País Das Maravilhas escrita por kirasren


Capítulo 3
Louca


Notas iniciais do capítulo

Olá, meus lindos! ♥
Aqui está outro capítulo, e tentei postar o mais rápido que consegui, escrevendo um capítulo que (acho eu) tem qualidade.
Bem, leiam logo o capítulo e espero que gostem!!! ♥♥♥



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Saí depressa da sala. Mesmo com todos os olhares presos em mim, tentei sair daquela sala o mais depressa possível. Sentei em um banco perto. Repirei fundo três vezes. Minha cabeça doía muito e meu coração estava acelerado.

Eu estava tento um ataque de pânico.

— Pensamentos alegres... Pensamentos alegres, Alice. — Tentei falar para mim mesma, mesmo com falta de ar, como uma tentativa falha de parar o ataque de pânico.

Quando era pequena e meu antigo melhor amigo se matou eu costumava ter vários desses. Eu tinha por volta dos nove anos. Eu o adorava tanto, quando recebi a notícia meu mundo desabou. Todo dia por dois meses ia ao seu túmulo e entregava uma rosa. Mas eu estava constantemente solitária e despencada sem ele, então tinha ataques de pânico. Muitos ataques de pânico.

Eu aprendi que dá para parar eles acalmando a respiração, ou ficando com alguém que confia. Então o que eu tentava fazer naquele momento era prender a respiração, mas não conseguia. Para esclarecer, acabei tendo esse ataque por causa de estar sendo, pelo visto, perseguida e observada por alguém desconhecido que queria que eu o conhecesse como “Maluco”. Um pouco tempo depois, pude ver Gabriel saindo correndo da sala de aula junto de Anna para meu lado.

Segurei no braço do garoto ao meu lado enquanto ainda tentava acalmar minha respiração acelerada. Até que, depois de alguns minutos, consegui acalmá-la. Dei um abraço em Gabriel, que continuava do meu lado me consolando o tempo todo. Ele arregalou os olhos, mas depois sorriu e retribuiu o abraço.

Notificação do Whatsapp. Anna faz o favor de pegar o celular e ler a mensagem em voz alta para nós. Larguei-me do garoto e me aproximei mais de Anna enquanto ela lia:

— “Me desculpe por isso, não foi minha intenção. Não é que eu goste de complicar as coisas, elas é que gostam de ser complicadas comigo”.

Consegui rir daquela mensagem e peguei o celular da mão de Anna.

Você: Está tudo bem comigo agora. Mas não se atreva a fazer isso de novo! Não quero falar com gente louca.

Chapeleiro Maluco: Você não pode evitar isso. Todos nós somos loucos, eu sou louco e você é louca.

Você: Como sabe que eu sou louca?

Chapeleiro Maluco: Deve ser. Ou não estaria falando comigo agora.

— Ok, chega! Seja com quem você esteja falando, chega! — Anna praticamente gritou. — Chega de insanidade. Vem, precisa tomar um copo d’água.

Levantei e fui guiada por ela até a cantina do colégio, onde comprei uma água gelada. Anna me perguntou o porquê eu tive o ataque de pânico, e eu apenas disse que estava tudo bem, não era para se importar. Ela revirou os olhos e continuou falando como era importante contar tudo para ela e que não queria me perder, de jeito nenhum. E ainda completou:

— Eu juro que, se você morrer, Alice Dias, eu te mato.

Isso incrivelmente me fez rir e me sentir melhor. Ela sorriu de volta e voltou para a aula junto de mim. Sentei-me em minha cadeira, ignorando as poucas preocupações de pessoas nem tão conhecidas. Nicolas não falou nada, estava no celular. Olhei para os lados para procurar Gabriel e percebi que ele não estava lá.

O resto do dia foi normal. E o Chapeleiro não enviou nenhuma mensagem nesse tempo. Só uma, de noite — mais precisamente, ás 22h. Eu já estava com meu pijama e deitada em minha cama ouvindo Hair até que a música foi interrompida pela mensagem do Whatsapp.

Chapeleiro Maluco: Tenha uma boa noite, Alice.

Sorri de lado e coloquei uma mecha do meu cabelo para trás.

Você: Boa noite.

Coloquei meu celular para carregar e fui dormir. No dia seguinte, não fui acordada por ele, mas com meu despertador normal, ás 9h30min. Acordei sonolenta, mas mantive minhas forças para ir até o banheiro e tomar banho, depois trocar de roupa. Olhei para o celular na escrivaninha e esperei por uma mensagem, sem sucesso.

No final, dei os ombros. Peguei meu celular, coloquei-o em minha bolsa e fui para o andar de baixo da casa. Minha mãe e meu irmão estavam na cozinha conversando enquanto tomavam café então me juntei a eles. Conversamos como sempre, e mamãe descobriu o sexo do bebê: Vai ser um garoto!

Diego sugeriu o nome Steve, mas minha quer que seja Enzo, pois significa “Vencedor”. Gostei da ideia. Quando fui á escola, fui surpreendentemente parada por Nicolas, que falou, sem vergonha nenhuma:

— Me dá seu número de Whatsapp?

Ri um pouco e torci mentalmente para que eu não estivesse corando. Sorri de orelha á orelha e o dei meu número. Ele parecia estar com pressa, pois depois de pegar meu número deu um beijo em minha bochecha e foi correndo para dentro do colégio.

Chapeleiro Maluco: É que ele está atrasado. Sabe, para a Rainha Vermelha.

Olhei para a mensagem e pensei um pouco. Com certeza, na visão do Chapeleiro, Nicolas é o Coelho. Eu era Alice, é obvio. Quem seria o Gato de Cheshire? Quem seria a Rainha Vermelha? Quem seria a Rainha Branca?

Você: Quem é a Rainha Vermelha?

Chapeleiro Maluco: A cabeçuda. A rainha de todo País das Maravilhas.

Quando percebi que isso não daria a lugar nenhum apenas respondi “Obrigada” e guardei o celular. Procurei Anna e, quando a encontrei, ela me olhava com sua cara brava e disse:

— Não fale comigo até dizer o que está acontecendo entre você e Nicolas.

Pensei um pouco e abri um sorriso de lado, dizendo:

— Como irei falar isso se não posso falar com você?

— Apenas fala, Lice!

— Nada. Não está acontecendo nada. Pode ver ali, ele está agora mesmo abraçado com Ashley no final do corredor.

Ela sorriu falso e concordou com a cabeça. Nunca entendi esse “ódio” por Nicolas, mas também nunca tive o esforço de perguntar o motivo. No final, dei os ombros e continuamos falando.

— Se fosse um personagem de “Alice no País Das Maravilhas”, quem seria? — Perguntei aleatoriamente.

— Hm, acho que... A Lagarta Azul... — Ela parou e pensou mais um pouco, depois concluiu: — Ou a Rainha de Copas.

“Rainha Vermelha...”, a corrigi mentalmente. Quem ela seria na visão do Chapeleiro? Isso nunca poderei saber, se apenas perguntar.

Meus pensamentos foram interrompidos por duas mãos tapando minha visão amigavelmente com uma risada de fundo. E depois uma voz falando:

— Adivinhe quem é.

— Gabriel. — Eu disse. — Sério, só você ainda faz isso.

Ele tirou as suas mãos de meus olhos e deslocou-as até minha cintura, aonde me abraçou. Apenas encostei minha cabeça em seu peitoral e peguei o celular de volta, perguntando ao Chapeleiro:

Você: Ainda está me observando?

Demorou um pouco, mas ele respondeu.

Chapeleiro Maluco: Talvez. Mas não perca a calma, pelo amor de Deus!

Dei uma risada fraca com essa resposta. E, antes de guardar o celular e ir para a aula de Geografia, enviei mais uma mensagem.

Você: Chapeleiro, você me acha louca?

Chapeleiro Maluco: Louca, louquinha! Mas vou te contar um segredo: as melhores pessoas são.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado!
Comentários serão sempre bem-vindos e respondidos! ♥♥
Até o próximo capítulo, minha gente.