. O Dior foi para o chão, mas continuou segurando minha mão esquerda enquanto Edward andava ao meu outro lado.

— O que vocês estão aprontando agora?

— Você vai ver – Todos nós somos orientados a nos posicionarmos em frente a uma tela branca e grande e então começamos a ouvir os primeiros chiados.

 

 

Oi pessoal, eu sou o Dior Cullen e esse é meu mais novo filme”.

 

A imagem do Dior aparece e todos mostram um pequeno sorriso por sua fofura. Diferente do menino forte e nada tímido que apareceu no vídeo, o Dior agora esconde seu rosto em mim e eu o pego no braço.

 

O meu filme vai se chamar ‘As câmeras e suas capturas fantásticas’, o filme é sobre o meu tio Ed Cullen, o homem que eu amo muito e quero ser como ele quando crescer. Mas vô, não fica com ciúmes, eu também te amo muito”. Todos riem com isso.

 

Então, espero que todos apreciem e se divirtam. Solta a vinheta, tio Jazz”.

 

Olhei para Edward e ele encarava a tela vidrado.

 

E então um filme começou a passar. Tinha cenas do show do Edward, cenas dos bastidores, dos seus encontros com fãs, seu dia a dia em casa, com a família, amigos. Momentos meu e dele que nem sabíamos que ele tinha gravado.

 

Tiveram algumas cenas que nos emocionaram bastante, como outras que nos fizeram rir muito. Os créditos começaram a subir e todos aplaudiram entre gritos e assovios.

 

— Dior, foi maravilhoso – Falo para ele.

— Vem cá – Edward o toma de meus braços – Você é o sobrinho mais incrível do mundo, estou estonteado.

— Obrigado, tio Ed.

— Você vai ser um ótimo cinegrafista ou diretor.

— Não, eu cansei dessa profissão. Eu agora quero fazer outra coisa – Faz cara de paisagem.

— Bom, essa profissão durou mais que as outras, acho que é um novo recorde – Rose fala ao se aproximar e beija sua bochecha – Estou orgulhosa de você.

— Não foi só eu, a tia Bella também me ajudou muito. Esse presente é meu e dela – Edward o põe no chão e vem me abraçar.

— Obrigado, você é a melhor namorada que eu poderia ter – Recebo um beijo rápido.

— Fiz o que pude.

— Eu te compenso depois – Pisca para mim e sorriu.

 

O dia foi maravilhoso e a festa se estendeu até a madrugada.

 

Enquanto Edward se despedia dos seus últimos amigos, eu estava sentada na varanda com um Dior desmaiado em meus braços. Me sinto tão realizada que só posso agradecer por tudo e ficar feliz por saber que amanhã eu ainda vou ter tudo isso comigo, ao meu lado.

 

— Você quer ir para meu apartamento ou ficamos por aqui mesmo? - Pergunto quando ele senta ao meu lado.

— Por mim podemos ficar, está tarde.

— Tudo bem, deixa eu te ajudar com esse fardo de feijão – Ele tentou puxá-lo de mim, mas seus braços de apertaram mais a mim.

— Esquece, eu levo – Ele não tira a mão de mim enquanto andamos até dentro de casa.

— Rose vai ficar conosco hoje – Emm fala.

 

Ele chegou ontem também, assim como o Edward, ou antiontem. O negócio é que ele e a Rose tem agido estranhos desde então. E acho que todo mundo já percebeu que tem algo acontecendo, só eles que pensam que estão sendo discretos.

 

— Rose, vou colocar ele no quarto ao lado do meu. Boa noite, pessoal – Ed e eu subimos. Deixo o Dior confortável na cama e o beijo antes de sair.

 

Fecho a porta atrás de mim e me jogo na cama. Edward faz o mesmo.

 

— Eu não vou mesmo tomar banho – Resmungo com um bocejo.

— Eca, como você é porquinha – Fala. Levanto um pouco a cabeça e o fito.

— Você vai tomar banho?

— Nem ferrando, estou com preguiça demais para isso.

— Então seremos dois porquinhos dormindo juntos – Rimos e ele deita a cabeça em meu colo, abraçando minha cintura.

— Faz cafuné em mim, é tão bom – Afundo a mão em seu cabelo.

— Vai deixar seu cabelo crescer? - Puxo uma mexa.

— Não, mas não acho que já esteja grande o suficiente – Dá de ombros.

— Tudo bem, só não vire aqueles homens de cabelo enorme, isso não se encaixa de jeito nenhum em minha vida – Ele ri.

— É tão bom estar assim com você, senti muita falta disso – Beija minha coxa.

— Também senti falta disso – Puxo levemente suas mexas presas em minha mão em forma de carinho. Ele sempre se arrepia todo.

— Precisamos ser mais firmes, não podemos nos separar por qualquer coisa – Levanta e me encaixa entre suas pernas – Vamos fazer uma promessa.

— Ih!, lá vem. Edward, não nos separamos, você só está viajando enquanto eu fico aqui – Ajeito-me melhor.

— É sério – Ri – Temos que fazer uma promessa. Não vamos nos separar por qualquer coisa, podemos até discutir e passar um minuto no máximo sem nos falar, não mais que isso, ok? - Balanço a cabeça achando engraçado seu tom de seriedade – Bella, você tem que levar a sério.

— Ok, desculpe – Pigarreio – Pode continuar.

— Só temos o direito de nos separar um do outro quando não houver mais amor, quando não estivermos mais suportando a presença um do outro ou qualquer outro motivo que seja pesado demais para suportar – O encaro tentando não rir.

— Posso me separar de você quando não suportar mais seus roncos? - Faz cara de chocado.

— Só se também valer para o fato de você comer toda a comida da casa – Bato nele.

— Eu não faço isso, que horror – Ele caí na gargalhada.

— Mas prometa, Bella – Suspiro.

— Tudo bem, eu prometo que não vou te deixar ao menos que eu tenha um bom motivo para isso. Fora isso, não te deixarei nunca.

— Eu também prometo – Levanta a mão direita.

— Seu bobo – Roubo um beijo dele – Agora vamos dormir que já estou vendo cinco de você.

 

Nos ajeitamos na cama e ele me abraça. Uns minutos de silêncio depois, ele me catuca.

 

— Bella?

— O quê?

— Os cinco caras que você estava vendo, era tão gatos quanto eu?

— Ah Edward, vai se ferrar. Eu tava quase dormindo – Ele gargalha.

— Foi mal, é que perdi o sono.

— Mas eu não, boa noite.

 

 

 

 

 

 

— Bella, vem logo. Vamos perder a reserva – Charlie grita do carro.

— Já estou indo, estou calçando o sapato.

 

 

Todo mundo resolveu almoçar fora hoje, já que a família está grande e minha abençoada mãe deu folga as empregadas. Eu que não ia cozinhar, então foi melhor assim.

 

Nos dividimos entre os carros e fomos embora. Minha barriga já estava roncando alto.

 

 

— Eu não acredito que ela fez isso – Emm só faltava relinchar de tanto rir das histórias que o Edward contava sobre as fãs malucas dele.

— É, espero que isso tenha acontecido antes de eu te conhecer.

— Para o meu bem, aconteceu antes mesmo – Ele beija minha bochecha.

 

Emm de repente parece nervoso, levanta rapidamente da cadeira, derrubando sua taça.

 

— Emm, presta atenção – Renee o repreende.

— Vou ao banheiro – Sai andando/correndo e ainda entra no lugar errado. Logo vimos o garçom o expulsando da cozinha.

 

Rose olha toda a cena com cara de atordoada.

 

— Ele está bem? - Pergunto para ela.

— Eu não sei. Por que eu saberia? Eu não sei de nada – Fala afobada.

— Calma, relaxa. Eu em, todo mundo resolveu enlouquecer hoje?

 

Quando nosso almoço já estava servido, o Emm volta com a cara vermelha, como se tivesse jogado água ou sei lá, pode ser suor, e também desconfiado. Puxa uma cadeira perto da Rose e senta.

 

— Pessoal, eu quero falar uma coisa para vocês.

— Eita, vai assumir que é gay – Lyne zomba e eu não seguro a gargalhada.

— Calada, peste – Ele fala entre dentes.

— Emmett, fala logo o que é. Você engravidou alguém?

— O quê? - Ele e Rose falam ao mesmo tempo.

— O quê? Não, parem de tentar adivinhar.

— Então desembucha logo – Edward fala impaciente.

— É que… Bem… Eu e a Rose estamos juntos a algum tempo.

— Nossa, que bosta – Lyne fala.

— Filho, todo mundo já sabia disso.

— É verdade, vocês são péssimos em disfarçar – Falo.

— Grande novidade.

 

Tudo isso todo mundo foi falando de uma vez só. O que se tornou um burburinho alto.

 

— Gente, deixa ele falar – Edward entra no meio para o defender.

— Já que os gênios aqui já sabiam, pois bem, hoje queremos oficializar nosso namoro.

— Mas você nem fez o pedido – Rose fala.

— Ursinha, isso você sabe que eu resolvo depois.

— Ai gente, pelo amor de Deus, olha a censura – Lyne resmunga ao meu lado.

— Poupa os detalhes, queridinho, ninguém quer saber.

— Eu não entendo porque vocês estão sendo tão maus comigo – Senta emburrado.

— Oh meu Deus, venha cá – Levanto e vou até ele e o abraço – Você sabe que essa família não presta, não perde uma chance de praticar bullying.

— Odeio vocês, arruinaram meu dia.

— E você o meu almoço com essa conversa ai de recompensa – Lyne fala.

— Tudo bem, tudo bem, peguem leve com meu maninho. Todo mundo parabenizando o casal e voltemos a comer porque acho que já chamamos atenção demais, não é mesmo?

 

Finalmente todo mundo relaxou e aos poucos as brincadeiras foram dando lugar as parabenizações.

 

— Fico muito feliz que vocês se assumiram – Confesso – E muito mais feliz que meu irmão está com uma pessoa tão querida.

— Obrigada, Bella – Rose me abraça.

— É por isso que você tava com aquele papo sobre minha família gostar mesmo de você?

— Talvez…

— Sua besta – Riu de sua cara.

— É uma pena que a Nessie e o Jake não puderam vir – Emm comenta.

— A Nessie não quis andar de avião na situação que ela está.

— Mas não é a partir de oito meses que não pode andar mais? - Esme fala.

 

Ah, é mesmo, esqueci de mencionar: a família do Edward também está entre nós. É que eles estavam tão calados!

 

— Só que ela é maluca, e o Jake não ousa discordar de nada – Edward fala. Pois é, ele já conhece bem a Nessie.

— Enfim, perderam muita coisa. Inclusive a revelação do casal do ano.

— Ih, já vai começar – Emm choraminga e a zoeira começa tudo de novo.

 

Ô família pra gostar de um bullying. A Lyne é a primeira da fila, nunca vi gostar tanto de envergonhar o próximo.

 

 

 

 

 

 

— Querida, não vá. Diga que está doente ou coisa assim – Edward está me prendendo embaixo de seu corpo enquanto tento me levantar para ir trabalhar nessa manhã de segunda.

— Ed, eu também não estou feliz de ter que ir trabalhar. Porém eles já estão rodeando os funcionários para demissão e eu dando desculpas para faltar, vai ser meu fim.

— Deixa de ser assim, eles não vão te demitir – Cutuco sua cintura, onde ele senti coscas, e consigo me levantar – Isso foi golpe baixo.

— Aproveita o dia para sair com o Emm e o Dior, vai fazer alguma coisa de bom. Volto às 17:00.

— Traidora – Ele grita antes de eu sair e eu apenas sorriu.

 

 

 

 

Desde que entrei no hospital que passo a mão no meu rosto e não encontro nenhuma sujeira. Então, por que está todo mundo me olhando estranho?

 

Entro em minha sala e uma Patty afobada quase derruba a porta.

 

— Ah amiga, eu sinto tanto. Se eu pudesse ter feito algo, teria te defendido com unhas e dentes.

— Do que você está falando?

— Você ainda não foi comunicada?

— Sobre o quê?

 

Nesse mesmo instante o Gregory, o chefão dos chefões, entra em minha sala.

 

— Isabella, posso falar com você a sós? - Ai não!

— Te vejo mais tarde – Patty pede licença e fecha a porta.

 

Ele suspirou e tomou a cadeira a minha frente.

 

— Eu estou demitida, não é? - O modo como ele me olhou já disse tudo.

— Desculpe, Bella. Você sabe que eu sempre procurei te preservar aqui, você é uma das melhores que já tivemos. Mas os tempos estão difíceis e precisamos fazer cortes…

— E os mais antigos são os que mais dão despesa, eu sei bem disso.

— Eu sinto muito, faria diferente se tivesse outra escolha.

— Tudo bem – Tudo bem o cacete. Estou me mordendo por dentro para não falar um monte de merda, mas preciso me controlar.

— Você já pode ir para casa. Resolvemos sua situação amanhã – Caminha até a porta e vira para mim mais uma vez – Realmente sinto muito.

 

Quando ele fecha a porta, eu me levanto segurando as lágrimas e pego uma caixa que sempre deixava guardada em meu armário na sala. Começo a guardar meus pertences dentro dela e de uma forma bem humilhante, porque agora eu entendia o porquê todo mundo tava me olhando, pego a caixa e passo pelo interminável caminho até meu carro.

— Eu não vou chorar, não vou chorar – Ligo o carro e saiu de lá sem olhar para trás.

 

Meu celular começa a tocar e penso em não atender. Só que é o Edward.

 

— Bom dia, baby. Acordei pensando em você e tive que ligar – Não dou atenção para sua brincadeira. Mas não quero estragar seu dia com meus problemas.

— Bom dia – Droga, se ele perguntar como estou, eu não vou aguentar.

— Que voz é essa?

— Nada.

— Bella, o que você tem?

— Nada…

— Okay, desembucha logo. O que houve? - Fico em silêncio tentando engolir o bolo que se formava em minha garganta.

— Querida…

— Eu fui demitida – Tarde demais. O choro veio livre como a chuva caindo do céu – Fui fodidamente demitida – Repito.

— Ah Bella, mas que droga – Suspira do outro lado – Sinto muito por isso.

— Eu te disse que eles estavam estranhos, eu senti isso. Malditos, como puderam fazer isso comigo!

 

Bato com violência no volante. Não vejo que o sinal fechou e passo correndo, os carros buzinaram para mim.

 

— Bella, você está dirigindo?

— Eles são uns babacas, me dispensaram como se eu fosse um nada!

— Bella, encosta o carro – Pediu. Por mais que minha visão não estivesse uma das melhores para dirigir, eu só queria chegar em casa.

— Como são ingratos! Eu dei minha vida por aquele hospital, fiz de tudo – Mais um carro buzina forte para mim e Edward grita.

— Isabella, para já esse carro – Dessa vez eu freio bruscamente e paro o carro, sem me dar conta de que já tinha chegado em casa. Cacete, eu estava a mais de cem.

 

Apoio minhas duas mãos no rosto e choro, ponho para fora tudo o que queria desde o momento que o Gregory entrou naquela sala.

 

— Amor, você precisa se acalmar. Estou longe, mas vou voltar para casa. Você está me deixando preocupado – Pede.

 

Tento falar algo, contudo toda vez que abro a boca, um novo soluço sai dela.

 

— Vai ficar tudo bem, não adianta entrar em desespero agora. Por favor, se acalme, eu preciso saber que você está bem.

 

Um tempo depois, eu recupero minha dignidade e respiro fundo antes de responder.

 

— Eu estou bem, já estou em casa. Não precisa vir, não venha – Ele parece aliviado ao falar.

— Já está dentro de casa?

— Estou subindo – Falo saindo do carro.

— Já estou indo.

— Prefiro ficar sozinha. Não venha agora, por favor – Murmuro.

— Não acho uma boa ideia, você vai afundar naquele sofá, comer todo chocolate que há na sua geladeira e passar o dia assistindo série. Isso não parece nada bom para mim – Acabo rindo.

— Idiota! - Fungo – Se a Renee ou Lyne vierem para cá, ai sim eu vou enlouquecer. Dispenso, vou ficar bem melhor sozinha.

— Eu posso deixar o Skype ligado e você me acompanhar o dia todo.

— Nossa, isso parece bem triste e entediante – Brinco.

— Melhor que suas séries – Provoca – Posso até fugir um minuto e fazer um strip-teaser pra você.

 

Agora sim eu gargalho com força.

 

— Você definitivamente não existe!

— Promete que não vai ficar chorando pelos cantos que nem uma mulherzinha? - Ele percebe que estou mais relaxada e aproveita pra fazer piada.

— Vou me esforçar – Riu.

— Fica bem, eu volto para casa assim que possível já que você não me quer mais. Se quiser conversar, pode me ligar a qualquer momento.

— Obrigada – Meu coração se enche de amor – Até mais.

 

Ele manda um beijo e desligada.

 

Retiro meu lindo, agora não necessário, jaleco e o guardo no closet. Pego uma roupa qualquer e me troco, indo logo para cozinha descontar minha tristeza na comida.

 

Para não assistir TV sozinha, vou até o quarto e pego meu amigo Dino ou Barney, agora já nem lembro bem o seu nome. Faz tanto tempo que não “brinco” com o coitado, o deixei totalmente de lado.

 

— Oi querido, hoje você vai ser minha companhia. O que gostaria de assistir? - Faço de conta que o escuto – Nossa, você leu a minha mente. Vamos assistir então o High School Musical.

 

Como minha vó dizia: Quem canta, seus males espanta! Então, vamos cantar e dançar pra essa má energia ir embora de perto de mim.


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Notas finais do capítulo

Estão gostando?
Comentem sobre tudo, não precisam ter vergonho ou medo. Se tiver ruim, pode dizer. E se tiver bom, pode dizer também.
Beijão para todos vocês. Os vejo muito em breve, se Deus e minha criatividade permitir.



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