O cão do Central Park escrita por Dani Tsubasa


Capítulo 10
Capítulo 10 – O bilhete mortal


Notas iniciais do capítulo

A fic está se aproximando da reta final, mas me entristece não saber nada sobre a opinião dos que estão lendo. Não querem que eu termine a história, né? Assim perco totalmente a vontade de desenvolvê-la.



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Capítulo 10 – O bilhete mortal

– Cala a boca!!! – O homem louro gritava pela terceira vez – Se alguém ouvir você, vai sofrer ainda mais – ele sussurrou num tom assassino.

A mulher chorava, tentando respirar através da mordaça que prendia sua boca, enquanto sua pequena filhote tremia e choramingava escondida na saia de seu vestido. Com suas mãos e pés amarrados, nada podia fazer para consolá-la.

– E é melhor calar a boca desse animal. Ele é meu próximo experimento para o próximo senhor deste parque, caso ainda exista algum depois de Henry Baskerville. Não quero ter que calar os ganidos antes que eu possa transformar essa coisa minúscula num mostro. E se você fizer tanto barulho que alguém te ouça, eu solto o lobo aqui dentro sem focinheira.

A mulher forçou-se a calar a boca e prendeu a filhote atrás dela da melhor maneira que pode quando o gigantesco cão furioso brilhou na escuridão e rosnou próximo a ela. Assim foi por dez minutos que pareciam durar para sempre quando seu carcereiro arrastou o monstro para fora e a trancou novamente na escuridão.

******

– Querem que eu caminhe sozinho pelo parque em plena lua cheia?! – Henry exclamou – Tem certeza disso?!

– Nós estamos de olho e garanto que estará seguro – Sherlock lhe disse.

– Mas vocês vão junto? Stapleton também convidou vocês.

– Sinto dizer que talvez não, Henry – Joan lhe falou – E acho que deve saber que estamos noivos e resolvemos nos casar de última hora. Esses dias estaremos cuidando disso, mas não se preocupe com sua segurança, estamos cuidando disso também.

O herdeiro ficou longos segundos com uma expressão entre chocado e surpreso.

– Eu fico feliz por vocês! Meus parabéns! – Ele disse finalmente, os cumprimentando – Eu confio em vocês, mas espero que estejam realmente certos sobre eu caminhar sozinho pelo parque à noite.

******

– Acha que Henry vai ficar zangado quando souber que mentimos pra ele também? – Joan perguntou.

Sherlock estava escolhendo roupas para os dois. Se arrumariam para mais uma visita à Laura Lyons.

– Foi pra própria segurança dele e pra o bem da nossa estratégia. E temos tempo de sobra pra encaixar as peças que faltam até lá – ele respondeu retirando uma camisa e um colete de suas malas, depois de escolher camisa, saia e meias para Joan – E quem disse que nós mentimos?

Joan alcançou seus sapatos embaixo da cama e os deixou de lado, olhando para Sherlock em choque.

– Como assim, Sherlock?

Ele fechou as cortinas do quarto e verificou se a porta estava trancada. Não queria nenhuma interrupção naquele momento. Caminhou lentamente até Joan e sentou-se ao lado dela, que ainda o olhava confusa. Sherlock a beijou de repente e ela não recusou o contato, fechou os olhos e deixou que ele controlasse o momento. Ele a beijou com tanto carinho que Joan se sentiu aquecer por dentro. Os dois se abraçaram e logo estavam deitados. Sherlock ergueu-se quando se separaram para respirar e a olhou profundamente.

– Quer casar comigo, Joan Watson?

Ela o fitou sem reação, depois acariciou o rosto dele com uma das mãos, sentindo a barba por fazer arranhar sua pele. Seus olhos brilharam e ela sorriu.

– É claro que sim, Sherlock.

O britânico devolveu o sorriso e voltou a beijá-la.

******

– Peço perdão pelo nosso atraso. Nós precisamos resolver algumas questões pessoais que surgiram de última hora – Sherlock falou quando estavam novamente diante da mulher ruiva.

– Tudo bem... Se tivessem mesmo vindo mais cedo me encontrariam dando banho em Alex. Em que posso ajudá-los dessa vez?

– A entender porque escondeu de nós certas informações – o britânico respondeu.

– O que quer dizer?

– Demoramos um pouco pra conectar a sua relação com Charles Baskerville a seu amigo Stapleton e a esposa dele.

– O que?! – Ela arregalou os olhos em espanto e só não gritou pela presença do bebê adormecido em seus braços – Esposa?!! Mas ele vive sozinho! – Ela dizia mais para si mesma do que para os dois consultores no momento em que sentou-se na cadeira mais próxima, balançando o bebê de leve.

– É o que todos pensávamos – Joan lhe disse – Mas encontramos evidências de Stapleton estar envolvido com alguma mulher, apesar de aparentemente não haver nenhuma na casa dele. Nós vasculhamos todos os arquivos que conseguimos encontrar na polícia e chegamos a uma certidão de casamento.

– Acreditamos que essa mulher tentou contato com nosso cliente no início da investigação, porém tememos que algo possa ter lhe acontecido. Nós também encontramos uma velha fotografia dos dois. Atrás está escrito Sr. e Sra. Vandeleur. Também temos descrições deles feitas por pessoas da antiga escola mantida porem que Stapleton ensinava biologia. Acredito que irá reconhecê-lo, e com sorte, quem saiba você já tenha visto a mulher também – Sherlock falou lhe entregando a foto.

Laura tremia ligeiramente e ainda tinha uma expressão chocada quando tomou a foto em mãos. Ela arregalou novamente os olhos enquanto observava a fotografia por vários segundos.

– Essa mulher... Ele me disse que era sua irmã. Ela tem um filhote adorável... Como se chama mesmo? Hana! É um animal muito agradável. Ficou com ele quando a irmã foi viajar. Foi a única vez em que a vi. Ela estava arrasada por ter que deixá-los... – a ruiva falava quase chorando, tentando negar interiormente a verdade que cérebro absorvia daquela foto.

A bebê começou a acordar e emitir ameaças de choro diante dos sinais de desespero de sua mãe. Laura devolveu a foto a Sherlock, balançou a menina de leve e falou baixinho com ela, beijando e afagando os cabelos dourados, antes de acomodar a filha no carrinho de bebê e travá-lo. A menina se acalmou e adormeceu de novo.

– Stapleton nos contou a mesma história quando nos convidou pra entrar em sua casa – Joan falou.

– Vocês têm que saber! Esse homem presenciou meu desespero e prometeu se casar comigo e me ajudar a criar Alex se eu me divorciasse. Mas eu juro que jamais imaginei que tudo isso causaria a morte do amigo mais leal e gentil que já tive – ela confessou, finalmente permitindo que as lágrimas escorressem por seu rosto.

Ela tornou a se sentar e apenas chorou por dois minutos. Joan sentou-se ao seu lado e afagou suas costas em consolo. Laura respirou fundo até conseguir retomar o controle e os encarou novamente, com os olhos verdes ainda vermelhos.

– Stapleton me disse que o senhor Charles poderia me ajudar com as despesas do divórcio, então me sugeriu que eu lhe escrevesse naquele dia. Mas no último momento Stapleton me disse que se sentiria terrível se permitisse que outro homem além dele me ajudasse e que usaria até seu último centavo pra me ajudar a concluir o divórcio. Além de ser uma péssima ideia sair por aí de noite com quase oito meses de gravidez. No dia seguinte eu estava pra escrever pedindo desculpas quando vi a tragédia na TV.

– Acreditamos em você – Joan falou com sinceridade – Lembrar disso deve doer muito.

– Depois ele apareceu aqui dizendo que a morte foi muito esquisita e que eu seria a primeira suspeita se soubessem que fiz contato.

– Não suspeitou dele? – Joan perguntou.

Ela apenas negou com a cabeça.

– Teve muita sorte, senhorita Lyons. Você e sua filha estiveram caminhando entre a vida e a morte desde o que aconteceu. Acredito que Stapleton só as deixou viver pra não tornar a partira de Charles Baskerville ainda mais estranha já que ambos os crimes poderiam se conectar caso ele os cometesse tão próximos. Sugiro que tenha muito cuidado com seus contatos e que não saia sozinha, especialmente durante a noite. E tenha mais cuidado ainda com o bebê. Vamos solicitar proteção para você e sua filha assim que sairmos daqui.

******

– É bom estar de volta depois de tantos dias, mas acha mesmo que foi uma boa idéia voltar pra casa e deixar Henry lá?

– O jantar é hoje. Temos que fazer uma boa farsa. Henry confirmará nossa história e Stapleton não agirá antes da hora. Quando for quatro da tarde nós sairemos novamente pra vigiar o percurso de Henry de ida e volta. Bell e o capitão estarão lá também. Vão chegar antes de nós. E Teddy está vigiando Henry pra nós enquanto tudo começa. Antes de dormirmos hoje à noite, a família Baskerville poderá seguir seu curso.

– Onde está senhora Hudson? Pensei que a encontraria aqui quando chegássemos – Joan dizia enquanto alimentava Clyde com alface.

– Eu a dispensei hoje. Como eu disse aos outros, temos que cuidar de assuntos do nosso casamento, querida – Sherlock falou sedutoramente enquanto caminhava contra ela, até que Joan estivesse entre ele e a parede.

A chinesa sorriu e afagou seu rosto, recebendo o sorriso de volta e vendo os olhos azuis a encararem com um amor que ela jamais imaginou que veria neles. Os dois fecharam os olhos e Sherlock a beijou, antes de erguê-la no colo com todo o cuidado e carinho de que era capaz e levá-la para o andar de cima.


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