País Das Maravilhas escrita por kirasren


Capítulo 4
Muiteza


Notas iniciais do capítulo

Oii, pessoinhas lindas do meu coração! Tudo bem? Eu demorei muito?
Sério, desculpa, mas veio um mini bloqueio no meio do capítulo e eu demorei uma semana para escrevê-lo :v Mas então hoje me veio uma inspiração, tipo *PUF* e escrevi ♥ -qq
Bem, eu espero que vocês gostem desse capítulo! ♥



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O resto daquele dia foi o que defino como normal. A não ser por uma coisa: Nicolas. Depois da escola, lá para umas 18h30min, ele apareceu aqui em casa. Eu estava preparando o jantar — Lasanha — quando a campainha tocou e Diego foi atender. Ele olhou para o garoto na porta e eu perguntei ainda virada de costas:

— Quem é?

— Oi, Alice. — Ele gritou da porta, tentando me ver atrás de Diego. Vi que ele acenou e eu, sorrindo, eu acenei de volta.

— Deixa ele entrar, Diego.

Diego hesitou um pouco, mas o deixou entrar. Ele entrou em casa e foi direto para meu lado. Diego ainda estava nos observava desconfiado, e depois me perguntou:

— Hã, Alice, quem é ele?

Engoli em seco e já sabia o que aconteceria se eu dissesse que era Nicolas. Ele com certeza sabia de minha paixão por ele, e não seria bom se o próprio Nicolas soubesse disso. Não respondi, mas então o próprio garoto respondeu por mim:

— Sou Nicolas.

Diego, então, deu o maior dos sorrisos maliciosos e sussurrou “Nicolas, hm? Bom saber”. Fiquei vermelha de vergonha e, quando Nicolas percebeu isso, deu um sorriso lindo e confiante, depois agarrou minha mão e entrelaçou seus dedos nos meus. Corei na hora, e ele riu da minha situação. Sua risada era maravilhosa de ouvir, mesmo que era um pouco estranha e rouca, ainda adorava ouvi-la.

Me perdi por alguns minutos no toque da mão do garoto. Até que meus pensamentos um pouco que loucos com ele pelo alarme do fogão, avisando que a lasanha estava pronta. Tive que abandonar a mão de Nicolas para pegá-la, e depois ofereci:

— Quer um pedaço?

— Não, obrigado. — Ele respondeu, balançando a cabeça. — Sou vegetariano.

Olhei para o celular em minha mesa, pois tinha certeza que o Chapeleiro Maluco iria fazer um comentário sobre aquilo. Eu estava certa, pois, depois de eu pegar a lasanha e colocá-la na mesa, meu celular tocou e eu o peguei para ver a mensagem.

Chapeleiro Maluco: Você já deveria saber que coelhos são vegetarianos, não é?

Vi que Nicolas tentava olhar a mensagem, tentando ver o que estava escrito nela. Não deixei ele ver, de brincadeira, e vi que em seu rosto nascia um sorriso, e o retribuí. Depois voltei minha atenção para o celular e respondi:

Você: É, eu sei disso. Mas me distraio perto dele, você sabe.

Levantei meu olhar novamente para encarar o garoto de quem eu adorava há tanto tempo, ele conversava com meu irmão á distância. Pareceram se dar bem, e sorri por causa disso.

Chapeleiro Maluco: Mas, não gaste sua muiteza nele, não se iluda demais. Ele não vai ter tempo para você como eu tenho, está sempre atrasado! Se você ficar com ele, com certeza perderia sua muiteza.

— Isso é tão a cara de Anna... —Eu comentei para mim mesma, chamando a atenção dos dois garotos, e logo Diego perguntou:

— Falando com o Maluco de novo, Alice?

Nicolas pareceu confuso e olhou para mim com uma cara extramente imprecisa e fofa, que dizia claramente “Maluco?!”. Ri disso e falei para ele simplesmente deixar para lá. Ele riu junto comigo e ficamos falando de várias coisas enquanto eu e Diego almoçávamos.

Quando ele saiu de casa, me surpreendeu de novo. Eu o acompanhei até seu carro, do lado de fora, e quando ele estava para ir embora, ele disse, me encarando:

— Sabe, Alice, eu deveria ter te conhecido há mais tempo. Você é incrível! Adeus, então.

Concordei com a cabeça e o disse “adeus”, ele, então, me deu um selinho e saiu para seu carro. Fiquei paralisada e o observei sair de perto de minha casa, como se nada tivesse acontecido. Depois de um tempo, caí na risada por causa daquilo. E, sem querer, não parava de pensar naquilo e, ás vezes, até tocava meus lábios.

Aquilo era ridículo. Seriamente ridículo.

Chapeleiro Maluco: Já estou até sentindo, você não está mais tão muitáz. Por favor, recupere sua muiteza, rápido.

Parei um minuto para refletir sobre aquela mensagem. Por que eu perderia minha “muiteza” com Nicolas? Por mais que eu pensasse, eu não consegui descobrir. Então mandei uma resposta para o Chapeleiro:

Você: Como eu faço isso? Quero dizer, recuperar minha muiteza.

Chapeleiro Maluco: Lembre-se de quem você realmente é.

Pensei nisso e iria respondê-lo, mas ele mandou outra mensagem antes:

Chapeleiro Maluco: Apesar de que... Você nem deve lembrar-se mais. Mudou tantas vezes desde a primeira vez que nós nos falamos.

— Desculpa...? — Eu disse enquanto lia a mensagem. O que aquilo significava? Fiquei encarando aquela mensagem por um tempo até que outra mensagem veio á tela:

Chapeleiro Maluco: Pare de encarar e responda!

Bufei e perguntei a mim mesma o que responder. Demorei um pouco e finalmente respondi:

Você: Não se preocupe, vou manter minha muiteza salva dele.

Chapeleiro Maluco: :)

Larguei meu celular de lado e vi que Diego estava atendendo a porta. Á começo, eu achei que mamãe tinha chegado, mas me enganei; era Jaqueline. Jaque, como meu irmão a chamava, era uma garota linda. Tinha longos cabelos castanhos e olhos da mesma cor — mesmo que Diego insista que ela tinha olhos cor de mel —, era da minha altura e era bem magra. Eu tinha a minha teoria de que Diego era secretamente apaixonado por ela, mas obviamente ele negava tudo.

— Olá, Jaque! — Eu disse, dando um abraço nela.

— Oi, Alice. — Ela retribuiu o abraço e sorriu. Depois se virou para o lado, onde meu irmão estava, e o abraçou também. Pude ver as bochechas ruborizarem, e soube que minha teoria estava completa.

— Bem, vou deixar os dois pombinhos em paz. — Depois dessa fala, pude ouvir um “Cala a boca!”, seguido de um riso.

Então os dois foram lá para o andar de cima e ficaram lá, no quarto de Diego, pelo resto do dia. Então eu, lá para ás 21h, fui para o meu quarto, coloquei minha camisola e fui dormir — não sem antes desejar uma boa noite para o Chapeleiro, é claro.

No dia seguinte, depois de tomar banho e trocar de roupa, percebi que Jaqueline tinha dormido aqui em casa. Ela estava vestindo uma camiseta que eu tinha certeza que era de Diego, mas sei que houve nenhuma malícia na noite passada.

Bem, eu espero que não. Eles tinham só quatorze anos!

Quando cheguei ao colégio, á 1h da tarde, a primeira coisa que vi foi Ashley furiosa vindo em minha direção. Soube imediatamente do que ela queria falar, então revirei os olhos e fui obrigada a ouvi-la:

— Você é a tal Alice, não é?! Olha, é melhor não ser, porque você sabe o nome daquela coisa que eu sempre tenho. Qual é mesmo? Ah é, razão! Então é melhor você não mexer mais com Nicolas, garota!

Ela falou aquilo muito, mas muito rápido, eu quase não pude ouvir. Depois de um tempo, quando eu finalmente entendi o que ela tinha falado, fiquei surpresa. Da última vez que falei com ela, ela não foi assim! Mas o que o ciúme não faz com as pessoas, não é mesmo?

Depois de um tempo sem nenhuma de nós dizermos nada, pude ouvir alguém falar de longe para a garota na minha frente:

— Aquela lá não é a ex-namorada de Nicolas?

Ela bufou e percebi que ela limpara uma pequena lágrima em seu rosto, então perguntei:

— Está tudo bem, Ashley?

— Claro que não tá! — Ela gritou. — Ai, me desculpe, Alice. Eu não sei por que eu fiz isso... Eu só...

Então consegui sentir a vibração do celular em meu bolso. Notificação do Whatsapp.

Chapeleiro Maluco: Algumas pessoas preferem ser odiadas por algumas pessoas para serem amadas por outras. Isso é ridículo, não acha?

Olhei para Ashley e depois voltei minha atenção para o Chapeleiro, depois respondi:

Você: Sim, totalmente ridículo.


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Notas finais do capítulo

Espero que vocês tenham gostado! Comentários serão sempre bem-vindos! ♥
Beijos e até o próximo capítulo! :*