Viro para o lado e o sol bate forte em meu rosto. Vou abrindo-os aos poucos até se acostumarem com a luz e tomo um susto ao ver Edward sentado a minha frente com uma xícara nas mãos.

– Boa dia, baby – Sorri com sua cara amassada.

– Oi – Sento no sofá e me espreguiço. Ele estende para mim uma outra xícara e sinto o cheiro do café. Ele se levanta, agora vestido com uma calça moletom, e senta ao meu lado.

– Me desculpe por ontem, estou me sentindo um idiota – Ergo uma sobrancelha, enquanto dou uma golada no café, sem entendê-lo.

– Eu, bêbado, pelado ao seu lado. Fedendo – Fala sem graça.

– Não é como se eu não já tivesse dormido com você pelado ao meu lado – Tento brincar, mas ele não ri.

– É sério, Bella, eu me sinto mal. Sem falar que eu deveria ter vindo para casa com você – Pouso a xícara na mesinha e o beijo nos lábios.

– Tudo bem, você estava empolgado, contente com o sucesso do show, eu entendo – O beijo de novo – Esquece isso, eu não ligo – Não muito.

– Ok – Me olha desconfiado – Se você não se importar, quero te levar a um lugar.

– Onde? - De repente me sinto curiosa e animada.

– É surpresa – Sorri e se levanta – Vai se arrumar enquanto eu faço uma ligação.

– Está bem – Levanto e ignoro a dor na coluna que estou sentindo. Corro para o banheiro e tomo um banho legal, depois visto minhas roupas bacanas e pego meu casaco de frio.

– Vamos? - Apareço na sala, toda animada.

– Caramba, você foi rápida, em – Segura minha mão e saímos do quarto.

Edward para o carro em frente a uma casa branca com marrom, enorme, e segura minha mão em um modo encorajador. Onde diabos nós estamos?

– Edward...

– Calma, você já vai entender tudo – E sai me arrastando e paramos perto da porta e ele toca a campainha. Com pouco tempo, uma loira com aparência de anjo, abre a porta e abre um enorme sorriso para nós, quer dizer, para ele, já que eu não faço a menor ideia de quem seja.

– Maninho, que bom que chegou – Maninho? Espera, ela sabia que a gente vinha?

– Oi, Rose – Ele solta minha mão e lhe abraça todo feliz.

– Entrem – Abre mais a porta e nós entramos – Quando soube que você vinha para NY, fiquei tão feliz. Já faz meses que não nos vemos – Sorri e como se estivesse esquecendo algo, seus olhos se abrem mais que o normal – Meu Deus, como estou sendo mal educada. Olá, eu sou a Rosálie, irmã do Edward.

– Eu sou a Isabella, mas me chama de Bella – Ela segura minha mão e me puxa para um abraço. Dou um sorriso pela surpresa e a abraço também. É um abraço bom, verdadeiro. Já me sinto mais à vontade e sei que vou gostar dela.

– Pode me chamar de Rose, é para os mais íntimos – Sorri para mim.

– Calma, Rose, não assusta minha namorada – Opa, namorada? É o que eu sou dele? Mas ele nunca me pediu nada.

– Bella, eu tenho tanta coisa para falar contigo – Nesse momento, escutamos uma correria na escada e vejo um pequeno menino correndo em nossa direção.

– Tio Ed – E se joga encima dele, fazendo Edward soltar uma gargalhada alta.

– Oi, sobrinho lindo – O beija no rosto – Como vai o meu cientista mais lindo do mundo.

– Eu não sou mais cientista, eu agora sou um cineasta – Sorri orgulhoso.

– O Dior muda de profissão toda semana – Rose sussurra para mim.

– Ah, sei – A olho sorrindo – O nome dele é Dior? Dior como a marca de grife?

– A Rose é uma pessoa viciada em roupas de grife e acabou dando esse nome ao meu lindo – Edward fala com ar de deboche.

– Não enche, idiota – Ela lhe joga uma almofada – O Ed não me deixa em paz por causa disso. Você acha estranho, Bella? - Os dois me olham.

– Bom... É... É um nome bem interessante – Tento me sair dessa. Edward não é nem um pouco discreto e solta uma alta risada e o olho de cara feia.

– Se você diz – Fala.

– Oi rapazinho, como vai? - Ele se aproxima de mim e sorri sem jeito.

– Vou bem – Passa a mão no meu rosto e fico um pouco sem graça – Você é bonita – E uma câmera de mão é apontada para meu rosto.

– Nossa, obrigada – Fico um pouco encabulada porque eu não sei lhe dar muito bem com criança. Não é que eu não gosto, só não sei como agir com elas – Você também é muito lindo.

– Eu pareço com o meu pai, é o que dizem – Dá de ombros e continua me filmando.

– O Dior é adotado, a mãe dele era amiga da Rose e mãe solteira. Ela morreu no parto e a família dela não o quis – Edward sussurra para mim enquanto a Rose foi até a cozinha. Olho para o pequeno Dior e já sinto uma ternura por ele. Ele continua filmando alguma coisa lá fora, pela janela, e vira a câmera para nós quando quer.

– Ele gostou de você, Bella. Nunca o vi tão animado com uma pessoa – Fala Rose voltando da cozinha – O pato está quase pronto.

– Pato? - Não consigo me segurar – Eu amo pato.

– Bem, isso é ótimo. Já ganhei créditos com minha querida cunhada – Sorri orgulhosa e a acompanho.

– Tio Ed, o senhor podia me levar na sua turnê, assim eu podia fazer o filme sobre você.

– Quantos anos você tem mesmo, Dior?

– Tenho 6 anos, mas vou fazer 7 daqui alguns meses – Fala como se fosse fazer toda a diferença.

– Nossa, está ficando bastante velho – Dior estufa o peito ao ouvir isso e sorriu.

– A Bella podia ser a minha musa inspiradora, a atriz principal e você o ator principal.

– Hey, pensei que eu fosse sua musa inspiradora – Rose se faz de ofendida.

– Desculpe mamãe, os planos mudam – Encolhe os ombros em sinal de desculpa. Bom, será mesmo que esse menino tem 6 anos? Fico o encarando por uns minutos, até Edward me cutucar discretamente.

– Ele é de dar medo, não é?

– Só... um pouco avançado – Edward o fita.

– Ele diz que quando morrer, quer que a gente doe o cérebro dele para estudos científicos.

– Isso sim é muito estranho... e humilde da parte dele.

– Vocês dois podem falar mais alto? A câmera não está captando o áudio.

– Querido, desligue essa câmera um minuto, sim?

– Mãe, eu tenho que pegar cada momento possível.

– Mas isso está deixando nossos convidados desconfortáveis.

– Pode deixar, Rose, eu não ligo. Eu tenho uma mãe que tem essa mesma mania de gravar tudo, ela gravava até eu indo fazer xixi quando eu era pequena. Eu tentava reclamar, mas ela dizia que um dia eu ia agradecer a ela por isso – Abro um pequeno sorriso ao lembrar disso.

– Sua mãe parece ser uma pessoa adorável – Diz Rose.

– Ela é sim – Edward responde por mim – Deixa eu te contar o que ela aprontou... - E assim Edward contou cada coisa que passou com a minha mãe. Rose e Dior se divertiam bastante com as histórias e eu só ficava quieta, ouvindo e prestando atenção, era bom ver a empolgação do Edward ao falar da minha família.

[…]

– Edward, você tem que voltar com mais frequência, eu me sinto muito sozinha aqui às vezes.

– Vou dar um jeito, pode deixar – Eles se abraçam.

– Bella, foi incrível te conhecer, você é uma das melhores pessoas que conheci. E se até o Dior concorda com isso, você tem que aceitar – Ela olha para o Dior, que se encontra no meu braço por não estar conformado por eu ter que ir embora, e ele se aperta ainda mais a mim – Filho, uma hora você vai ter que deixar a Bella ir.

– Mas ainda está cedo – Resmunga sobre o meu pescoço.

– Você disse isso nas outras últimas vezes – É, ele vem dizendo isso sempre que dizemos que temos que ir – Venha comigo – Tenta pegá-lo e ele se encolhe.

– Cara, essa mulher é minha. Cresce e vai catar a sua, solta ela agora – Edward tenta se fazer de sério. Eu não estou numa situação muito confortável, na verdade estou bem sem graça.

– Mas tio... - Fala já derrotado e Rose aproveita para puxá-lo de mim – Vocês podem ficar.

– Dior – Penso em algo legal para falar – A gente tem que ir porque temos a nossa casa. Mas, vamos fazer o seguinte, quando viermos da próxima vez, eu fico mais tempo com você e te ajudo com o filme – Falo isso, porque assim como o Edward disse, ele muda de profissão a cada semana e sei que não vou precisar me preocupar em cumprir minha "promessa".

– Você promete? - Ele fica mais interessado – Mamãe, me põe no chão, preciso fazer uma coisa – Sacode os pés.

– Não vai mais agarrar a Bella? - Escode o riso.

– Não é para isso – Ela o solta e o mesmo sai correndo escada a cima. Pouco tempo depois, ele volta correndo e me entrega uma câmera parecida com a sua.

– Bella, você poderia me ajudar desde já. Leva essa câmera com você e grava o tio Ed no dia a dia dele – Fala animado.

– Sem nem mesmo me pedir permissão? - Edward o olha sério.

– Tio, eu sei que você gosta disso – Revira os olhos e não consigo segurar o riso.

– Ok, eu posso fazer isso por você, Dior – Sorriu carinhosa para ele e guardo a câmera na bolsa.

– Agora nós vamos, obrigado por ter libertado minha garota – Edward dá um último beijo no Dior e depois na Rose e nós vamos embora.

Assim que chego no hotel, trato de trocar de roupa e cair na cama. Não me entendam mal, eu não sou uma “porquinha”, eu gosto de tomar banho, o negócio é que hoje está muito frio. E para provar isso, até mesmo o Edward não tomou banho.

– Você está muito pensativa – Edward deita ao meu lado e deita com os braços cruzados atrás da cabeça – O que se passa ai dentro?

– Ah, não é nada. Eu tenho essa mania de me distrair do nada.

– O que achou de hoje? Gostou mesmo da minha irmã e sobrinho?

– Sim, eles são adoráveis. Obrigada por ter me levado para conhecê-los.

– Eu notei que você estava se sentindo um pouco deslocada, sozinha, esses dias. Daí eu lembrei da Rose e quis te apresentar, assim, talvez, vocês possam fazer companhia uma a outra. Eu sei que te deixo sozinha.

– Só às vezes – Entrouxo um pouco a boca – Mas você tem que parar de pedir desculpas. Eu já falei que entendo e que é o seu trabalho. E agora eu tenho a Rose – Sorriu ao lembrar dela – Ah, e o Dior. É um menino bem esperto para a idade dele.

– Ele gostou mesmo de você. Tem que ver como ele se comporta quando chega outras visitas na casa dele. Ele as cumprimenta e praticamente implora a mãe para que ele possa ficar em seu quarto. Por isso a Rose ficou surpresa quando ele ficou todo animado com você.

– Fico honrada.

– Você não gosta muito de crianças, não é?

– Não! O que? Não, eu gosto sim. É que, bem, eu não sei exatamente o que eu devo falar com elas, como devo me portar. Sabe, essas coisas.

– Pode tratado de aprender, porque você viu, o garoto não vai mais desgrudar de você. Pode dizer, ele é um menininho assustador, não é? E o nome então – Bato nele por estar praticando bullying com o próprio sobrinho e ele gargalha – Pode dizer, eu não conto a Rose.

– Eu já disse, é um nome interessante.

– Você é muito gentil, isso sim – Ele suspira – Eu gostaria de um dia ter um filho como ele – E isso fez com que o clima ficasse estranho.

– Hum – É o que consigo falar.

– Bella, eu notei como você ficou tensa quando eu mencionei que você era minha namorada – Opa, o assunto que eu também queria tocar – Você não se sente bem em eu te chamar assim?

– Não, não é isso... É só que... bem, eu não pensei que você me visse assim e também você não pediu...

– Ah, você quer que eu peça?

– Edward... - Mas ele já estava se levantando e ficou encima de mim, apoiado em seus joelhos e segurou minha mão.

– Isabella, Bella, esse não é o momento mais perfeito e eu não estou em minhas melhores roupas – Sorriu e dou de ombros – Mas, eu sei que tenho que fazer isso, é o jeito certo de fazer as coisas com você. Bom, dona Bella, eu sei que faz pouco tempo que nos conhecemos, sei que podemos estar indo rápido demais com tudo, mas eu posso te afirmar, que nesse momento, eu me sinto a pessoa, o homem mais confiante do mundo sobre uma decisão incerta. Eu quero que você fique comigo, que me suporte e quem sabe até me ame – Sorriu comovida – Então, a vossa senhoria gostaria de se tornar minha namorada? - Fala com a mão no peito e uma expressão de cavalheiro.

– Deixa só eu pensar um pouquinho, preciso consultar meu amigo Barney – Sim, eu coloquei nome no meu dinossauro de meio metro. E não me envergonho disso – Hum, ele disse que por ele tudo bem. Então... Eu aceito!

– Graças a Deus – Edward, ainda com a mão sobre o peito, faz um falso drama – Eu achei que você fosse me dispensar – Solto uma pequena risada e o puxo para um beijo.