The Next Queen - Interativa escrita por Lu au Andromedus


Capítulo 11
Capítulo 9 - Apresentação das Selecionadas - Parte Seis


Notas iniciais do capítulo

I`m back cupcakes!! Aqui está o último capítulo de apresentação das selecionadas, como prometido.
Obrigada a Envy e a Kathy Horan pelas garotas.

E a partir daqui os POV`s vão se alternar entre os membros da família real e as próprias selecionadas.



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Capítulo 9

Apresentação das Selecionadas - Parte Seis

 

Lysana Verona Evenstar, casta 2, província Calgary

 

Uma chuva fina caia do lado de fora da janela de Lysana, formando padrões interessantes quando batia contra o vidro do carro. A temperatura estava ligeiramente fria, e calafrios subiam pelos braços descobertos da selecionada, mas ela não se importava. Dias frios e chuvosos sempre foram seus favoritos.

— Estamos a cinco minutos do aeroporto senhorita – seu motorista indicou uma construção de concreto no horizonte, há alguns quilômetros de distância.

— Ok, obrigada – agradeceu Lysana.

Seu telefone apitou indicando que sua irmã tinha acabado de lhe mandar uma mensagem. E um minuto depois apitou de novo, dessa vez por causa de uma foto que sua mãe lhe enviou. Lysana responder as duas com delicadeza, seu coração apertado por pensar que ficaria tanto tempo sem as ver. Isso, é claro, se o príncipe não quisesse manda-la embora, mas estava tranquila quanto a isso. Não era como se estivesse perdidamente apaixonada por ele, havia se inscrito para A Seleção mais por ser uma chance de conhecer pessoas diferentes e viver coisas novas do que por qualquer outra coisa.

O carro parou do lado de fora do aeroporto e a assistente de Lysana acompanhou a garota até o portão de embarque. Quando passaram pelo saguão principal, Lysa pôde vislumbrar havia uma série de seus fãs, que a conheciam ou por seus trabalhos como atriz ou por ser uma selecionada, esperando por ela com cartazes bordados com seu nome. Apesar dos protestos de sua assistente, fez questão de parar para tirar fotos com todos eles. Isso acabou por tomar certo tempo, e quando finalmente terminou, o avião que a levaria até Angeles já estava preparado para voar e só esperava por ela. Menos mal, já que Lysana ficava muito entediada quando tinha que esperar. E odiava ficar entediada.

Ao chegar a pista de pouso, viu que o tal avião era na verdade um jato particular, um luxo meio desnecessário na opinião de Lysana. Ela nunca havia alugado uma dessas máquinas só para si, nem quando tinha que viajar às pressas para fazer alguma entrevista ou filmar algum filme. Uma das melhores coisas em voar era sentar-se ao lado de alguém desconhecido e passar a viagem toda conversando com essa pessoa. Lysa tinha vários amigos que conheceu dessa forma. Mas esse era um caso à parte, pois ainda tinha a questão da segurança. Se fosse em um avião normal corria o risco de ter algum rebelde como passageiro.

Um guarda abriu a porta do jato para Lysana, que ao entrar, percebeu que o luxo era ainda maior por dentro do que por fora. As paredes eram forradas com veludo azul e prata, as cores do brasão da família Schreave, poltronas de couro branco estavam organizadas em conjuntos de quatro, e baldes de champanhe se encontravam em cima de uma mesa com tampo de mármore. Lysana já era maior de idade, mas nunca gostou muito de bebidas alcoólicas, então logo parou de prestar atenção nas garrafas. Invés disso, voltou seus olhos para a garota que corria em sua direção e a envolvia em um abraço apertado. Surpresa, a selecionada demorou um segundo para reagir e retribuir o aperto.

— Ah me desculpe. Eu devia ter me apresentado antes. Devo ter parecido uma completa louca correndo assim do nada em direção a você. Sou Elena Mayer Betelgeuse. Também sou uma selecionada e vou viajar para Angeles com você. Na minha província não tem aeroporto – Lysana se sentiu consideravelmente mais animada ao ouvir isso. Pelo menos teria alguém com quem conversar durante o percurso de uma hora e meia até a capital. E Elena parecia bem amigável, exibindo um sorriso aberto contagiante. Era bem bonita também, com um grosso cabelo cor de mogno e um par de olhos verdes, assim como os seus.

— Devo admitir que foi mesmo inesperado – comentou Lysana, rindo – Sou Lysana Verona Evenstar.

— Eu sei! Aquele seriado que você fez com Lucca Hafert é definitivamente um dos meus favoritos de todos os tempos.

— Nossa, muito obrigada. Foi um dos meus favoritos de filmar também – respondeu Lysana, com um sorriso. Lucca era seu melhor amigo desde que ambos tinham oito anos, e estar no set com ele foi uma das experiências mais divertidas da vida da selecionada.

Elena convidou Lysa para se sentar, e ambas foram em direção a um conjunto de duas poltronas brancas de frente uma para a outra e do lado oposto a cabine do piloto.

— Quanto luxo – os olhos de Elena passeavam cada vez por um detalhe diferente do jato - É até meio desconcertante, você não acha? Não, é claro que não. Você é famosa! Já deve estar acostumada.

Lysana deu de ombros.

— Acho que o luxo que envolve a família real supera em muito o luxo que envolve atores e atrizes – esticou a mão para pegar um copo que estava em uma mesinha a sua frente – Olha isso: um copo feito de cristal e com detalhes em ouro e prata. E se esse troço quebrar? Não sei você, mas eu quebro copos o tempo todo. Literalmente o tempo todo.

Elena riu.

— Sei o que você quer dizer – a garota deu uma pausa e quando continuou, seu tom de voz estava infinitamente mais sombrio – Mas ao contrário do que acontece na sua casa, na minha, quando coisas quebram, nós não tratamos assim com tanta leviandade. Copos custam dinheiro e quando se é da casta seis, toda e qualquer moeda conta.

Depois dessas palavras, Lysana se sentiu como se subitamente seu peito estivesse sendo esmagado por uma tonelada de pedras.

— Me desculpe. Minha intenção não era ofende-la ou desmerece-la, de modo algum. Eu só... – soltou um pesado suspiro – Me desculpe.

Elena olhou para ela e por um segundo seus olhos eram um poço de frieza, antes de voltarem a exibir seu costumeiro brilho de alegria.

— Eu é que peço desculpas. Esses últimos dias estão sendo difíceis para mim, mas não tinha o direito de descontar minha frustação em você. Além de que só porque você é de uma casta alta não significa que não enfrente dificuldades na vida. Imagino que não veja sua família com muita frequência.

— Infelizmente não – respondeu Lysana, aliviada por Elena não ter se ressentido dela – Mas apesar do que se poderia esperar, isso nos deixa mais unidos, invés de nos separar. Todos vivemos vidas meios caóticas, já que eu, meu pai e meu irmão mais velho somos atores. Minha irmã é cantora. Meu irmão mais novo é modelo. E minha mãe é crítica de moda. Não podemos passar tanto tempo juntos quanto gostaríamos, e por isso aprendemos a valorizar muito mais os momentos de calmaria, onde podemos simplesmente parar e não fazer nada além de aproveitar a companhia um do outro.

— Um belo jeito de pensar nas coisas – comentou Elena, admirada.

Lysana sorriu.

— Você se surpreenderia em como minha família tinha tudo para dar errado, mas acabou dando tão certo – a própria Lysana se surpreendia, pois além de serem raras as vezes em que passavam mais do que uma ou duas semanas todos juntos, seus pais se casaram por mera conveniência, um acordo mútuo para fortalecer suas carreiras. Mas depois de quatro meses de estranheza, eles se viram realmente apaixonados um pelo outro, e não é difícil notar que o eram ainda hoje.

Elena começou a prestar atenção em uma carta que havia trazido, o que deixou Lysana sozinha com seus pensamentos. Seria egoísmo de sua parte reclamar da vida que tinha, quando havia tanta gente em piores condições. Não acreditava que mudaria nada caso lhe fosse dada essa chance. Gostava das coisas como elas eram, afinal se fossem boas demais, não as aproveitaria como deveria.

 

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Alexandria Katherynne Hathaway, casta 3, província Hundson

 

O coração de Alexandria batia acelerado enquanto percorria as fileiras de guardas até o jato que a levaria a Angeles. Sua cabeça girava enquanto pensava que dali a menos de uma hora estaria no palácio, que tinha a possibilidade de se casar com o príncipe, e que estava se afastando de sua família. O sorriso de sua mãe, a aspereza da barba de seu padrasto, as vozes agudas dos gêmeos, o toque gentil da irmã, tudo isso passou como um flash por sua mente, para logo ser substituído por lembranças de seu pai. Alexandria andava pensando muito nele ultimamente, atitude compreensível considerando que tinha se inscrito na seleção principalmente por causa dele. Não diretamente por causa dele, mas por causa da mentira que o envolvia e que sua mãe e sua irmã tinham sustentado por oito anos.

“Ele havia morrido”, elas diziam, e Alexandria acreditava. Por que não acreditaria? Não havia motivo para mentirem para ela. Então em cada aniversário do pai, a garota levava flores até seu túmulo, no quintal de sua casa. Folheava as fotos que tinha dele pensando que nunca mais o veria, e ficava conformada com essa ideia. Afinal todas as pessoas têm que morrer algum dia. Foi no seu aniversário de dezessete anos que finalmente conseguiu arrancar a verdade de Sarah, sua mãe. O tal ataque cardíaco que ele tivera, era nada mais que uma grande mentira. Ele havia na verdade se juntado ao movimento rebelde A Onda, e Sarah, arrasada, achou que seria melhor para os filhos caso eles achassem que ele tinha morrido. Uma coisa completa e totalmente egoísta na opinião de Alexandria. Amava James, e realmente derramou várias lágrimas por ele quando ele “faleceu”.

Na província onde morava não havia aeroporto, então teve que viajar até Belcourt para pegar o avião. Passou todo o percurso conversando com seu motorista, o que a ajudou a não ficar entediada e a principalmente não pensar na sua mãe e na sua irmã. Mas agora estava entrando no jato, e se a outra selecionada que viajaria com ela não fosse amigável e não quisesse conversar, não poderia impedir que os pensamentos viessem. Mas talvez fosse melhor assim. Permitiria a ela liberar toda a sua fúria antes que chegasse ao palácio.

Vislumbrou a selecionada de Belcourt quando colocou os pés no avião pela primeira vez, e seria mentira se dissesse que não se sentiu nem um pouco intimidada. A garota era alta, bem mais alta do que ela, com mais de 1,75 de altura. Seus cabelos eram ondulados e castanhos, emoldurando uma pele tão perfeita que Alexandria duvidasse que fosse natural. Mas apesar de bela, não era sua aparência o mais intimidante. Era sua atitude. A garota transpirava confiança a cada passo e seus olhos frios estavam fixados cada hora numa coisa, julgando a tudo e a todos. Ela andou em direção a Alexandria e parou a sua frente.

— Então você é a selecionada que vai viajar comigo? – percorreu com os olhos a roupa de Allie, e depois de alguns segundos, assentiu, aparentemente aprovando o conjunto de vestido rosa e sapato de salto preto que escolhera usar – Sou Virginia. E você é?

É claro que aquela garota era a Virginia. Quem mais poderia ser? Alexandria a conhecia de vista, pois ela era a filha do governador de Belcourt e membra de uma das famílias mais ricas e influentes de Illéa, os Aurum. Era compreensível que exalasse tanta confiança, mas não justificável.

— Sou Alexandria – respondeu a garota com um sorriso. Virginia não retribuiu.

— É um bom nome. De que casta você é? Obviamente de uma alta, ou não poderia bancar essas roupas que está usando.

— Sou da três – Alexandria franziu as sobrancelhas – Mas isso importa?

Virginia riu.

— Você está brincando né? – a garota fixou seus olhos nos de Allie e seu sorriso desapareceu – Não, você não está brincando – soltou um suspiro - Olha Alexandria, essa competição irá definir a garota que será a próxima rainha de Illéa. Um cargo muito importante, certo?

Alexandria se recusou a responder, mas Virginia aparentemente não se importou e continuou a falar.

— Não sei você, mas eu, desde que aprendi a andar, venho recebendo uma educação que beira a excelência. Aulas de etiqueta, de piano, de balé, de francês, de equitação. Você acha que o mesmo aconteceu com as garotas de casta baixa? Certamente que não. Elas são despreparadas para serem rainhas. Não sabem nada de política, nada de história, nada de nada. A não ser como ordenhar uma vaca, ou plantar uma semente, habilidades completamente inúteis. Como você espera que alguém assim receba a coroa?

Ao ouvir isso, Alexandria não pôde deixar de rir, o que deixou Virginia visivelmente confusa.

— Você acha que está preparada para ser rainha só por que é uma dois e recebeu boa educação? Suas aulas incluíam “como governar um país”? “Como deixar o povo feliz”? Acho que não. Ninguém está preparada para ser rainha até se tornar realmente uma rainha. Tolice sua se acha que não.

Os olhos de Virginia se estreitaram e sua boca se apertou.

— Nem chegamos ao palácio ainda e você já me decepcionou Alexandria. Realmente achei que nós pudéssemos ser amigas, mas você claramente não consegue ver as coisas como elas realmente são. E não sei se você sabe, mas pessoas assim não ficam muito tempo no palácio. Não quando ele é governado pela Katrina.

Virginia deu-lhe as costas e andou até sua poltrona, seus saltos louboutin de quinze centímetros estalando a cada passo. Porém, antes de se sentar, ela virou a cabeça para Alexandria e lhe disse uma última coisa.

— Marque minhas palavras, Alexandria. Você vai ser dispensada logo. E eu certamente não vou perder meu tempo conversando com uma garota que já está praticamente eliminada.

Alexandria bufou e sentou-se na poltrona localizada no ponto o mais afastado possível de Virginia. As duas não trocaram mais nenhuma palavra a viagem inteira, mas a tensão era praticamente visível no ar. Allie não pode deixar de se perguntar por que, de todas as outras vinte e quatro selecionadas, tinha que viajar justamente com aquele que aparentava ser a mais insuportável.


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Notas finais do capítulo

Finalmente terminamos, e no próximo começa a seleção em si. Que emoção, não? Ok parei.
Elena e Virginia são duas selecionadas secundárias mas que terão certa importância no decorrer da história. E convenhamos gente, tínhamos que ter alguém má. Eu amei as selecionadas de vocês mas elas eram todas muito boazinhas. Então a Virginia está aqui para consertar isso.

E deixo aqui duas perguntinhas para vocês me responderem. Podem me enviar por comentário ou por MP, tanto faz.

— Você quer que sua selecionada faça alguma mudança de visual no Salão das Mulheres? Se sim, qual?
— Quais são as três criadas que servirão a sua selecionada? Diga o nome, a idade, um pouco da personalidade e a relação que cada uma tem com sua personagem.

A segunda pergunta é opcional, e caso vocês não mandem, será por minha conta. Mas realmente gostaria que vocês fizessem isso, porque as vezes tem algo que você queira explorar com sua selecionada que eu não saiba o que é. Se não quiserem ou não tiverem ideias para todas as três criadas, podem mandar só uma ou só duas, mas mandem, por favor.



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