Almost Lover - Parte 1 escrita por Lady Rogers Stark


Capítulo 38
T R I N T A E O I T O


Notas iniciais do capítulo

Preciso confessar uma coisa. Essa falta de reviews e de leitores está me desmotivando aos montes. Não consigo escrever mais nada, só ver séries, nem ler estou lendo mais. Por isso vou passar a postar de duas em duas semanas para me dar mais tempo até o final da fic e começar a postar a parte dois, que como meses atrás quando avisei que demorara para eu postar por praticamente nem ter começado, bom, nada mudou.

Mas esse capítulo eu tinha me esquecido completamente dele. E meu deus... Eu amo ele pois roubou o meu fôlego enquanto escrevia! Está impactante e posso não ter escrito tão bem quanto eu queria, mas eu não farei nada de bom nesse exato momento reescrevendo ele.

Bom, espero que aproveitem e depois eu faço o banner, pois a minha falta de inspiração também se aplica a editar. Uma boa leitura e até as notas finais! ;)



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P.O.V Emily

Os dias sem Loki passaram devagar, lentos, e muito chatos. Pois Frigga havia me recomendado a falar com pouquíssimas pessoas, até mesmo nem sair do castelo. Mas não havia me proibido, era apenas uma recomendação, eu seguia se eu quisesse ajudar Loki. Bom, espero que tenha funcionado.

Faltavam dias apenas para os dois meses aqui terminarem, e eu tinha a pretensão de ficar cada segundo que eu pudesse. Nunca pensei que eu me apegaria a Asgard. Bom, aconteceu. Asgard me oferece de tudo e ainda mais, muito mais do que Midgard.

Percebi que eu havia começado a chamar Terra de Midgard. Não me surpreendo. No pouco tempo em que fiquei, alguns sotaques que eu tinha foram substituídos por sotaques asgardianos. Mas muito sutil.

E nesse momento? Estou encarando um certo moreno que acaba de chegar de viagem. Estou tão animada e alegre que roubou a minha reação. E como no bar alguns meses atrás, me jogo em cima dele o abraçando com saudade. Loki me abraça de volta apertado e me tirando do chão com uma facilidade de me dar inveja.

—Como foi a viagem? – pergunto ainda com um sorriso enorme bem no momento em que ele me pôs no chão.

—Por favor. Eu sei que você não quer saber – ele me corta com uma frieza apalpável, e me assusto, porém ele volta a sorrir e passa o braço por cima do meu ombro me conduzindo para os corredores, e relaxo percebendo que era apenas uma brincadeira – Ah, um tédio. Como Brianna fala: Um tédio tedioso – ele conta e rio dele.

—E era o quê? Assuntos comerciais? Diplomáticos? Ou discutindo a melhor maneira de evitar uma guerra? – pergunto brincalhona e passando a andar de costas, apenas para vê-lo rir da minha brincadeira exagerada. E bem na sua gargalhada, passo a saltitar brincando com a saia.

—Um pouco dos três – responde e me viro o abraçando novamente, o pegando de surpresa.

—Senti sua falta – assumo e aposto que ele sorriu. Me cercou e beijou o topo da minha cabeça, como sempre faz devido as nossas diferenças de altura. Já falei que me sinto baixinha?

—Que bom que a minha presença faz falta – ele ironiza e bato em seu ombro com força. Sei que não o machucou, seria necessário muito mais, mas ele apenas fingiu passar a mão com uma careta de dor. Reviro os olhos e começo a andar sem ele. Mas Loki me segue.

—Então, vamos para aonde? – pergunto curiosa e saltitando novamente, ele ri da minha infantilidade – Aquela lagoa de novo? – pergunto curiosa, ou melhor, ainda mais curiosa.

—Se você quiser... – sorrio ao máximo novamente, de orelha a orelha – Mas preciso pegar uma coisa no meu quarto primeiro – ele avisa e assinto com a cabeça concordando enquanto íamos até.

Entrei no quarto observando em volta. Tudo em seu devido lugar, como ele. Não tinha uma bagunça sequer. Não me surpreende. Eu esperava algo assim de Loki.

O moreno me avisa que está procurando por um livro, mas que devido as suas viagens frequentes, não sabe onde exatamente o deixou. Por isso disse que procuraria. Concordei e me ofereci para ajudar, ele concordou, mas sei que ficou receoso no fundo.

Segundo o moreno, o livro era para ele me ensinar o básico do básico sobre magia. Preciso nem dizer que fiquei mais do que eufórica, certo? Animada, alegre, festiva, tudo junto enquanto eu agradecia Loki com um abraço e um tímido beijo na bochecha. Ele sorriu, mas não sem graça como eu, alegre e feliz, provavelmente por poder me deixar tão feliz daquele jeito.

Porém um dos guardas o chamou com urgência, dizendo que uma importante autoridade de um reino que nunca ouvi falar, estava o esperando na sala do trono. Eu não fazia ideia do que era, e nem perguntei. Mas Loki pareceu alarmado. Se levantou e só me disse para esperar aqui. Concordei, mas ele já estava longe para ele me ver.

Respirei fundo olhando pelo quarto, completamente arrumado e limpo, típico dele. Eu sabia que ele não era do tipo que era desorganizado ou que gostava da própria bagunça. Sua cama estava arrumada com os lençóis dobrados e arrumados de maneira tão elegante que daria pena de desarrumar só para dormir.

Sua estante enorme de livros, do lado esquerdo da janela, não tinha sequer nenhum floco de poeira. E estavam todos organizados em ordem de tamanho e grossura, o que me dava gosto de ver. Passei os dedos levemente pelos livros escolhendo algum para me entreter enquanto eu esperava por ele, eu não fazia ideia de quando ele iria voltar, mas espero que logo.

Olhei livro por livro, alguns eu não entendia o que estava escrito pois estava numa língua que nunca vi antes. Outros passava longe do livro que Loki procurava. Enquanto ele não estivesse aqui, eu poderia adiantar a procura. Não sei porque ele não olhou as estantes, só procurava em cima das mesas ou nas gavetas.

Acabei pegando somente um, de capa vermelha simples de couro, aparência antiga e com as folhas bem amarelas. Comecei a folheá-lo, curiosa para saber do que se tratava. Não era nada demais, nada do que eu entendia na verdade. E haviam tantas anotações que fiquei curiosa sobre o que se tratava. Mas acabei desistindo logo em seguida e partindo para pegar um outro.

O próximo era pequeno, porém, grosso, e as folhas nem sequer estavam amarelas. Estava na primeira prateleira perto do chão, e tive que retirar outros dois somente para retirar o que eu queria. Esse livro tinha sido posto num lugar extremamente apertado, haviam muitos livros ali. Me pergunto porque Loki não o colocou em outra estante.

O retirei fazendo um som de alívio, mas algo fez um barulho considerável atrás de mim, e levei um susto tão grande que derrubei o livro do chão e com um grito estridente saindo de reflexo de mim. Eu já estava preparada para reclamar com Loki por causa do susto, ele sabia que eu não gostava, mas não era ele, não era nada do que eu estava pensando ou sequer imaginando.

Uma porta se abriu, simplesmente, surgiu, como mágica, pela parede. Uma porta grande de madeira antiga e provavelmente de carvalho. Dava para saber pois as portas da minha casa são de carvalho, encomendei especialmente para isso. Porém nada justificava o porquê daquela porta ter aparecido do nada! Quando eu cheguei aqui ela não estava lá.

Talvez tivesse sido o livro, como alguma coisa de Sherlock Holmes ou coisa do tipo, uma passagem secreta, um quarto secreto, ou até poderia ser um quarto do pânico, mas eu sabia que aquela ideia era absurda demais para ser. Loki nunca teria um quarto do pânico, eu até adivinhava o que ele diria, algo sobre uma invenção midgardiana para fracos e covardes.

Me coloquei de pé, sentindo minhas pernas doerem e meu coração martelar forte dentro do peito. Eu estava nervosa, mas ao mesmo tempo ansiosa, pois a curiosidade me matava dentro de mim. Eu queria saber o que ali dentro havia, já que não dava para ver absolutamente nada, eu não tinha visão raio-x para isso.

Ok, se ele tinha esse quarto, é para algum proposito, talvez estivesse escondendo alguma coisa, alguma coisa que poderia ser perigosa para mim, mas o quê? E porque ele tinha que esconder? E o que seria para ele ter coragem para dormir tão próximo da tal coisa? Ou seria uma maneira de protege-la?

Essas perguntas estavam me deixando simplesmente doida, ansiosa e começando a provocar ruídos nas minhas unhas de tanta curiosidade. Eu queria abrir, mas eu sabia que não podia. E Loki escondeu por algum motivo, algum motivo bem convincente, alguma coisa que ele quisesse que ninguém achasse, até eu.

Mas novamente, o que seria de tão perigoso para ele esconder tão bem assim? E porque uma coisa tão simples quanto um livro para servir de chave? É óbvio que alguém que entrasse aqui poderia facilmente pego e achado a sala. Porém uma ideia me surgiu, talvez ninguém tivesse entrado aqui todos esses anos, e eu fosse a primeira.

Essa ideia tratei de empurra-la para o fundo da minha cabeça. É óbvio que alguém já havia entrado aqui, e não digo sobre os criados para limpar o quarto, não, digo outras mulheres, namoradas ou coisa do tipo. Loki é um homem bonito, e duvido que não tenha dormido com alguma mulher desde que nos conhecemos.

Tá, mas vamos supor que eu seja a primeira, ninguém sabe dessa sala e ele quer que eu seja a primeira, alguma surpresa boa, ele adora me surpreender, e adoro isso nele. Talvez ele quisesse me mostrar a tal coisa. E acabei sorrindo com a ideia, coloquei o livro em cima da mesa, e conseguindo sentir o meu coração batendo forte dentro do peito, toquei a maçaneta.

Fechei os olhos enquanto a girava devagar, porém recuei. E se o que eu tivesse fazendo fosse errado, quer dizer, não é “fosse errado”, é errado, não tenho dúvidas disso. E por isso, recuei vários passos até estar longe daquela porta. O que eu quase fiz teria sido errado, uma quebra de confiança e privacidade. Eu tinha que respeitar se eu quisesse continuar com a sua amizade.

Uma pequena voz chata dentro da cabeça me lembrou que eu odeio me arrepender, a curiosidade não iria embora quando eu saísse daquele quarto conversando tranquilamente com Loki, não, ela continuaria até saber exatamente do que se tratava, e iria me corroer por dentro até eu descobrir o que havia. Eu sei disso pois tem coisas que me corroem até hoje por causa da curiosidade.

E com esse simples medo, criei uma coragem dando inveja a qualquer soldado, seja um simples recruta até mesmo o Steve, o Capitão América. Abri a porta a empurrando, ela bateu contra a parede e voltou devagar. Entrei receosa. Aos poucos tomando cuidado onde eu pisava. Meus olhos percorreram todo aquele quarto secreto, e nada me prepararia para aquilo.

Meu queixo caiu, minhas mãos caíram ao lado do corpo, minhas pernas quase vacilaram no chão, e minha mente não pensava em mais nada. Toda aquela coragem e medo deram lugar a alguma coisa que eu não sabia o que era, talvez fosse susto, mas era algo além, algo que me deixou sem palavras, sem o que dizer e nem pensar.

O quarto era pequeno, talvez 1/4 do tamanho do quarto do Loki, que era quase do mesmo tamanho do que o meu aqui no castelo. Haviam mesas de madeira, somente uma cadeira, livros e mais livros grossos e antigos em cima de todas elas. Tudo completamente bagunçado, do estilo de ficar aqui por muito tempo e não ter tempo para arrumar.

Não haviam janelas, ou qualquer tipo de circulação de ar, e por isso, o quarto era abafado e fedia a mofo. O chão estava repleto de papeis, pelo jeito, inúteis, pois tinham marcas de sapato neles, provavelmente de Loki, que pelas pegadas, não dava para seguir o seu caminho, pois era muita coisa, ele devia passar muito tempo e andando bastante por esse quarto.

Na minha frente havia uma parede, simples, reta, nada demais, porém, com tantas fotos e papeis com desenhos, haviam também papeis com alguma coisa escrita. E foi ali que mais me assustou, pois foi a primeira coisa que eu vi. O susto foi maior, e a decepção também. Me aproximei da parede, e toquei uma das fotos.

Deviam ter quase vinte delas, ou mais, estavam preenchendo toda a parede, isso e os vários desenhos e os textos, que notei serem poemas, com uma letra que devia ser dele, pois traduzia quase tudo o que ele era, frio e calculista. A sua caligrafia de alguma forma demonstrou isso. E por isso, me afastei. Pois além do significado que encontrei, as fotos, poemas e desenhos me assustavam.

Não que fossem coisas aterrorizantes, canibais, selvagens, dignas de terem sido retiradas diretamente de um filmes de terror. Não, é que apenas encontrar num quarto secreto uma parede completa dedicada a você, é no mínimo aterrorizador, o suficiente de me fazer quase chorar de medo e assustada.

Eram fotos que grande parte, eu nunca havia visto, somente uma ou duas eram minhas que eu havia tirado. O resto, não. Eram fotos minhas dormindo, comendo, andando na rua, dentro do trabalho, e por deus, até tomando banho! Tampei a boca com a mão segurando o engasgo de choro. Lágrimas percorreram o meu rosto.

E os desenhos, tão delicados e bem feitos, e todos sobre mim! O meu rosto de olhos fechados, provavelmente dormindo. Também havia um quando eu estava sentada num banco de praça, e ele me desenhou. E outros totalmente inadequados, vamos dizer assim, uma coisa digna do maior repúdio.

Não eram só fotos de mim nua tomando banho, ele também havia desenhado! Que tipo de doente faz uma coisa dessas?! Algo tão repugnante, ele havia me traído! Traído toda a confiança que eu havia colocado nele, toda a minha esperança, tudo, e tão rapidamente, foi tudo jogado no lixo por coisas como essas.

Afastei as lágrimas do meu rosto. A raiva deu lugar ao medo e tristeza. Eu estava irada, estava nervosa, decepcionada, estava sentindo a fúria arder nas minhas veias. Não tinha mas nada de desculpas ou justificativas. Loki não irá ser mais nada para mim. Ele jogou tudo o que tinha de bom dele dentro de mim no lixo.

Por isso, procurando coisas apenas para saber quais coisas sujas sobre mim ele tinha nesse quarto, comecei a procurar. Pouco me fudendo se Loki iria aparecer e me ver vasculhando seu quartinho secreto. Eu tenho o direito de saber o que ele escondia sobre mim.

E então que apareceu uma possibilidade, e se Loki tiver coisas assim das minhas filhas também? Não... Não vai ter inferno para ele se esconder, não vai ter Thor para me segurar, e nem Frigga. Vai ter somente eu e a carcaça dele jogada aos meus pés. Eu reviro toda Asgard, mas aquele desgraçado não fugirá de mim.

E justamente quando minhas mãos suavam frio, sentindo meu sangue ferver devido a ira dentro de mim, achei um pequeno livro. Não era parecido com os que ele tinha nas estantes, mas sim como um diário. Eu tinha o diário de Loki? Abri quase rasgando as páginas.

Não era bem um diário, mas sim um caderno de pecados. Todos os erros que Loki havia cometido. Bom, desde 2013. Desde o ano em que nos conhecemos. E olhando a primeira página, vejo uma nota para si mesmo.

Você não a merece. Você sabe disso. Por isso, como castigo, para se lembrar o quanto você é um lixo de pessoa, anotará cada atitude que ela teria nojo de você. Você está tão ferrado por dentro, que nem se ela te amasse, te salvaria de todo o seu caráter quebrado”.

Então Loki sabe que é um lixo de pessoa? Ótimo. Mas preciso fazê-lo lembrar disso mais tarde


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Notas finais do capítulo

Ok... Emily está furiosa, explodindo com a raiva borbulhando dentro dela. Tenho pena do pobre coitado que tentar impedi-la. Eu não faria isso.

E então... Acho que grande maioria daqui sabia das más intenções de Loki, não é? Ah, RB.... Você vai me matar, não vai? Você em cada comentário deixou bem clara a sua repulsa pelo moreno. Mas você tinha razão no final das contas, não é? Loki não presta.

Eu falei que o capítulo não quis passar metade do que eu senti e queria transmitir, relendo continuo concordando com isso. Mas o final que ficou meio tosco. Talvez eu consiga ter inspiração para rescrever isso, como faço com Feel so Close de vez em quando. E aviso aqui um dia quando eu fizer isso.

Mas de qualquer forma, espero que tenham gostado do capítulo. E que não desistam da fic mesmo que o próximo capítulo seja somente daqui a duas semanas. Lembre-se, é para o bem da fic, ok?

Beijo e até daqui a duas semanas!



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