The Next Queen - Interativa escrita por Lu au Andromedus


Capítulo 23
Capítulo 21 - Mudando o placar


Notas iniciais do capítulo

Olá leitoras queridas do meu coração!! Fui bem mais rapidinha dessa vez.
Esse capítulo se passa um dia depois do baile. No próximo vamos começar os encontros, que vão acontecer numa ordem que eu não faço ideia de qual vai ser ainda kkkk. Mas de qualquer forma espero que gostem desse aqui.



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Capítulo 21

Mudando o placar

 

Selecionada Samantha Grace

São muitos os meus defeitos, mas nenhum de compreensão, espero. Quanto a meu temperamento, não respondo por ele. É, segundo creio, um pouco ríspido demais… para a conveniência das pessoas. Não esqueço com facilidade tanto os disparates e vícios dos outros como as ofensas praticadas contra mim. Meus sentimentos não se manifestam por qualquer coisa. Meu temperamento poderia talvez ser classificado de vingativo. Minha opinião, uma vez perdida, fica perdida para sempre.

As palavras se embaralhavam diante dos olhos de Samantha, que, quando se deu por si, lia o mesmo trecho pela terceira, talvez quarta vez. O som das vozes animadas de 17 garotas a impediam de se concentrar em sua leitura, mesmo que de seu livro favorito, Orgulho e Preconceito. Era a primeira vez em toda a seleção que as selecionadas se reuniam no Salão das Mulheres, mesmo esse sendo um dos propósitos do ambiente. Na semana passada, todas estavam ocupadas demais cuidando dos detalhes de seu visual para o baile e tentando lidar com o choque da morte de Anastácia para se preocuparem em se reunir e socializar. Samantha tinha estado no Salão das Mulheres somente uma vez, para fazer o retoque no visual em seu primeiro dia no palácio, mas somente agora notava a magnitude do lugar. Decorado em azul e dourado, ele era enorme, e mesmo com várias selecionadas espalhadas pelos sofás e poltronas de cetim, parecia tristemente vazio. O fato de todas estarem amontoadas em frente à televisão de tela plana pendurada na parede oposta à porta só contribuía para essa impressão. 

Samantha estava se coçando de vontade de se enfiar em meio a elas, mas Elena não gostava de multidões, de forma que ficou mais afastada para fazer companhia a amiga. As duas e Skyler estavam acomodadas num sofá de três lugares. Elena e Sky conversando baixinho enquanto Samantha tentava, em vão, ler.

— Será que falta muito para começar? – perguntou Skyler, mordendo o lábio de ansiedade.

— Está marcado para as três, então deve estar quase na hora – respondeu Elena, jogando seus cabelos cor de mogno para trás.  

Naquela tarde, passaria na televisão um especial retratando os melhores momentos do baile realizado na noite anterior. A maioria das garotas estava empolgada para ver seus rostos serem transmitidos em rede nacional, já Samantha se sentia um pouco receosa. Diziam que a televisão deixava as pessoas mais gordas, e a última coisa que precisava era parecer ainda mais gorda do que já era. Ou pelo menos do que a mãe dizia que ela era.

Sempre que pensava na mãe ou em sua casa na província Carolina, Samantha sentia uma pontada de culpa, ainda mais quando ouvia as garotas se lamentando de saudade, sentimento que não a afetava nem um pouco. E devia, certo? Afinal, era sua família, as pessoas com as quais passava grande parte de seu dia. Devia estar ansiosa para voltar e revê-los. Mas não estava. Por que estaria? Para conviver com seu padrasto que não dava a mínima para ela? Para fazer companhia a sua mãe que vivia deixando-a para baixo e ver enquanto ela tratava a filha do novo marido como uma deusa? 

— Ei, você está bem? – Elena perguntou para Sam, tocando levemente em seu braço e a tirando de seus devaneios – Pareceu ficar aérea por alguns segun....

Elena subitamente se interrompeu, seus olhos se voltando para a porta do Salão das Mulheres como se tivesse acabado de ver um fantasma. Mas não era um fantasma. Nicholas estava parado na estrada, usando um terno azul marinho e com as mãos dentro dos bolsos da calça. Atrás dele, vinham Katrina e Mia, a pequena sendo carregada nos braços da mãe. Um silêncio sepulcral se instalou a medida em que a rainha entrava e se sentava numa poltrona desocupada, a filha ainda no colo. Já Nicholas, ainda na porta, deu um sorrisinho e disse:

— Boa tarde, senhoritas. Eu, minha mãe e minha irmã viemos ver a transmissão do baile com vocês. Isso é, se vocês permitiram – as selecionadas sorriram nervosamente e acenaram positivamente com a cabeça. Nicholas avançou pelo Salão das Mulheres, escolhendo um lugar ao lado da mãe, para desapontamento de algumas garotas, que já começavam a abrir espaço no sofá bem no meio delas.

Samantha observou o príncipe com interesse. Ele parecia bem-humorado, mas era difícil dizer. Nunca o vira alterado, nem na noite do ataque rebelde, de forma que, ou ele era extremamente insensível, o que Samantha não achava que fosse o caso, ou era extremamente bom em esconder suas emoções. A rainha era outra cujo rosto era uma completa máscara, mesmo enquanto Mia lhe mostrava um livro infantil que segurava. 

— Começou! Começou! – gritou uma selecionada, chamando a atenção de todos para a televisão.

Uma jornalista entrou em cena, explicando o que foi o baile e dando um breve resumo sobre os acontecimentos da noite. Em seguida, uma série de imagens passou diante dos olhos de Samantha. Selecionadas conversando entre si, selecionadas conversando com o príncipe, Robert dançando com Alice.... Quando uma cena de Elena sorrindo para Nicholas passou, a garota segurou o braço de Samantha com força, fazendo-a soltar um gemido de dor. Porém, não a afastou. A animação da amiga era contagiante, e logo Sam se viu prestes a pular de alegria ao ver a si mesma e Skyler fazendo palhaçadas uma para a outra na televisão.

Foi nesse momento que o aparelho escureceu, e de repente não se via mais nada a não ser preto. As selecionadas se entreolharam e começaram a indagar uma a outra o que estava acontecendo. Não tardou para a imagem voltar, mas invés de estar comtemplando o especial sobre o baile, Samantha agora olhava para um par de homens usando roupas militar, capuzes pretos sobre a cabeça e um pano preto sobre a boca, de forma que tudo que era possível ver sobre seus rostos eram os olhos. No fundo, apareciam uma série de canos e fios de metal, levando Sam a pensar que os homens estavam numa espécie de armazém ou estação.

— Illéanos – disse um dos homens, o maior deles - Interrompemos a transmissão de mais uma das artimanhas da monarquia para distraí-los e desviar suas atenções das calamidades que enfrentam, pois fomos desafiados infantilmente pelo príncipe Nicholas no último Jornal Oficial. Isso mesmo, nós somos do grupo A Onda, e estamos aqui para expor nosso lado e calar a boca de nossos inimigos. Ao contrário do que foi dito, nossas ações não são sem propósito. Pelo contrário, buscam um propósito muito maior. A liberdade. Liberdade de poder decidir ser o que quiser, tendo nascido em determinada casta ou não. A liberdade de poder entrar na Guarda Real somente quem queira. E a liberdade de poder escolher seus governantes, sendo ele filho do antigo ou não.

— Nicholas, o que é isso? – perguntou Mia para o irmão, olhando-o confusa. Mas Nicholas não respondeu. Se levantou, e sem um segundo de hesitação, rumou porta afora do Salão das Mulheres. Katrina logo o seguiu, deixando dezoito selecionadas assustadas e uma princesa para trás.

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— Nicholas. Desacelere – exclamou Katrina, andando a passos rápidos atrás do filho.

Mas Nicholas não desacelerou. Simplesmente não podia. Tinha que chegar a sala de telecomunicação do palácio antes que o comunicado da Onda terminasse, e ele não fazia ideia de quando seria isso. Poderia ser tanto dali a uma hora quanto dali a um minuto.

Nicholas passou voando pelos corredores. Era mais alto que Katrina, de forma que suas passadas eram mais largas, e logo a rainha ficou para trás, resmungando irritada consigo mesma. Nicholas escancarou a porta da sala de telecomunicação, assustando o grupo de mais de dez pessoas que cuidavam dos equipamentos, e entrou no local rapidamente. A Onda ainda aparecia nas telas, e alívio o invadiu ao constatar isso.

— Qual a extensão do sinal? – perguntou para um homem que o olhava supresso por encontrar o príncipe ali – Onde isso está sento transmitido?

— Illéa inteira, Alteza – respondeu, esfregando as mãos uma na outra em sinal de nervosismo.

— Illéa inteira?! – repetiu Nicholas, chocado. Mas não teve tempo de fazer mais perguntar, pois Katrina passou correndo pela porta, visivelmente sem fôlego por ter tido que correr atrás do filho, e com seus finos sapatos de salto sendo carregados em sua mão, os pés descalços aparecendo pela barra do vestido. Ela lançou um olhar de irritação a Nicholas e disse:

— Vejo que ainda não interromperam o comunicado. O que estão esperando? Ser educado e esperar eles terminarem de falar não é uma medida cabível nessa situação, idiotas.

— Nós tentamos, Majestade – respondeu uma mulher sentada em frente a uma mesa lotada de botões – Mas eles estão nos bloqueando.  

— Não – disse Nicholas, rapidamente. Todas as cabeças se voltaram para ele – Não. Não bloqueie eles ainda. Invés disso, rastreie de onde vem o sinal.

— Alteza? – perguntou a mulher, sua testa franzida.

— O Jornal Oficial foi transmitido na sexta. Hoje é quinta. Então a menos que A Onda tenha conseguido construir uma antena transmissora em tempo recorde, tiveram que usar uma que já existia. E uma grande, senão não estariam conseguindo que o sinal alcançasse Illéa inteira. Provavelmente invadiram uma pertencente a alguma rede de televisão, e essa antenas emitem sinais, de forma que podem ser rastreadas. E mesmo que seja uma mensagem gravada, a gravação não pode ter acontecido a muitos dias, de forma que eles devem estar por perto. Então, vocês acham que conseguem rastrear a origem da transmissão? – várias cabeças acenaram afirmativamente para ele, que deu um sorriso vitorioso.

— Como sabe disso? – perguntou Katrina, lhe lançando um olhar de evidente curiosidade.

— Li em um livro quando tinha uns onze anos. Estava curioso para saber como conseguia ver meus desenhos na televisão – Nicholas deu de ombros, como se não fosse nada demais. Já Katrina parecia admirada.

— Era nisso que estava pensando quando disse aquelas baboseiras no Jornal Oficial? Sobre não sabermos nada sobre A Onda, nem o que eles querem? Era esse desfecho que tinha em mente? Eles aparecerem na televisão e nós podermos rastreá-los?   

— Não. Mas esse foi um dos motivos de eu ter feito o que fiz. Só acho que o placar estava pesando muito para o lado da Onda, e era hora de a gente tomar alguma atitude.  


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Notas finais do capítulo

Não foi o maior capítulo que já fiz, mas também não foi o menor. Um tamanho razoável, acho.
Esses dias me deu uma vontade tremenda de fazer uma fic de A Seleção com príncipes de vários países, tipo gigantesca. Mas não sei se vou mesmo fazer isso até porque escrever uma fic exige comprometimento e tempo, certo? Porém queria falar sobre essa ideia só para vocês falarem o que acham (e sim, sei que já existem fanfics desse tipo).