So Far Away escrita por Taty Delicate


Capítulo 1
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Eeeeeei Jude (8) Divas e Divos!!!

Estou de volta e trouxe uma fic nova quentinha, saída do forno agora. Todas as informações necessárias estão na página principal da fic. Se você não leu, eu aconselho a você ler, só pra não ter surpresas desagradaveis depois.

Comeeentem e enjoy it!



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POV Edward

Estava sentado no sofá com minha esposa deitada em meu colo quando a sinto estremecer. Um gemido de dor escapou de seus lábios e comecei a me desesperar. Isabella se contorceu e segurou seu ventre como se segurasse sua vida. Seus gemidos iam aumentando até chegarem a gritos e meu desespero foi às alturas, principalmente pelo fato de eu a chamar e ela não me responder. Uma mancha vermelha começou a se espalhar pelo estofado e tudo que eu conseguia pensar era:

Não! De novo, não!

Isabella estava em seu oitavo mês de gravidez. Eu havia perdido a conta de quantas vezes ela havia engravidado e abortado antes de se quer chegar ao quarto mês. Sua idade não ajudava muito, já que ela tinha pouco mais de 41 anos, mas isso nem sempre fora o fator que a impedia de realizar seu sonho.

Isabella possuía muitos traumas.

Levantei rapidamente, mas sem me mexer muito, enquanto ligava para a emergência. Isabella gritava de dor e balbuciava coisas como o quanto ela amava nossa filha, que ela não queria perder outro bebê, que ela não aguentava mais essa situação, e como doía. Essa última parte me deixou mais em pânico ainda.

Dei o endereço de minha casa e disse que precisava de uma ambulância imediatamente. Logo, liguei para a obstetra que acompanhou todo nosso caso e disse que Bella estava sangrando. Ela disse que era plantão dela e que já nos aguardava. Desliguei o telefone e fui acudir minha esposa, que chorava desesperada pela perda do único feto que vingou.

Peguei-a delicadamente no colo e de repente, minha visão embaçou. Eu não conseguia ver muita coisa e tudo que eu conseguia sentir era seu peso em meus braços. Pisquei algumas vezes e minha visão clareou, já que minhas lágrimas caíram e escorreram pelo meu rosto. Eu não queria perder minha filha, eu não queria perder minha Bella, eu não queria perder minha vida, meu mundo, minha razão de viver.

Eu abraçava minha esposa com cuidado, sem saber o que fazer. Chorei enquanto ela estremecia e o sangue não parava de escorrer. Chegamos tão perto... tão perto.

O barulho de ambulância se aproximou e saí de casa, sem me preocupar com nada que não fosse a saúde de minhas duas meninas. Paramédicos saíram correndo de trás do carro e me ajudaram a colocar minha Bella em uma maca. Segurei sua mão e sentia que ela a apertava, mas seus olhos estavam fora de órbita. Seu sofrimento era óbvio, mas mesmo assim ela segurava sua enorme barriga de forma protetora. Minhas lágrimas não paravam de cair, mesmo que eu tentasse secá-las.

Meu Deus, quando isso ia acabar?

Sentei no banco que havia na ambulância e cuidados foram tomados com minha mulher. Injetaram algo nela e aos pouco ela foi se acalmando. Eu só esperava que isso não fizesse mal nem a ela e nem ao bebê. Eu não sabia quem escolheria se tivesse que escolher uma das duas, mas sabia que Bella daria sua vida para proteger a criança e isso me assustava. Decidi que se fosse entre as duas, eu escolheria Bella por que poderíamos até adotar um filho, mas eu não encontraria no mundo uma mulher que me fizesse tão feliz como ela fazia. Uma mulher que eu amasse tanto quanto eu a amava.

Rapidamente chegamos ao hospital e logo um mar de enfermeiros junto com a Dra. Rosálie, mulher de meu irmão, que fez questão de acompanhar nosso caso, vieram ao nosso encontro. Trouxeram tantas parafernálias a fim de acudir minha Bella que um arrepio de terror perpassou meu corpo. Nós não merecíamos aquilo. Isabella era uma mulher maravilhosa e seria a melhor mãe do mundo, se tivessem dado essa chance a ela.

Levaram minha esposa para uma ala de emergência e quando eu estava indo atrás, Rosálie me parou e disse:

— Edward, seguimos daqui. Farei o possível para ajudá-la, mas fique atento, pois o caso dela é grave. Não posso te dar garantias de nada, entretanto prometo fazer o que tiver ao meu alcance. Você terá que ser forte e paciente.

Assenti sem me mexer. Eu não podia perder Bella e nem Renesmee. As duas eram minha vida e o pensamento de nunca mais vê-las me estilhaçou por dentro. Rosálie entrou pela porta em que minha mulher havia passado e comecei a andar de um lado para o outro. Não conseguia pensar em nada a não ser em Bella. Bella sangrando e gritando, Bella sofrendo, Bella com dor.

Nem percebi que mais lágrimas caíram sem meu consentimento. Eu era um policial treinado e experiente, não havia muitas coisas que podiam me abalar. Entretanto, ver Isabella naquele estado depois de tudo que passamos, depois de tudo que ela passou, me fazia querer tomar sua dor para que ela não precisasse passar por nada disso.

Quando ia me virar para dar mais passos para lá e para cá, sinto braços me rodeado e algo molhando minha camisa. Era Esme, minha mãe. Atrás dela, estava meu pai com uma expressão sofrida, lotado de uma compaixão que eu não entendia como ele era capaz de sentir em tamanha quantidade. Emmett estava ao seu lado e ver minha família ali fez com que o aperto em meu peito se anuviasse um pouco. Abracei minha mãe com força e chorei em seu pescoço, como fazia quando era uma criança.

Sempre que Bella perdia o bebê, eu tinha que ser forte para consolá-la, mas nem aqui comigo minha esposa estava, então eu não precisava ser forte. Eu precisava ter um colo e aceitar o carinho que só minha mãe podia me dar, por que eu estava cansado. Estava exausto de nunca conseguir realizar o sonho que Bella e eu tínhamos. Chorei tudo que não pude chorar nesses anos e meus soluços eram tão sofridos que eu sabia que qualquer pessoa que estivesse por perto choraria comigo.

Depois de horas, onde eu tinha chorado, soluçado, dormido no colo de minha mãe, logo acordado com um pesadelo e voltado a andar para lá e para cá como um louco impaciente, a mulher de meu irmão apareceu no corredor em que estávamos. Ela estava vestida com uma roupa verde de cirurgia e ostentava uma touca na cabeça. Havia alguns pingos de sangue em sua roupa e isso me assustou como o inferno. Sua expressão era triste e dado o fato dela ser médica, não era muito comum ela ter alguma expressão ao dar noticias ruins.

— Diga-me que ela está bem.

Me aproximei rapidamente e parei em sua frente. Ela continuou me encarando com aquela expressão e meus olhos se encheram d’água, por que seja lá o que tinha acontecido, era grave. Eu não podia aceitar que tinha perdido uma das duas, ou as duas. Meu coração estava se partindo aos pedaços a cada instante em que Rosálie continuava em silêncio.

— Rosálie, diga que minhas meninas estão bem. Diga-me que conseguiu salvá-las.

Parecia que ninguém respirava naquele momento e eu sentia que Rosálie também não o fazia. Vi seus olhos brilharem com lágrimas e aquilo me fez desmoronar. Peguei em seus braços e comecei a sacudi-la em busca de respostas.

— Meu Deus, que inferno! Diga alguma coisa! Diga alguma coisa!

— Edward...

Emmett se aproximou, mas Rosálie levantou a mão em um claro sinal para que ele parasse. Olhei dentro de seus olhos castanhos e vi quando uma maldita lágrima escorreu em seu rosto perfeito. Aquilo foi minha confirmação. Eu havia perdido uma das duas... ou as duas.

Soltei-a e paralisei, sem conseguir esboçar nenhuma reação. Vi seus lábios se moverem dizendo “eu sinto muito” e meu mundo caiu. Eu sentia cada fibra do meu corpo desmoronar enquanto eu me encostava na parede e escorregava até o chão. Minha garganta ficou seca e um nó se estabeleceu ali.

— Não! – sussurrei enquanto puxava meus cabelos – Não, não, não – levantei a cabeça e encarei minha família que chorava e me olhava com pena – NÃO!

— Edward, eu preciso que se acalme.

Disse Rosálie enquanto era abraçada por seu marido e chorava em eu peito. Ela era uma excelente profissional, fria, dona de seus atos e lidava bem com más noticias. O fato dela estar chorando fazia com que o desespero e a incredulidade batalhassem dentro de mim em uma guerra que eu não tinha certeza quem venceria. Eu não coseguia ver nada em minha frente. Tudo que eu podia ouvir era o som do meu coração se partindo aos pedaços e caindo no abismo que se formava em meu peito.

— A hemorragia interna de Isabella não pode ser contida. Sua pressão estava alta e não podíamos medicá-la sem prejudicar o feto. Fizemos tudo que esteve ao nosso alcance. Isabella foi forte até o fim e sua Renesmee nasceu. Agora ela está em uma incubadora, já que é prematura. Ela ficará bem com todos os cuidados que receberá daqui em diante. Porém, Bella já lutou durante muito tempo, Edward. Infelizmente, nossa garota não resistiu.

As palavras de Rosálie se gravaram em minha mente e uma total cacofonia tomou conta de meu cérebro. Eu não conseguia entender nada, não conseguia sentir nada, mal conseguia respirar. Perder a única mulher que amei em minha vida depois de todo o sofrimento que passamos me matou por dentro. Eu sentia que minha alma estava indo embora junto com a de Bella e eu não sabia como poderia viver sem um pedaço de mim. Sem minha Isabella.

E tudo por culpa daquela maldita criança!

Por que, meu Deus? Por que?

Nós podíamos ter adotado alguém depois de tantas vezes tentarmos e não gerar resultados. Isabella estaria feliz ao meu lado, com nosso filho ou filha recebendo todo o amor e toda dedicação que eu sei que daríamos a ele. Nossa vida era simples, mas eu sei que poderíamos ter sido felizes. Ela estaria viva agora.

Estaria viva agora!

Aquela criatura matou minha Bella! Tirou ela de mim depois de Bella lutar tanto para colocá-la no mundo. Todo o amor que eu sentia por Renesmee estava sendo substituído pelo ódio que senti ao perceber que a culpada de tudo era aquela criança, aquela que Bella deu sua vida para colocar no mundo. Ela estava viva e bem em uma incubadora, tendo muitos e muitos cuidados, enquanto minha Bella jazia morta em uma sala de cirurgia. Não era justo. NÃO ERA JUSTO!

Levantei-me e não olhei para trás. Eu precisava sair dali, precisava fugir daquela situação. Eu sabia que estava sendo um covarde, mas eu não tinha outra escolha. Não sabia o que fazer. De repente, me senti sem ar, sem chão.

Eu precisava sair dali.

Minha Bella está morta.

— Edward! Edward, onde você está indo?

Meu amor está morto.

— Edward, pelo amor de Deus, você precisa se acalmar!

Minha vida está morta.

— Edward, sua filha precisa de você!

— NÃO! – Me virei, não me importando com quem estivesse ouvindo ou se eu estava tratando minha família, a única que sempre me apoiou e que sempre fora minha base, mal – ELA NÃO É MINHA FILHA! ESSA CRIATURA TIROU BELLA DE MIM! EU NÃO QUERO NADA QUE TENHA A VER COM ESSA... COM ESSA COISA! NÃO QUERO VÊ-LA, NÃO QUERO TOCÁ-LA, NÃO QUERO RESPIRAR O MESMO AR QUE ELA!

Saí não me importando se tinham pessoas que me olhavam, se minha família viria atrás de mim, se aquela criatura que tirou Isabella de mim precisava de algo. Não me importei com mais nada.

Eu sabia que não estava em condições de dirigir e o policial que existia em mim me alertou disso assim que vi meu carro. Desviei dele e comecei a sair do estacionamento do hospital. Andei a esmo sem saber aonde ir, afinal eu perdi meu rumo quando Isabella respirou pela última vez. Deus, como eu a amava! Tanto sofrimento, tantas perdas, para ela me deixar aqui sozinho, com uma criança que eu não queria.

Eu deveria ter parado. Eu deveria ter parado e dito a ela que adotássemos alguma criança, por que a cada aborto minha Bella ficava mais depressiva, sua saúde ficava mais debilitada e todos notavam isso. Demorou anos para que eu a convencesse que eu a amava e nos casássemos. Sete anos não foram o suficiente para que eu vivesse ao lado de uma mulher tão maravilhosa quanto minha Bella. Eu a queria de volta, eu precisava dela como precisava de ar. Meu primeiro e único amor.

Andava pelas ruas quase desertas de Forks sem realmente pensar aonde ir até que vi um grupo de pessoas em torno de algo, batendo palmas. Não me importei e passei por elas, sem nem olhar. Quando estava me afastando, ouvi a voz de um homem dizendo o nome da banda favorita de minha mulher.

— Agora, vou cantar uma música de uma banda muito especial para mim chamada Avenged Sevenfold. Por favor, apreciem sem moderação.

Mais palmas e alguns risos soaram e fui compelido a me juntar a pequena multidão de pessoas. Em pé, estava um homem de estatura mediana, pele parda, cabelos castanhos e longos, com uma barba grotesca e roupas sujas e velhas. Ele segurava um violão preto e no chão, havia um chapéu onde as pessoas depositavam o dinheiro que quisessem durante a apresentação.

Eu só havia parado por que Avenged Sevenfold foi a banda que marcou a vida de Bella. Eu não sabia o por que dela gostar tanto de uma banda que fazia tanto barulho, mas a respeitava e até ouvia em meu carro de vez em quando para matar a saudade que sentia de minha mulher durante o trabalho. Eu queria me agarrar a qualquer lembrança dela, e foi isso, e apenas isso que me fez dar meia volta e ouvir o que o homem tinha a cantar.


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Notas finais do capítulo

Antes de me matarem, me ameaçarem ou desistirem de ler (Sim, ando meio traumatizada com minhas outras fics kkkk) por que já sabem o final, devo alertá-las que esse ainda não é o final da fic. Se preparem, por que o choro vai ser livre kkk

De qualquer forma, eu adoraria que vocês prosseguissem. Os próximos capítulos narrarão a história do nosso casal favorito e como foi o romance intenso e digno de Oscar deles.

Por favor, deem uma chance a fic que vocês vão gostar.

Comentem e até segunda que veeeeem :)